O aborto deveria ser um direito sagrado de cada mulher, amparado na constituição e apoiado pela rede pública e para mim qualquer coisa que seja contra o aborto é próprio de um conservadorismo retrógrado e sem fundação biológica, que não leva em consideração as consequencias de levar adiante um gravidez indesejada, que na maioria das vezes tem mais haver com a incapacidade ( seja financeira e material ou de ordem emocional e psicológica) da mãe em criar o filho do que propriamente no desejo de não tê-lo.
Pense nas meninas de 11 a 17 anos, das mães solteiras e desempregadas, da ordem da mulher ganhar muito menos que o homem. Da mulher negra, parda, mulata e também brancas que tem os empregos mais mal remunerados do país, que moram em favelas e barracos, que já são as que mais sofrem, que tem menos acesso aos métodos anticoncepcionais, que são as que tem menos escolaridade e menos acesso à saúde, pense que além de tudo isso, ela precisa enfrentar uma gravidez, aos trancos e barrancos e criar o filho, e em grande parte das vezes sozinha, ou com a ajuda da avó, que por um deficiência crônica sofreu dos mesmos problemas da filha e agora tem que sofrer com os netos e até bisnetos.
Qualquer pessoa, que tem um mínimo de contado com as periferias ou mora de fato nelas, sabe o que é ser mãe solteira, muito nova, mal remunerada, sem casa própria e sem apoio do infeliz do parceiro. É umas das piores catástrofes humanitárias que acontece, não só no Brasil, mas em toda América Latina, por ordem exclusiva do Nosso Senhor Jesus Cristo e de sua querida Igreja Católica Apostólica Romana e derivados.
