Autor Tópico: Psicopatia e Ateísmo  (Lida 16992 vezes)

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Offline calvino

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Re: Psicopatia e Ateísmo
« Resposta #25 Online: 06 de Maio de 2009, 13:52:49 »
Se cuida ! Nos já sabemos que gosta de Calvin ...  :twisted:


 :medo:
"Se a moralidade representa o modo como gostaríamos que o mundo funcionasse, a economia representa o modo como ele realmente funciona" Freakonomics.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Psicopatia e Ateísmo
« Resposta #26 Online: 06 de Maio de 2009, 21:06:54 »
É genético também. Mas o que importa é como a gente acha um sujeito assim tão dissimulado e que parece ser confiável, e que pode chegar a matar... :medo: sem nem pensar duas vezes....

Eu me lembro de pelo menos dois casos onde os criminosos alegaram, durante a defesa, uma aberração cromossômica para justificar seus crimes: um deles possuía um cromossomo feminino extra (YXX), ao passo que o outro possuía um cromossomo masculino extra (YYX).

Pesquisas que buscam descobrir fatores físicos (não emocionais) para explicar o comportamento de psicopatas e criminosos violentos foram feitas e descobriram alguns resultados intrigantes: desde alterações na estrutura cerebral até ferimentos causados por algum tipo de trauma na cabeça (pancadas, etc.).

Mesmo assim nenhuma delas conseguiu disassociar completamente o comportamento violento e criminoso de algum catalisador emocional. Uma pessoa com um cromossomo masculino extra poderia produzir mais testosterona e se tornar um excelente desportista, ao invés de se tornar um psicopata e arrancar a pele de jovens mulheres em torturas sadomasoquistas.

A hipótese de super-macho era que homens com cromossomo (masculino) Y extra  seriam especialmente mais violentos, mas mais tarde se averiguou não ser o caso. Verificaram até que o próprio sujeito inspirador da teoria na verdade nem tinha dois cromossomos Y.

Praticamente tudo é um pouco genético, porque somos feitos de genes. Por enquanto, não sei de algo como terem achado o "gene do psicopata", e que eu saiba, é um coquetel de características que faz um psicopata, não é uma "entidade" uniforme, e a genética desses traços pode muito bem ser plenamente normal, mesmo que sub componentes do perfil psicopata apresentem variações hereditárias.


Offline Dodo

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Re: Psicopatia e Ateísmo
« Resposta #27 Online: 06 de Maio de 2009, 21:22:51 »
Praticamente tudo é um pouco genético, porque somos feitos de genes. Por enquanto, não sei de algo como terem achado o "gene do psicopata", e que eu saiba, é um coquetel de características que faz um psicopata, não é uma "entidade" uniforme, e a genética desses traços pode muito bem ser plenamente normal, mesmo que sub componentes do perfil psicopata apresentem variações hereditárias.

Eu esqueci de colocar anteriormente que as defesas alegando aberração cromossômica não funcionaram, justamente porque apenas elas não explicavam o comportamento violento.

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Alfred E. Newman

Offline Fabi

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Re: Psicopatia e Ateísmo
« Resposta #28 Online: 07 de Maio de 2009, 22:07:45 »
Charles Manson achava que era Jesus.

Jim Jones lembra dele?
Sim, mas existem vários tipos de psicopatas e nem todos viram um líder maluco que nem Jim Jones e Stalin.

A propósito, considerando os critérios para se definir um psicopata, porque você considera Stalin como sendo um deles?
Porque ele se encaixa nesse perfil:

2 - O Psicopata Malévolo: Juntamos aqui as características que Millon atribui aos subtipos Malévolo, Tirânico e Maléfico, por razões didáticas e por considerar que todos três comumente se manifestam numa mesma pessoa.

Os Psicopatas Malévolos são particularmente vingativos e hostis. Seus impulsos são descarregados num desafio maligno e destrutivo da vida social convencional. Eles têm algo de paranóicos na medida em que desconfiam exageradamente dos outros e, antecipando traições e castigos, exercem uma crueldade fria e um intenso desejo de vingança.

Além de esses psicopatas repudiarem emoções ternas, há neles uma profunda suspeita de que os bons sentimentos dos demais são sempre destinados a enganá-los. Adotam uma atitude de ressentimento e de propensão a buscar revanche em tudo, tendendo dirigir a todos seus impulsos vingativos. Alguns traços desses psicopatas se parecem com os sádicos e/ou paranóides, com características beligerantes, mordazes, rancorosos, viciosos, malignos, frios, brutais, truculentos e vingativos, fazendo, dessa forma, com que muitos deles se revelem assassinos e assassinos seriais.

Quando os Psicopatas Malévolos enfrentam à lei e sofrem sanções judiciais, ao invés de se corrigirem, aumentam ainda mais seu desejo de vingança. Quando se situam em alguma posição de poder, eles atuam brutalmente para confirmar sua imagem de força.

Irritados pelo freqüente repúdio social que despertam, esses Psicopatas Malévolos estão continuamente experimentando uma necessidade de retribuição agressiva, a qual pode, eventualmente, expressar-se abertamente em atentados coletivos ou atitudes anti-sociais (a luta sociedade versus eu). De qualquer forma, nunca demonstram a o mínimo sentimento de culpa ou arrependimentos por seus atos violentos. Ao invés disso, mostram uma arrogante depreciação pelos direitos dos outros.

É curioso o fato desses psicopatas serem capazes de dar uma explicação racional aos conceitos éticos, capazes de conhecerem a diferença entre o que é certo e errado, mas, não obstante, são incapazes de experimentar tais sentimentos.

A noção ética faz com que o Psicopata Malévolo defina melhor os limites de seus próprios interesses e não perca o controle de suas ações. Esse tipo de psicopata se encontra entre os mais ameaçantes e cruéis. Ele é invariavelmente destrutivo, sem misericórdia e desumano.


Pelo que eu lí da biogradia de stalin, pelo que ele fez a ucrânia, os expurgos e etc.

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Offline Fabi

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Re: Psicopatia e Ateísmo
« Resposta #29 Online: 07 de Maio de 2009, 22:17:45 »
Charles Manson achava que era Jesus.

Jim Jones lembra dele?
Sim, mas existem vários tipos de psicopatas e nem todos viram um líder maluco que nem Jim Jones e Stalin.

Mas existiram Jim Jones ou caras como Manson, então psicopatas podem sim ser inclusive líderes de seitas malucas.
Sim, mas existem outros tipos de psicopatas. Aqueles extremamente espertos e sedutores, que bancam os frágeis e honestos, e depois dão o bote. Teve um serial killer que agia assim, ele tinha um gesso falso na perna (como se tivesse com a perna quebrada), pedia ajuda e assim pegava suas vítimas....
Citar
Alguém tão mentiroso e egocentrico não parece ser compatível com crença em deus ou deuses... Confused Religião é  tudo que um psicopata não quer... moral, regras, ética, proibe a mentira, manda amar um deus acima de tudo.

Mas Fabi, as regras são para os outros, nesse 'esquema' um psicopata pode tudo porque é enviado de Deus.
Mas psicopatas tem ausência de delírios. É o louco consciente. Sabe que tá errado, não se importa, e ainda é frio e calculista. E mentiroso, o psicopata mente tão bem que é dificil saber quando ele está mentindo.

Tem uma frase que se encaixa perfeitamente num tipo psicopata: "O grande mérito do demônio é convencer a todos de que ele não existe." O psicopata entra num ambiente, seduz todo mundo, manipula e quando vai ver a gente está sob o controle dele e nem percebe, e aí ele vai fazendo suas vítimas.

E entre os tantos tipos de psicopatia o que é comum em todos é: ser mentiroso, sedutor, e não ter cara de louco...
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Re: Psicopatia e Ateísmo
« Resposta #30 Online: 07 de Maio de 2009, 22:20:38 »
Na idade média a tortura e incineração de pessoas vivas era até moda.... Se estes religiosos (que assassinaram em nome de deus) não entram na classificação de psicopatas, então alguns religiosos podem ser piores que psicopatas.
A diferença é que o psicopata é o louco consciente... Ele sabe que é errado queimar pesoas vivas, mas faz isso. É diferente de ser doido e acreditar mesmo que queimar pessoas vivas é certo. Entende?
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Re: Psicopatia e Ateísmo
« Resposta #31 Online: 07 de Maio de 2009, 22:31:07 »
Alguns psicopatas se automutilavam, imagine uma criança com tendências masoquistas sendo surrada cada vez que fazia algo errado? Era a glória! (Pode até parecer, mas isso não foi uma tentativa de se fazer piada). Lembrando aqui que a bíblia orienta os pais a castigarem fisicamente seus filhos.
Eu sei, mas os psicopatas se automutilam pra todo mundo ter pena dele...E assim assumir o controle da situação...

Não existe uma regra ou uma fórmula para se criar ou se descobrir um psicopata, mesmo que todos compartilhem muitas coisas em comum, é perigoso se afirmar que sabemos exatamente o que acontecerá com uma criança X num ambiente Y.
Eu sei. Esse é o desafio para os cientistas. Como descobrir um psicopata? Como tratar (curar) um psicopata? (fora a parte de ficar pelo menos 100 km longe).
Assim como houveram estudos que mostraram que vários criminosos possuiam certas características que condiziam com o perfil de um psicopata, outros trabalhos mostraram soldados que voltaram da guerra sofrendo também diversas desordens de ordem psicológica, sendo alguns tendo que ser aposentados prematuramente.

A pergunta é: esse soldados já possuíam alguma propensão a esses problemas ou apenas a guerra e alguns agentes químicos foram responsáveis por isso? *
Esse é o desafio dos cientistas. O que faz uma pessoa ser psicopata?
 
Um dos mais conhecidos serial killers americanos, Ted Bundy, teve uma infância normal. Anos mais tarde ele descobriu que sua "irmã" era na verdade sua mãe e que seus "pais" eram seus avós, além disso, sua noiva a época rompeu o noivado. Só para constar, alguns anos depois ele reatou essa relação, só para abandoná-la algum tempo depois. Teve a sua vingança, rejeitou a mulher que o rejeitará. Um dos perfis do psicopata: sempre estar no controle.
Essa foi a ruptura, quando um evento traumático faz uma pessoa normal ser uma pessoa doida (mesmo que um doido consciente, como o psicopata).
De qualquer forma, sendo um problema físico ou não, algum fator emocional quase sempre está envolvido quando os psicopatas começam a praticar seus crimes.
Sim, mas não é só isso, a pessoa tem que ter predisposição genética. E por que a pessoa virou um psicopata e não um esquizofrenico? Ou um borderline? Por que a pessoa tem que virar psicopata?
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Offline Dodo

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Re: Psicopatia e Ateísmo
« Resposta #32 Online: 08 de Maio de 2009, 12:25:44 »
A pessoa não TEM que virar psicopata, a pessoa PODE virar psicopata.

Estudos apontam que a influência genética na psiocopatia pode ser poligênica, ou seja, quem sabe jamais descubramos um "gene psicopata".

Pesquisas comportamentais indicam que crianças são influenciadas também por outras crianças, até mais do que pelos próprios pais, para quem tem filhos isso parce meio óbvio, quem nunca ouviu algo assim: "Onde você aprendeu isso menino?"

Olhe essa notícia:

Citar
Bullying aumenta chances de criança ter comportamento psicótico

Receber xingamentos na escola, apelidos ou outros tipos de ações que as crianças enfrentam na escola podem trazer consequências sérias ao desenvolvimento da personalidade. As vítimas do chamado bullying têm o dobro de chances de desenvolver comportamento psicótico no início da adolescência. O dado é resultado de uma pesquisa da Universidade de Warwick, na Inglaterra. Se a criança é exposta a situações de constrangimento e coerção por um longo período, o risco aumenta em até quatro vezes.

O estudo acompanhou mais de seis mil crianças do nascimento até a idade de 13 anos, monitoradas ano a ano (a partir dos sete anos) por meio de entrevistas e testes psicológicos, além de questionários respondidos pelos pais.

Aos 13 anos, os participantes do levantamento foram entrevistados para a verificação de qualquer sintoma psicótico, como alucinações, manias de perseguição ou pensamentos bizarros. "A pesquisa mostrou que ser vitimizado pode afetar seriamente a maneira de perceber o mundo, aumentando as chances de desenvolver sintomas psicóticos na adolescência e também na vida adulta", diz o professor de psicologia Dieter Wolke, chefe da pesquisa.

Segundo a pesquisa, 13,7% das crianças foram vítimas de bullying durante vários anos. Já 5,2 % delas também foram vítimas de agressões físicas, além das emocionais. "Toda criança enfrenta conflitos de vez em quando, aprende por meio deles e também como lidar com tais situações. No caso do bullying, falamos de ações repetidas e sistemáticas de abuso de poder com a intenção de ferir ou humilhar", diz Wolke.

Entenda o Bulliying
A expressão, sem tradução para o português, é usada para explicar atitudes agressivas de coerção e intimidação que são praticadas entre estudantes, nas escolas. A ação pode ser praticada por um ou mais alunos contra uma pessoa ou um grupo, causando dor e angústia.

Algumas das situações que são identificadas como bulliyng: colocar apelidos, gozar, discriminar, excluir, intimidar, perseguir, amedrontar, ferir, roubar, bater, quebrar objetos pessoais, humilhar, chutar, empurrar.

Fonte: http://mulher.terra.com.br/interna/0,,OI3749037-EI1377,00-Bullying+aumenta+chances+de+crianca+ter+comportamento+psicotico.html

A pesquisa que visa buscar explicações para certos padrões de comportamento tem analisado gêmeos criados em ambientes diferentes, crianças adotadas e das quais também se conhece os pais biológicos, famílias formadas por crianças de pais diferentes, etc.

Essas pesquisas fecharam a questão sobre haver um componente genético no comportamento? Não.

Como eu disse anteriormente, o comportamento tem grandes chances de ser poligênico, mas não se pode eliminar fatores externos.
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Alfred E. Newman

Offline Fabi

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Re: Psicopatia e Ateísmo
« Resposta #33 Online: 13 de Maio de 2009, 02:09:06 »
Psicóticos são psicopatas? :hein:
 
Eu to falando de psicopatas, aquelas pessoas inteligentes e cruéis...e não de quem parece louco...
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Offline N3RD

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Re: Psicopatia e Ateísmo
« Resposta #34 Online: 13 de Maio de 2009, 08:17:26 »
Seria isto igual a afirmar que todo terrorista é religioso ?

Se os psicopatas vierem a acreditar em deus eles não matariam ?

Ateus são descontrolados emocionalmente ?
Não deseje.

Offline Dodo

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Re: Psicopatia e Ateísmo
« Resposta #35 Online: 13 de Maio de 2009, 09:15:46 »
Psicóticos são psicopatas? :hein:
 
Eu to falando de psicopatas, aquelas pessoas inteligentes e cruéis...e não de quem parece louco...

Não estou dizendo que psicóticos são psicopatas, está tudo esclarecido no que já escrevi até aqui e também nos links que você mesma postou. Até o momento ninguém fechou a questão sobre a gênese de um psicopata, assim como não existe nenhuma evidência que psicopatas tendem a ser ateus ou vice-versa.
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Offline Fabi

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Re: Psicopatia e Ateísmo
« Resposta #36 Online: 13 de Maio de 2009, 11:57:44 »
Psicóticos são psicopatas? :hein:
 
Eu to falando de psicopatas, aquelas pessoas inteligentes e cruéis...e não de quem parece louco...

Não estou dizendo que psicóticos são psicopatas, está tudo esclarecido no que já escrevi até aqui e também nos links que você mesma postou. Até o momento ninguém fechou a questão sobre a gênese de um psicopata, assim como não existe nenhuma evidência que psicopatas tendem a ser ateus ou vice-versa.
Mas psicopatia é a personalidade narcisista malévola....Ninguém consegue perceber que uma personalidade narcisista não cultuaria outra coisa além dele mesmo?

E não é que eles tendem a ser ateus, é que eles não tendem a cultuar um deus...para os psicopatas eles são o próprio deus, e não uma outra entidade abstrata superior...
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Offline Lua

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Re: Psicopatia e Ateísmo
« Resposta #37 Online: 13 de Maio de 2009, 13:21:41 »
Mês passado um dos maiores estudiosos sobre a psicopatia deu uma entrevista à revista Veja. Aqui vai ela:

Citar
Psicopatas no divã

O psicólogo canadense, criador de uma escala usada
para medir os graus de psicopatia, explica por que uma
pessoa aparentemente normal pode fazer as piores
coisas sem sentir remorso


O trabalho do psicólogo canadense Robert Hare, de 74 anos, confunde-se com quase tudo o que a ciência descobriu sobre os psicopatas nas últimas duas décadas. Foi ele quem, em 1991, identificou os critérios hoje universalmente aceitos para diagnosticar os portadores desse transtorno de personalidade. Hare começou a aproximar-se do tema ainda recém-formado, quando, trabalhando com detentos de uma prisão de segurança máxima nas proximidades de Vancouver, ficou intrigado com uma questão: "Eu queria entender o motivo pelo qual, em alguns seres humanos, a punição não tem efeito algum". A curiosidade levou-o até os labirintos da psicopatia – doença para a qual, até hoje, não se vislumbra cura. "O que tentamos agora é reduzir os danos que ela causa, aos seus portadores e aos que os cercam."

Um psicopata nasce psicopata?

Ninguém nasce psicopata. Nasce com tendências para a psicopatia. A psicopatia não é uma categoria descritiva, como ser homem ou mulher, estar vivo ou morto. É uma medida, como altura ou peso, que varia para mais ou para menos.

O senhor é o criador da escala usada mundialmente para medir a psicopatia. Quais são as características que aproximam uma pessoa do número 40, o grau máximo que sua escala estabelece?
As principais são ausência de sentimentos morais – como remorso ou gratidão –, extrema facilidade para mentir e grande capacidade de manipulação. Mas a escala não serve apenas para medir graus de psicopatia. Serve para avaliar a personalidade da pessoa. Quanto mais alta a pontuação, mais problemática ela pode ser. Por isso, é usada em pesquisas clínicas e forenses para avaliar o risco que um determinado indivíduo representa para a sociedade.

Todo psicopata comete maldades?
Não necessariamente com o intuito de cometer a maldade. Os psicopatas apresentam comportamentos que podem ser classificados de perversos, mas que, na maioria dos casos, têm por finalidade apenas tornar as coisas mais fáceis para eles – e não importa se isso vai causar prejuízo ou tristeza a alguém. Mas há os psicopatas do tipo sádico, que são os mais perigosos. Eles não somente buscam a própria satisfação como querem prejudicar outras pessoas, sentem felicidade com a dor alheia.

Até que ponto a associação entre a figura do psicopata e a do serial killer é legítima?
A estimativa é que cerca de 1% da população mundial preencheria os critérios para o diagnóstico de psicopatia. Nos Estados Unidos, haveria, então, cerca de 3 milhões de psicopatas. Se o número de serial killers em atividade naquele país for, como se acredita, de aproximadamente cinquenta, isso significa que a participação desses criminosos no universo de psicopatas é muito pequena. Por outro lado, segundo um estudo do psiquiatra americano Michael Stone, cerca de 90% dos serial killers seriam psicopatas.

Em que medida o ambiente influencia na constituição de uma personalidade psicopata?
Na década de 20, John B. Watson, um estudioso de psicologia comportamental, dizia que, ao nascer, nós somos como páginas em branco: o ambiente determina tudo. Na sequência, entrou em voga o termo sociopata, a sugerir que a patologia do indivíduo era fruto do ambiente – ou seja, das suas condições sociais, econômicas, psicológicas e físicas. Isso incluía o tratamento que ele recebeu dos pais, como foi educado, com que tipo de amigos cresceu, se foi bem alimentado ou se teve problemas de nutrição. Os adeptos dessa corrente defendiam a tese de que bastava injetar dinheiro em programas sociais, dar comida e trabalho às pessoas, para que os problemas psicológicos e criminais se resolvessem. Hoje sabemos que, ainda que vivêssemos uma utopia social, haveria psicopatas.

Como se chegou a essa conclusão?
Na década de 60, vários estudiosos, inclusive eu, começaram a pesquisar a reação de um grupo de psicopatas a situações que, em pessoas normais, produziriam efeitos sobre o sistema nervoso autônomo. Quando se está na expectativa da ocorrência de algo desagradável, a preocupação do indivíduo transparece por meio de tremores, transpiração e aceleração cardíaca. Os psicopatas estudados, mesmo quando confrontados com situações de tensão, não exibiam esses sintomas. Isso reforçou a conclusão de que existem diferenças cerebrais entre psicopatas e não psicopatas. Pouco a pouco, essas diferenças vêm sendo mapeadas.

É possível observar sinais que indiquem que uma criança pode se tornar um adulto psicopata?
Não há nada que indique que uma criança forçosamente se transformará num psicopata, mas é possível notar que algo pode não estar funcionando bem. Se a criança apresenta comportamentos cruéis em relação a outras crianças e animais, é hábil em mentir olhando nos olhos do interlocutor, mostra ausência de remorso e de gratidão e falta de empatia de maneira geral, isso sinaliza um comportamento problemático no futuro.

Os pais podem interferir nesse processo?
Sim, para o bem e para o mal, mas nunca de forma determinante. O ambiente tem um grande peso, mas não mais do que a genética. Na verdade, ambos atuam em conjunto. Os pais podem colaborar para o desenvolvimento da psicopatia tratando mal os filhos. Mas uma boa educação está longe de ser uma garantia de que o problema não aparecerá lá na frente, visto que os traços de personalidade podem ser atenuados, mas não apagados. O que um ambiente com influências positivas proporciona é um melhor gerenciamento dos riscos.

Os psicopatas têm consciência de que são diferentes?
A consciência, o processo de avaliar se algo deve ser feito ou não, envolve não somente o conhecimento intelectual, mas também o aspecto emocional. Do ponto de vista intelectual, o psicopata pode até saber que determinada conduta é condenável, mas, em seu âmago, ele não percebe quão errado é quebrar aquela regra. Ele também entende que os outros podem pensar que ele é diferente e que isso é um problema, mas não se importa. O psicopata faz o que deseja, sem que isso passe por um filtro emocional. É como o gato, que não pensa no que o rato sente – se o rato tem família, se vai sofrer. Ele só pensa em comida. Gatos e ratos nunca vão entender um ao outro. A vantagem do rato sobre as vítimas do psicopata é que ele sempre sabe quem é o gato.

É muito difícil identificar um psicopata no dia a dia?
Superficialmente, um psicopata pode parecer um sujeito normal. Mas, ao conhecê-lo melhor, as pessoas notarão que ele é um indivíduo problemático em diversos aspectos da vida. Ele pode ignorar os filhos, mentir sistematicamente ou apresentar grande capacidade de manipulação. Se é flagrado fazendo algo errado, por exemplo, tenta convencer todo mundo de que está sendo mal interpretado.

Um psicopata não sente amor?
Acredito que sim, mas da mesma forma como eu, digamos, amo meu carro – e não da forma como eu amo minha mulher. Usa o termo amor, mas não o sente da maneira como nós entendemos. Em geral, é traduzido por um sentimento de posse, de propriedade. Se você perguntar a um psicopata por que ele ama certa mulher, ele lhe dará respostas muito concretas, tais como "porque ela é bonita", "porque o sexo é ótimo" ou "porque ela está sempre lá quando preciso". As emoções estão para o psicopata assim como o vermelho está para o daltônico. Ele simplesmente não consegue vivenciá-las.

Que figuras históricas podem ser consideradas psicopatas?
É difícil dizer, porque seu comportamento é mediado por relatos de terceiros, e não por um diagnóstico psiquiátrico. Mas o ditador da ex-União Soviética Josef Stalin, por exemplo, era de tal forma impiedoso que talvez possa ser considerado psicopata. O ex-ditador iraquiano Saddam Hussein é outro exemplo. Eu ficaria muito surpreso se ele não preenchesse todos os critérios para a psicopatia. Aliás, Saddam tinha um filho claramente psicopata (Udai Hussein, morto em 2003), dirigente de um time de futebol. Quando o time perdia, ele torturava os jogadores – ou seja, era sádico também. Já o líder nazista Adolf Hitler é um caso mais complexo. Ele provavelmente não era só psicopata.

A psicopatia é incurável?
Por meio das terapias tradicionais, sim. Pegue-se o modelo-padrão de atendimento psicológico nas prisões. Ele simplesmente não tem nenhum efeito sobre os psicopatas. Nesse modelo, tenta-se mudar a forma como os pacientes pensam e agem estimulando-os a colocar-se no lugar de suas vítimas. Para os psicopatas, isso é perda de tempo. Ele não leva em conta a dor da vítima, mas o prazer que sentiu com o crime. Outro tratamento que não funciona para criminosos psicopatas é o cognitivo – aquele em que psicólogo e paciente falam sobre o que deixa o criminoso com raiva, por exemplo, a fim de descobrir o ciclo que leva ao surgimento desse sentimento e, assim, evitá-lo. Esse procedimento não se aplica aos psicopatas porque eles não conseguem ver nada de errado em seu próprio comportamento.

No Brasil, os psicopatas costumam ser considerados semi-imputáveis pela Justiça. Os magistrados entendem que eles até podem ter consciência do caráter ilícito do que cometeram, mas não conseguem evitar a conduta que os levou a praticar o crime. Assim, se condenados, vão para a cadeia, mas têm a pena diminuída. O senhor acha que, do ponto de vista jurídico, os psicopatas são totalmente responsáveis por seus atos?
Eu diria que a resposta é sim. Mas há divergências a respeito e existem muitas investigações em andamento para determinar até que ponto vai a responsabilidade deles em certas situações. Uma corrente de pensamento afirma que o psicopata não entende as consequências de seus atos. O argumento é que, quando tomamos uma decisão, fazemos ponderações intelectuais e emocionais para decidir. O psicopata decide apenas intelectualmente, porque não experimenta as emoções morais. A outra corrente diz que, da perspectiva jurídica, ele entende e sabe que a sociedade considera errada aquela conduta, mas decide fazer mesmo assim. Então, como ele faz uma escolha, deve ser responsabilizado pelos crimes que porventura venha a cometer. Não há dados empíricos que deem apoio a um lado ou a outro. Ainda é uma questão de opinião. Acredito que esse ponto será motivo de discussão pelos próximos cinco ou dez anos, tanto por parte dos especialistas em distúrbios mentais quanto pelos profissionais de Justiça.

O senhor está para publicar um estudo sobre um novo modelo de tratamento para psicopatas. Do que se trata?
Trata-se de um modelo mais afeito à escola cognitiva, em que os pacientes são levados a compreender que até podem fazer algo que desejem, sem que isso seja ruim para os outros. Não vai mudá-los, mas talvez possa atenuar as consequências de suas ações. É um tratamento com ambições relativamente modestas – tem por objetivo a redução de danos.

Fonte:http://veja.abril.com.br/010409/entrevista.shtml

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Offline Lua

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Re: Psicopatia e Ateísmo
« Resposta #38 Online: 13 de Maio de 2009, 14:06:33 »
Como psicopatia é um distúrbio que me interessa enormemente (estou escrevendo um conto que tem como tema central um psicopata), vou postar outro texto, que elucida um pouco a questão da psicopatia e da psicose.

Citar
O que é um psicopata?
Cercada de mitos, a psicopatia nem sempre está associada à violência e, ao contrário do que se imagina, pode ser tratada
por Scott O. Lilienfeld e Hal Arkowitz
   
O termo “psicopata” caiu na boca do povo, embora na maioria das vezes seja usado de forma equivocada. Na verdade, poucos transtornos são tão incompreendidos quanto a personalidade psicopática.

Descrita pela primeira vez em 1941 pelo psiquiatra americano Hervey M. Cleckley, do Medical College da Geórgia, a psicopatia consiste num conjunto de comportamentos e traços de personalidade específicos. Encantadoras à primeira vista, essas pessoas geralmente causam boa impressão e são tidas como “normais” pelos que as conhecem superficialmente.

No entanto, costumam ser egocêntricas, desonestas e indignas de confiança. Com freqüência adotam comportamentos irresponsáveis sem razão aparente, exceto pelo fato de se divertirem com o sofrimento alheio. Os psicopatas não sentem culpa. Nos relacionamentos amorosos são insensíveis e detestam compromisso. Sempre têm desculpas para seus descuidos, em geral culpando outras pessoas. Raramente aprendem com seus erros ou conseguem frear impulsos.

Não é de surpreender, portanto, que haja um grande número de psicopatas nas prisões. Estudos indicam que cerca de 25% dos prisioneiros americanos se enquadram nos critérios diagnósticos para psicopatia. No entanto, as pesquisas sugerem também que uma quantidade considerável dessas pessoas está livre. Alguns pesquisadores acreditam que muitos sejam bem-sucedidos profissionalmente e ocupem posições de destaque na política, nos negócios ou nas artes.

Especialistas garantem que a maioria dos psicopatas é homem, mas os motivos para esta desproporção entre os sexos são desconhecidos. A freqüência na população é aparentemente a mesma no Ocidente e no Oriente, inclusive em culturas menos expostas às mídias modernas. Em um estudo de 1976 a antropóloga americana Jane M. Murphy, na época na Universidade Harvard, analisou um grupo indígena, conhecido como inuíte, que vive no norte do Canadá, próximo ao estreito de Bering. Falantes do yupik, eles usam o termo kunlangeta para descrever “um homem que mente de forma contumaz, trapaceia e rouba coisas e (...) se aproveita sexualmente de muitas mulheres; alguém que não se presta a reprimendas e é sempre trazido aos anciãos para ser punido”. Quando Murphy perguntou a um inuit o que o grupo normalmente faria com um kunlangeta, ele respondeu: “Alguém o empurraria para a morte quando ninguém estivesse olhando”.

O instrumento mais usado entre os especialistas para diagnosticar a psicopatia é o teste Psychopathy checklist-revised (PCL-R), desenvolvido pelo psicólogo canadense Robert D. Hare, da Universidade da Colúmbia Britânica. O método inclui uma entrevista padronizada com os pacientes e o levantamento do seu histórico pessoal, inclusive dos antecedentes criminais. O PCL-R revela três grandes grupos de características que geralmente aparecem sobrepostas, mas podem ser analisadas separadamente: deficiências de caráter (como sentimento de superioridade e megalomania), ausência de culpa ou empatia e comportamentos impulsivos ou criminosos (incluindo promiscuidade sexual e prática de furtos).
Três mitos

Apesar das pesquisas realizadas nas últimas décadas, três grandes equívocos sobre o conceito de psicopatia persistem entre os leigos. O primeiro é a crença de que todos os psicopatas são violentos.

Estudos coordenados por diversos pesquisadores, entre eles o psicólogo americano Randall T. Salekin, da Universidade do Alabama, indicam que, de fato, é comum que essas pessoas recorram à violência física e sexual. Além disso, alguns serial killers já acompanhados manifestavam muitos traços psicopáticos, como a capacidade de encantar o interlocutor desprevenido e a total ausência de culpa e empatia. No entanto, a maioria dos psicopatas não é violenta e grande parte das pessoas violentas não é psicopata.

Dias depois do incidente da Universidade Virginia Tech, em 16 de abril de 2007, em que o estudante Seung-Hui Cho cometeu vários assassinatos e depois se suicidou, muitos jornalistas descreveram o assassino como “psicopata”. O rapaz, porém, exibia poucos traços de psicopatia. Quem o conheceu descreveu o jovem como extremamente tímido e retraído.
Infelizmente, a quarta edição do Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-IV-TR) reforça ainda mais a confusão entre psicopatia e violência. Nele o transtorno de personalidade anti-social (TPAS), caracterizado por longo histórico de comportamento criminoso e muitas vezes agressivo, é considerado sinônimo de psicopatia. Porém, comprovadamente há poucas coincidências entre as duas condições.

O segundo mito diz que todos os psicopatas sofrem de psicose. Ao contrário dos casos de pessoas com transtornos psicóticos, em que é freqüente a perda de contato com a realidade, os psicopatas são quase sempre muito racionais. Eles sabem muito bem que suas ações imprudentes ou ilegais são condenáveis pela sociedade, mas desconsideram tal fato com uma indiferença assustadora. Além disso, os psicóticos raramente são psicopatas.

O terceiro equívoco em relação ao conceito de psicopatia está na suposição de que é um problema sem tratamento. No seriado Família Soprano, dra. Melfi, a psiquiatra que acompanha o mafioso Tony Soprano, encerra o tratamento psicoterápico porque um colega a convence de que o paciente era um psicopata clássico e, portanto, intratável. Diversos comportamentos de Tony, entretanto, como a lealdade à família e o apego emocional a um grupo de patos que ocuparam a sua piscina, tornam a decisão da terapeuta injustificável.

Embora os psicopatas raramente se sintam motivados para buscar tratamento, uma pesquisa feita pela psicóloga Jennifer Skeem, da Universidade da Califórnia em Irvine, sugere que essas pessoas podem se beneficiar da psicoterapia como qualquer outra. Mesmo que seja muito difícil mudar comportamentos psicopatas, a terapia pode ajudar a pessoa a respeitar regras sociais e prevenir atos criminosos.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/o_que_e_um_psicopata__imprimir.html
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Offline Lua

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Re: Psicopatia e Ateísmo
« Resposta #39 Online: 13 de Maio de 2009, 14:34:03 »
Psicóticos são psicopatas? :hein:
 
Eu to falando de psicopatas, aquelas pessoas inteligentes e cruéis...e não de quem parece louco...

Não estou dizendo que psicóticos são psicopatas, está tudo esclarecido no que já escrevi até aqui e também nos links que você mesma postou. Até o momento ninguém fechou a questão sobre a gênese de um psicopata, assim como não existe nenhuma evidência que psicopatas tendem a ser ateus ou vice-versa.

E você está certo, Dodo. A entrevista que postei é de um dos maiores estudiosos a respeito do assunto e ele não aborda a psicopatia como predominantemente de origem genética ou cultural, mas pode ter origem em ambos os fatores.

Citar
Os pais podem interferir nesse processo?
Sim, para o bem e para o mal, mas nunca de forma determinante. O ambiente tem um grande peso, mas não mais do que a genética. Na verdade, ambos atuam em conjunto. Os pais podem colaborar para o desenvolvimento da psicopatia tratando mal os filhos. Mas uma boa educação está longe de ser uma garantia de que o problema não aparecerá lá na frente, visto que os traços de personalidade podem ser atenuados, mas não apagados. O que um ambiente com influências positivas proporciona é um melhor gerenciamento dos riscos.

Quanto à psicopatia e o ateísmo, penso que um psicopata pode ter crenças num deus e que essa crença o impulsione e dê a ele o sentimento de superioridade em relação aos demais, de modo que age independentemente dos códigos éticos e morais da sociedade. O psicopata existe para si e por si no que diz respeito à sociedade, mas creio que pode buscar em uma entidade metafísica um direcionamento imaginário decorrente de uma superioridade em razão de sua crença. Seria algo como 'uma missão' que ele assume em razão de sua superioridade intelectual.

Tomo como exemplo Hitler, que é tido como psicopata (além de outros problemas mentais) por alguns estudiosos do assunto. Hitler era católico e acreditava em deus, como se pode perceber em algumas de suas conhecidas frases: "Não estou convencido que nada acontecerá comigo, para eu conhecer a grandeza do desafio para o qual Deus me escolheu."; "Quem disse que eu não estou sob a proteção especial de Deus?"; "Sigo o caminho que Deus dita, com a segurança de um sonâmbulo."


« Última modificação: 13 de Maio de 2009, 14:37:29 por Lua »
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Offline N3RD

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Re: Psicopatia e Ateísmo
« Resposta #40 Online: 13 de Maio de 2009, 15:37:48 »
Psicopata ≠ Ateu.

Acreditar em deus não comprova sentimentos bons em relação a outras pessoas.

Vide presidio.
Não deseje.

Offline Mussain!

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Re: Psicopatia e Ateísmo
« Resposta #41 Online: 13 de Maio de 2009, 15:53:08 »
Comportamento, psicopatia, afinidade, ou melhor, sentimentos, ações e etc. tudo isto se dá pelo que chamo de "prática num período significativo". Esse 'período' não se limita em apenas ser praticado conscientemente... Ou seja, vc muitas vezes pratica algo que está influenciando diretamente no seu comportamente, pensamentos e etc. e não percebe.

Assim é a psicopatia, acho.


E bem lembrado a do presídio... hehe.  :hihi:

Offline Fabi

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Re: Psicopatia e Ateísmo
« Resposta #42 Online: 14 de Maio de 2009, 00:51:26 »
Citar
O senhor é o criador da escala usada mundialmente para medir a psicopatia. Quais são as características que aproximam uma pessoa do número 40, o grau máximo que sua escala estabelece?
As principais são ausência de sentimentos morais – como remorso ou gratidão –, extrema facilidade para mentir e grande capacidade de manipulação. Mas a escala não serve apenas para medir graus de psicopatia. Serve para avaliar a personalidade da pessoa. Quanto mais alta a pontuação, mais problemática ela pode ser. Por isso, é usada em pesquisas clínicas e forenses para avaliar o risco que um determinado indivíduo representa para a sociedade.

Todo psicopata comete maldades?
Não necessariamente com o intuito de cometer a maldade. Os psicopatas apresentam comportamentos que podem ser classificados de perversos, mas que, na maioria dos casos, têm por finalidade apenas tornar as coisas mais fáceis para eles – e não importa se isso vai causar prejuízo ou tristeza a alguém. Mas há os psicopatas do tipo sádico, que são os mais perigosos. Eles não somente buscam a própria satisfação como querem prejudicar outras pessoas, sentem felicidade com a dor alheia.

Eu grifei essas partes pra mostrar que o psicopata é como um botijão de gás tóxico, que envenena um ambiente, mas a gente não sabe de onde tá vindo esse gás, e a gente olha aquele botijão de gás lindo, brilhando, e pensa: "mas não pode ser aquele botijão de gás que está envenenando a gente, porque aquele botijão é tão perfeito"...

Mas na verdade aquela casca é falsa, é só uma mentira... E o botijão (se pudesse falar) até diria que esse gás não existe... que é tudo imaginação...porque psicopatas são assim... mentem, manipulam, prejudicam...e passam despercebidos....se as suas vítimas denunciarem eles, é capaz de ele convencer de que a vítima que é o bandido, e que o psicopata na verdade não fez nada...

É uma coisa assustadoramente incrível... Mas chega de olhar para esse abismo...
Difficulter reciduntur vitia quae nobiscum creverunt.

“Deus me dê a serenidadecapacidade para aceitar as coisas que não posso mudar, a coragem para mudar o que posso, e a sabedoria para saber a diferença” (Desconhecido)

Offline Fabi

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Re: Psicopatia e Ateísmo
« Resposta #43 Online: 14 de Maio de 2009, 00:57:20 »
Comportamento, psicopatia, afinidade, ou melhor, sentimentos, ações e etc. tudo isto se dá pelo que chamo de "prática num período significativo". Esse 'período' não se limita em apenas ser praticado conscientemente... Ou seja, vc muitas vezes pratica algo que está influenciando diretamente no seu comportamente, pensamentos e etc. e não percebe.

Assim é a psicopatia, acho.


E bem lembrado a do presídio... hehe.  :hihi:
Não, isso não é psicopatia...Psicopatas são como a flora da novela a favorita...São capazes de mentir de um jeito, e de manipular, e de convencer os outros de que na verdade eles são pessoas boas.. e quando se sentem ameaçados por alguém, eles começam a fazer "a cova" dessa pessoa...pra que percam a credibilidade e não possam ser desmascarados por ela....

Na vida real é pior porque ninguém tá vendo o que o psicopata está fazendo, e na novela a gente vê...na vida real todos somos Irenes...
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Offline HFC

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Re: Psicopatia e Ateísmo
« Resposta #44 Online: 14 de Maio de 2009, 01:43:39 »


Tome a foto do seu cristão renascido!
Aleluia, Fabi. Ele não é ateu ... Sinta-se a vontade para compartilhar com ele sua alegação. Sentiremos saudades suas  :ok: :histeria:!
« Última modificação: 14 de Maio de 2009, 01:47:51 por Humberto Francis »
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Offline Mussain!

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Re: Psicopatia e Ateísmo
« Resposta #45 Online: 14 de Maio de 2009, 11:08:34 »
Comportamento, psicopatia, afinidade, ou melhor, sentimentos, ações e etc. tudo isto se dá pelo que chamo de "prática num período significativo". Esse 'período' não se limita em apenas ser praticado conscientemente... Ou seja, vc muitas vezes pratica algo que está influenciando diretamente no seu comportamente, pensamentos e etc. e não percebe.

Assim é a psicopatia, acho.


E bem lembrado a do presídio... hehe.  :hihi:
Não, isso não é psicopatia...Psicopatas são como a flora da novela a favorita...São capazes de mentir de um jeito, e de manipular, e de convencer os outros de que na verdade eles são pessoas boas.. e quando se sentem ameaçados por alguém, eles começam a fazer "a cova" dessa pessoa...pra que percam a credibilidade e não possam ser desmascarados por ela....

Na vida real é pior porque ninguém tá vendo o que o psicopata está fazendo, e na novela a gente vê...na vida real todos somos Irenes...
Há uma prática para isto. Para mentir, para enganar, para se dar bem. A prática te leva no caminho da "perfeição", seja no que for. A minha intriga é mais na genética, em "nascer assim" ou ser "propenso à", naturalmente falando. Até mesmo os nossos gestos, ações, esses detalhezinhos que não percebemos, são um conjunto de fatores que acontece numa prática significativa. Praticamos no dia-dia e no dia a dia... :hihi:

Segundo o texto da Lua (o cara aÊ Dr. das psicopatias) há uma diferença fisiológica entre um psicopata e uma 'pessoa normal'. Não sei até onde isto é verdade, ou até onde suas raízes vão. Por enquanto fico só com a prática, que considero um "resumão" do ser humano. Qualquer um deles.

Offline ffl

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Re: Psicopatia e Ateísmo
« Resposta #46 Online: 06 de Julho de 2009, 18:11:34 »
eu estudo psicologia,e afirmar que psicopatas são ateus é umas das coisas mais idiotas que ja li!
SEM NOÇÃO.
que besteirol é esse hein?

Offline N3RD

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Re: Psicopatia e Ateísmo
« Resposta #47 Online: 06 de Julho de 2009, 18:29:51 »
A lógica é essa: psicopatas não se importam com ninguém, ateus também não se importam com ninguém; logo ateus são psicopatas.

Lógica esta vinda da mente de um psicopata.
Não deseje.

Offline Gaúcho

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Re: Psicopatia e Ateísmo
« Resposta #48 Online: 07 de Julho de 2009, 08:23:25 »
Eu sabia que não era normal... :'(
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Anne

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Re: Psicopatia e Ateísmo
« Resposta #49 Online: 12 de Julho de 2009, 13:50:30 »
Q ótimo! Acabo de descobrir q somos todos sociocopatas!

Religiosos e ateus.

Existe uma diferença em números pelo fato d q há mais religiosos q ateus no mundo...

 

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