Saiu hoje no estado de SP a reportagem de um jornal argentino duvidando seriamente do fato do Zelaya ter aparecido na embaixada. Para o jornal, é muito mais provável que tenha sido algo calculado para constar no discurso do Lula na ONU e apresentar o Brasil como atuante no cenário político regional. Convenhamos, é bem provável que tenha sido assim.
Quanto a recolocar Zelaya no poder. Vamos radicalizar o exemplo para tornar mais clara a argumentação. Fosse Zelaya acusado com provas claras, objetivas e irrefutáveis de ter assassinado adversários políticos ainda assim seria correto trazê-lo de volta ao poder? (ou se sim, pense em algo pior, você consegue)
Imagino que não.
Bom, temos provas claras, objetivas e irrefutáveis de que agiu para dar o golpe, contra as instituições e clausulas pétreas da constituição de seu país. Se esse crime não te comove a ponto de querê-lo de volta ao poder, a mim me incomoda muitíssimo o mal que esse tipo de atuação causa a um país.
É falaciosa essa questão de dar mensagens claras a governos similares de que a comunidade internacional não irá tolerar X, Y ou Z. Iran fraudou suas eleições... e ainda fico querendo saber qual outro país da região que esse virus do golpe irá contaminar.
O importante aqui é que o poder ia (e está) para a mão de um civil em prazo pré-determinado. Agora corremos riscos de que a crise aprofunde ainda mais. A decisão política do governo brasileiro deveria ter levado isso em consideração, e não apenas um purismo ideológico de devolver o poder "a quem é de direito", quesito este que provavelmente iria ser deixado de lado caso o governo derrubado fosse de direita.