Menos armas, menos mortes
Estudo revela que mortes por armas de fogo caíram pela metade na Austrália desde 1996, quando entrou em vigor lei que tirou de circulação 700 mil armamentos. Nenhuma chacina foi registrada desde então26/12/2006
Agência FAPESP – As chances de um australiano ser morto por armas de fogo caíram pela metade desde 1996, quando o governo do país implantou a campanha de desarmamento que recolheu e destruiu 700 mil armas em uma década.
Essa é a principal conclusão de um estudo divulgado por pesquisadores da Universidade de Sydney, na Austrália e publicado no British Medical Journal.
O estudo, feito ao longo de dez anos, revelou que a queda no número de mortes associadas ao uso de armas de fogo, incluindo suicídios, teve uma rápida aceleração assim que a lei entrou em vigor.
A lei foi criada após uma chacina acontecida na Tasmânia, em 1996, quando 35 pessoas foram assassinadas e 18 seriamente feridas por um atirador. As reformas baniram o uso de espingardas semi-automáticas e rifles de assalto.
O estudo mostra que nos 18 anos antes da aprovação da lei houve 13 chacinas na Austrália, matando 112 pessoas e ferindo 52. Desde então, nenhuma chacina foi registrada.
O declínio de mortes por armas de fogo já vinha acontecendo antes das reformas, mas foi acelerado em pelo menos duas vezes (6%) depois que a lei entrou em vigor, segundo o estudo. Nos 18 anos antes da legislação, em média 491 pessoas perderam a vida com armas de fogo. Depois da legislação, a média caiu para 246.
O número de assassinatos anuais com armas caiu de uma média de 93 para 55. O estudo não registrou evidências de que o uso de outros métodos de suicídio e homicídio tenha crescido. O número total de suicídios caiu 4%. Antes da introdução da lei, ele crescia 2% ao ano.
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