Autor Tópico: Hidrelétrica de Belo Monte  (Lida 11715 vezes)

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Re: Hidrelétrica de Belo Monte
« Resposta #25 Online: 21 de Abril de 2010, 14:39:20 »
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O potencial seria 11.233 MW

Er... Segundo o que vi no jornal, este é o potencial nos momentos de vasão máxima do rio. Mas o potencial médio de geração de energia seria de 4500 MW/h.
Sim, isso porque alteraram o projeto como eu disse anteriormente.

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Re: Hidrelétrica de Belo Monte
« Resposta #26 Online: 21 de Abril de 2010, 14:40:43 »
Empréstimo para Belo Monte é o 2º maior do BNDES

Banco contratará um consórcio de agentes financeiros (bancos privados) para assumir parte dos riscos do financiamento

O financiamento que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) concederá ao consórcio Norte Energia, vencedor da disputa para a construção da hidrelétrica de Belo Monte, será o segundo maior empréstimo da história da instituição. Perde apenas para o crédito de R$ 25 bilhões liberado para a Petrobras, que teve contrato de financiamento assinado em julho do ano passado.

De acordo com uma fonte do banco, ainda serão analisados os cadastros de todos os integrantes do consórcio vencedor para a efetivação do empréstimo. Mas, em princípio, o deságio de 6% sobre uma tarifa que já vinha sendo classificada pelos investidores como muito baixa para o projeto, não está sendo considerado um empecilho. De acordo com fontes do banco, as vantagens extras oferecidas no financiamento facilitaram a estrutura financeira do projeto a ponto de justificar esta diferença em relação à tarifa-teto fixada pelo governo.

O BNDES irá contratar um consórcio de agentes financeiros (bancos privados) para assumir parte dos riscos do financiamento à obra. Por lei, o banco está limitado a comprometer, no máximo, 25% de seu patrimônio de referência (atualmente de R$ 54 bilhões) num único projeto. Isso significa que o financiamento a Belo Monte não poderia ultrapassar R$ 13,5 bilhões (em torno de 70% do orçamento total).

Mas, o banco já anunciou que poderá financiar até 80% do projeto da usina, direta e indiretamente. Como o orçamento oficial é de R$ 19,6 bilhões, o porcentual corresponde a R$ 15,68 bilhões, deixando pouco mais de R$ 2 bilhões como risco para os agentes privados. Este excedente será financiado a um custo ligeiramente superior às condições já anunciadas pelo banco. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

http://economia.ig.com.br/empresas/infraestrutura/emprestimo+para+belo+monte+e+o+2+maior+do+bndes/n1237587110019.html

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Offline West

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Re: Hidrelétrica de Belo Monte
« Resposta #27 Online: 21 de Abril de 2010, 17:56:15 »
É muito dinheiro!
Sinto cheiro de "mutreta" de final de mandato.
Afinal, tem toda uma campanha eleitoral em vistas a ser financiada.
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Re: Hidrelétrica de Belo Monte
« Resposta #28 Online: 22 de Abril de 2010, 11:05:28 »
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O potencial seria 11.233 MW

Er... Segundo o que vi no jornal, este é o potencial nos momentos de vasão máxima do rio. Mas o potencial médio de geração de energia seria de 4500 MW/h.
Sim, isso porque alteraram o projeto como eu disse anteriormente.

Olha, todo esse dinheiro e todo passivo ambiental criado não valem a pena. Energia nuclear não precisa inundar uma área gigantesca e o custo será próximo.
Energia solar é viável, mas diante da emergência que passamos, acho que as usinas nucleares seriam a melhor saída à curto prazo.
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Offline Zeichner

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Re: Hidrelétrica de Belo Monte
« Resposta #29 Online: 22 de Abril de 2010, 17:02:31 »
O potencial não é tão grande, planejando usar uma tecnologia não testada nesta escala, usando um rio no meio de uma floresta, a um porrilhão de quilometros dos centros consumidores principais, sem que ninguém da iniciativa privada aceite entrar nesta roubada, etc, etc, etc. É muita coisa contra. Se a Alcoa precisa de energia para transformar a bauxita em alumínio lá no Pará, penso que a energia nuclear seria uma solução melhor.

Mas o cheio de mutreta está grande. Ainda mais que estamos escaldados com isso neste governo.

Quanto mesmo custaria e quanto custou os Panamericanos no Rio?

Offline Unknown

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Re: Hidrelétrica de Belo Monte
« Resposta #30 Online: 23 de Abril de 2010, 09:43:38 »
Olha, todo esse dinheiro e todo passivo ambiental criado não valem a pena. Energia nuclear não precisa inundar uma área gigantesca e o custo será próximo.
Sim, só que isso demoraria mais ainda. Basta pensar que mesmo muitos anos após ter construído Angra I, o Brasil ainda não estabeleceu a política de armazenamento do lixo nuclear, políticas de segurança para localidades próximas e nem políticas para reação em caso de desastre. Não duvido nada que caso aconteça algum acidente hoje, a reação não seja a mesma bagunça que foi em Goiânia em 87. E com a tradicional boa vontade quem os políticos têm para se discutir esses assuntos, imagino uns dez anos para isso. Ou então as usinas serão construídas do mesmo jeito que se fazem as coisas nesse país: "ah, constrói logo e se der problemas depois a gente vê o que faz".

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Re: Hidrelétrica de Belo Monte
« Resposta #31 Online: 23 de Abril de 2010, 09:46:20 »
Lula: se for necessário, faremos Belo Monte sozinhos

Em meio às ameaças da construtora Queiroz Galvão em deixar o consórcio Norte Energia, que venceu o leilão para a construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o governo, por meio das estatais, poderá assumir sozinho a construção da usina. "Nós, enquanto Estado brasileiro, empresa pública, faremos sozinho (a usina) se for necessário", disse, após almoço oferecido ao presidente do Líbano, Michel Sleiman, no Palácio do Itamaraty.

Segundo Lula, no consórcio, pode entrar e sair quem quiser. "No leilão, entra quem quer e sai quem quiser, depois (da licitação). Não tem nenhum cadeado na porta. Não tem problema", disse o presidente. Nos bastidores, no entanto, Lula tem dito não acreditar que a Queiroz Galvão vá deixar o consórcio. Sobre os interesses das construtoras Odebrecht e Camargo Corrêa, que desistiram do leilão, mas mostraram interesse em participar da obra como construtoras, o presidente disse: "Podem ajudar. É só querer".

Lula rebateu críticas de que o empreendimento irá afetar a região da Amazônia e as comunidades ribeirinhas e disse que o atual projeto da obra prevê um reservatório 60% menor que o previsto originalmente e que serão investidos R$ 3 bilhões para evitar impactos ambientais. Ele disse que os críticos reclamam "até mesmo" do preço da tarifa de energia, considerado por ele como barato. "Eu achei fantástico (o preço)", disse.

Lula ainda reclamou dos que disseram que o governo tem interesse eleitoral com a obra. "Eu ouvi um cidadão dizer que isso foi político. Quem não fez política fez o apagão", disse, referindo-se ao governo anterior. "As usinas de Belo Monte, Jirau e Santo Antônio são coisas que nossos adversários torcem para não dar certo", acrescentou.

Lula ainda citou a importância do empreendimento para a economia do País. "Um país que quer ser a quinta economia do mundo e oferecer ao investidor energia, tem que pensar cinco anos para a frente. E é por isso que estamos fazendo essa (Belo Monte), Santo Antônio, Jirau, Estreito e o Complexo do Tapajós", disse.

http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2010/04/22/lula+se+for+necessario+faremos+belo+monte+sozinhos+9465923.html

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Offline Fernando Silva

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Re: Hidrelétrica de Belo Monte
« Resposta #32 Online: 23 de Abril de 2010, 09:57:49 »
e dos ambientalistas, que são bons apenas em criticar, mas jamais em apresentar propostas viáveis de como o país vai crescer.
Nem sempre há uma proposta viável.
E a falta de uma proposta viável não transforma uma coisa errada em certa.

Offline Fernando Silva

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Re: Hidrelétrica de Belo Monte
« Resposta #33 Online: 23 de Abril de 2010, 10:02:23 »
Mas, o cartel das geradoras hidroelétricas, com o apoio das grandes empreiteiras, deixaria isto acontecer?
O suposto "cartel" desistiu quando viu que seria obrigado a perder dinheiro cobrando tarifas irrealmente baixas.
Pelo menos, são sensatos.
Acabou ganhando um dono de frigorífico...

Vai acontecer o mesmo que nas rodovias privatizadas pelo Lula em SP: as empresas honestas desistiram porque o tal "pedágio social" era baixo demais e as empresas que ganharam não arrecadam o suficiente para manter as estradas, como a Régis Bittencourt, em bom estado.

Ou então é uma falsa privatização, em que o Estado será "obrigado" a estatizar a usina num futuro próximo.

Offline Fernando Silva

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Re: Hidrelétrica de Belo Monte
« Resposta #34 Online: 23 de Abril de 2010, 10:05:06 »
O leilão desta usina foi uma das maiores tratoragens que já vi neste governo. Tudo para acelerar as obras do tal PAC e poder usar isso em campanhas eleitorais...
O Lula já deixou claro que "vai construir a usina de qualquer jeito" e dane-se a lei.

Offline Mr. Mustard

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Re: Hidrelétrica de Belo Monte
« Resposta #35 Online: 23 de Abril de 2010, 10:11:08 »
O leilão desta usina foi uma das maiores tratoragens que já vi neste governo. Tudo para acelerar as obras do tal PAC e poder usar isso em campanhas eleitorais...
O Lula já deixou claro que "vai construir a usina de qualquer jeito" e dane-se a lei.

Tal postura será o legado de Lula ante a Dilma. Pastemos mais 4 ou (:chorao:) 8 anos.

Offline Diegojaf

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Re: Hidrelétrica de Belo Monte
« Resposta #36 Online: 23 de Abril de 2010, 10:21:05 »
O leilão desta usina foi uma das maiores tratoragens que já vi neste governo. Tudo para acelerar as obras do tal PAC e poder usar isso em campanhas eleitorais...
O Lula já deixou claro que "vai construir a usina de qualquer jeito" e dane-se a lei.

Pffff... E por que ele deveria deixar coisas como "justiça", "leis", "bom senso" e "custo-benefício" atrapalharem o caminho do progresso?
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Mr. Mustard

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Re: Hidrelétrica de Belo Monte
« Resposta #37 Online: 23 de Abril de 2010, 10:23:13 »
O leilão desta usina foi uma das maiores tratoragens que já vi neste governo. Tudo para acelerar as obras do tal PAC e poder usar isso em campanhas eleitorais...
O Lula já deixou claro que "vai construir a usina de qualquer jeito" e dane-se a lei.

Pffff... E por que ele deveria deixar coisas como "justiça", "leis", "bom senso" e "custo-benefício" atrapalharem o caminho do progresso?

Tá certo... Acho que eu estou sendo ingênuo demais.  :'(

Offline CyberLizard

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Re: Hidrelétrica de Belo Monte
« Resposta #38 Online: 23 de Abril de 2010, 15:55:57 »
Citação de: [url=http://]http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/nacional/mpf-entra-com-segundo-recurso/view[/url]
MPF entra com segundo recurso contra suspensão de liminar

Se a decisão da Corte Especial for favorável, o leilão da usina corre o risco de ser anulado

A Procuradoria Regional da República da 1ª Região (PRR-1) entrou com recurso contra a segunda suspensão de liminar que impedia o leilão da Usina de Belo Monte, no Pará. Expedida na última terça-feira, 20 de abril, pelo presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), Jirair Megueriam, a suspensão permitiu que o leilão fosse realizado no mesmo dia.

Assim como no primeiro recurso, protocolado no dia 19, neste o procurador regional Renato Brill de Góes pede que a suspensão de liminar seja avaliada pela Corte Especial do TRF-1 em caráter de urgência.

O TRF-1 já comunicou ao MPF que irá incluir o primeiro recurso na pauta da sessão da Corte Especial, que será realizada na próxima quinta-feira, 29. A expectativa é de que o segundo recurso também seja analisado, já que o processo trata do mesmo assunto.

Segundo Brill, se a decisão da Corte Especial for favorável, o leilão corre o risco de ser anulado.

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: Hidrelétrica de Belo Monte
« Resposta #39 Online: 23 de Abril de 2010, 18:47:09 »
Agora há pouco peguei uma notícia pela metade na televisão, pelo que entendi os índios de várias aldeias vão se reunir e ocupar a área para evitar a obra.

E vão mandar o porrete em quem entrar lá.

Offline Gordon Nerd

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Re: Hidrelétrica de Belo Monte
« Resposta #40 Online: 30 de Abril de 2010, 10:59:05 »
essa hidrelétrica ira mudar muito o fluxo do rio ira mudar seu curso e acontecer diferentes muito grandes na biodiversidade de la entao eu nao gostei muito dela mas fazer o que e o brasil nao precisa de hidroeletricas mais pois ja tem de sobra mas faze o que capitalismo manda quer dizer o dinheiro manda
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Offline CyberLizard

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Re: Hidrelétrica de Belo Monte
« Resposta #41 Online: 30 de Abril de 2010, 11:50:22 »
Citação de: [url=http://]http://www.amazonia.org.br/noticias/noticia.cfm?id=352768[/url]
Nota técnica das estatais Furnas e Eletrosul aponta que Belo Monte é inviável

As empresas de energia Furnas e Eletrosul, do grupo Eletrobras, elaboraram, dias antes do leilão da hidrelétrica de Belo Monte- no rio Xingu (PA)-, uma nota técnica, indicando que a usina seria um mau negócio. Pequena lucratividade e riscos financeiros da obra, do projeto e da operação foram apresentados como problemas que tornariam o empreendimento pouco viável.  Pelas contas dessas estatais, o custo total da obra será de R$ 28,5 bilhões, bem acima da previsão inicial do governo federal, de R$ 19 bilhões.  As informações são do veículo O Globo.

O jornal teve acesso ao documento, elaborado no dia 18 de abril, dois dias antes do leilão, que continha uma análise do edital da obra, das condições de mercado e de acordos entre as empresas integrantes do consórcio Belo Monte Energia, alertando que não seria segura a participação de estatais na concorrência.

Seria inviável a construção de Belo Monte, segundo a nota técnica, com base na cobrança de uma tarifa de R$ 83 o megawatt/hora, preço máximo previsto no edital.  As estatais participavam do consórcio Belo Monte Energia, com a construtora Andrade Gutierrez, e, ao oferecem um preço de R$ 82,90 por megawatt/hora, praticamente o limite do edital, perderam a disputa.  O consórcio abrigava, além das duas subsidiárias da Eletrobras e da Andrade Gutierrez, a mineradora Vale, a Neoenergia e a Companhia Brasileira de Alumínio, divisão do grupo Votorantim.

Mesmo que esses custos extras não se confirmem, a lucratividade do negócio será baixa: 4,4%, de acordo com o documento.  A taxa interna de retorno (a chamada TIR, que demonstra a margem de lucratividade de uma atividade financeira), foi estimada em apenas 3%, considerando riscos extras, referentes a questões ambientais e fundiárias, de R$ 2,7 bilhões.  Esse valor para a TIR é quase metade da taxa prevista pelo governo, de 8%, que forçou essa margem às pressas, pouco antes do leilão.

Os custos ambientais da obra também foram considerados como um problema.  Os técnicos das estatais indicam diversos problemas no projeto baseado na proposta do governo, como, por exemplo, a falta de estudos geológico-geotécnicos.  Além disso, houve subavaliação dos custos ambientais do empreendimento, falta de recursos para seguros e uma precificação correta dos serviços de remoção da população local.

Furnas e Eletrosul previam que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiaria R$ 15,3 bilhões dos custos do projeto.  Esse valor supera o possível no momento, que é de R$ 13,3 bilhões.  Para que a concessão de mais recursos para a obra fosse viável, o banco precisaria aumentar o seu patrimônio líquido.  Embora o governo e o próprio banco não comentem esse movimento, a equipe econômica prepara, para breve, mais um aumento no patrimônio do BNDES, o que poderia atender aos objetivos do consórcio.

Segundo a nota elaborada pelas estatais, a participação do BNDES também é vista com cautela, pois causa certa apreensão um eventual descasamento entre os desembolsos necessários à obra e a liberação de recursos pelo BNDES.

O estudo também alerta que, como deve ocorrer um atraso na concessão da licença ambiental de instalação para a construção da usina - necessária para o início das obras -, o financiamento do empreendimento poderia ficar fora do Programa de Sustentação de Investimento (PSI), previsto para acabar no fim de 2010.  Esse programa é um dos mais vantajosos do país atualmente, por ter juros anuais de 4,5% - na prática, juros negativos, pois a inflação prevista para 2010 está em 5,32%.

Os problemas técnicos e financeiros deverão levar a um atraso no cronograma da obra em, pelo menos, 13 meses, ou seja, a produção de energia não deve começar em maio de 2015, como previsto.  Isso, se a licença de instalação for concedida até maio de 2011.  É previsto um atraso da obra de, no mínimo, cinco meses a partir da tentativa oficial de liquidar esta questão com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), ainda em 2010.

A avaliação técnica das estatais, que possui 30 páginas, conclui que "a análise dos documentos disponibilizados não dá a segurança e o conforto necessários para recomendar a assinatura por Furnas/ Eletrosul".

A assessoria de imprensa das duas estatais afirmou que nenhum documento com análises sobre Belo Monte foi tornado público.  A Eletrobras informou que não comentaria o estudo.

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: Hidrelétrica de Belo Monte
« Resposta #42 Online: 30 de Abril de 2010, 19:41:18 »
Tradução da matéria acima:

O Dilmão e o Lullalá farão mais uma inauguração de maquete em véspera de eleição.

Offline Geotecton

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Re: Hidrelétrica de Belo Monte
« Resposta #43 Online: 01 de Maio de 2010, 22:43:56 »
Tradução da matéria acima:

O Dilmão e o Lullalá farão mais uma inauguração de maquete em véspera de eleição.

Eis uma tradução alternativa:

"Dane-se o meio ambiente e a população contanto que a minha caterva se mantenha no poder".
Foto USGS

Offline Geotecton

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Re: Hidrelétrica de Belo Monte
« Resposta #44 Online: 01 de Maio de 2010, 22:50:42 »
Nota técnica das estatais Furnas e Eletrosul aponta que Belo Monte é inviável
[...]
Os custos ambientais da obra também foram considerados como um problema.  Os técnicos das estatais indicam diversos problemas no projeto baseado na proposta do governo, como, por exemplo, a falta de estudos geológico-geotécnicos.  Além disso, houve subavaliação dos custos ambientais do empreendimento, falta de recursos para seguros e uma precificação correta dos serviços de remoção da população local.
[...]

Há cerca de dois anos, em conversa reservada, um colega me informou que o 'estudo geológico e geotécnico' já estava pronto quando foi contratado o corpo técnico que iria fazer o EIA-RIMA.

Na época considerei isto apenas um rumor. Mas parece que era verdade.
Foto USGS

Offline calvino

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Senadores acusados de crime ambiental fiscalizarão Belo Monte
« Resposta #45 Online: 27 de Maio de 2010, 09:29:43 »


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Senadores “fichas sujas” assumem comissão que fiscalizará obra de Belo Monte
 
Denúncia é do Movimento Xingu Vivo para Sempre. Dos 10  senadores indicados para a Subcomissão Temporária, nove são acusados de corrupção e crimes ambientais.

Por Redação da EcoAgência, com informações do Movimento Xingu Para Sempre

O Senado instalou nesta terça-feira (11) a Subcomissão Temporária para Acompanhamento das Obras da Hidrelétrica de Belo Monte, ligada à Comissão do Meio Ambiente (CMA). O novo colegiado deverá acompanhar todas as etapas da construção da usina, incluindo o processo de licitações, de execução das obras, de inauguração e de operação da hidrelétrica, que será construída no rio Xingu, no Pará.

Os senadores Flexa Ribeiro (PSDB-PA) e Renato Casagrande (PSB-ES) ocuparão os cargos de presidente e vice-presidente, respectivamente. Também foram indicados como membros efetivos Delcídio Amaral (PT-MS), que será o relator da subcomissão, Romero Jucá (PMDB-RR) e Jayme Campos (DEM-MT). Como suplentes foram escolhidos Cesar Borges (PR-BA), Valdir Raupp (PMDB-RO), Jefferson Praia (PDT-AM), Mário Couto (PSDB-PA) e Kátia Abreu (DEM-TO).

Para o Movimento Xingu Vivo para Sempre, a composição desta Subcomissão "é no mínimo um desaforo", dadas as “fichas sujas” da maioria dos seus componentes.

Eis a lista:

Senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA)
- autor da primeira proposta de alteração do Código Florestal, que prevê, entre outros, a diminuição da Reserva Legal na Amazônia de 80% para 50%
-Investigado pela Polícia Federal em 2009 na Operação Castelo de Areia, que atingiu a direção da empreiteira Camargo Corrêa, por crimes de remessa ilegal de dólares, superfaturamento de obras públicas e doações ilegais para partidos políticos. Flexa Ribeiro recebeu doação de R$ 200 mil da empreiteira
- ainda em 2009, o Ministério Público instaurou procedimento administrativo para apurar a legalidade da construção de um prédio luxuoso na orla de Belém pelo grupo empresarial ligado ao senador
- em 2006, foi processado por irregularidades em contrato de R$ 20 mi entre sua construtora e o governo do Pará
- em 2005, a empresa Engeplan Engenharia do senador foi acusada de fraudar o INSS. De acordo com a Operação Caronte da PF no Pará, a empresa estava diretamente envolvida com a quadrilha presa por fraudar certidões negativas de débitos da Previdência Social.
- em 2004, foi acusado pela PF de comandar o esquema investigado na Operação Pororoca, sobre fraudes em licitações no Amapá. Segundo a PF, pelo menos 17 obras haviam sido fraudadas no estado entre 2002 e 2004. O valor total dos desvios foi de R$ 103 milhões. O senador é dono da Engeplan Engenharia e, segundo a PF, entrava nas licitações para dar ''aparência de legalidade'' à concorrência fraudulenta. Em 2004, Flexa Ribeiro foi preso em Belém.

Senador Renato Casagrande (PSB-ES)
- Durante as investigações da Operação Castelo de Areia em 2009, Casagrande apareceu como suposto beneficiário de dinheiro da Camargo Corrêa numa contabilidade paralela da empresa. A Camargo Correa ajuda a tocar as obras do Aeroporto de Vitória, que está entre os três, no país, em que mais houve desvios. Casagrande é um dos principais defensores da continuidade das obras, mesmo com todos os problemas apontados pelo TCU e também pelo MPF/ES no que diz respeito ao descumprimento de normas de segurança.

Senador Delcídio Amaral (PT-MS),
- De acordo com investigação da Operação Navalha da PF em 2007, o senador foi mencionado na contabilidade paralela da Construtora Gautama. O nome do senador constou de uma planilha apreendida na sede da empresa pela Polícia Federal, associado a um valor de "R$ 24 mil" e a um comentário "aluguel de jatinho".

Senador Romero Jucá (PMDB-RR)
- O senador teve quase metade de sua campanha (R$ 200 mil) para o Senado, em 2002, bancada pela OPP, empresa petroquímica que foi incorporada à Braskem, da construtora Odebrecht. Além disso, Jucá foi acusado pelo Ministério Público Federal, com base em investigações da Polícia Federal, de compra de voto e desvio de recursos federais para obras. A investigação começou a partir de gravação que teria supostamente flagrado o então prefeito de Cantá (RR), Paulo Peixoto, pedindo propina em convênios de obras no estado. O senador teve seus sigilos bancário e fiscal quebrados. As provas embasaram a denúncia do Ministério Público.

Senador Jaime Campos (DEM-MT)
- O senador e pecuarista foi acusado de cometer crime ambiental na fazenda Santa Amália, em Alta Floresta, MT (a 821 km ao Norte de Cuiabá), de sua propriedade. Segundo a fiscalização do Ibama, a propriedade tinha mais de 1.500 hectares de desmatamentos em áreas de preservação permanente - ao longo de cursos d'água e em áreas de nascentes.
- Em 2009, foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) na Operação Moralidade, que o acusa de causar um rombo de R$ 1,5 milhão nos cofres da prefeitura de Várzea Grande. Segundo a denúncia, Campos foi responsável por autorizar o superfaturamento de R$ 1.595.343,12 nas obras de duplicação da passagem urbana de Várzea Grande, nas rodovias BR 070/163/364/MT.
- também em 2009, Campos foi investigado pelo Ministério Público Federal na Operação Lacraia por participação em um esquema fraudulento de venda de imóveis rurais a partir de documentos falsos.
- no mesmo ano, o MPF pediu a condenação de Campos, ex-governador do Mato Grosso, acusado de desviar recursos da obra de construção do Hospital Central, em Cuiabá. O Ministério Público pediu que os responsáveis pelo desvio de recursos – Campos, o atual governo e a construtora Aquário Engenharia - sejam condenados a ressarcir cerca de R$ 14 milhões por danos morais e materiais à União e que o Governo do Estado seja obrigado a concluir as obras do Hospital Central.

Senador Cesar Borges (PR-BA)
- durante a gestão de César Borges, eleito em 1998 governador da Bahia, o Tribunal de Contas da União constatou que o Governo do Estado desviou mais de R$ 18 milhões destinados à obra de ampliação do aeroporto internacional de Salvador, para a construção de obras viárias na cidade e na duplicação da rodovia que liga Salvador a Sergipe. Todas as obras foram executadas pela OAS.

Senador Valdir Raupp (PMDB-RO),
- responde a ação penal no STF, em que é acusado de formação de quadrilha, estelionato e dispensa de licitação. A denúncia aponta irregularidades em contrato firmado entre o governo de Rondônia e a empresa Meritum durante seu mandato de governador. Em outro processo que também tramita no STF, é acusado de haver utilizado recursos recebidos pelo governo de Rondônia do Banco Mundial para finalidades diversas das previstas no convênio com a entidade
- Na Justiça, reponde aos seguintes processos:
STF Ação Penal Nº383/2004 - Gestão fraudulenta de instituição financeira.
STF Ação Penal Nº358/2003 - Crime contra a administração pública; peculato.
STF Inquérito Nº2442/2006 - Crime contra a administração pública - desvio de verbas em obras.
STF Inquérito Nº2027/2003 - Crime contra o sistema financeiro nacional.
STF Inquérito Nº1990/2003 - Crime eleitoral, uso de documento falso. Sigiloso

Senador Mário Couto (PSDB-PA)
- foi acusado em 2005 de ter cometido desvios de recursos quando era presidente da Assembléia Legislativa do Pará, por meio da contratação de empresas de fachada, entre elas um fabricante de tapioca. De acordo com as denúncias, a empresa J.C. Rodrigues de Souza, fabricante de farinha de tapioca e derivados, recebeu quase R$ 80 mil pelo fornecimento de material elétrico.

Senadora Kátia Abreu (DEM-TO)
- Presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), foi eleita pelo Greenpeace a Miss Motoserra por seu ataque ferrenho à legislação ambiental
- Tem clara postura contrária aos movimentos sociais do campo e recentemente iniciou uma campanha nacional de criminalização das lutas pela terra
- É abertamente contrária à demarcação de Terras Indígenas
- É acusada de ter grilado terras de pequenos agricultores no Tocantins
- em 2008, foi apontada pela PF como receptora de R$ 2 milhões da empresa OAS para propor uma emenda à medida provisória 412, que prorrogou o programa de isenções fiscais Reporto até 2011.A aprovação só saiu depois de um acordo entre base e oposição por conta de uma emenda de Kátia Abreu.
- responde a dois processos relativos à ação civil pública (TRF-1 Seção Judiciária do Tocantins Ação Civil Pública Nº1999.43.00.001916-6) movida pelo Ministério Público por danos ao meio ambiente.


Fonte: http://migre.me/J7LG
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Re: Hidrelétrica de Belo Monte
« Resposta #46 Online: 27 de Maio de 2010, 15:15:42 »
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Belo Monte: doze questões sem resposta
Por Dion Márcio C. Monteiro
Published: 14/04/2010
http://www.outraspalavras.net/?p=995


Encravado na Amazônia brasileira, o Xingu é um dos mais importantes rios da região. Dele dependem aproximadamente 14 mil indígenas do Mato Grosso e Pará, além de centenas de comunidades compostas por ribeirinhos, pescadores, extrativistas, quilombolas e agricultores familiares. Tiram sua alimentação das águas deste rio, e o utilizam como meio de transporte — não raro, o único. Antes das expedições holandesas, inglesas e portuguesas ao Xingu, ocorridas principalmente no século 17, a população indígena era muito maior, com aldeias que contabilizavam até 3 mil habitantes. Com o passar do tempo, a situação só tem se agravado para as comunidades originárias e tradicionais existentes na região.

Em 1975, sob o comando dos militares que governavam o Brasil desde o golpe de Estado de 1964, a Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A (Eletronorte) iniciou os estudos do Inventário Hidrelétrico da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu, primeiro passo no projeto de construção da Usina Hidrelétrica (UHE) de Belo Monte. Foi responsável por este levantamento o Consórcio Nacional de Engenheiros Consultores S.A (CNEC Engenharia), empresa naquele momento integrante do grupo Camargo Correa, um dos maiores interessados em participar do processo de construção de Belo Monte.

O ano de 1989 é um marco no processo de resistência ao então chamado Complexo Hidrelétrico do Xingu (o conjunto então proposto, sete barragens no curso do rio). Ralizou-se em Altamira, Pará, o 1º Encontro dos Povos Indígenas do Xingu. Reuniu aproximadamente 3 mil pessoas, entre lideranças indígenas como Raoni Metuktire (cacique Kayapó), Marcos Terena e Ailton Krenak; o então diretor da Eletronorte José Antônio Muniz Lopes (que se tornou presidente da Eletronorte no governo FHC e preside agora a Eletrobrás; o cantor inglês Sting; além de centenas de ambientalistas e jornalistas.

Aenorme indignação dos indígenas e demais povos da floresta, e sua intensa repercussão internacional, forçaram o governo a recuar, mudar de estratégia e refazer seu projeto. Porém a ponto de levar empresários e políticos influentes a desistir de suas intenções iniciais. Dezesseis anos depois, em agosto de 2005, a Eletrobrás firmou acordo de cooperação com as construtoras Norberto Odebrecht, Andrade Gutierrez e Camargo Correa para a conclusão dos Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental da UHE Belo Monte. Em maio de 2009 o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) foram entregues ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), órgão brasileiro responsável pela análise destes documentos e posterior emissão das licenças para a realização do leilão e obras da hidrelétrica.

Em fevereiro de 2010, o governo brasileiro emitiu a chamada Licença Prévia (LP) que autoriza o leilão de Belo Monte. Além das empreiteiras já citadas, teve apoio do grupo francês GDF Suez; de importantes grupos eletro-intensivos e mineradores, como Votorantim, Vale e Alcoa; diversos empresários; governadores, prefeitos e parlamentares. Mas por que os povos do Xingu lutam, há mais de vinte anos, contra a construção desta hidrelétrica — apelidada de “Belo Monstro” pelos moradores e moradores da região? A resposta parece ser clara para quem conhece a floresta e o rio, mas aparentemente “incompreensível” para quem mora a milhares de quilômetros de distância, no centro-sul do Brasil.

O EIA/RIMA de Belo Monte foi elaborado pela Leme Engenharia, afiliada ao Grupo Tractebel Engineering, por sua vez vinculado ao grupo GDF Suez, um dos possíveis participantes do leilão para construção da UHE Belo Monte. Em outubro de 2009, cinco meses após a versão final do documento ter sido entregue ao Ibama, chegou ao mesmo órgão, e ao Ministério Público Federal (MPF), um relatório alternativo, de 230 páginas, intinulado “Analise Crítica do Estudo de Impacto Ambiental do Aproveitamento Hidrelétrico de Belo Monte”. Foi elaborado por mais de quarenta pesquisadores. Antropólogos, sociólogos, zoólogos, biólogos, etimólogos, doutores em energia e planejamento de sistemas energéticos, historiadores, cientistas políticos, economistas, engenheiros, hidrólogos, ictiólogos, entre outros, compõem um grupo denominado Painel de Especialistas. Ligados a universidades e centros de pesquisas nacionais e internacionais, eles fizeram uma análise detalhada dos estudos de Belo Monte.

Seu relatório levanta várias interrogações ainda sem respostas, além de diversas outras questões que foram abordadas de forma incorreta ou inconsistente no EIA elaborado pela empresa contratada pela Eletrobrás. Reúne uma grande quantidade de informações instigantes.

1. O primeiro fator a chamar atenção – e um dos menos destacados pelo governo federal – é a destinação da energia a ser gerada UHE Belo Monte. Aproximadamente 80% da eletricidade atenderá as empresas do Centro-Sul do país. Até 20%, caso a negociação realizada entre a União e o governo do Pará se concretize, ficarão para atender empresas eletro-intensivas deste estado, principalmente as Vale e Alcoa. Gerarão vantagens competitivas para estes grupos no cenário internacional, mas não proverão nem 1 quilowatt (KW) para as comunidades amazônicas que até hoje não possuem energia elétrica.

2. Também não é divulgado que a energia prometida (aproximadamente 11 mil megawatt (MW), só será entregue durante quatro meses no ano. Em outros quatro meses a usina funcionará apenas com 30% a 40% de sua capacidade máxima; nos quatro meses restantes, não gerará praticamente nenhuma energia. A média anual ficará em torno de 4,5 mil MW, segundo os dados da própria Eletrobrás – uma média muito baixa quando se faz a relação custo-benefício, podendo inclusive inviabilizar financeiramente o projeto.

3. O estudo entregue pela Eletrobrás ao IBAMA não informa que mais de 20 mil pessoas serão obrigatoriamente deslocadas das áreas onde vivem, deixando para trás suas relações sociais e econômicas, além de elementos materiais de suas memórias. Chama atenção que o EIA utiliza como parâmetro a média brasileira de componentes por grupo familiar, entre três e quatro pessoas. Na região amazônica, porém, a média é outra. A bibliografia disponível indica que o grupo familiar é composto, em média, por 5,5 a 7 pessoas. As conseqüências deste equivoco são graves, pois ao subestimar a população remanejada não é possível pensar corretamente as estruturas e equipamentos sociais necessários para atender quem precisará de moradia, escola, posto de saúde, estradas e outros equipamentos públicos. Problemas semelhantes já se manifestaram nas construções das hidrelétricas de Tucuruí (PA), Balbina (AM) e Samuel (RO).

4. O EIA de Belo Monte afirma que o reservatório, com 516 Km², atingirá diretamente três municípios: Altamira, Vitória do Xingu e Brasil Novo. Porém, especialistas afirmam que Anapu e Senador José Porfírio também serão afetados pelo lago. O estudo oficial diz que onze municípios sofrerão impactos sócio-econômicos e ambientais da hidrelétrica: Altamira, Senador José Porfírio, Anapu, Vitória do Xingu, Pacajá, Placas, Porto de Moz, Uruará, Brasil Novo, Gurupá e Medicilândia, perfazendo mais de 300 mil habitantes. Pautado nesta informação, o MPF tem apresentado uma das contestações ao processo de licenciamento. Se o próprio EIA informa que onze municípios sofrerão impactos, sustentam os procuradores do Ministério Público, então não são suficientes as quatro audiências públicas realizadas – em Belém, Altamira, Brasil Novo e Vitória do Xingu. Faltaram a participação, o amplo debate e os esclarecimentos à população afetada, razões de ser das audiências.

5. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), afirmou, em outubro de 2009, que o custo de Belo Monte seria 16 bilhões de reais. Cinco meses depois, e um mês após a emissão da LP, a EPE reavaliou este custo, estimando-o em aproximadamente R$ 20 bilhões. As empreiteiras, principais interessadas na construção da usina, avaliam que o valor final não será menor que R$ 30 bilhões. Esta indefinição sobre o custo total da obra impossibilita uma segura avaliação em relação ao custo-benefício e à viabilidade econômica. É importante frisar que não estão sendo consideradas a rede de transmissão de energia, subestações, e outras estruturas necessárias ao completo funcionamento do complexo hidrelétrico. Em março de 2010, a EPE também elevou, em mais de 20% (de R$ 68 para R$ 83), o preço-teto da energia vendida nos leilões da Usina de Belo Monte.

6. Os empreendedores estimam que aproximadamente 100 mil pessoas migrarão para a região, principalmente rumo à cidade de Altamira. Alguns especialistas falam que este número, como outros informados pelo governo, também está subestimado. Calculam, amparados no que ocorreu em obras semelhantes, um mínimo de 150 mil pessoas. A Eletrobrás observa no EIA/RIMA que 18 mil empregos diretos serão gerados no pico da obra, no terceiro e o quarto anos de construção. Somados os 23 mil empregos indiretos previstos, seriam 41 mil postos de trabalho. Nas contas do próprio governo, portanto, aproximadamente 60 mil pessoas que migrarão não terão emprego em nenhum momento. A obra deve durar dez anos. No final da construção, a quantidade de empregos estimados é de apenas 700 diretos e 2.700 indiretos. O EIA/RIMA avalia que 32 mil migrantes deverão ficar na região após o termino da obra, a maioria em Altamira.

7. De acordo com o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) o metano (CH4) é um gás de efeito-estufa que causa um impacto 25 vezes maior no aquecimento global que o gás carbônico, por tonelada emitida. As hidrelétricas são responsáveis pela liberação de metano, pois a vegetação que fica submersa com a formação do lago (no caso de Belo Monte, com mais de 500 Km²), libera, ao se decompor, grandes quantidades do gás. A produção de CH4 também ocorre com o processo de passagem da água pelas turbinas e vertedouros da hidrelétrica, algo ignorado pelo EIA/RIMA. As grandes hidrelétricas agravam em especial esta situação, pois quanto maiores a área alagada, e a água movimentada, maior a emissão de metano.

8. O EIA/RIMA afirma que serão afetadas diretamente pela usina de Belo Monte as Terras Indígenas Paquiçamba (do povo Juruna), e Arara da Volta Grande do Xingu (do povo Arara), além da Área Indígena Juruna do Quilômetro 17 (também do povo Juruna). O Conselho Indigenista Missionário (CIMI) afirma que também será afetada diretamente a Terra Indígena Trincheira Bacajá (dos povos Kayapó e Xicrin). Porém, mesmo reconhecendo este impacto direto, o governo recusa-se a realizar as oitivas indígenas, conforme determinam o artigo 231 da Constituição e a convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da qual o Brasil é signatário. Este também é um dos principais questionamentos levantados pelo Ministério Público Federal.

9. Com a construção da barragem principal da usina de Belo Monte, uma área de aproximadamente 100 quilômetros, na chamada Volta Grande do Xingu, terá a sua vazão de água reduzida a algo em torno de 30% do fluxo atual. Sobre isso, o parecer técnico nº114/2009, assinado por seis analistas ambientais do Ibama, e um dos documentos básicos para a emissão da LP, é claro. Diz o parecer: “o estudo sobre o hidrograma de consenso não apresenta informações que concluam acerca da manutenção da biodiversidade, a navegabilidade e as condições de vida das populações do TVR [Trecho de Vazão Reduzida]”.

10. Para que as águas do rio Xingu possam fluir da barragem principal até as vinte turbinas que estão previstas para Belo Monte, serão abertos dois gigantescos canais no meio da floresta, o que movimentará aproximadamente 150 milhões de metros cúbicos de terra, e 60 milhões de metros cúbicos de rocha, equivalentes à movimentação de material realizada na abertura do Canal do Panamá. Os impactos não foram totalmente contabilizados no EIA/RIMA de Belo Monte, além de não ter sido fornecida informação clara sobre o local onde o material retirado será depositado, caso a obra avance.

11. O parecer técnico nº114/2009 também afirma que “tendo em vista o prazo estipulado pela Presidência [do IBAMA], esta equipe não concluiu sua analise a contento. Algumas questões não puderam ser analisadas na profundidade apropriada, dentre elas as questões indígenas e as contribuições das audiências públicas”. Porém, em relação ao que puderam identificar, os analistas ambientais destacam, além das questões referentes ao TVR, o não-dimensionamento a contento dos impactos decorrentes do afluxo populacional para a região. Em consequência, podem ser insuficientes as medidas que tentarão preparar a região para receber tal afluxo, além de estar indefinida a responsabilidade de cada agente públicos nas ações necessárias. Um terceiro elemento apresentado no parecer 114/2009 é um elevado grau de incerteza em relação ao prognóstico da qualidade da água, em especial no reservatório dos canais da hidrelétrica.

12. A Licença Prévia nº342/2010, emitida pelo Ibama em 1º de fevereiro de 2010, apresentou quarenta condições para a execução da obra. O cumprimento de várias delas, porém, só poderá ser atestado após a conslusão e pleno funcionamento da obra. É o caso da garantia de qualidade da água, navegação e modos de vida da população da Volta Grande do rio Xingu. A licença também posterga a apresentação das estratégias para garantir a infra-estrutura que antecede as obras. Ela só será definida depois da escolha da empresa que gerará a energia. Estas indefinições estão sendo questionadas por diversos movimentos sociais, ONGs e Ministério Público. Entende-se que não é possível adiar o atendimento destas condicionantes. Após realizado o leilão, a pressão política e econômica do consórcio vencedor para o rápido início dos trabalhos será muito mais forte. Haverá enorme risco de que fiquem à margem do debate fatores importantes para a preservação da vida, e do próprio rio Xingu.

Estes doze pontos, levantados a partir do exame do EIA/RIMA e do relatório do Painel de Especialistas, não esgotam as questões existentes. Uma destas é o perigo iminente de se retomar o projeto original para a construção de hidreléticas no rio Xingu. Ele previa sete represas, número tarde reduzido cinco. As indefinições existentes sobre Belo Monte torna incerta a viabilidade econômica, o que pode despertar a tentação de “completá-la”. O volume de energia entregue pela usina equivalerá a cerca 39% de sua capacidade máxima de geração – enquanto a recomendação técnica é de pelo menos 55%. Nada impede que o governo, no futuro, proponha “otimizar” o empreendimento construindo novas barragens no Xingu.

É interessante também verificar o envolvimento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Para financiar até 80% de Belo Monte, a instituição precisará se capitalizar, principalmente depois que a EPE reavaliou o custo da obra para R$ 20 bilhões. O banco também financiar o projeto em até trinta anos, dos quais cinco de carência e 25 de amortização. Atualmente, a diretoria do BNDES permite apenas o financiamento em 25 anos, dos quais vinte de amortização. As taxa de juros para o empréstimo ao consorcio ganhador serão as menores do mercado. Vale lembrar que uma das principais fontes de recursos do BNDES é o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), um fundo especial destinado ao custeio do seguro-desemprego, abono salarial e financiamento do desenvolvimento econômico dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil.

Belo Monte é um dos maiores investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal. Como tal, tem recebido atenção especial. Isto ficou particularmente claro em fevereiro de 2010. A Advocacia-Geral da União (AGU) ameaçou processar membros do MPF que se contrapõem ao licenciamento e construção da usina, alegando que as ações judiciais propostas por eles são “sem fundamento, destinadas exclusivamente a tumultuar a consecução de políticas públicas relevantes para o país”.

Diversas comunidades indígenas já deixaram clara sua oposição à construção de Belo Monte. Uma das mensagens foi expressa em carta enviada em 1º de novembro de 2009, ao presidente Lula, pelos povos indígenas Mebengôkre (Kayapó), Xavante, Yudjá (Juruna), Kawaiwet (Kaiabi), Kisêdjê (Suiá), Kamaiurá, Kuikuro, Ikpeng, Panará, Nafukua, Tapayuna, Yawalapiti, Waurá, Mehinaku e Trumai, habitantes da bacia do Rio Xingu e das regiões circunvizinhas. Reunidos na aldeia Piaraçu (Terra Indígena Capoto/Jarina), afirmaram textualmente: “Caso o governo decida iniciar as obras de construção de Belo Monte, alertamos que haverá uma ação guerreira por parte dos povos indígenas do Xingu. A vida dos operários e indígenas estará em risco e o governo brasileiro será responsabilizado”.

O modelo de desenvolvimento implementado na região amazônica tem sido historicamente pautado nos grandes projetos de exploração vegetal, mineral, e hídrica. Isto pode ser verificado nas hidrelétricas de Tucuruí (PA); Curuá-Una (PA); Balbina (AM); Samuel (RO); nos projetos de exploração de ouro em Serra Pelada, no município de Curionópolis, realizado por uma cooperativa de garimpeiros; na exploração de ferro em Parauapebas, realizado pela Vale; na exploração de bauxita em Juruti, realizado pela Alcoa; exploração de níquel em Ourilândia do Norte, pela Vale; exploração de bauxita em Oriximiná, pela Mineração Rio do Norte/Vale; exploração de Cobre em Canaã dos Carajás (Vale); e exploração de bauxita em Paragominas (mais uma vez, Vale). Todos os projetos citados estão localizados no Pará.

Data do final do século 16 o início da exploração dos recursos naturais da Amazônia. Foi sempre um processo autoritário, que se estendeu na fase “moderna”, a partir do final dos anos 1930. O processo tem demonstrado a insustentabilidade do atual modelo de desenvolvimento e, em especial, a urgência alternativas. Elas incluem um cardápio de transformações. A energia pode ser gerada a partir de fontes limpas: solar, eólica, resíduos da biomassa não-oriundos de monoculturas. Relações humanas sustentáveis não podem sobrepor os elementos econômicos ambientais, sociais ou culturais. O paradigma de desenvolvimento pode perfeitamente estabelecer harmonia entre a natureza e os seres humanos, garantindo a existência primeira do planeta. A insistência no atual padrão ampliará os desastres climáticos e ambientais, já em estágio avançado.

Dion Márcio C. Monteiro é economista do Instituto Amazônia Solidária e Sustentável (IAMAS), doutorando em Sociologia na Université Paris-Nord (França), e componente do Comitê Metropolitano do Movimento Xingu Vivo para Sempre.

Bibliografia de referência:

> EIA-RIMA da Usina de Belo Monte (em versão “pdf”).

> Relatório do Painel de Especialistas (em versão “pdf”)

> Parecer Técnico Nº 114/2009 / Ibama.

> Licença Prévia Nº 342/2010 / Ibama.
Se não queres que riam de teus argumentos , porque usas argumentos risíveis ?

A liberdade só para os que apóiam o governo,só para os membros de um partido (por mais numeroso que este seja) não é liberdade em absoluto.A liberdade é sempre e exclusivamente liberdade para quem pensa de maneira diferente. - Rosa Luxemburgo

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Re: Hidrelétrica de Belo Monte
« Resposta #47 Online: 23 de Dezembro de 2010, 02:14:59 »
BNDES aprova empréstimo-ponte de R$ 1 bilhão para Belo Monte

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BDNES) aprovou um empréstimo-ponte de R$ 1,087 bilhão ao consórcio Norte Energia para o projeto da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.

Os recursos serão destinados à compra de materiais e de equipamentos nacionais, além do pagamento de serviços de engenharia e de estudos técnicos.

De acordo com comunicado divulgado pelo BNDES, a operação para concessão de financiamento de longo prazo, via project finance, está em análise no banco e depende da conclusão do processo de licenciamento do projeto.

“Nenhuma obra civil ou instalação de equipamentos será realizada no local da usina antes da obtenção do devido licenciamento ambiental e da licença de instalação do empreendimento”, informou o banco de fomento.

O consórcio Norte Energia, que tem participação da Chesf, Queiroz Galvão, Galvão Engenharia e outras seis empresas, venceu o leilão da usina em abril deste ano. O projeto faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A primeira unidade de geração de Belo Monte deve entrar em operação comercial em fevereiro de 2015.

http://www.valoronline.com.br/online/belo-monte/12784/357641/bndes-aprova-emprestimo-ponte-de-r-1-bilhao-para-belo-monte

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Re: Hidrelétrica de Belo Monte
« Resposta #48 Online: 07 de Janeiro de 2011, 22:15:17 »
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Licença para Belo Monte sai em fevereiro, garante Lobão

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou hoje que a licença para instalação do canteiro de obras da hidrelétrica de Belo Monte será expedido pelo Ibama ainda na primeira quinzena de fevereiro.

Em encontro com jornalistas, Lobão afirmou que discutiu o assunto diretamente com a ministra do Meio Ambiente, Isabella Teixeira, e que o prazo ficou decidido.

O início das obras de Belo Monte, no rio Xingu (PA) está atrasado. A expectativa inicial do governo era de que a construção tivesse começado no segundo semestre de 2010. O consórcio Norte Energia, responsável pela obra, tinha preparado aporte de R$ 560 milhões para tocar as operações. Com a licença para o canteiro de obras, o consórcio poderá dar início à mobilização de seus funcionários.

“Estávamos receosos de que houvesse um atraso maior, e isso implicaria em perder um ano na construção da Usina”, disse Lobão. “Isabella garantiu que entregará a licença até a primeira quinzena do próximo mês para o canteiro de obras.”

Uma semana depois, segundo Lobão, deverá ser entregue a licença de instalação. O projeto de Belo Monte tem enfrentado fortes críticas por parte do Ministério Público Federal no Pará. No fim de dezembro, o MPF enviou ao Ibama recomendação para que o órgão não emitisse nova licença ambiental para Belo Monte enquanto não fossem atendidas as pendências da Licença Prévia concedida. Há 40 condicionantes para a entrega da nova licença e, segundo Felício Pontes Júnior, procurador da República no Pará, poucas delas foram de fato cumpridas.

http://www.valoronline.com.br/online/hidreletrica/4558/365553/licenca-para-belo-monte-sai-em-fevereiro-garante-lobao

Claro, claro...

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Re: Hidrelétrica de Belo Monte
« Resposta #49 Online: 01 de Junho de 2011, 15:07:34 »
Eu já vi esse filme
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Ibama autoriza instalação da usina de Belo Monte

Liberação da obra foi envolvida por polêmicas, como queda de presidentes do instituto e manifestações agressivas, e muito atraso

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) acaba de autorizar a instalação da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no no rio Xingu, no Pará.

A liberação da obra foi envolvida por polêmicas, que passaram por queda de presidentes do Ibama, manifestações agressivas de índios e de organizações não-governamentais e muito atraso. O projeto inicial de Belo Monte vem de décadas atrás e, desde o período da ditadura militar, o governo teve de reduzir algumas vezes o tamanho da represa, para acatar demandas da sociedade. Com isso, a usina poderá gerar até 11.233 Megawatts de energia.

Segundo o Ibama, o licenciamento "foi marcado por robusta análise técnica e resultou na incorporação de ganhos socioambientais". Entre eles, destaca o instituto, a garantia de vazões na Volta Grande do Xingu suficientes para a manutenção dos ecossistemas e dos modos de vida das populações ribeirinhas.

O consórcio Norte Energia (Nesa) terá de implementar ações em saúde, educação, saneamento e segurança pública em Altamira e Vitória do Xingu, que são os municípios mais afetados pela construção, que faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Nas negociações para liberação da licença, o Ibama e a empresa Norte Energia (Nesa) firmaram um Acordo de Cooperação prevendo apoio logístico às ações de fiscalização na região para controlar os crimes ambientais, como o tráfico de animais silvestres e a exploração ilegal de madeira na região.

Segundo o Ibama, a Nesa terá de investir cerca de R$ 100 milhões em unidades de conservação na bacia do rio Xingu a título de compensação ambiental, conforme determina a legislação vigente.

Ainda nesta manhã, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, e o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, anunciam o plano para o desenvolvimento sustentável do Xingu, região onde está Belo Monte. O objetivo do plano é promover o desenvolvimento sustentável da região com a participação da população na gestão das atividades.

http://economia.ig.com.br/ibama+autoriza+instalacao+da+usina+de+belo+monte/n1596994061653.html

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