Caro Luís Dantas e demais foristas – bom dia.
--------------------------------------------
Minha pergunta é: qual é o assunto da religião? Já vi quem afirmasse que é algum tipo de resposta para o que acontece depois da morte, mas não concordo, nem acho esse um assunto particularmente importante. Para mim religião é a prática de aprender a conciliar decisões concretas com ideais abstratos.
Opiniões? Comentários?
---------------------------------------------------------------------------
Para começo, peço aos caros foristas que me expliquem, como se destaca uma caixa de diálogo, que permita evidenciar uma citação, que fique mais à vista, no momento de resposta. Desde já, agradeço antecipadamente a atenção, que eventualmente possa vir a receber.
---------------------------------------------------------------------------
Parece-me bastante acertada a sua última afirmação, se o conceito de religião estiver maioritariamente relacionado com a observância de normas éticas, morais e mesmo estéticas. Mas acontece que o conceito de religião pode-se aplicar com legitimidade a qualquer conjunto de vivências de ordem social, mística ou não, muito mais alargado como observaram razoavelmente bem, os outros camaradas interessados neste debate.
Por esses parâmetros, também se poderá estabelecer como religião, o conjunto social de todos os artistas, cientistas e apreciadores de Arte e Ciência, que se esforçam por praticar uma ética pessoal e social de elevado nível "cultural e espiritual".
Saliento até, com um certo humor, (Auguste Conte) o nobre fundador da "Religião da Humanidade". E naturalmente também incluo nesse paradoxo, o notável "Fórum Clube Céptico", como um interessante fenómeno religioso.
Mas analisando as suas primeiras impressões... O Homem é um animal gregário, portanto social e político, logo religioso; e “citando” Aristóteles - os eremitas, são "hermafroditas" absolutamente auto-suficientes - ou então, estão profundamente magoados com o seu semelhante. O que implica que o ser humano sente a necessidade "absoluta" de estar em união física e “espiritual”, com um grupo social qualquer, a começar pela família. Depois vêem as associações profissionais, os valores pátrios e nacionais, uma vez que estas formas de associação, são reconfortantes emocional e espiritualmente. Por isso é que o namoro e a amizade, são tão agradáveis e religiosos…
Portanto eu conjecturo que o motivo da existência das religiões, é necessariamente o mesmo de qualquer organização social: Político e Económico!!! Simplesmente, por razões muito especiais, algumas evocam objectivos místicos e transcendentais. Até pode ser que tenham alguma justiça, uma vez que existe muitíssima desigualdade social a bordo deste maravilhoso Planeta, a precisar urgentemente de ser reparada.
Mas também conjecturo, que na nossa época, os motivos que assistem à existência das religiões “místicas” é o "resguardo mental e espiritual", que alguns líderes naturais, mais ou menos honestos, encontram para convencerem as pessoas a associarem-se com boa vontade para fins de vantagens mútuas: para já, imediatamente neste mundo, e depois, quem sabe, pode ser que de algum modo sejamos “Imortais”... Afinal é preciso, não esquecer a “alegoria da caverna”.
O estudo e a "investigação metafísica”, ainda tem muito para explorar… Digo eu.
Acontece que as sociedades, são sistemas religiosos "ferozmente" competitivos,
que provocam a marginalização de muitos membros, em relação às ofertas de bem estar, em termos do conceito de saúde da Organização Mundial de Saúde.
Quando isso acontece, e um homem, não encontra conforto de nenhuma espécie, de forma física e espiritual, procura uma associação metafísica que cumpra as promessas de prazer fundamental, mesmo que seja depois de se ficar defunto.
Agora em relação a – "Pessoalmente acho a crença em outra vida" uma idéia bizarra. – Estou ligeiramente de acordo consigo. Todavia note, que independentemente de se temer ou não a morte, é muito natural que a Humanidade, evolua para a conquista da “imortalidade” facultativa ao gosto pessoal de cada um.
Pode muito bem acontecer, que uma das mais importantes consequências da descodificação do código genético, seja justamente a imortalidade potencial.
Evidentemente, que isso para mim só teria verdadeira piada, se todos nós tivéssemos acesso, a tudo o que o génio humano é capaz de processar. "A Juventude, A Beleza, a Inteligência e a Força". Etc, a "fartura material".
Em suma, os bens naturais, materiais e espirituais, que os filósofos como Platão ao longo dos séculos, vêem propondo como “virtude” aos “Homens de Bem”, (hum… Religiosos!?!.) isto é: sociáveis. Portanto, um certo ideal de “perfeição”.
--------------------------------------------------------------------------------
Especulando – realismo fantástico, em termos de paralogismo comparado – Artur.