1 - que o Leafar tente responder com mais isenção à linha de questionamento sobre a proibição dos espíritos de se mostrarem em laboratório em vez de se esquivar. Porque, sério, desse jeito é trollagem mesmo.
Eu não me esquivei, mas apenas dei respostas "suscintas" demais, em parte porque já tratei desse assunto em outras ocasiões, e a brevidade talvez tenha sido entendido como "fuga" do assunto.
Mas ok, vamos começar lá de trás novamente então, devagarinho.
A investigação da suposta existência dos espíritos é uma investigação científica como outra qualquer, porém com a diferença de que o objeto investigado não está submetido ao homem, e mais, teria poder sobre ele.
Quando investiga-se o comportamento de ratos de laboratório, ou animais, por exemplo, é fácil porque podemos subjugar os animais e observá-los até que demonstrem o comportamento que desejamos observar. Nesse caso, o ratinho fica lá na gaiola, submetido às vontades do observador. E mesmo assim é preciso esperar pacientemente que o bichinho se comporte da forma esperada (ou não), porque com todo o nosso poder não conseguimos obrigá-lo a fazer uma pirueta contra a vontade dele.
A observação dos espíritos é a mesma coisa, com a diferença
capital de que agora seria o observador é que estaria na "gaiola", e sob o jugo do objeto a ser investigado, em outras palavras, estaríamos investigando seres que, em existindo, teriam poderes acima do da humanidade. Se os animais, que estão sob o nosso jugo, precisamos adestrar e esperar que eles tenham a boa vontade de se comportarem, imagine os espíritos. Então, em existindo, eles precisariam ser persuadidos a se manifestarem, e é intelectualmente desonesto afirmar que não existem só porque não se manifestam na hora em que queremos que eles se manifestem. O observador precisa se colocar nas condições apropriadas de observação, e não exigir que essa condição lhes seja atendida. O engraçado é que muitos cientistas se contorcem e se colocam em posições às vezes as mais ridículas a fim de flagrar algum comportamento espontâneo de animais ou outras coisas na natureza, mas acham que devem ser obedecidos quando investigam espíritos:
"Espírito: deita, rola, pula, mexe a mesa, leia o papelzinho, etc..." Não dá, concordam?
Coloquem-se no lugar do objeto observado. Se fosse eu, eu jamais me prestaria a experiências de adivinhação, pegando palavras e letrinhas como se eu fosse um cachorrinho bem treinado que pega o gravetinho e traz para o dono. Não é assim que as coisas devem ser conduzidas. Como eu já disse, é do nosso próprio interesse a solução dessa questão, porque tem a ver com o próprio futuro da humanidade e o nosso próprio futuro. Então nós é que deveríamos ser pró-ativos na investigação, e não
exigirmos que o objeto investigado (os espíritos) o sejam.
Ainda pensando empaticamente, se eu fosse um espírito, eu ajudaria os pesquisadores sérios e persistentes, e ignoraria os que quisessem me submeter às suas vontades. Eu sinceramente não acho que estejamos abandonados pelos espíritos (em eles existindo), porque há bastante evidências materiais que podem ser investigadas e podem levar à convicção, como os desse vídeo abaixo.
Independemente das múltiplas explicações mais ou menos acertadas que foram dadas para o fenômeno, reparem que há provas materiais muito difíceis de se negar (16 pessoas feridas). Esse é um dos casos que eu sem medo de errar reputo a espíritos, até porque há casos semelhantes relatados em
O Livro dos Médiuns e na
Revista Espírita. A farsa seria a segunda possibilidade, mas à medida que o número de pessoas envolvidas aumenta, a farsa torna-se cada vez mais insustentável, pois todos têm que contar a mesma mentira e é muito raro que pessoas simples sejam capazes de sustentá-la sem se traírem. Esse é um dos casos em que a manifestação é espontânea e pode ser investigado. Mas há milhares de outros, e eu já citei vários aqui. Então, não estaríamos abandonados, não. Mas daí a achar que eles vão se colocar sob o jugo de pessoas que querem que eles se manifestem na hora que querem, vai longa distância.
Na
Revista Espírita de janeiro de 1858 (a primeira) há um artigo e uma explicação sobre isso, na página 49:
Os Médiuns Julgados. Refere-se a um artigo publicado pela
Scientific American em 11 de julho de 1857 com respeito a médiuns (entre eles as irmãs Fox) que não conseguiram mostrar "suas habilidades" perante um certo número de professores da Universidade de Cambridge, nos Estados Unidos.
http://www.opiniaoespirita.org/downloads/re_1858_feb.pdfEu não sei... eu acho que esse assunto já se esgotou, e se não tiver nada mais de novo, encerro. Senão não vamos mais sair desse "concordo", "não concordo", "creio", "não creio". Acho que todo mundo aqui já deixou bem claro como é que pensa.
Um abraço.