É genético também. Mas o que importa é como a gente acha um sujeito assim tão dissimulado e que parece ser confiável, e que pode chegar a matar... sem nem pensar duas vezes....
Eu me lembro de pelo menos dois casos onde os criminosos alegaram, durante a defesa, uma aberração cromossômica para justificar seus crimes: um deles possuía um cromossomo feminino extra (YXX), ao passo que o outro possuía um cromossomo masculino extra (YYX).
Pesquisas que buscam descobrir fatores físicos (não emocionais) para explicar o comportamento de psicopatas e criminosos violentos foram feitas e descobriram alguns resultados intrigantes: desde alterações na estrutura cerebral até ferimentos causados por algum tipo de trauma na cabeça (pancadas, etc.).
Mesmo assim nenhuma delas conseguiu disassociar completamente o comportamento violento e criminoso de algum catalisador emocional. Uma pessoa com um cromossomo masculino extra poderia produzir mais testosterona e se tornar um excelente desportista, ao invés de se tornar um psicopata e arrancar a pele de jovens mulheres em torturas sadomasoquistas.
OBSERVAÇÃO: são vários medicos e pesquisas diferentes, vou tentar organizar as fontes e depois as coloco aqui.
E agora que você falou, vem uma outra pergunta. Você diz: A crença em um deus ou deuses também é uma construção social e cultural a que estamos sujeitos, ou seja, somos levados desde criança, a maioria de nós acredito eu, a crer em algo. E depois diz: Muitos dos psicopatas apresentaram um histórico de vida que mostravam maltratos na infância, além uma série de fatores onde era claro o peso da herança social e cultural no desenvolvimento da psicopatia deles. Então se eles fossem criados num "lar cristão"*, cheio de valores e princípios éticos, sem maus tratos, eles não seriam psicopatas? De certa forma ser criado numa religião influi em não se tornar um psicopata? De alguma forma desenvolve aquela parte do cérebro que impõe limites?
Quando falei da religião, eu me referi a ela como uma construção sócio-cultural aprimorada durante séculos como o único instrumento para definirmos o que é moral e ético numa sociedade, e quando me referi ao peso da herança sócio-cultural, estava me atendo principalmente aqueles que sofreram maltratos e abusos na infância. Resumindo: me referi primeiramente a sociedade como um todo e depois apenas ao ambiente familiar.
Ser criado num lar cristão e ainda assim ser um psicopata pode ser reflexo de como as pessoas vivenciam a religião, o próprio fato de se impor limites a uma criança pode ser uma violência, dependendo da maneira de como isso é feito. Alguns psicopatas se automutilavam, imagine uma criança com tendências masoquistas sendo surrada cada vez que fazia algo errado? Era a glória! (Pode até parecer, mas isso não foi uma tentativa de se fazer piada). Lembrando aqui que a bíblia orienta os pais a castigarem fisicamente seus filhos.
Em muitos lares religiosos podemos encontrar coisas como: aversão a homossexuais, o sexo como tabu ( ou algo pecaminoso e sujo), possessões demoníacas como desculpa para vários problemas, adultos dominadores, restrições a coisas triviais (festas, roupas, maquiagens...), ou seja, nem todos são ambientes saúdaveis ou pelo menos capazes de refrear um comportamento violento.
Além de que também temos o fato de que uma criança terá que obrigatoriamente se socializar com outras pessoas, seja na escola ou qualquer outro ambiente. Um lar perfeitamente seguro pode deixá-la incapacitada para se defender de um ambiente hostil e uma criança medrosa será, quase sempre, um adulto medroso, mas também pode se tornar alguém vingativo e cruel, se vingando das próprias humilhações em outras pessoas, ou então, se projetando em suas vítimas e tentando, de alguma forma, eliminar o seu próprio EU que ele rejeita ou tentando se vingar de seu passado.
Não existe uma regra ou uma fórmula para se criar ou se descobrir um psicopata, mesmo que todos compartilhem muitas coisas em comum, é perigoso se afirmar que sabemos exatamente o que acontecerá com uma criança X num ambiente Y.
Assim como houveram estudos que mostraram que vários criminosos possuiam certas características que condiziam com o perfil de um psicopata, outros trabalhos mostraram soldados que voltaram da guerra sofrendo também diversas desordens de ordem psicológica, sendo alguns tendo que ser aposentados prematuramente.
A pergunta é: esse soldados já possuíam alguma propensão a esses problemas ou apenas a guerra e alguns agentes químicos foram responsáveis por isso? *
* eu não sei qual a postura do departamento de defesa americano sobre isso, mas não creio que eles estejam propensos a apoiar pesquisas que mostrem que seus soldados podem ser ou terem se tornado psicopatas.
Acredito que que não exista apenas uma parte do cérebro responsável por impor limites, o que sei é que o sistema límbico é responsável pelas nossas emoções, e danos ou defeitos congênitos nessa área podem levar um sujeito a ter problemas para lidar com emoções como medo e raiva, socialização e instintos primários.
Pai, mãe, tudo certinho, sem rejeição por parte de ninguém, sem divorcios, padrastos, madrastas, e etc...
Um dos mais conhecidos serial killers americanos, Ted Bundy, teve uma infância normal. Anos mais tarde ele descobriu que sua "irmã" era na verdade sua mãe e que seus "pais" eram seus avós, além disso, sua noiva a época rompeu o noivado. Só para constar, alguns anos depois ele reatou essa relação, só para abandoná-la algum tempo depois. Teve a sua vingança, rejeitou a mulher que o rejeitará. Um dos perfis do psicopata: sempre estar no controle.
O biótipo de suas vítimas era muito parecido com o da sua ex-noiva e também o da sua mãe. Jovens, cabelos compridos e divididos ao meio.
Seu lar não era perfeito, mas estava longe de ser um inferno na terra. Talvez outros indícios de sua loucura tenham sido deixados de lado ou ninguém tenha dado importância, mas o fato é que ele projetou a mãe e a ex-noiva nas suas vítimas. Talvez ele tivesse feito a mesma coisa por motivos diferentes, mas não temos como saber. De qualquer forma, sendo um problema físico ou não, algum fator emocional quase sempre está envolvido quando os psicopatas começam a praticar seus crimes.