Autor Tópico: Escolas ainda não sabem lidar com os alunos gays  (Lida 2874 vezes)

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Offline O Grande Capanga

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Escolas ainda não sabem lidar com os alunos gays
« Online: 28 de Abril de 2009, 14:59:43 »
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI69793-15228,00-ESCOLAS+AINDA+NAO+SABEM+LIDAR+COM+OS+ALUNOS+GAYS.html

Não vou postar a reportagem, pois ela é extensa, tem várias formatações, fotos, etc. e fica melhor ler direto na fonte.

Offline Orbe

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Re: Escolas ainda não sabem lidar com os alunos gays
« Resposta #1 Online: 28 de Abril de 2009, 15:23:41 »
As escolas não sabem lidar com nenhum aluno...

Qual a novidade? Qualquer aluno que fuja aos padrões sofre com o preconceito dos colegas e dos profissionais da escola.
Se você se importasse não estaria discutindo e sim agindo...

Offline Lua

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Re: Escolas ainda não sabem lidar com os alunos gays
« Resposta #2 Online: 28 de Abril de 2009, 21:47:28 »
Infelizmente, é algo comum... No caso dos alunos, é mais complicado tentar impedir, vez que são reflexos da família e da própria sociedade - que, via de regra, são preconceituosos. Já professores deveriam ser mais éticos e não adotar uma postura preconceituosa ou excludente, já que são formadores de opiniões e conscientizadores (não acredito muito, mas vivo ouvindo isso).

Só para ilustrar: meu projeto final de curso tinha por tema a "Adoção por pares homossexuais". A princípio, utilizei a expressão 'casais', e fui grandemente repreendida pelo meu professor, um membro do MP estadual. Depois, ele me ridicularizou por defender a possibilidade de adoção por homossexuais... Sim, eu tive vontade de jogá-lo janela abaixo, mas me contive. Para ele, um guardião da Constituição Federal, homossexuais eram considerados párias da sociedade...

Sinto asco cada vez que ouço alguém discriminar um homossexual ou taxá-lo de inferior somente com base em sua opção sexual...  :no:
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Offline O Grande Capanga

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Re: Escolas ainda não sabem lidar com os alunos gays
« Resposta #3 Online: 29 de Abril de 2009, 09:19:58 »
As escolas não sabem lidar com nenhum aluno...

Qual a novidade? Qualquer aluno que fuja aos padrões sofre com o preconceito dos colegas e dos profissionais da escola.

E qual a sua opinião sobre inclusão social de deficientes (a parte prática da coisa)?

Offline O Grande Capanga

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Re: Escolas ainda não sabem lidar com os alunos gays
« Resposta #4 Online: 29 de Abril de 2009, 09:21:01 »
... sua opção sexual...  :no:

Só acho que ser viado não é opção sexual, mas o sujeito já nasce assim (sem escolha).

Offline Lua

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Re: Escolas ainda não sabem lidar com os alunos gays
« Resposta #5 Online: 29 de Abril de 2009, 09:24:38 »
Eu sei que não é escolha, Jack. Mas de qualquer forma, é algo que diz respeito ao indivíduo e foi nesse sentido que utilizei  'opção'. Claro agora?

E ninguém nasce 'viado' e sim 'homossexual'... :ok:
« Última modificação: 29 de Abril de 2009, 09:26:49 por Lua »
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Offline Diegojaf

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Re: Escolas ainda não sabem lidar com os alunos gays
« Resposta #6 Online: 29 de Abril de 2009, 12:56:52 »
Eu sei que não é escolha, Jack. Mas de qualquer forma, é algo que diz respeito ao indivíduo e foi nesse sentido que utilizei  'opção'. Claro agora?

E ninguém nasce 'viado' e sim 'homossexual'... :ok:

É homoafetivo.
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Offline Lua

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Re: Escolas ainda não sabem lidar com os alunos gays
« Resposta #7 Online: 29 de Abril de 2009, 13:06:35 »
 :ok:

O termo 'homoafetividade' começou a ser utilizado no país pela desembargadora do TJRS, Maria Berenice Dias. Segundo ela, a adoção do termo tem por finalidade demonstrar que as uniões entre pessoas do mesmo sexo são baseados num vinculo de afetividade, daí 'homoafetivos', ao invés de homossexualidade, que designaria um determinado jeito de ser.
« Última modificação: 29 de Abril de 2009, 13:28:45 por Lua »
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Re: Escolas ainda não sabem lidar com os alunos gays
« Resposta #8 Online: 29 de Abril de 2009, 13:27:40 »
Acho impossóvel impedir as piadinhas e gozações dos alunos se algum dos colegas for gay... Digo impossível mesmo. Isso só ocorrerá se algum dia ser homossexual para a sociedade seja algo comum, corriqueiro e aceitável.

"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

Offline Lua

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Re: Escolas ainda não sabem lidar com os alunos gays
« Resposta #9 Online: 29 de Abril de 2009, 13:32:14 »

Não há como impedir a nível do alunado, já que cada um dos alunos traz de casa e do grupo social que frequenta os valores que externa em sociedade... Considerando que a sociedade ainda tem grandes preconceitos em relação aos homossexuais, dificilmente os alunos, filhos e membros de grupos religiosos (entre outros) não serão preconceituosos. Felizmente, acho que caminhamos para uma aceitação plena - pode demorar um pouco, mas acontecerá. Há algumas décadas era absurdo para uma mulher ser mãe solteira ou se divorciar, logo... ::)
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Re: Escolas ainda não sabem lidar com os alunos gays
« Resposta #10 Online: 29 de Abril de 2009, 13:35:09 »
Bem eu não simpatizo nada com a causa gay, acho realmente esquisito e não gosto, contudo, reconheço que eles deveriam ter todos os direitos dos casais heterossexuais do ponto de vista lógico e jurídico. Mas gostar e apoiar de jeito nenhum. É questão de valores.
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Offline Orbe

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Re: Escolas ainda não sabem lidar com os alunos gays
« Resposta #11 Online: 29 de Abril de 2009, 15:36:53 »
As escolas não sabem lidar com nenhum aluno...

Qual a novidade? Qualquer aluno que fuja aos padrões sofre com o preconceito dos colegas e dos profissionais da escola.

E qual a sua opinião sobre inclusão social de deficientes (a parte prática da coisa)?

Não entendi a pergunta sobre deficientes em um tópico sobre preconceito contra gays na escola...

De qualquer forma, acho não está acontecendo inclusão na maior parte das escolas.

Se a deficiencia for motora, cria-se rampas, abre-se espaço nas salas e pronto. Deficiente incluído. Essa é a parte fácil.

No caso de deficiência auditiva e visual começam os problemas. Os professores tem que se policiar o tempo todo para evitar coisas como falar de costas para a turma, impedindo que os deficientes auditivos possam ler seus lábios, ou colocar um texto no quadro negro, sem ler, esquecendo que os alunos cegos não poderão obviamente tomar conhecimento daquele texto. E poucos professores tem esse cuidado. Poucos querem ter esse cuidado. Há muita má vontade.

No caso de deficiência mental o preconceito e a falta de capacitação dos professores é tão grande que esses alunos acabam jogados no canto da sala com uma folha de papel e lápis de cor para desenhar, em vez de estar aprendendo a ler e escrever como os outros.

Na teoria a "educação especial", que deveria cuidar especificamente dos portadores de necessidades especiais (incluem-se nesse grupo os "superdotados"), acabou. De maneira que não deveria haver mais escolas especiais para onde todos os deficientes seriam mandados. A idéia é que eles deveriam estudar junto com as crianças "padrão" (ou "normais" como algumas pessoas dizem). Isso seria muito mais construtivo para os deficientes e para os não deficientes.

Na prática, não está funcionando. Não nas escolas públicas do RJ, pelo menos. Os professores não foram preparados previamente para isso e não estão interessados em se preparar. Infelizmente a maioria dos professores de educação infantil e da 1ª a 5ª série do ensino fundamental ainda é de normalistas que só querem cantar musiquinhas e fazer murais com papel crepom.

Acho que os outros alunos sabem lidar melhor com os colegas deficientes do que os professores...



Bem eu não simpatizo nada com a causa gay, acho realmente esquisito e não gosto, contudo, reconheço que eles deveriam ter todos os direitos dos casais heterossexuais do ponto de vista lógico e jurídico. Mas gostar e apoiar de jeito nenhum. É questão de valores.

Valores...  :histeria:
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Offline Mr. Mustard

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Re: Escolas ainda não sabem lidar com os alunos gays
« Resposta #12 Online: 29 de Abril de 2009, 17:24:01 »
Na minha época de colegial, havia um aluno declaradamente homossexual... Bom, já sabem o que aconteceu né? Fizemos tantas brincadeiras de mal gosto que o rapaz abandonou a escola. Mesmo com o apelo dos professores e/ou coordenadores e nada, não teve jeito. Mesmo quando algum colega dizia: "É pessoal, é melhor darmos uma parada nas brincadeiras, pois o cara está ficando muito p*** da vida", pronto, era o suficiente para alguém recomeçar.

Não tem jeito... Quando foge dos padrões da maioria, vira chacota.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Escolas ainda não sabem lidar com os alunos gays
« Resposta #13 Online: 29 de Abril de 2009, 17:55:40 »
:ok:

O termo 'homoafetividade' começou a ser utilizado no país pela desembargadora do TJRS, Maria Berenice Dias. Segundo ela, a adoção do termo tem por finalidade demonstrar que as uniões entre pessoas do mesmo sexo são baseados num vinculo de afetividade, daí 'homoafetivos', ao invés de homossexualidade, que designaria um determinado jeito de ser.


É um termo tosco e tecnicamente incorreto. Existe "homoafetividade" que não tem nada a ver com homossexualidade (que é o único termo válido); meramente afetividade não é atração sexual, que é o que o termo deveria designar, o que pretende designar. Até "homorromantismo" seria melhor, se a idéia for porque acham que o "sexual" caracteriza meio como "tarados".

Offline Lua

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Re: Escolas ainda não sabem lidar com os alunos gays
« Resposta #14 Online: 29 de Abril de 2009, 18:11:26 »
Explicando:

Buckaroo, quando a Maria Berenice cunhou o termo homoafetividade, ela estava ressaltando o vínculo de afeto que existe entre homossexuais. Ao fazê-lo, defendia que as causas em que fossem partes um casal homossexual deveriam ser julgadas pela Vara de Família e não pela Vara Cível, como acontecia antes - o vínculo entre um casal homossexual era visto como um contrato simples entre duas pessoas capazes (assim como um contrato celebrado entre locador e locatário, por exemplo) e não como uma relação de companheirismo permeada por laços de afetividade e objetivos comuns. Ou seja, a desembargadora quis suscitar nas uniões homossexuais um caráter afetivo, de relação de companheirismo, ao invés de um simples contrato de direito civil.

Não acho o termo tosco, embora costume utilizar não apenas 'homossexualidade', mas também 'homoafetividade'. O simples fato de nossas leis não terem se adaptado à realidade não desnatura que uma relação entre homossexuais tenha as mesmas características e consequências fáticas que uma relação entre heterossexuais. Assim, ao incluir o afeto, a desembargadora pretendia demonstrar que tais relações também são consideradas 'família', já que o conceito jurídico desta inclui relação de afeto.

Não nego que o termo 'homossexualidade' sirva perfeitamente para aqueles que se relacionam com pessoas do mesmo sexo. No entanto, ao utilizar 'afetividade', o termo foi ampliado, não se restringindo apenas à ótica da opção sexual do indivíduo. E não, o termo não foi cunhado porque homossexualidade denota promiscuidade, mas sim para dar às relações homossexuais uma característica inerente ao conceito jurídico de 'família'.



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Offline Lua

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Re: Escolas ainda não sabem lidar com os alunos gays
« Resposta #15 Online: 29 de Abril de 2009, 18:16:41 »
As escolas não sabem lidar com nenhum aluno...

Qual a novidade? Qualquer aluno que fuja aos padrões sofre com o preconceito dos colegas e dos profissionais da escola.

E qual a sua opinião sobre inclusão social de deficientes (a parte prática da coisa)?

Para deficientes, a dificuldade de inclusão é sobretudo material. A sociedade costuma olhá-los com piedade, aceitando suas deficiências como fatalidades que não derivaram de sua culpa ou vontade. Já no caso dos homossexuais, ainda impera a idéia de que o indivíduo escolhe sua opção sexual, podendo renunciá-la 'se tiver o tratamento adequado' ou 'tiver força de vontade para tanto'.
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Offline O Grande Capanga

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Re: Escolas ainda não sabem lidar com os alunos gays
« Resposta #16 Online: 30 de Abril de 2009, 10:55:29 »
As escolas não sabem lidar com nenhum aluno...

Qual a novidade? Qualquer aluno que fuja aos padrões sofre com o preconceito dos colegas e dos profissionais da escola.

E qual a sua opinião sobre inclusão social de deficientes (a parte prática da coisa)?

Não entendi a pergunta sobre deficientes em um tópico sobre preconceito contra gays na escola...

É que você deu uma brecha ao falar que "aluno que fuja aos padrões sofre com o preconceito dos colegas e dos profissionais da escola"

De qualquer forma, acho não está acontecendo inclusão na maior parte das escolas.

Se a deficiencia for motora, cria-se rampas, abre-se espaço nas salas e pronto. Deficiente incluído. Essa é a parte fácil.

No caso de deficiência auditiva e visual começam os problemas. Os professores tem que se policiar o tempo todo para evitar coisas como falar de costas para a turma, impedindo que os deficientes auditivos possam ler seus lábios, ou colocar um texto no quadro negro, sem ler, esquecendo que os alunos cegos não poderão obviamente tomar conhecimento daquele texto. E poucos professores tem esse cuidado. Poucos querem ter esse cuidado. Há muita má vontade.

No caso de deficiência mental o preconceito e a falta de capacitação dos professores é tão grande que esses alunos acabam jogados no canto da sala com uma folha de papel e lápis de cor para desenhar, em vez de estar aprendendo a ler e escrever como os outros.

Na teoria a "educação especial", que deveria cuidar especificamente dos portadores de necessidades especiais (incluem-se nesse grupo os "superdotados"), acabou. De maneira que não deveria haver mais escolas especiais para onde todos os deficientes seriam mandados. A idéia é que eles deveriam estudar junto com as crianças "padrão" (ou "normais" como algumas pessoas dizem). Isso seria muito mais construtivo para os deficientes e para os não deficientes.

Sou estagiário em um laboratório de informática numa escola pública de minha cidade (escola municipal de ensino infantil). Aqui, pelo menos, os professores ganham bem e muito bem. Tem uns que ganham melhor do que professores universitário e idem aos diretores.

Alguns reclamam dos problemas da inclusão, onde a criança deficiente mental não acompanha a turma e a atenção a mais a essa criança traz problemas aos outros alunos (diminui a qualidade do ensino).

Mas até que aqui a coisa é boa, o problema vai ser mandar criança de 7 anos com idade mental de 3 prá escola de ensino fundamental (onde ela não acompanhará a turma e avançará nas séries sem ter aprendido nada ou pouca coisa), tudo em nome da inclusão.

Na prática, não está funcionando. Não nas escolas públicas do RJ, pelo menos. Os professores não foram preparados previamente para isso e não estão interessados em se preparar. Infelizmente a maioria dos professores de educação infantil e da 1ª a 5ª série do ensino fundamental ainda é de normalistas que só querem cantar musiquinhas e fazer murais com papel crepom.

 :biglol:

Temma

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Re: Escolas ainda não sabem lidar com os alunos gays
« Resposta #17 Online: 30 de Abril de 2009, 11:41:34 »
Bem eu não simpatizo nada com a causa gay, acho realmente esquisito e não gosto, contudo, reconheço que eles deveriam ter todos os direitos dos casais heterossexuais do ponto de vista lógico e jurídico. Mas gostar e apoiar de jeito nenhum. É questão de valores.


Eu não simpatizo com a causa das gordas. Preferia é que ficassem gostosas.

Offline Orbe

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Re: Escolas ainda não sabem lidar com os alunos gays
« Resposta #18 Online: 30 de Abril de 2009, 14:47:45 »
Alguns reclamam dos problemas da inclusão, onde a criança deficiente mental não acompanha a turma e a atenção a mais a essa criança traz problemas aos outros alunos (diminui a qualidade do ensino).

Mas até que aqui a coisa é boa, o problema vai ser mandar criança de 7 anos com idade mental de 3 prá escola de ensino fundamental (onde ela não acompanhará a turma e avançará nas séries sem ter aprendido nada ou pouca coisa), tudo em nome da inclusão.

Esse problema de tempo só acontece com professor que não tem noção do que o aluno deficiente vai aprender ou não. Algumas coisas não adianta insistir que o aluno não vai aprender por causa da deficiência dele. Quando o professor insiste, gasta tempo que deveria ser distribuído aos outros alunos.

E a criança deficiente mental avançar mesmo sem ter aprendido não é problema. Se ela deixar de aprender só o que sua deficiência realmente não permite que aprenda, é claro. O problema seria ela avançar sem saber nada porque o professor nem tentou ensinar. Avançar sem aprender tudo que devia é melhor para a criança deficiente mental do que ela ficar trancada em casa como um animal ou separada em uma escola só de deficientes. Mesmo aprendendo pouco devido a deficiência, ela aprende e ensina os outros alunos a conviver com as diferenças.

Depois o mercado de trabalho filtra quem sabe e quem não sabe. Mesmo que esse deficiente chegue a ter diploma de ensino médio sem ter aprendido tudo, ele não vai tirar a vaga de trabalho de quem aprendeu.

Na prática, não está funcionando. Não nas escolas públicas do RJ, pelo menos. Os professores não foram preparados previamente para isso e não estão interessados em se preparar. Infelizmente a maioria dos professores de educação infantil e da 1ª a 5ª série do ensino fundamental ainda é de normalistas que só querem cantar musiquinhas e fazer murais com papel crepom.

 :biglol:

Você ri porque não tem que aturar essas figuras todo dia...  :histeria:
« Última modificação: 30 de Abril de 2009, 16:30:13 por Orbe »
Se você se importasse não estaria discutindo e sim agindo...

Offline O Grande Capanga

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Re: Escolas ainda não sabem lidar com os alunos gays
« Resposta #19 Online: 30 de Abril de 2009, 15:51:42 »
Os normalistas são os antigos formados em megistério de segundo grau?

Aí veio o curso Normal Superior?

O que você acha de ter acabado com o megistério de segundo grau?

Offline Orbe

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Re: Escolas ainda não sabem lidar com os alunos gays
« Resposta #20 Online: 30 de Abril de 2009, 16:41:46 »
Os normalistas são os antigos formados em megistério de segundo grau?

Aí veio o curso Normal Superior?

O que você acha de ter acabado com o megistério de segundo grau?

Sim, AS (são só mulheres) normalistas são as professoras com formação apenas de nível médio. Sem ensino superior.

O normal superior é, pelo que vi dos currículos de diferentes universidades (todas particulares caça-níqueis) e pelo que outros profissionais me contam, apenas um curso de nível médio com mais horas de duração para poder ser chamado de curso superior. É bem inferior ao curso de pedagogia.

E os cursos de formação de professores de nível médio não acabaram. Infelizmente isso ainda é admitido como formação mínima para um indívido atuar na educação infantil e primeiras cinco séries do ensino fundamental.
Se você se importasse não estaria discutindo e sim agindo...

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Escolas ainda não sabem lidar com os alunos gays
« Resposta #21 Online: 30 de Abril de 2009, 16:52:42 »
Explicando:

Buckaroo, quando a Maria Berenice cunhou o termo homoafetividade, ela estava ressaltando o vínculo de afeto que existe entre homossexuais.

Algo inútil, pois não existe nem é necessário cunhar o termo "heteroafetividade" para a mesma coisa.


Citar
Ao fazê-lo, defendia que as causas em que fossem partes um casal homossexual deveriam ser julgadas pela Vara de Família e não pela Vara Cível, como acontecia antes - o vínculo entre um casal homossexual era visto como um contrato simples entre duas pessoas capazes (assim como um contrato celebrado entre locador e locatário, por exemplo) e não como uma relação de companheirismo permeada por laços de afetividade e objetivos comuns.

Não sei bem que implicação prática isso tem, mas ainda assim é desnecessário esse termo para fazer essa ênfase e corrigir o que quer que tivesse que ser corrigido.


Citar
Ou seja, a desembargadora quis suscitar nas uniões homossexuais um caráter afetivo, de relação de companheirismo, ao invés de um simples contrato de direito civil.

Idem ao que disse antes, não é algo necessário de ser explicitado ou que precise de um termo próprio na versão hétero, o mesmo deveria ser para o lado homo ou bi.

 

Citar
Não acho o termo tosco, embora costume utilizar não apenas 'homossexualidade', mas também 'homoafetividade'

Por que é tosco: se homossexual designa uma relação de caráter sexal entre duas pessoas do mesmo sexo, homoafetivo designaria simplesmente uma relação afetiva entre duas pessoas do mesmo sexo, mas sem qualquer implicação homossexual, que é na verdade a base de tudo no caso. Uma mãe e sua filha têm uma relação homoafetiva (mas não-incestuosa), pai e filho, irmãos entre si, irmãs entre si, primos entre si, primas entre si, amigos entre si, e amigas entre si, todas seriam relações homoafetivas. Ou "homossexual" seria um auto-pleonasmo por em "homo" já implicar homossexual, ou "afetivo" implica em relação sexual.

Do ponto de vista pasquailco, não tem jeito não, é um termo tosco mesmo, talvez até mais que o termo "pasqualico". E mesmo sem levar isso em consideração, é totalmente desnecessário para o ponto que se quer fazer.


Citar
O simples fato de nossas leis não terem se adaptado à realidade não desnatura que uma relação entre homossexuais tenha as mesmas características e consequências fáticas que uma relação entre heterossexuais. Assim, ao incluir o afeto, a desembargadora pretendia demonstrar que tais relações também são consideradas 'família', já que o conceito jurídico desta inclui relação de afeto.

O conceito jurídico de casamento heterossexual inclui afeto, sem no entanto haver qualquer designação como "heteroafetiva", "conjujoafetiva" ou qualquer invencionice do tipo.  


Citar
Não nego que o termo 'homossexualidade' sirva perfeitamente para aqueles que se relacionam com pessoas do mesmo sexo. No entanto, ao utilizar 'afetividade', o termo foi ampliado, não se restringindo apenas à ótica da opção sexual do indivíduo. E não, o termo não foi cunhado porque homossexualidade denota promiscuidade, mas sim para dar às relações homossexuais uma característica inerente ao conceito jurídico de 'família'.

Essas últimas colocações são contraditórias. Primeiramente, nunca foi necessário cunhar um termo análogo para o conceito de família para a situação heterossexual, e, a suposta necessidade disso tem sim implícito que o termo "homossexual" caracterizaria uma relação estritamente sexual (não necessariamente promíscua, não foi o que quis dizer incialmente, mas sim que por definição se baseasse só em atração sexual), que é insuficiente para designar uma situação de um casal (e não família, porque até onde estou entendendo a "homoafetividade" é apenas entre os conjujes, e não entre eles e eventuais filhos ou filhas - aí seria só afetividade comum mesmo) normal, com um relacionamento baseado não apenas em atração sexual.

Offline Lua

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Re: Escolas ainda não sabem lidar com os alunos gays
« Resposta #22 Online: 30 de Abril de 2009, 21:33:59 »

Buckaroo, pensei que havia sido clara o suficiente, mas pelo visto não devo ter sido. Vamos lá.

A CF reconhece como casamento ou união estável a união entre pessoas de sexos diferentes, ou seja, um homem e uma mulher. O mesmo faz o Código Civil de 2002, ou seja, o nosso ordenamento jurídico não reconhece a união entre pessoas do mesmo sexo, impedindo que sejam realizados casamentos ou reconhecidas as uniões estáveis entre pessoas homossexuais. O fato da CF ser a lei maior do país impede que tribunais, juízes ou quaisquer outras entidades dêem efeitos civis à união entre pessoas do mesmo sexo, pouco importa se realizando um casamento ou reconhecendo uma união estável em uma ação.

Acontece que (isso é história: como o direito precisa adaptar-se a sociedade e como os doutrinadores são de fundamental importância para que isso ocorra) nossos juízes e tribunais reconhecem a união entre pessoas do mesmo sexo como um contrato de sociedade ou patrimonial, ou seja, não há reconhecimento do vínculo de afeto e objetivos comuns que rege a idéia de casamento ou união estável. Essa situação gerou e tem gerado uma série de divergências, vez que alguns juízes reconhecem que esses dois requisitos (afeto e objetivos comuns)não apenas podem estar presentes numa relação entre pessoas homossexuais, mas podem constituir o próprio cerne da união entre ambos.

Ao criar esse termo, Maria Berenice quis dizer à sociedade o seguinte: "Olhem aqui, essas duas pessoas, mesmo sendo do mesmo sexo, estão unidas por laços de afetividade. Essas duas pessoas são uma família como qualquer outra". Assim como qualquer movimento ou tendência em prol de uma causa, novos termos surgem e nem por isso precisam ser desvalorizados. Vale lembrar que, historicamente, o termo foi cunhado com um objetivo inicialmente jurídico, já que visava mostrar às partes e demais entes do judiciário que aquela situação existia, apesar de não disciplinada pela lei suprema do país.

Que fique claro: o que já existe e se encontra positivado e reconhecido pela sociedade pouco ou nunca precisa de uma nova terminologia. O que está posto, naturalmente é. O que não está, necessariamente passará por um processo que suavizará os termos utilizados. Antes, era 'homossexualismo', que foi descartado por tratar a atração por pessoas do mesmo sexo como uma doença. Agora, 'homossexualidade', que implica num jeito de ser - terminologia ainda utilizada por ser considerada válida. E 'homoafetividade', porque homossexuais tem sim, uma relação de afeto que precisa ser reconhecida por lei. E que fique claro: afetividade numa relação em que só se consideram os efeitos patrimoniais.

Não é porque julgamos desnecessário que algo deixa de ser importante para aqueles que o representam. E também não há porque nos preocuparmos com o emprego dos termos que consideramos toscos ou irritantes, basta que nos esquivemos de usá-los. :ok:
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Offline Pedro Reis

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Re: Escolas ainda não sabem lidar com os alunos gays
« Resposta #23 Online: 30 de Abril de 2009, 22:20:24 »
Mas afinal porque isso é tão importante?

Alguém já parou para se perguntar porque damos ( nós, a sociedade ) tanta importância a isto.

Antigamente não só a homossexualidade mas a própria sexualidade era tabu. Era como se as namoradas começassem a fazer sexo com os namorados a sociedade fosse degenerar, talvez a desordem social, o caos completo, mas hoje isso é normal e nada mudou.

As pessoas precisam parar e se perguntar afinal porque estão dando tanta importância pra isso.

Porque é "esquisito"? Esquisito é convenção. Mulher trabalhar fora já foi esquisito, hoje as pessoas andam com cabelo cor de abóbora na rua. Nada mais é esquisito.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Escolas ainda não sabem lidar com os alunos gays
« Resposta #24 Online: 30 de Abril de 2009, 22:23:56 »

Buckaroo, pensei que havia sido clara o suficiente, mas pelo visto não devo ter sido. Vamos lá.

A CF reconhece como casamento ou união estável a união entre pessoas de sexos diferentes, ou seja, um homem e uma mulher. O mesmo faz o Código Civil de 2002, ou seja, o nosso ordenamento jurídico não reconhece a união entre pessoas do mesmo sexo, impedindo que sejam realizados casamentos ou reconhecidas as uniões estáveis entre pessoas homossexuais. O fato da CF ser a lei maior do país impede que tribunais, juízes ou quaisquer outras entidades dêem efeitos civis à união entre pessoas do mesmo sexo, pouco importa se realizando um casamento ou reconhecendo uma união estável em uma ação.

Acontece que (isso é história: como o direito precisa adaptar-se a sociedade e como os doutrinadores são de fundamental importância para que isso ocorra) nossos juízes e tribunais reconhecem a união entre pessoas do mesmo sexo como um contrato de sociedade ou patrimonial, ou seja, não há reconhecimento do vínculo de afeto e objetivos comuns que rege a idéia de casamento ou união estável. Essa situação gerou e tem gerado uma série de divergências, vez que alguns juízes reconhecem que esses dois requisitos (afeto e objetivos comuns)não apenas podem estar presentes numa relação entre pessoas homossexuais, mas podem constituir o próprio cerne da união entre ambos.

Ao criar esse termo, Maria Berenice quis dizer à sociedade o seguinte: "Olhem aqui, essas duas pessoas, mesmo sendo do mesmo sexo, estão unidas por laços de afetividade. Essas duas pessoas são uma família como qualquer outra". Assim como qualquer movimento ou tendência em prol de uma causa, novos termos surgem e nem por isso precisam ser desvalorizados. Vale lembrar que, historicamente, o termo foi cunhado com um objetivo inicialmente jurídico, já que visava mostrar às partes e demais entes do judiciário que aquela situação existia, apesar de não disciplinada pela lei suprema do país.

Que fique claro: o que já existe e se encontra positivado e reconhecido pela sociedade pouco ou nunca precisa de uma nova terminologia. O que está posto, naturalmente é. O que não está, necessariamente passará por um processo que suavizará os termos utilizados. Antes, era 'homossexualismo', que foi descartado por tratar a atração por pessoas do mesmo sexo como uma doença. Agora, 'homossexualidade', que implica num jeito de ser - terminologia ainda utilizada por ser considerada válida. E 'homoafetividade', porque homossexuais tem sim, uma relação de afeto que precisa ser reconhecida por lei. E que fique claro: afetividade numa relação em que só se consideram os efeitos patrimoniais.

Não é porque julgamos desnecessário que algo deixa de ser importante para aqueles que o representam. E também não há porque nos preocuparmos com o emprego dos termos que consideramos toscos ou irritantes, basta que nos esquivemos de usá-los. :ok:

Sem querer ser chato, mas continuo pensando exatamente as mesmas coisas:

 - não foi necessário cunhar "heteroafetividade" para estabelecer que pessoas de sexos diferentes que se casam tem uma relação afetiva, não era necessário para homossexuais. Tudo bem, foi com boa intenção a criação do termo, tomara que dê certo o que se pretende mudar, se é que é realmente significativo e não apenas simbólico. O meu ponto é só uma frescura, ranço quanto a essa questão de ficarem decretando termos e significados arbitrariamente. Outros países provavelmente já resolveram ou vão poder resolver a questão da melhor forma possível, sem ter que cunhar ou promover termos como "homoaffectiveness".

Mesmo a questão do "homossexualismo" eu considero uma tosqueira, simplesmente inventaram que a terminação "ismo" designa doença, sei lá de onde, e declararam palavrão, quando o ponto era tão somente que não era mais classificado como doença. Há práticas/"jeitos de ser" com terminação ismo que não são doenças, e condições de saúde debilitada/doença que terminam em "ade".



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PS.: Esqueci de algo quase principal. Não teria tanto problema se fosse simplesmente não usar os termos com os quais não concorda, o problema é que esses movimentos politicamente corretos ficam promovendo, decretando, que determinados termos são pejorativos e preconceituosos. Isso tanto faz alguém poder parecer querer ser ofensivo quando não quer, quanto pior, fazer as pessoas se sentirem ofendidas quando não há ofensa. Isso não é exagero meu, nos EUA já teve um rebuliço e demissão porque alguém usou a palavra "niggardly" que significa "de forma avarenta, muito econômica", e que parece, mas não é, derivada de "nigger", que é um termo ofensivo para negros.

 

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