O espaço é curvo, mas não uma esfera. Na verdade é plano e achatado e continua em expansão, sendo assim, se você saisse de um ponto qualquer e andasse em linha reta chegaria nos confins do universo, mas acho que isso nunca seria possível, já que você estaria limitado pela velocidade da luz.
O Big Crunch, que seria o encolhimento do universo até a singularidade, não é tão difícil de entender. Significa apenas que em um momento a gravidade suplantaria a força de expansão do universo (criada no big bang). Mas para que isso ocorra é necessária uma quantidade X de matéria que parece não haver no universo, então o fim do nosso universo é mesmo a expansão infinita.
A singularidade de um buraco negro não aparece do nada, mas de um colapso de um estrela supermassiva. Mas como a densidade do buraco negro é infinita, o espaço tempo é curvado de tal forma que nada consegue sair de dentro, nem a luz (a partir de uma linha que conhecida como horizonte de eventos). Dentro de um buraco negro o tempo encontra-se congelado, mas ele não é negativo. Extiste, se não me engano, a possibilidade teórica de uma nave passando por um horizonte de eventos poder se deslocar para o passado, mas uma nave não resistiria a tal aproximação, já que seria destroçada muito antes.
Vejamos: O Sol é esférico; a Terra é esferica; Júpiter é esférico; os centros galácticos, onde existe a maior concentração de matéria, são esféricos; uma quantidade de água ou de um líquido qualquer na gravidade zero tende a se tornar esférica; os buracos negros são esféricos (se bem que eu não vejo dessa forma)... Diante dessas colocações, por que o Universo não seria também esférico, obedecendo a uma regra que, em termos de cosmologia, parece se aplicar a todo e qualquer objeto que se forme no espaço? É claro que alguém vai dizer: mas nem tudo no espaço tende a se tornar esférico, como os asteroides, por exemplo, que, em sua grande maioria não são esféricos, tal como os cometas. A isso eu nem vou comentar.
O Universo parece mesmo ter uma forma esférica. O que ocorre é que tal esfera jamais poderá ser vislumbrada, já que não se poderia estar nem fora nem dentro dela, mas somente em sua superfície assim como nós, caso não tivéssemos conquistado o céu, de modo algum poderíamos vislumbrar a esfera de terra, água e outros tantos elementos, na qual vivemos e que chamamos de planeta Terra.
Quanto a questão envolvendo os buracos negro, não tenho tanta certeza de que eles possuam densidade infinita. Ainda não consigo engolir essa ideia. Eu considero que eles sejam algo muitíssimo parecido com a "singularidade" que teria originado o Universo, mas numa escala infinitamente inferior. Deixe-me exemplificar o que penso.
Comparemos o espaço-tempo compreendido no sistema solar a uma toalha de mesa esticada, mas sem algo que a sustente e o Sol, ou melhor, uma estrela dez vezes maior que ele, a uma pequena bilha. Agora, coloquemos a bilha no centro desta toalha. A toalha sofrerá uma pequena pressão em seu centro provocada pela bilha, o que criará uma depressão no tecido, mas em suas extremidades, ele não sofrerá nenhuma alteração significativa, apesar de seu comprimento total ter se encurtado um pouco. Agora, façamos o mesmo experimento, mas ao invés de usarmos a tal bilha, usemos um próton. Bem! Acho que isso não será possível. Mas imaginando que fosse, comparemos este próton a um buraco negro. Ele, que teria sido o resultado da explosão da tal bilha do experimento anterior, apesar de ser invisível, provocaria uma depressão no tecido, mas esta depressão não seria mais significativa que a provocada pela própria bilha da qual se formara. Na verdade, ela seria bem menor e no centro dessa pequena depressão não teríamos o tal próton, mas, ao invés dele, veríamos o que pareceria ser um furo no tecido. Contudo, ao observarmos o tal furo com um microscópio eletrônico, perceberíamos não se tratar realmente de um furo, de um rombo, mas de uma cavidade. O tecido não teria sido vazado. Os fios do tecido naquele ponto teriam sido esticados e encurvados de tal maneira que, simplesmente se tornariam invisíveis.
Peguemos agora este tecido e soltemos uma outra bilha sobre ele. O que aconteceria? A bilha iria direto para o "furo" e pararia por ali. Mas se o tecido fosse de fato o espaço-tempo e o "furo", um buraco negro e, a bilha uma estrela ou um planeta, uma vez estando dentro do horizonte de evento, ou na tal depressão da analogia, a bilha, ou melhor, a estrela ou o planeta, não pararia por ali apenas, mas se desintegraria e sua energia seria lançada em jatos pelos polos desse "furo", ou melhor, do buraco negro.
Quanto ao se voltar no tempo, isso não passa de fantasia só servindo mesmo para roteiros de ficção científica.
Mas quanto ao Big Crunch. Se não me falha a memória, eu me referi a isto como não acreditando que possa ocorrer. Apenas não usei o termo do conceito. No meu ponto de vista, a expansão universal só cessará com o fim do próprio universo.