Autor Tópico: Massacre Carandiru na década de 90  (Lida 5789 vezes)

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Offline Diegojaf

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Re: Carandiru cover
« Resposta #75 Online: 31 de Maio de 2006, 10:00:06 »
Crime é crime.Baixar MP3 seria a mesma coisa que furtar um CD de uma loja.Ninguem é ferido tb, mas nw deixa de ser um ato criminoso que deveria ser punido.

Concordo com o Daniel, nw pode existir diferenças entre criminosos.Todos tem que receber o mesmo tratamento, seja o playboyzinho que passa fumo quanto o pivete que é vapor.Tolerancia zero.O Brasil precisa parar com essa mania de que crimes menores nw sao crimes, isso cria relativismo moral.

Hn... seguindo o seu racicínio, um cara que furta uma camisinha na farmácia, deve receber o mesmo tratamento que um traficante homícida...

Crimes menores são crimes, mas mesmo assim, são crimes de natureza diferente... (contra a propriedade, contra a honra, contra a pessoa, etc...).

A possibilidade de você ressocializar um ladrão não-violento ou um falsificador é imensamente maior do que fazer isso com um traficante com 5 homícidios nas costas. Por isso, existem as penas alternativas (multas, serviços sociais, regime aberto, semi aberto, com restrição de direitos)...

Com relação ao tráfico de entorpecentes, não sei de onde o Daniel tira essas informações, porque o que acontece na vida real é bem diferente...

Se te pegam traficando, ou não, nem precisa estar traficando, só com uma quantidade um pouco maior de drogas (a quantidade necessária pra ser enquadrado como usuário ou traficante ainda é uma questão muito subjetiva) você pode ser filho de deus, mas sua vida vai virar um pesadelo...

Um playboy é enquadrado sim como traficante, é julgado e condenado, entretanto, como todos os traficantes (pobres e ricos), ele vai contar com uma coisa com a qual só se conta uma vez... antecedentes. Se você é réu primário, rico ou pobre, o juiz TEM que levar em consideração que essa é sua primeira "trangressão" e reduzir a sua pena...

MAS, se por acaso você cair na mão deles por uma segunda vez dentro do prazo de 5 anos (ou 4, não me lembro bem)... aí sim... pode contar que você vai tomar no ** e vai pra cadeia com toda certeza se for condenado... Reincidente não tem perdão.

Se você olhar de perto mais alguns casos (busque no site do TJ de sua cidade jurisprudências com a palavra Ecstasy, olhe inteiro teor do acórdão) você vai ver que os caras são sim condenados do mesmo jeito que qualquer outro, mas normalmente, por terem uma estrutura financeira melhor, acabam andando na linha (aqui em BH o dono de uma grande empresa deixou o filho com um defensor público e não quis que um advogado daqui defendesse ele em um caso de formação de quadrilha e assalto a condomínios, nem o habes corpus ele deixou a gente fazer)... o moleque tá penando e se sair, provavelmente não vai cair na bobeira de fazer a mesma coisa...

Ele não vai andar na linha porque ele é mais bonzinho, mais inteligente ou melhor que um criminoso pobre. Ele vai andar na linha porque ele tem mais a perder e pra ele, o risco pode não compensar...
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Barata Tenno

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Re: Carandiru cover
« Resposta #76 Online: 31 de Maio de 2006, 11:10:50 »
Desculpa, o meu raciocinio nw ficou claro.
O que eu quis dizer é que roubo é roubo, independente se foi de 1 real ou de um milhão.Nw quis comparar crimes diferentes, claro que furto e homicidio devem ter tratamentos diferentes, mas dentro de uma categoria nw pode haver diferenciação.
Todo mundo achou lindo quando o chines chefe do contrabando foi preso, mas essas mesmas pessoas nw acham nada demais ir na galeria Pagé comprar umas midias pra gravar CD.O crime é o mesmo, deveriam ser tratados da mesma maneira.
Acho que ficou mais claro agora.... :)
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Unknown

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Re:Massacre Carandiru na década de 90
« Resposta #77 Online: 02 de Outubro de 2012, 10:57:08 »
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Vinte anos depois, massacre no Carandiru ainda aguarda julgamento

A ação policial que matou 111 presos na Casa de Detenção de São Paulo em 1992 - episódio conhecido como 'massacre do Carandiru' - completa 20 anos nesta terça-feira sem que nenhum de seus responsáveis tenha sido punido.

Apenas na semana passada, poucos dias antes do 20º aniversário da carnificina, a Justiça de São Paulo decidiu agir.

Foi marcado para 28 de janeiro de 2013 o julgamento de 28 dos mais de 100 policiais militares acusados por homicídios e lesões corporais no episódio.

Até então, o comandante da operação, o coronel Ubiratã Guimarães, havia sido julgado e absolvido por ter agido no 'estrito cumprimento do dever'. Ele foi assassinado em seu apartamento em 2006.

Contudo, a Justiça não autorizou a realização de exames de balística nas mais de 390 armas usadas pelos policiais no caso para serem usados como prova no julgamento, segundo a advogada Ieda Ribeiro de Souza, defensora de 79 policiais acusados.

Isso dificultará o trabalho da promotoria para ligar os assassinatos a policiais específicos. O juiz do caso entendeu que a realização dos exames não seria possível por questões técnicas.

O aniversário do massacre será lembrado em um ato ecumênico organizado por entidades de defesa dos direitos humanos às 15h desta terça-feira em frente à catedral da Sé, no centro de São Paulo.

A Casa de Detenção de São Paulo foi implodida em 2002, dando lugar a um parque público.

Banho de sangue

O massacre do Carandiru começou na tarde de 2 de outubro de 1992, quando dois detentos provocaram uma briga no pavilhão 9 da Casa de Detenção de São Paulo.

O desentendimento rapidamente se transformou em tumulto e depois rebelião.

Temendo que o motim se alastrasse para o resto do complexo, o diretor do presídio, José Ismael Pedrosa, pediu ajuda da Polícia Militar e o local foi cercado por uma tropa de choque.

No fim da tarde, Guimarães foi autorizado a invadir o local e liderou uma tropa de policiais que usou munição letal, facas, cães e bombas para conter a rebelião.

'Não pensamos que iam entrar e matar todo mundo, até porque nem todos os presos tinham aderido à rebelião', disse à BBC Brasil o pastor evangélico Jacy de Oliveira, de 47 anos, que, na época, cumpria pena no Carandiru por roubo a uma mansão.

'Os policiais começaram a matar todos que estavam pela frente. Atiravam nas pessoas e depois as jogavam no poço do elevador. Muitos também morreram atacados por cachorros. Os cães foram soltos na barbearia, para onde estavam sendo levados os feridos', afirmou.

Oliveira afirmou que os policiais fizeram uma espécie de corredor humano para retirar os detentos dos cinco andares do edifício.

'Eu estava no quinto andar. As pessoas passavam entre os policiais. Quem olhava para eles era morto. Os presos tinham espalhado óleo nas escadas. Quem escorregava e caía durante a descida também era assassinado', afirmou o ex-detento.

Oliveira, que há 15 anos se tornou pastor, atribui o fato de ter sido espancado, porém não assassinado, a um milagre. 'Deus não queria que eu morresse porque sabia que eu me entregaria a ele', disse.

Ele afirmou que, à época, cumpria uma sentença injusta e até hoje aguarda indenização do Estado.

Defesa

Souza, a advogada dos policiais, afirma que alguns deles admitem ter disparado munição real contra os presos. Contudo, sua defesa deve se basear no fato de que eles cumpriam ordens ao invadir o presídio - agindo assim de forma supostamente legítima.

Também servirá de argumento para a defesa a não realização da perícia nas armas dos policiais - o que em tese impede que a Justiça ligue tecnicamente cada assassinato a seu autor.

'Devo pedir a absolvição deles por falta de provas', afirmou a advogada.

Ela disse ter sido favorável à realização dos exames de balística e afirmou que as ações da defesa não contribuíram para a lentidão do processo.

O padre Valdir João Silveira, coordenador nacional da Pastoral Carcerária, afirmou estar indignado com a não realização da perícia e a demora para a marcação do julgamento.

'Isso é resultado da falta de interesse do Estado e do Judiciário', afirmou.

Silveira disse esperar que o julgamento resulte no afastamento dos cargos públicos dos envolvidos no massacre e facilite o pagamento de indenizações para as famílias das vítimas.

'Mandar todos eles para a cadeia não resolveria o problema', disse.

O caso será julgado no Tribunal do Júri e, mesmo em caso de eventual condenação, a defesa dos policiais pode recorrer.

Para o religioso, o aniversário do massacre também servirá para uma reflexão sobre o problema da superlotação do sistema prisional brasileiro. Atualmente, o país tem mais de 500 mil presos - a quarta maior população carcerária do mundo - e um deficit de quase 200 mil vagas.

http://noticias.br.msn.com/mundo/vinte-anos-depois-massacre-no-carandiru-ainda-aguarda-julgamento-1
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Matança no Carandiru motivou formação de facção criminosa

O massacre de 111 presos em 1992 na Casa de Detenção de São Paulo - o Carandiru - foi um episódio decisivo para a fundação da facção criminosa que atua dentro e fora do sistema prisional paulista, o PCC (Primeiro Comando da Capital), segundo especialistas ouvidos pela BBC Brasil.

'Antes do massacre, o Estado já extorquia, torturava e matava os presos. O Carandiru não foi a única causa da fundação (do PCC), mas colaborou muito para isso', afirmou o padre Valdir João Silveira, coordenador nacional da Pastoral Carcerária, da Igreja Católica.

O PCC foi criado por um grupo de presos em 31 de agosto de 1993 na Casa de Custódia de Taubaté - pouco menos de um ano depois do massacre do Carandiru.

Os principais objetivos da facão eram combater os maus tratos no sistema prisional e evitar novos massacres como o de 1992, segundo o jornalista Josmar Jozino, autor de três livros sobre o PCC, entre eles 'Xeque-mate, o Tribunal do Crime e os Letais Boinas Pretas' (Ed. Letras do Brasil).

'O massacre do Carandiru foi a gota d'água para a criação do PCC. O episódio está registrado até no estatuto de fundação da facção', disse ele.

Segundo os especialistas Jozino e Silveira, o grupo criminoso se espalhou por todo o sistema prisional e impôs regras de conduta aos presos - como a proibição nas cadeias do uso do crack e de assassinatos motivados por dívidas de drogas. A ação teria diminuído os índices de mortalidade nas penitenciárias.

Mas, segundo a Pastoral Carcerária, não há a divulgação de dados completos que possam retratar a evolução da mortalidade nos presídios.

Um levantamento da entidade nos presídios de São Paulo, abrangendo o período de 1999 a 2006, afirma que as mortes caíram de 522 em 1999 (o equivalente 1% da população carcerária na época) para 377 em 2006 (0,3%).

A Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo não confirmou essas estatísticas, mas também não forneceu dados sobre mortalidade solicitados pela BBC Brasil. A pasta também optou por não conceder entrevista.

Crime organizado

A partir de sua fundação em 1993, o PCC também passou a acumular forças para tentar pressionar o Estado, por meio de violência e de ameaças, para obter melhores condições de vida e até regalias para os presos. Porém, os governos paulistas jamais admitiram ter negociado com o PCC.

Cobrando mensalidades de seus 'associados', a organização criou uma rede de apoio aos criminosos, que inclui contratação de advogados e apoio financeiro às suas famílias.

A facção também expandiu suas ações para fora dos presídios. Passou a controlar parte do tráfico de drogas em São Paulo, fazer parcerias com facções de outros Estados, alugar armas para ações criminosas e até assumiu o controle de rotas internacionais de entrada de entorpecentes no país.

Essa expansão colaborou para a formação de mais organizações criminosas nos presídios paulistas - essas, por sua vez, dedicadas a fazer frente ao poder crescente do PCC.

A rede criminosa criada em 1993 também buscou vingança contra autoridades envolvidas no massacre do Carandiru.

Segundo investigações da polícia e do Ministério Público, membros do PCC teriam sido os responsáveis pelo assassinato a tiros em 2005 de José Ismael Pedrosa, que dirigia o Carandiru na época do massacre e também administrou a Casa de Custódia de Taubaté.

http://noticias.br.msn.com/mundo/matança-no-carandiru-motivou-formação-de-facção-criminosa-1

Dráuzio Varella fala de experiência

"That's what you like to do
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And when I'm dead and gone
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Offline Diegojaf

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Re:Massacre Carandiru na década de 90
« Resposta #78 Online: 02 de Outubro de 2012, 12:15:53 »
Crime é crime.Baixar MP3 seria a mesma coisa que furtar um CD de uma loja.Ninguem é ferido tb, mas nw deixa de ser um ato criminoso que deveria ser punido.

Concordo com o Daniel, nw pode existir diferenças entre criminosos.Todos tem que receber o mesmo tratamento, seja o playboyzinho que passa fumo quanto o pivete que é vapor.Tolerancia zero.O Brasil precisa parar com essa mania de que crimes menores nw sao crimes, isso cria relativismo moral.

Hn... seguindo o seu racicínio, um cara que furta uma camisinha na farmácia, deve receber o mesmo tratamento que um traficante homícida...

Crimes menores são crimes, mas mesmo assim, são crimes de natureza diferente... (contra a propriedade, contra a honra, contra a pessoa, etc...).

A possibilidade de você ressocializar um ladrão não-violento ou um falsificador é imensamente maior do que fazer isso com um traficante com 5 homícidios nas costas. Por isso, existem as penas alternativas (multas, serviços sociais, regime aberto, semi aberto, com restrição de direitos)...

Com relação ao tráfico de entorpecentes, não sei de onde o Daniel tira essas informações, porque o que acontece na vida real é bem diferente...

Se te pegam traficando, ou não, nem precisa estar traficando, só com uma quantidade um pouco maior de drogas (a quantidade necessária pra ser enquadrado como usuário ou traficante ainda é uma questão muito subjetiva) você pode ser filho de deus, mas sua vida vai virar um pesadelo...

Um playboy é enquadrado sim como traficante, é julgado e condenado, entretanto, como todos os traficantes (pobres e ricos), ele vai contar com uma coisa com a qual só se conta uma vez... antecedentes. Se você é réu primário, rico ou pobre, o juiz TEM que levar em consideração que essa é sua primeira "trangressão" e reduzir a sua pena...

MAS, se por acaso você cair na mão deles por uma segunda vez dentro do prazo de 5 anos (ou 4, não me lembro bem)... aí sim... pode contar que você vai tomar no ** e vai pra cadeia com toda certeza se for condenado... Reincidente não tem perdão.

Se você olhar de perto mais alguns casos (busque no site do TJ de sua cidade jurisprudências com a palavra Ecstasy, olhe inteiro teor do acórdão) você vai ver que os caras são sim condenados do mesmo jeito que qualquer outro, mas normalmente, por terem uma estrutura financeira melhor, acabam andando na linha (aqui em BH o dono de uma grande empresa deixou o filho com um defensor público e não quis que um advogado daqui defendesse ele em um caso de formação de quadrilha e assalto a condomínios, nem o habes corpus ele deixou a gente fazer)... o moleque tá penando e se sair, provavelmente não vai cair na bobeira de fazer a mesma coisa...

Ele não vai andar na linha porque ele é mais bonzinho, mais inteligente ou melhor que um criminoso pobre. Ele vai andar na linha porque ele tem mais a perder e pra ele, o risco pode não compensar...

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