Flavia, Fabi, a gente tem sotaque... e forte - descobri isso em Campinas.
Existem duas regras (no sentido de regularidade) bastante difundidas no português brasileiro:
1. /e/ e /o/ não-tônicos* fundem-se com /i/ e /u/: /menino/>/mininu/
2. /di/ e /ti/ são palatizados para /dji/ e /txi/: /dia/, /tiw/ (tio) > /djia/, /txiw/
No Paraná, a primeira regra não ocorre, e a gente continua com cinco (e não três) vogais não-tônicas. Devido à segunda regra, isso fica muito evidente em palavras como /jẽte/ (gente).
SC: a primeira regra na maioria dos dialetos se aplica, mas a segunda não, então o que soa como /jẽtxi/ na maioria dos dialetos soa como /jẽti/.
Interior de SP: /r/ em alguns contextos (normalmente fim de sílaba) virou uma aproximante [como no inglês, o /r/ de /rowp/ (rope, "corda")]. Alguns dizem ser inclusive influência do inglês, mas eu descarto essa possibilidade - se fosse, seria esperado na capital e não no interior.
* Obs: ensinam pra gente na escola que há sílabas tônicas e não-tônicas, mas não é bem assim, não. O português tem 4 tonicidades diferentes, de 0 (a mais fraca) a 3 (a tônica). De qualquer forma, explicar em termos de tônicas e não-tônicas é mais fácil.