Autor Tópico: O mundo precisa abrir os olhos a respeito de Honduras.  (Lida 6380 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Offline _Juca_

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 12.923
  • Sexo: Masculino
  • Quem vê cara, não vê coração, fígado, estômago...
Re: O mundo precisa abrir os olhos a respeito de Honduras.
« Resposta #75 Online: 30 de Setembro de 2009, 18:35:45 »
Alias, cada vez mais essa história esta saindo de um processo estabanado para estupidez generalizada do governo que depôs Zelaya. E nosso governo contribuiu para deixar o cenário mais perigoso.

Dizer que o obsrvatorio é veja ao contrário é forçar muito a barra, só demonstra que você realmente não lê a veja nem o observatório, pois deveria. A veja se transformou numa publicação de factóides contra os governos instalados ( seja ele qual for ) em favor de interesses mesquinhos ecônomicos de quem interessar e poder comprar. Vide Opportunitty-Daniel Dantas.
O Zelaya, foi eleito à direita, governou à esquerda, se aproximou do Chavez, e tentou convocar uma Assembléia constituinte em Honduras através de plebiscito, incluindo ai a  reeleição. Primeiro, o mandato único do presidente da república é uma cláusula pétrea e não pode ser alterada. Mas um referendo popular poderia realmente mudar a cláusula. Segundo, o dia da deposição dele estava agendada um consulta sobre o referendo, e não o referendo em si. Ele pergutava "Está de acordo com que nas eleições gerais de novembro de 2009 se instale uma quarta urna para decidir sobre a convocação de uma Assembleia Constituinte que aprove uma nova Constituição política?". Portanto haveria um refenrendo junto com as eleições presidencias. Caramba!!!!!! Então Zelaya não ia se recandidatar e isso ficaria para o próximo presidente. Dai o que o congresso fez? Aprovou uma lei impedindo qualquer consulta popular até 180 dias antes da eleição E o presidente do congresso, quem era? Micheleti. Zelaya demitiu o Chefe maior das forças armadas por esse dizer que não apoiaria a logística do referendo e pela recusa de líderes do Exercito de entregarem as urnas para votação,  a Suprema Corte, mandou ele voltar atras e readmiti-lo aceitando dois recursos contra a posição do presidente. Na Sexta antes do refenrendo o exercito tomou as ruas. No dia do referendo, Zelaya foi deposto e exilado, foi lida uma carta na qual ele renunciava, mas que depois ele desmentiu. Portanto caracterizado o golpe de estado. Micheleti assumiu. O mundo condenou. O Brasil e todos os países da América Latina conderam. Os EUA condenaram. A ONU e OEA também.
Está bom assim? :ok: Se pra você não tem importacia o que ocorre nas republicas das bananas, tudo bem, entendo. Se vocÊ acha que o Brasil deve enfiar o rabo entre as pernas e sair correndo do que acontece bem no seu nariz , discordo. O velho complexo de vira-latas...

Offline O Comissário do Povo

  • Nível 20
  • *
  • Mensagens: 684
  • Eu represento o instinto coletivo
Re: O mundo precisa abrir os olhos a respeito de Honduras.
« Resposta #76 Online: 30 de Setembro de 2009, 18:49:32 »
Aliás, recomendo muito a leitura do Observatório da Imprensa.
2, apesar de estar devendo assiduidade a esse site que considero obrigatório aos que buscam informação imparcial.

CRISE EM HONDURAS 2
O fundamento legal omitido

Por Dalmo de Abreu Dallari em 30/9/2009
...
"As idéias marxistas continuam perfeitas, os homens é que deveriam ser mais fraternos" Oscar Niemeyer
"O MST é o mais importante movimento de massa do mundo e tem registros de importantes conquistas" Noam Chomsky
Reduz pra 40 que o Brasil aumenta!

Offline O Comissário do Povo

  • Nível 20
  • *
  • Mensagens: 684
  • Eu represento o instinto coletivo
Re: O mundo precisa abrir os olhos a respeito de Honduras.
« Resposta #77 Online: 30 de Setembro de 2009, 19:17:11 »
Em tempo, a opinião da veja sobre o assunto:

"As idéias marxistas continuam perfeitas, os homens é que deveriam ser mais fraternos" Oscar Niemeyer
"O MST é o mais importante movimento de massa do mundo e tem registros de importantes conquistas" Noam Chomsky
Reduz pra 40 que o Brasil aumenta!

Offline Gaúcho

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.288
  • Sexo: Masculino
  • República Rio-Grandense
Re: O mundo precisa abrir os olhos a respeito de Honduras.
« Resposta #78 Online: 30 de Setembro de 2009, 19:47:14 »
Veja é um sarro.
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline _Juca_

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 12.923
  • Sexo: Masculino
  • Quem vê cara, não vê coração, fígado, estômago...
Re: O mundo precisa abrir os olhos a respeito de Honduras.
« Resposta #79 Online: 30 de Setembro de 2009, 21:07:09 »
Veja é um sarro.
É uma piada cabeluda.

Offline Moro

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 20.984
Re: O mundo precisa abrir os olhos a respeito de Honduras.
« Resposta #80 Online: 30 de Setembro de 2009, 21:51:19 »
Alias, cada vez mais essa história esta saindo de um processo estabanado para estupidez generalizada do governo que depôs Zelaya. E nosso governo contribuiu para deixar o cenário mais perigoso.

Dizer que o obsrvatorio é veja ao contrário é forçar muito a barra, só demonstra que você realmente não lê a veja nem o observatório, pois deveria. A veja se transformou numa publicação de factóides contra os governos instalados ( seja ele qual for ) em favor de interesses mesquinhos ecônomicos de quem interessar e poder comprar. Vide Opportunitty-Daniel Dantas.

na verdade não. Você acha o observatório mais equilibrado porque deve concordar com o viés esquerdista deste site. Reitero o que disse. Estou cansado de ver algumas groselhas esquerdalóides no observatório que deve agradar tanto a esquerdistas quanto a direitistas encanta alguns factóides da veja. Na verdade essa santificação do Zelaya é fruto de visões alinhadas com essa ideologia.

O Zelaya, foi eleito à direita, governou à esquerda, se aproximou do Chavez, e tentou convocar uma Assembléia constituinte em Honduras através de plebiscito, incluindo ai a  reeleição. Primeiro, o mandato único do presidente da república é uma cláusula pétrea e não pode ser alterada. Mas um referendo popular poderia realmente mudar a cláusula.
Segundo, o dia da deposição dele estava agendada um consulta sobre o referendo, e não o referendo em si. Ele pergutava "Está de acordo com que nas eleições gerais de novembro de 2009 se instale uma quarta urna para decidir sobre a convocação de uma Assembleia Constituinte que aprove uma nova Constituição política?". Portanto haveria um refenrendo junto com as eleições presidencias. Caramba!!!!!! Então Zelaya não ia se recandidatar e isso ficaria para o próximo presidente. Dai o que o congresso fez? Aprovou uma lei impedindo qualquer consulta popular até 180 dias antes da eleição E o presidente do congresso, quem era? Micheleti. Zelaya demitiu o Chefe maior das forças armadas por esse dizer que não apoiaria a logística do referendo e pela recusa de líderes do Exercito de entregarem as urnas para votação,  a Suprema Corte, mandou ele voltar atras e readmiti-lo aceitando dois recursos contra a posição do presidente. Na Sexta antes do refenrendo o exercito tomou as ruas. No dia do referendo, Zelaya foi deposto e exilado, foi lida uma carta na qual ele renunciava, mas que depois ele desmentiu. Portanto caracterizado o golpe de estado. Micheleti assumiu. O mundo condenou.

Vê só, o Zelaya então não tinha interesse algum. Ele,que ordenou que as emissoras de tv e de radio do país, TODAS ELAS, fizessem propaganda do governo duas horas por dia, que se aproximou do Chavez e entrou na comunidade bolivariana,  que era completamente alinhado com Cuba, fez esse referendo candidamente, sem nenhuma intenção, mesmo estando alinhado com uma ideologia completamente comprometida com esse modus operandi de se perpetuar no governo.

E Juca, antes de mais nada, não é apenas uma questão de Zelaya poder se re-eleger agora. A questão é mexer na constituição para mudá-la para que alguém não se reeleja, mesmo que não seja Zelaya. Não se mexe neste tema, isso é sensível para o país.

Com a o plebiscito em mãos, Zelaya poderia sim gerar ruido político e tentar se beneficiar disso. Mais uma vez, faz parte do modus operandi dessa ideologia.

E houve o golpe de estado. Lamentavelmente, mas houve. Talvez se a maturidade do país fosse outra ele poderia ter passado por um processo de impeachment decente. Mas, veja, infelizmente as coisas são assim em Honduras. Não é a Suiça.

Zelaya mexeu em um vespeiro, tinha histórico de autoritarismo e de truculência, encontrou o que procurou.


O Brasil e todos os países da América Latina conderam. Os EUA condenaram. A ONU e OEA também.
Está bom assim? :ok: Se pra você não tem importacia o que ocorre nas republicas das bananas, tudo bem, entendo. Se vocÊ acha que o Brasil deve enfiar o rabo entre as pernas e sair correndo do que acontece bem no seu nariz , discordo. O velho complexo de vira-latas...

Complexo de vira-latas? Temos um senado que nos gospe na cara todos os dias, uma das maiores cargas tributárias do mundo, uma dívida pública crescente e incontrolável, uma das maiores desigualdades do mundo, corrupção endêmica,  e você me vem com essa de complexo? Na verdade não, somos um país que tem muito a arrumar a casa. Nesse sentido, somos sim vira latas.

Porque então esse governo, tão preocupado com a democracia, não critica o governo de Cuba, o maior déspota das américas? Está preocupado com a democracia e bem estar de uma população estrangeira ou tem uma alinhamento ideológico?

Eu não gostaria de me envolver. Zelaya é um candidato a déspota, se alinhou com pessoas desse perfil não por acaso. A melhor solução lá é dont touch it.

E mais uma vez, quero que você seja tão condescendente com os EUA em suas intervenções. Aguardo seu posicionamento.


“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

Peter Boghossian

Sacred cows make the best hamburgers

I'm not convinced that faith can move mountains, but I've seen what it can do to skyscrapers."  --William Gascoyne

Offline _Juca_

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 12.923
  • Sexo: Masculino
  • Quem vê cara, não vê coração, fígado, estômago...
Re: O mundo precisa abrir os olhos a respeito de Honduras.
« Resposta #81 Online: 30 de Setembro de 2009, 22:35:37 »
Condescendente com os EUA em relação a que? Não entendi. E de resto me parece que o vies esquerdista vale para o direitista também, leia mais o observatório, com o senso crítico bem apurado, inclusive o link postado acima pelo comissario do povo. Nunca santifiquei o Zelaya. E como você concordou que houve um golpe de estado, isso é tudo. Golpe é golpe meu amigo. Não tem justificativa, nem tem meio termo, nem opção ideológica ou figura amaldiçoada que o valha. Não condena-lo e se omitir no limbo da história, isso sim é ser condescendente com ele. Inclusive com Cuba. Mas Cuba é melhor abrir outro tópico, porque esse sim vai dar pano pra manga, hahaha.

Offline O Comissário do Povo

  • Nível 20
  • *
  • Mensagens: 684
  • Eu represento o instinto coletivo
Re: O mundo precisa abrir os olhos a respeito de Honduras.
« Resposta #82 Online: 30 de Setembro de 2009, 22:37:26 »
... Mas Cuba é melhor abrir outro tópico, porque esse sim vai dar pano pra manga, hahaha.
Já abriram. Mas não deu muito não.

../forum/topic=21471.0.html
"As idéias marxistas continuam perfeitas, os homens é que deveriam ser mais fraternos" Oscar Niemeyer
"O MST é o mais importante movimento de massa do mundo e tem registros de importantes conquistas" Noam Chomsky
Reduz pra 40 que o Brasil aumenta!

Offline _Juca_

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 12.923
  • Sexo: Masculino
  • Quem vê cara, não vê coração, fígado, estômago...
Re: O mundo precisa abrir os olhos a respeito de Honduras.
« Resposta #83 Online: 30 de Setembro de 2009, 22:58:40 »
... Mas Cuba é melhor abrir outro tópico, porque esse sim vai dar pano pra manga, hahaha.
Já abriram. Mas não deu muito não.

../forum/topic=21471.0.html
Verdade...

Offline O Comissário do Povo

  • Nível 20
  • *
  • Mensagens: 684
  • Eu represento o instinto coletivo
Re: O mundo precisa abrir os olhos a respeito de Honduras.
« Resposta #84 Online: 01 de Outubro de 2009, 00:20:44 »

Brazil Reluctantly Takes Key Role in Honduras Dispute
By Tim Padgett with Andrew Downie / São Paulo Wednesday, Sep. 30, 2009


Brazilian President Luiz Inácio Lula da Silva
EFE / ZUMA


Brazilian President Luiz Inácio Lula da Silva was 40,000 feet in the air on Sept. 21, en route to the U.N. General Assembly in New York City, when he got the news. Exiled Honduran President Manuel Zelaya, after sneaking back into his Central American country, had shown up at the Brazilian embassy in Tegucigalpa seeking refuge. Lula, like every other world leader, has called for Zelaya's restoration ever since the Honduran was ousted by a military coup on June 28, so he had little choice but to let him into the embassy. But when Lula arrived in Manhattan, according to numerous sources, his irritation was plain. "He was taken by surprise and put in an uncomfortable position," says one Brazilian source. "Brazil was on the spot, in the center of the Honduran crisis. It's not what we wanted."

But it was the wish of left-wing Latin American leaders like Venezuelan President Hugo Chávez, who publicly boasted that it was he who'd urged Zelaya to go to the Brazilian mission. Whether or not that's true — and many in the Brazilian media "are skeptical that this could have happened without the Lula government giving Zelaya some sort of signal that he would be welcome" at the embassy, says Paulo Sotero, director of the Brazil Institute at the Woodrow Wilson Center in Washington, D.C. — Brasília finds itself in the kind of diplomatic spotlight it once shunned. Chávez never misses a chance to thumb his nose at U.S. influence in Latin America, and since he'd grown impatient with what he considered the Obama Administration's too tepid efforts to lean on the Honduras coup leaders and get his ally Zelaya returned to power, he decided it was time to bring Lula deeper into a banana-republic situation that gets messier for the hemisphere by the day.
(See pictures of violence during the Honduras protests.)

Brazil may be justifiably annoyed with Chávez, but perhaps it shouldn't look so surprised. In recent years the South American powerhouse has been recognized as the first real counterweight to the U.S. in the western hemisphere — and that means, at least in the minds of other countries in the Americas, taking a larger and more proactive part in helping solve New World political dysfunction like Honduras'. Lula and Obama are buddies and left-of-center soul mates, but when Obama said last month that those who question his resolve in Honduras were being hypocritical because they're "the same people who say that we're always intervening in Latin America," he was including Brazil, which has voiced its own concerns about U.S. efforts. "You can't have it both ways," Obama huffed.

Brazil is hardly an idle player in Latin America. In fact, its diplomatic corps (usually called Itamaraty, after the name of the Foreign Ministry's Modernist building in Brasília) is widely considered one of the world's best, and it has played a key role in defusing South American crises like last year's chest-thumping row between Colombia and Venezuela. Brazilian troops run the U.N. mission in violence-torn Haiti. And Lula, one of the world's most popular heads of state, has become arguably the most effective intermediary between Washington and a resurgent, anti-U.S. Latin left.
(Read about the Honduras quagmire.)

Brazil prefers to keep that work behind the scenes, and its foreign policy is decidedly non-interventionist. "We don't feel a temptation to export our political and economic model," Lula foreign policy adviser Marco Aurélio Garcia told TIME last year. "We don't believe everyone should be like us." But at the same time, Lula is on a crusade to make Brazil, with the world's fifth largest population and ninth largest economy, a serious international player. He's stumping hard for a permanent Brazilian seat on the U.N. Security Council and more input from developing nations in setting global trade and economic policy. (He is also personally cheerleading in Copenhagen for the Brazilian bid for the 2016 Olympics, a move that may have helped convince Obama to head to Denmark himself to back Chicago's candidacy.) It's hard to keep a pristine non-interventionist tradition with ambitions like those — and increasingly, the hemisphere is telling Brazil that it's a tad disingenuous to insist that it can still have it both ways.

So now, whether it likes it or not, Brazil is up to its neck in Honduras, and the hemisphere is hoping that means enhanced prospects for a negotiated settlement between Zelaya and coup leaders like de facto Honduran President Roberto Micheletti. Zelaya has complicated things for Brazil by making hyperventilated comments, claiming last week that "Israeli mercenaries" were targeting him and his entourage with high-frequency radiation. Micheletti, meanwhile, has gone over the top this week, expelling an Organization of American States (OAS) delegation and trying to shut down constitutional rights in Honduras. He even gave Lula until early next week to declare how long Brazil intends to harbor Zelaya or risk unspecified measures against the embassy. Lula shot back that Brazil won't "respond to an ultimatum from a government of coup mongers." But, says Michael Shifter, vice president of the Inter-American Dialogue in Washington, D.C., "Brazil is discovering what Obama's been up against there."

Still, because most analysts agree that the Honduras coup sends a dangerous signal to the region's fledgling democracies, they feel that having Brazil's respected heft thrown more directly into the mix could help negotiations. Says another source close to Lula, "I think the talks are evolving now that Zelaya is back and under our protection." If an accord actually gets inked in Honduras, Brazil's image as a regional power broker will take off. And if not, Lula at least will win points with the leftist base of his Workers Party. "Even if it doesn't work out he is still the hero of a noble cause [to] the Latin American left," says Rubens Ricupero, once a top Brazilian diplomat and Lula political rival.

Even so, says Shifter, Brazil and the U.S. are likely to demarcate their hemispheric efforts when the Honduran crisis is over: Brazil focused on South America, where Washington's performance seems increasingly ham-handed, and the U.S. on Mexico, Central America and the Caribbean, where Brazil has scant interests. For the moment, however, both powers are mired in the streets of Tegucigalpa.
"As idéias marxistas continuam perfeitas, os homens é que deveriam ser mais fraternos" Oscar Niemeyer
"O MST é o mais importante movimento de massa do mundo e tem registros de importantes conquistas" Noam Chomsky
Reduz pra 40 que o Brasil aumenta!

Offline O Comissário do Povo

  • Nível 20
  • *
  • Mensagens: 684
  • Eu represento o instinto coletivo
Re: O mundo precisa abrir os olhos a respeito de Honduras.
« Resposta #85 Online: 01 de Outubro de 2009, 02:53:30 »
30/09/09 - 07h00 - Atualizado em 30/09/09 - 12h41
Noam Chomsky critica os EUA e elogia o papel do Brasil na crise de Honduras

Brasil ficou acima das expectativas; EUA não usaram 'todas as armas'.
Linguista e professor do MIT falou ao G1 em entrevista exclusiva.

Giovana Sanchez Do G1, em São Paulo


Noam Chomsky fala em palestra na Cidade do México no dia 21 de setembro (Foto: Bernardo Moncada/AFP)

Ter apoiado o presidente deposto de Honduras e ter dado abrigo a ele em sua Embaixada, fez com que o Brasil assumisse uma posição de destaque no confronto de Manuel Zelaya com o governo interino hondurenho. "Um papel admirável", avaliou o linguista e teórico Noam Chomsky, em entrevista exclusiva ao G1, por telefone.

O professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT) criticou a "fraca" ação norte-americana na crise da América Central.

Honduras passa por um conflito diplomático e político após um golpe de Estado que retirou do poder o presidente eleito, Manuel Zelaya, em 28 de junho. No dia 21 de setembro, ele voltou ao país de surpresa e se abrigou na Embaixada Brasileira, criando um impasse que dura até esta quarta-feira (30).

Chomsky publicou mais de 80 obras e desenvolveu uma teoria que revolucionou o estudo da linguística. Ele foi um dos ferozes críticos da Guerra do Vietnã, entre 1959 e 1975, e tem extensos trabalhos que criticam a política externa norte-americana. Após os atentados do 11 de Setembro, fez em seu bestseller "9-11" uma análise polêmica dos ataques, condenando tanto os seus autores como os EUA, a quem chamou de "principal nação terrorista" do mundo.

Leia a íntegra da entrevista:

G1 - O senhor acredita que os Estados Unidos apoiaram o golpe em Honduras? Qual tem sido o papel do país nessa crise?

Chomsky -  Esse golpe foi incomum, e os Estados Unidos não o apoiaram abertamente. O país se juntou à Organização dos Estados Americanos (OEA) e a outras potências na crítica, mas fez isso de uma maneira fraca - não retiraram seu embaixador, como outras nações fizeram, por exemplo. Também se recusaram a chamar de golpe, o que envolveria cortar muitas ajudas, e não usaram nada de sua capacidade para restaurar a democracia.   

Os militares de Honduras são muito ligados aos EUA. Aliás, os americanos usam uma base no país. Após a volta de Zelaya, os Estados Unidos passaram a criticar abertamente Zelaya, e seu embaixador na OEA o chamou de irresponsável. Não diria que o país apoia o golpe, mas, com certeza, não está fazendo algo para se opor. Há fortes segmentos dos Estados Unidos que até são a favor do golpe. A história de que Zelaya queria mudar a Constituição é um pretexto, Zelaya estava aumentando o salário mínimo, introduzindo programas que beneficiariam os pobres, e a pequena elite rica do país não gostou nada daquilo.

G1 - Como o senhor analisa a atitude do Brasil e da Venezuela em relação a Honduras hoje?

Chomsky - Acho que a atitude do Brasil tem sido muito admirável. Ao acolher Zelaya, o país se colocou numa posição a favor da democracia, e é claro que o que o Brasil faz é extremamente importante, pois é o principal país da América Latina.

O caso da Venezuela não é surpreendente, já que Zelaya já era um aliado de Chávez (o presidente Hugo Chávez), então o país se definiu fortemente contrário ao golpe, o que acho que é a posição correta.

G1 - O senhor acha que a volta de Zelaya mudou alguma coisa na dinâmica da organização diplomática na América Latina?

Chomsky - Acho que mudou muito. Os golpistas estão enfrentando uma pressão internacional, da OEA e de maneira mais fraca dos EUA, e agora eles estão caminhando para um confronto direto com o Brasil. Acredito que eles irão recuar. E é uma vergonha que os Estados Unidos não estejam tomando uma atitude mais forte nesse sentido, pois acredito que, se isso acontecesse, o golpe já teria acabado.

Leia ainda: Para 'Time', Brasil é 'primeiro contrapeso real aos EUA no Ocidente'

A questão crucial vai aparecer em novembro. Porque o que os golpistas estão tentando fazer é manter a situação até as eleições para tentar convencer o mundo de que a eleição é legítima e que isso deveria acabar com a questão. Mas claro que ela não será legítima, não com um governo que foi ao poder por um golpe militar. E a questão crucial vem depois: os EUA irão aceitar o resultado de uma eleição feita por um governo golpista?

G1 - E o que o senhor acha que acontecerá?

Chomsky -  Espero que os Estados Unidos recusem, mas não tenho certeza. Acho que os EUA têm simpatia pelo golpe, eles não gostavam dos passos que Zelaya estava dando. Acho que os EUA estão vendo isso como um conflito entre dois grupos opositores que têm diferentes interpretações da lei, e não como um golpe que retirou um presidente eleito do país e o expulsou do país.

G1 - Ainda falando de América Latina, mas sobre a Colômbia. Recentemente tivemos um grande debate sobre a possibilidade do uso de bases militares da Colômbia pelos Estados Unidos, o que foi rechaçado pelos vizinhos sul-americanos. O senhor acha que a Colômbia precisa de ajuda para conter o narcotráfico ou isso seria uma desculpa para a entrada dos Estados Unidos no continente?

Chomsky - Não acredito que seja, quero dizer, o narcotráfico é um pretexto. Há alguns dias, o Panamá permitiu que bases sejam usadas pelos EUA em seu território. Mas isso é uma das coisas que têm acontecido - o treinamento de oficiais militares na América Latina aumentou consideravelmente.

No caso da Colômbia, se você analisar os documentos, especialmente um de abril passado, eles descrevem a base como um sistema geral de vigilância e controle da América Latina, que faz parte de um sistema instalado em outras partes do mundo. Ou seja, é muito maior do que qualquer coisa relacionada ao narcotráfico.


Chomsky fez uma visita à Venezuela e ao presidente Hugo Chávez em 24 de agosto (Foto: AFP)

O controle americano sobre a América Latina tem diminuído. Os métodos tradicionais de controle, violência e estrangulamento econômico têm perdido eficácia. Eles ainda existem, mas não como antes. Os EUA estão sendo expulsos de muitos lugares, o Equador foi o último.

Por muitos anos, os americanos têm tentado restabelecer sua dominação. Relembrando, existe uma posição tradicional do país que relembra sua fundação e que diz que os EUA precisam controlar a América Latina.

Sobre o narcotráfico, é interessante como a questão está até sendo discutida! Vamos supor que a China, por exemplo, coloque bases militares no México para conduzir uma guerra química contra Kentucky, Tennessee e Carolina do Norte e envie oficiais para garantir que os Estados Unidos acabem com a produção de tabaco. Nós iríamos rir disso, não iríamos nem discutir. Isso existe pela lógica imperialista que nós nem discutimos.

Além disso, uma comissão de estudos composta por países latino-americano concluiu que a briga contra as drogas é falida. Estudos nos EUA mostraram que oferecer tratamento é bem mais efetivo do que fazer essas operações fora dos países. Apesar de saber disso, o governo continua ano após ano investindo dinheiro. Só há duas opções: eles são loucos ou têm outras intenções.

G1 - Como o senhor avalia a criação da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) e de que forma ela mudou as relações da América Latina com os Estados Unidos?

Chomsky - A Unasul é um desenvolvimento muito importante. Pela primeira vez desde a conquista europeia, a América Latina começou a se mover rumo a uma integração. Essas instituições, além de aumentar as relações entre os países, são importantes porque as nações nunca serão capazes de se defender sozinhas. Na reunião em Santiago, no ano passado, Evo Morales agradeceu o apoio após um referendo que confirmou seu poder (e teve grande oposição por parte de governantes que realizaram consultas para se separar do país) e disse que aquela era a primeira vez que a América Latina tomou seus assuntos nas suas próprias mãos sem a interferência dos EUA.

G1 - Até hoje, os movimentos esquerdistas da América Latina foram estabelecidos seguindo as bases democráticas - presidentes foram eleitos ou mantidos no poder por referendos. Por que o senhor acha que esses governos assustam tanto as grandes potências?

Chomsky - A democracia é muito desapreciada pelas potências por muito boas razões, e a principal é porque a democracia neutraliza o poder, e as potências querem o poder em suas mãos. Os EUA derrubaram governos democráticos de muitos países, e o Brasil é um dos vários exemplos. Os governos democráticos são vistos como ameaças.

A administração Obama pune dois países na America Latina, Bolívia e Venezuela, argumentando que eles não fazem nada contra o narcotráfico. Mas o México, na fronteira americana, é um dos principais centros de narcotráfico! Isso são só armas contra governos democráticos de quem os EUA não gostam.
"As idéias marxistas continuam perfeitas, os homens é que deveriam ser mais fraternos" Oscar Niemeyer
"O MST é o mais importante movimento de massa do mundo e tem registros de importantes conquistas" Noam Chomsky
Reduz pra 40 que o Brasil aumenta!

Offline Derfel

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.887
  • Sexo: Masculino
Re: O mundo precisa abrir os olhos a respeito de Honduras.
« Resposta #86 Online: 01 de Outubro de 2009, 09:04:20 »
Acho que a análise do Chomsky não é a que pode ser considerada "mais imparcial". A Veja da mesma forma (ela é contra qualquer coisa do governo Lula, não importa o quê, a menos que a beneficie de alguma forma). Quanto ao Observatório, ele tem uma particularidade: qualquer jornalista (e mesmo qualquer cidadão) pode escrever um artigo (focado na análise da imprensa). Alguns possuem um matiz ideológico mais marcante, mas você pode observar nos dois lados do espectro. Os colunistas fixos também são muito bons (com passagens pela Folha, Estadão, Veja e demais veículos). Em uma mesma edição você pode encontrar artigos que apoiam o golpe de Honduras e outros que o condenam (é um veículo bem mais livre para expressão de pensmento do autor). Mas a opinião mais interessante é a da Time. É o que venho dizendo há algum tempo. Infelizmente essas confusões como em Honduras irão ficar cada vez mais comum, dada à própria nova expressão que o Brasil vem tendo no cenário mundial, seja qual for o próximo presidente.

Offline Moro

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 20.984
Re: O mundo precisa abrir os olhos a respeito de Honduras.
« Resposta #87 Online: 01 de Outubro de 2009, 09:47:32 »
O Chomsky como filósofo é um bom linguista.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

Peter Boghossian

Sacred cows make the best hamburgers

I'm not convinced that faith can move mountains, but I've seen what it can do to skyscrapers."  --William Gascoyne

Offline Gaúcho

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.288
  • Sexo: Masculino
  • República Rio-Grandense
Re: O mundo precisa abrir os olhos a respeito de Honduras.
« Resposta #88 Online: 01 de Outubro de 2009, 14:01:35 »

Brazil Reluctantly Takes Key Role in Honduras Dispute
By Tim Padgett with Andrew Downie / São Paulo Wednesday, Sep. 30, 2009


Brazilian President Luiz Inácio Lula da Silva
EFE / ZUMA


Brazilian President Luiz Inácio Lula da Silva was 40,000 feet in the air on Sept. 21, en route to the U.N. General Assembly in New York City, when he got the news. Exiled Honduran President Manuel Zelaya, after sneaking back into his Central American country, had shown up at the Brazilian embassy in Tegucigalpa seeking refuge. Lula, like every other world leader, has called for Zelaya's restoration ever since the Honduran was ousted by a military coup on June 28, so he had little choice but to let him into the embassy. But when Lula arrived in Manhattan, according to numerous sources, his irritation was plain. "He was taken by surprise and put in an uncomfortable position," says one Brazilian source. "Brazil was on the spot, in the center of the Honduran crisis. It's not what we wanted."

But it was the wish of left-wing Latin American leaders like Venezuelan President Hugo Chávez, who publicly boasted that it was he who'd urged Zelaya to go to the Brazilian mission. Whether or not that's true — and many in the Brazilian media "are skeptical that this could have happened without the Lula government giving Zelaya some sort of signal that he would be welcome" at the embassy, says Paulo Sotero, director of the Brazil Institute at the Woodrow Wilson Center in Washington, D.C. — Brasília finds itself in the kind of diplomatic spotlight it once shunned. Chávez never misses a chance to thumb his nose at U.S. influence in Latin America, and since he'd grown impatient with what he considered the Obama Administration's too tepid efforts to lean on the Honduras coup leaders and get his ally Zelaya returned to power, he decided it was time to bring Lula deeper into a banana-republic situation that gets messier for the hemisphere by the day.
(See pictures of violence during the Honduras protests.)

Brazil may be justifiably annoyed with Chávez, but perhaps it shouldn't look so surprised. In recent years the South American powerhouse has been recognized as the first real counterweight to the U.S. in the western hemisphere — and that means, at least in the minds of other countries in the Americas, taking a larger and more proactive part in helping solve New World political dysfunction like Honduras'. Lula and Obama are buddies and left-of-center soul mates, but when Obama said last month that those who question his resolve in Honduras were being hypocritical because they're "the same people who say that we're always intervening in Latin America," he was including Brazil, which has voiced its own concerns about U.S. efforts. "You can't have it both ways," Obama huffed.

Brazil is hardly an idle player in Latin America. In fact, its diplomatic corps (usually called Itamaraty, after the name of the Foreign Ministry's Modernist building in Brasília) is widely considered one of the world's best, and it has played a key role in defusing South American crises like last year's chest-thumping row between Colombia and Venezuela. Brazilian troops run the U.N. mission in violence-torn Haiti. And Lula, one of the world's most popular heads of state, has become arguably the most effective intermediary between Washington and a resurgent, anti-U.S. Latin left.
(Read about the Honduras quagmire.)

Brazil prefers to keep that work behind the scenes, and its foreign policy is decidedly non-interventionist. "We don't feel a temptation to export our political and economic model," Lula foreign policy adviser Marco Aurélio Garcia told TIME last year. "We don't believe everyone should be like us." But at the same time, Lula is on a crusade to make Brazil, with the world's fifth largest population and ninth largest economy, a serious international player. He's stumping hard for a permanent Brazilian seat on the U.N. Security Council and more input from developing nations in setting global trade and economic policy. (He is also personally cheerleading in Copenhagen for the Brazilian bid for the 2016 Olympics, a move that may have helped convince Obama to head to Denmark himself to back Chicago's candidacy.) It's hard to keep a pristine non-interventionist tradition with ambitions like those — and increasingly, the hemisphere is telling Brazil that it's a tad disingenuous to insist that it can still have it both ways.

So now, whether it likes it or not, Brazil is up to its neck in Honduras, and the hemisphere is hoping that means enhanced prospects for a negotiated settlement between Zelaya and coup leaders like de facto Honduran President Roberto Micheletti. Zelaya has complicated things for Brazil by making hyperventilated comments, claiming last week that "Israeli mercenaries" were targeting him and his entourage with high-frequency radiation. Micheletti, meanwhile, has gone over the top this week, expelling an Organization of American States (OAS) delegation and trying to shut down constitutional rights in Honduras. He even gave Lula until early next week to declare how long Brazil intends to harbor Zelaya or risk unspecified measures against the embassy. Lula shot back that Brazil won't "respond to an ultimatum from a government of coup mongers." But, says Michael Shifter, vice president of the Inter-American Dialogue in Washington, D.C., "Brazil is discovering what Obama's been up against there."

Still, because most analysts agree that the Honduras coup sends a dangerous signal to the region's fledgling democracies, they feel that having Brazil's respected heft thrown more directly into the mix could help negotiations. Says another source close to Lula, "I think the talks are evolving now that Zelaya is back and under our protection." If an accord actually gets inked in Honduras, Brazil's image as a regional power broker will take off. And if not, Lula at least will win points with the leftist base of his Workers Party. "Even if it doesn't work out he is still the hero of a noble cause [to] the Latin American left," says Rubens Ricupero, once a top Brazilian diplomat and Lula political rival.

Even so, says Shifter, Brazil and the U.S. are likely to demarcate their hemispheric efforts when the Honduran crisis is over: Brazil focused on South America, where Washington's performance seems increasingly ham-handed, and the U.S. on Mexico, Central America and the Caribbean, where Brazil has scant interests. For the moment, however, both powers are mired in the streets of Tegucigalpa.

Interessante, eu não sabia que o Brasil estava no meio dessa crise a contra-gosto.
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline O Comissário do Povo

  • Nível 20
  • *
  • Mensagens: 684
  • Eu represento o instinto coletivo
Re: O mundo precisa abrir os olhos a respeito de Honduras.
« Resposta #89 Online: 01 de Outubro de 2009, 16:27:44 »
Micheletti manda forte abraço a Lula e diz que não haverá invasão

REUTERS

TEGUCIGALPA - O presidente interino de Honduras, Roberto Micheletti, reafirmou que não haverá invasão da Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, e enviou um 'forte abraço' ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não tem com que se preocupar, porque a polícia de Honduras jamais violará os domínios da Embaixada brasileira - disse Micheletti.
...

Micheletti: "se todos estão de acordo, imediatamente deixo a presidência"

01/10 - 06:12 - EFE

EFE - v1

José Luis Paniagua Tegucigalpa, 1 out (EFE).- O presidente de facto de Honduras, Roberto Micheletti, assegurou que, se as instituições determinam que se deve restituir ao deposto Manuel Zelaya, imediatamente deixará o cargo e se queixou que há gente que está fazendo propostas "inauditas" para resolver a crise.
Em entrevista para a Efe, Micheletti assegurou que o estado de sítio em que se encontra o país não vai durar 45 dias e que alguns políticos se estão distanciando para "trazer água a seu moinho" perante as eleições de 29 de novembro.

"No momento em que a população, no momento no qual a Corte Suprema, no momento em que a Promotoria, no momento em que o Congresso diga que eu não devo seguir, eu imediatamente saco as fotografias que tenho aí e me vou para minha casa", prosseguiu Micheletti.

"Eu fui posto como presidente e me responsabilizam por tudo", disse.

O homem que dirige Honduras desde que os militares expulsaram pela força do país e do poder a Manuel Zelaya no dia 28 de junho assegurou que se sente igual de respaldado pelos partidos políticos que naquele dia.

"Eles são os responsáveis que eu esteja aqui, acaso não foram eles os que votaram no Congresso para que eu pudesse aceder a esta posição?", inquiriu.

No entanto, Micheletti indicou que esses mesmos partidos políticos "possivelmente não estejam muito de acordo" com ele "porque têm aspirações de atrair todos os eleitores do país".

Justificou o estado de sítio em que Zelaya "estava chamando à insurreição à guerra de guerrilhas, ao pleito, às armas, que se pode considerar um chamado de sedição em um país" e imediatamente assegurou que "não vai durar 45 dias, vão se restituir as garantias o mais em breve possível".

"Sexta-feira possivelmente chamamos ao Conselho de Ministros e entre todos decidiremos qual é a situação que vamos viver, a decisão será tomada na sexta-feira", anunciou menos de uma semana após ditar o decreto.

No entanto, Micheletti manteve que a decisão "em nenhum momento se fez precipitada".

Manifestou que entende as queixas dos setores políticos pelo estado de sítio, mas assinalou que o Governo fez sua própria pesquisa entre a população "e 87%, 90% diz que está conforme com o que passou".

"Nós não tivemos nunca nenhum temor (...) sempre achamos que a chegada dele podia ser em qualquer momento", respondeu ao ser perguntado pelo retorno de Zelaya, com quem, afirmou, não tem "nenhuma inimizade pessoal" e compartilhou "amizade nas últimas épocas".

No entanto, reconheceu que "o povo está sumamente preocupado com o retorno deste senhor".

Nesse sentido, indicou que as propostas que surgiram nos últimos dias, como a apresentada pelo empresário Adolfo Facussé - que prevê a reposição de Zelaya para passar a ser confinado em seu domicílio e o desdobramento de uma força multinacional - são "inauditas, não têm nenhum sentido verdadeiramente legal".

"Aqui se puderam confundir os sentimentos e começam logicamente estas idéias para que não haja derramamento de sangue", advertiu.

Insistiu, como em todo este tempo, em que Zelaya tem que apresentar-se nos tribunais para responder por acusações que se lhe acusam de caráter econômico e político.

"Se os tribunais o deixam em liberdade eu imediatamente saio daqui para que ele se instale", acrescentou.

Declarou que acredita no Pacto de San José impulsionado pelo presidente costarriquenho, Oscar Arias, e que contempla a reposição no poder de Zelaya, mas assinalou que "também não o diálogo de San José vai dizer: os senhores têm que fazer isto".

Micheletti disse que quer "ser otimista" sobre a missão de chanceleres da Organização dos Estados Americanos que foi convidada ao país no próximo dia 7 e que será preparada por uma delegação que chegará amanhã, quinta-feira.

"Escutaremos que dizem os que preparam os palcos e daí é o que se pode fazer para o diálogo, e depois eu me imagino que (os chanceleres) virão, se há alguma mesa do diálogo; se não, não acho que vão a vir a passear aqui para ver nossas caras, para brigar conosco de novo", continuou.

A semana passada o Conselho de Segurança da ONU se pronunciou contra dos "atos de intimidação" do Governo de facto hondurenho contra a Embaixada do Brasil.

"Quais atos de intimidação? Mantemos isolado (o lugar) de toda a população para que não haja absolutamente ninguém que possa chegar a agredi-los ou a insultar-los; eles estão tranquilos dentro", afirmou e acrescentou que Zelaya está "usando o internet para todo tipo de coisas, inclusive para transmitir mensagens". EFE jlp/fk
« Última modificação: 01 de Outubro de 2009, 16:31:30 por O Comissário do Povo »
"As idéias marxistas continuam perfeitas, os homens é que deveriam ser mais fraternos" Oscar Niemeyer
"O MST é o mais importante movimento de massa do mundo e tem registros de importantes conquistas" Noam Chomsky
Reduz pra 40 que o Brasil aumenta!

Offline O Comissário do Povo

  • Nível 20
  • *
  • Mensagens: 684
  • Eu represento o instinto coletivo
Re: O mundo precisa abrir os olhos a respeito de Honduras.
« Resposta #90 Online: 01 de Outubro de 2009, 18:15:09 »
Herói da mídia brasileira admite que golpe foi ideológico: "Tiramos Zelaya porque foi para a esquerda"

Atualizado em 01 de outubro de 2009 às 14:59 | Publicado em 01 de outubro de 2009 às 14:11

Este artigo foi publicado em 30 de setembro no jornal argentino Clarín. O jornalista e escritor Urariano Mota foi quem nos sugeriu a sua divulgação: "Que diferença para o 'nosso' jornalismo".

 “Tiramos Zelaya porque foi para a esquerda e colocou comunistas no governo"

O líder golpista Roberto Micheletti admitiu que o “único erro” foi a forma de derrubá-lo, ao prendê-lo e depois tirá-lo do país. Mas defendeu a medida, negou tratar-se de um golpe de Estado e acusou Zelaya por corrupção.

por Néstor Restivo, do Clarín

Tradução: CEPAT*

 O presidente de fato de Honduras, Roberto Micheletti, recebeu o Clarín na sala Dionísio de Herrera – primeiro presidente do país – da Casa Presidencial. Anoitece em mais um dia agitado. Nas ruas, a “resistência” a favor do presidente Manuel Zelaya, refugiado na Embaixada do Brasil, segue cada vez mais controlada por policiais e militares com a dificuldade de se organizar: os meios de comunicação opositores foram calados. Micheletti disse que no dia 7 de outubro autorizará a OEA para mediar (no domingo foi expulsa uma missão “sem permissão”, disse) e que há negociações internas para sair do pântano. “Há contatos – indica –, mas Zelaya deve submeter-se à Justiça e eu estou disposto a renunciar, no marco da Constituição”.

Restivo: A proposta de San José, do presidente Oscar Arias, inclui a restituição condicionada de Zelaya.

Micheletti: É apenas uma iniciativa, não venham a dizer-nos o que devemos fazer.

Há negociações, ou buscam ganhar tempo até a eleição de novembro? A comunidade internacional já disse que não reconhecerá essa eleição convocada por vocês.

As eleições estão marcadas desde 2008.

Não procuram ganhar tempo expulsando a OEA?

Uma missão assim pode entrar na Argentina, sem documentos? Não tinham permissão. Somos um país soberano, que fique bem claro.

Por que o Exército fechou os meios de comunicação opositores?

Foi em base ao decreto (de estado de sítio). Incitavam à violência e à guerrilha.

Seu regime está totalmente isolado, até do FMI.

E por isso devemos resignar a nossa dignidade? Vocês, na Argentina, não foram à guerra das Malvinas por dignidade, sem importar a pressão externa?

Era uma ditadura militar.

Independente do que seja. A dignidade nacional existe. Terias permitido que Zelaya fizesse o que fez?

Depor um presidente é um golpe de Estado.

Nosso único erro foi tirá-lo da forma como o destituímos. No resto, agimos conforme a lei. Ele violava a Constituição ao buscar uma Constituinte para uma reeleição. Se o prendêssemos e o deixássemos aqui, teria havido mortos. Foi tirado do país, mas agora voltou.

Não acredita que estão debilitando a democracia na região?

Se um presidente viola a lei, é corrupto, dá o direito ao povo de reclamar. Nós lideramos esse pedido.

No Brasil, na Argentina ou nos Estados Unidos foram usados métodos institucionais frente à crise como as que você tenta descrever.

Nesses casos, o único que fez a coisa certa foi Lula, retificou o seu rumo.

Não entendi.

Outros mudaram a Constituição, queriam perpetuar-se, como Zelaya.

Continuo sem entender. Mas insisto com o Exército. O general Vázquez recordou a relação de Pinochet com Allende, primeiro leal e depois o depôs com as armas.

Pedimos a Zelaya para não forçar a Constituição. Roubou 700 milhões de lempiras (36 milhões de dólares) e tirou de empilhadeira fundos do Banco Central para a sua reforma constitucional. Gastou milhões para passear de helicóptero e com assessores. Era corrupto, tinha vários sem-vergonhas.

Que papel exercem as Forças Armadas? Sua presença inunda as ruas.

Não estão no governo, defendem a democracia, assim como a Polícia. É para cuidar da reação incendiária de Zelaya. Elas nos apoiaram, pois íamos ao abismo.

Mas tiveram um passado de violações dos direitos humanos e anticonstitucional. Por que lhes dão tanto poder agora?

Não, não. Faz 29 anos que se adaptaram. Hoje levam e trazem as urnas nas eleições, respeitam o poder civil, são um orgulho.

Foi a corrupção, a Constituinte ou tentativas de mudanças sociais o que levou ao golpe?

Depusemos Zelaya por seu esquerdismo e corrupção. Ele foi presidente, como liberal, como eu. Mas se fez amigo de Daniel Ortega, Chávez, Correa, Evo Morales.

Perdão...

Deu uma guinada para a esquerda, colocou comunistas no governo e nos preocupou.

Com 75% dos pobres e um sistema esclerosado, as mudanças sociais não se fazem necessárias?

Pode haver reformas, inclusive constitucionais, menos em 3 artigos: território, forma de governo nem reeleição. Mas o que Zelaya prometia era pura farsa.

Como se pode resolver isso e avançar tendo tão baixa pressão fiscal, sem tocar interesses políticos, econômicos, religiosos tão fortes, sem mudanças mais de fundo?

Pode-se falar, sem brigar. Antes de sair assinarei decretos sociais. O Congresso, além disso, pode obrigar as empresas a pagar mais impostos se for preciso, por exemplo.
 
*  Cepat é o Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores, que atua em sintonia com a Unisinos: www.unisinos.br/ihu.
"As idéias marxistas continuam perfeitas, os homens é que deveriam ser mais fraternos" Oscar Niemeyer
"O MST é o mais importante movimento de massa do mundo e tem registros de importantes conquistas" Noam Chomsky
Reduz pra 40 que o Brasil aumenta!

Offline Moro

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 20.984
Re: O mundo precisa abrir os olhos a respeito de Honduras.
« Resposta #91 Online: 01 de Outubro de 2009, 20:39:43 »
Condescendente com os EUA em relação a que? Não entendi. E de resto me parece que o vies esquerdista vale para o direitista também, leia mais o observatório, com o senso crítico bem apurado, inclusive o link postado acima pelo comissario do povo. Nunca santifiquei o Zelaya. E como você concordou que houve um golpe de estado, isso é tudo. Golpe é golpe meu amigo. Não tem justificativa, nem tem meio termo, nem opção ideológica ou figura amaldiçoada que o valha. Não condena-lo e se omitir no limbo da história, isso sim é ser condescendente com ele. Inclusive com Cuba. Mas Cuba é melhor abrir outro tópico, porque esse sim vai dar pano pra manga, hahaha.


Não concordo com golpe é golpe. Por exemplo, adoraria um golpe no Fidel para colocar uma democracia. E adoraria um golpe na coréia do norte. Não tem essa de golpe é golpe.

E falo condescendente com o tipo de argumentação que muitos criticam nos EUA. Invadiu para salvar a democracia no lugar.

Insisto: O problema é de Honduras.

Quanto a viés: Eu gosto de alguma intervenção e principalmente forte regulamentação do estado na economia. Tem que definir o que é viés de direita para tentar me enquadrar. Tem um tópico sobre isso aqui, vou tentar encontrar.

O que realmente não gosto é de babacas a la Chavez, Zelayas, Fidel, Ches, etc.. Esse tipo de coisa me dá realmente repulsa.
« Última modificação: 01 de Outubro de 2009, 20:44:48 por Agnóstico »
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

Peter Boghossian

Sacred cows make the best hamburgers

I'm not convinced that faith can move mountains, but I've seen what it can do to skyscrapers."  --William Gascoyne

Offline Zeichner

  • Nível 32
  • *
  • Mensagens: 2.123
  • Sexo: Masculino
  • Somos feitos da mesma substância dos sonhos. - Wi
Re: O mundo precisa abrir os olhos a respeito de Honduras.
« Resposta #92 Online: 01 de Outubro de 2009, 22:09:12 »
Mas... se o governo brasileiro não negocia com golpistas, porque o Lula faz negócios com os Castros, que deram um golpe para tirar Fulgêncio Batista do poder?

Offline Moro

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 20.984
Re: O mundo precisa abrir os olhos a respeito de Honduras.
« Resposta #93 Online: 01 de Outubro de 2009, 22:12:37 »
se o discurso é preservar e favorecer a democracia,  Fidel deveria ser excluído de qualquer relação com o Brasil.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

Peter Boghossian

Sacred cows make the best hamburgers

I'm not convinced that faith can move mountains, but I've seen what it can do to skyscrapers."  --William Gascoyne

Offline _Juca_

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 12.923
  • Sexo: Masculino
  • Quem vê cara, não vê coração, fígado, estômago...
Re: O mundo precisa abrir os olhos a respeito de Honduras.
« Resposta #94 Online: 02 de Outubro de 2009, 10:53:08 »
Não concordo com golpe é golpe. Por exemplo, adoraria um golpe no Fidel para colocar uma democracia. E adoraria um golpe na coréia do norte. Não tem essa de golpe é golpe.

Golpe para instalar uma democracia? Essa é nova para mim. As democracias que eu conheço foram instaladas principalmente pela luta política e nunca por um golpe. Quem da golpe não está interessado em democracia, por que senão lutaria democraticamente, debatendo, convencendo por meios de argumentos, tal qual nos fazemos aqui nesse fórum, e não meio da força. Uma coisa exclui a outra.

E falo condescendente com o tipo de argumentação que muitos criticam nos EUA. Invadiu para salvar a democracia no lugar.

Insisto: O problema é de Honduras

Como assim? Você fala de intervenção? Seja mais claro. Todos os países pediram uma intervenção mais firme (diplomática)dos EUA em Honduras. E todos condenaram sua intervençaõ(guerra)no Iraque. Todos apoiaram (guerra)no Afeganistão. Eles lutam pelos seus interesses( não estou justificando). Quando os interesses são convergentes em geral os países se apóiam. Mas quando não, o histórico (principalmente na era Bush) é de que os EUA saiam atropelando, e isso não é democracia. Ai cada um se esperneia do jeito que pode.


Quanto a viés: Eu gosto de alguma intervenção e principalmente forte regulamentação do estado na economia. Tem que definir o que é viés de direita para tentar me enquadrar. Tem um tópico sobre isso aqui, vou tentar encontrar.

O que realmente não gosto é de babacas a la Chavez, Zelayas, Fidel, Ches, etc.. Esse tipo de coisa me dá realmente repulsa.

Não preciso te enquadrar e nem tentei fazê-lo, mas você acaba de fazer isso por si mesmo. Além dos citados acima, você poderia ter dito Pinochets, Figueiredos, Francos, Bushs, Sadams, Aiatolás, Mussolinis etc, então te daria razão. Por que só lembrar dos socialistas, se todos tem mais ou menos as mesmas idéias facistas. O Velho blablabla esquerda-direita-esquerda-direita ou estou enganado?

Offline Moro

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 20.984
Re: O mundo precisa abrir os olhos a respeito de Honduras.
« Resposta #95 Online: 02 de Outubro de 2009, 20:11:02 »

Quanto a viés: Eu gosto de alguma intervenção e principalmente forte regulamentação do estado na economia. Tem que definir o que é viés de direita para tentar me enquadrar. Tem um tópico sobre isso aqui, vou tentar encontrar.

O que realmente não gosto é de babacas a la Chavez, Zelayas, Fidel, Ches, etc.. Esse tipo de coisa me dá realmente repulsa.

Não preciso te enquadrar e nem tentei fazê-lo, mas você acaba de fazer isso por si mesmo. Além dos citados acima, você poderia ter dito Pinochets, Figueiredos, Francos, Bushs, Sadams, Aiatolás, Mussolinis etc, então te daria razão. Por que só lembrar dos socialistas, se todos tem mais ou menos as mesmas idéias facistas. O Velho blablabla esquerda-direita-esquerda-direita ou estou enganado?

primeiro a parte fácil. Você errou feio. Veja opiniões a esse mesmo respeito que proferi há muito tempo.

...
Só que os meios não levam aos fins. Existe um non sequitur entre a venda e a entrega, mas a certeza de que vamos atingir o fim nos faz muitas vezes justificar qualquer meio. Aí temos

Stalin, Hitler, Pol Pot, Mao, Pinochet, Fidel, Che, e um infinito de religiosos.

E temos no nosso congresso uma discussão infindável, que sei lá se consome 50% de nosso tempo, sobre se a política é de direita ou de esquerda, uma série de problemas encaradas sob um viés ideolõgico que não nos permite analisar um problema em sua dimensão real.

VIDA LONGA À FIDEL
:ok: :ok: :ok:
O que diferencia Fidel de Pinochet? Só a ideologia de quem vê mesmo...

De uma maneira geral, mais ideologia, mais idiotice.



Não concordo com golpe é golpe. Por exemplo, adoraria um golpe no Fidel para colocar uma democracia. E adoraria um golpe na coréia do norte. Não tem essa de golpe é golpe.

Golpe para instalar uma democracia? Essa é nova para mim. As democracias que eu conheço foram instaladas principalmente pela luta política e nunca por um golpe. Quem da golpe não está interessado em democracia, por que senão lutaria democraticamente, debatendo, convencendo por meios de argumentos, tal qual nos fazemos aqui nesse fórum, e não meio da força. Uma coisa exclui a outra.

Sim, se não quiser usar a palavra golpe, use qualquer outra, mas é uma ação contra a ordem vigente em determinado país. Se eu tenho um tirano como pol pot e alguém o tira do poder para iniciar um regime democrático, ótimo.

Achar que golpe é sempre ruim é uma visão ideológica, esperando que "sempre que acontece X é Y". A realidade não é tão simples assim. O golpe que derrubou Ceausescu foi muito bem vindo.
E seria muito bem vinda com o Fidel, por parte do povo cubano, não de uma luta estrangeira armada.

E falo condescendente com o tipo de argumentação que muitos criticam nos EUA. Invadiu para salvar a democracia no lugar.

Insisto: O problema é de Honduras

Como assim? Você fala de intervenção? Seja mais claro. Todos os países pediram uma intervenção mais firme (diplomática)dos EUA em Honduras. E todos condenaram sua intervençaõ(guerra)no Iraque. Todos apoiaram (guerra)no Afeganistão. Eles lutam pelos seus interesses( não estou justificando). Quando os interesses são convergentes em geral os países se apóiam. Mas quando não, o histórico (principalmente na era Bush) é de que os EUA saiam atropelando, e isso não é democracia. Ai cada um se esperneia do jeito que pode.

Pode ter certeza que boa parte da população hondurenha está p da vida com a posição Brasileira. E com razão poderia falar que é um problema deles.
E tem dois lados porque a questão não é clara como você está colocando.
Por exemplo, eu fui e sou contra a invsasão do Iraque mas muitos afirmam com razão que foi uma guerra que tirou um déspota do poder. E a percepção ficou ainda mais grave por conta da mentira inventada pelo governo Bush e da ideologia que cobria a posição americana na guerra.
Para mim o correto era não intervir, o Iraque precisa passar por um ciclo buscado por ele mesmo.

Quando nos colocamos em posição de intervenção, normalmente optamos por um lado que mais temos simpatia, ignoramos atenuantes, potencializamos os agravantes. Por exemplo, Zelaya é um cara anti-democrático, isso é evidente. E como já disse N vezes, o outro lado também foi. E a democracia de Honduras provavelmente é aquela que eles conseguem ter, assim como a do Iraque. A bola está com eles. Ninguém deve meter a mão lá.

Sabe onde deveríamos ter intervido? Em Darfur, onde havia um massacre. Ou na guerra entre os tustis e hutus, pelo mesmo motivo.
Essa teria o meu apoio.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

Peter Boghossian

Sacred cows make the best hamburgers

I'm not convinced that faith can move mountains, but I've seen what it can do to skyscrapers."  --William Gascoyne

Offline André Luiz

  • Nível 38
  • *
  • Mensagens: 3.657
  • Sexo: Masculino
    • Forum base militar
Re: O mundo precisa abrir os olhos a respeito de Honduras.
« Resposta #96 Online: 02 de Outubro de 2009, 22:10:36 »
Se a coisa começar a azedar pros brasileiros lá, quero ver o governo conseguir resgatar todo mundo  :?

Offline DDV

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 9.724
  • Sexo: Masculino
Re: O mundo precisa abrir os olhos a respeito de Honduras.
« Resposta #97 Online: 03 de Outubro de 2009, 14:40:32 »
Citação de: Agnóstico
E seria muito bem vinda com o Fidel, por parte do povo cubano, não de uma luta estrangeira armada.

Agnóstico, nesse ponto eu sou um pouquinho mais "radical" que você, pois defendo intervenções estrangeiras para derrubar ditaduras. Porém esta intervenção deve ter o comando ou pelo menos o apoio da ONU, para garantir que o objetivo da intervenção não seja desfocado por outros menos "nobres".

No caso de Honduras, há apoio da ONU e de TODOS os países e organizações supranacionais importantes (OEA, FMI, UE, etc) à intervenção via negociações e sanções.

Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline Barata Tenno

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 16.283
  • Sexo: Masculino
  • Dura Lex Sed Lex !
Re: O mundo precisa abrir os olhos a respeito de Honduras.
« Resposta #98 Online: 03 de Outubro de 2009, 14:46:02 »
Me acordem quando a ONU fizer alguma coisa contra a ditadura chinesa.... Nem que seja um embargo....
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline DDV

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 9.724
  • Sexo: Masculino
Re: O mundo precisa abrir os olhos a respeito de Honduras.
« Resposta #99 Online: 03 de Outubro de 2009, 14:53:15 »
Me acordem quando a ONU fizer alguma coisa contra a ditadura chinesa.... Nem que seja um embargo....

Impossível. Qualquer proposta de sanção contra a China seria vetada pela mesma.  :histeria:

Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!