A dúvida de que Deus existe e a certeza de que um dia irá morrer. Esse conflito gera o pior dos males, o medo.
Não sei qual a sua experiência com a morte (do outro, evidentemente) mas o que eu tenho observado é que o fato de uma pessoa acreditar ou não em deus não diminui ou aumenta o medo da morte. Você diz isso baseado em quê? Cite exemplos.
Já trabalhei em um cemitério fazendo serviços gerais e isso incluía sepultamentos. A maioria esmagadora das pessoas que observei tem verdadeiro horror a morte, mesmo que a sua fé diga que tudo vai ficar bem.... Todos temos esse medo que é instintivo; católicos, espíritas, evangélicos, ateus, etc têm esse medo em menor ou maior grau isso vai variar de pessoa para pessoa..... Pensar diferente é pura ilusão.
A minha vó, que na verdade era mais uma mãe faleceu em 1995, me lembro muito bem que alguns dias antes de falecer me perguntou se eu acreditava em vida após a morte, nessa ocasião ela já estava nas últimas. Eu respondi que não sabia e ela que era uma católica (não muito praticante) disse que não acreditava nesse tipo de coisa. Evidentemente fiquei surpreso.... Resumindo, eu estava ao lado dela quando deu o último suspiro, morreu tranquila, não mostrou ter medo da morte e tampouco acreditava que sua vida continuaria.
É porque você não oberseva as coisas além da "matéria". Existe dois caminhos no mundo: O da vida e o da morte [O do bem e o do mal]; as pessoas que mais temem a morte são àquelas que andam no caminho da morte, do mal. Não estou falando de crenças, estou falando de seres humanos, todos eles. A medida que eles temem a morte é a mesma que eles praticaram o bem, ou o mal. Se eles temem a morte pelo mal que fizeram, é óbvio que estão temendo serem julgados. E, serem julgados por quem? Essa dúvida, quando se é ateu, [ainda mais se for um ateu que anda no caminho da morte/mal] deve ser terrível.
Você não citou nada de concreto para defender o seu argumento em relação ao medo da morte. Mais uma vez, o medo da morte é algo instintivo não depende de nenhum tipo de crença ou descrença, ele está presente em todos em menor ou maior grau, é claro que existem casos como os homens bombas que são outra história. Até um animal tem um medo instintivo da morte sem nem saber do que se trata e não ter a menor noção do “caminho da vida e o da morte [O do bem e o do mal]” como você disse acima.
Claro que um ateu pode ter medo da morte, mas de ser julgado? Não entendi... julgado por quem? O cara não é um ateu?
E eu não sou velho, e nunca fui ateu [etimologicamente falando] mas dizia ser crente, só por causa de costumes hereditários. Mas em determinadas situações tinha vergonha de dizer que eu era. Posso dizer que o máximo que cheguei do ateísmo foi uma breve aspiração, porque também já xinguei Deus quando as dúvidas me torturavam à alma. Eu só me considero crente há três anos, os outros 26 eu estava apenas na escola da vida, aprendendo sobre as dores e os prazeres desse mundo [como todos nós estamos]. A diferença entre eu e vocês é que eu não gostei de ficar nessa escola de prazeres e dores, e procurei o máximo me esforçar para sair. Foi a partir dai que começou a auto-observação e cheguei a conclusão de que Deus, de fato, existe. O espiritismo me ajudou muito, claro.
Sinceramente Micrômegas eu acho essa atitude de xingar deus de uma infantilidade ridícula apenas reflete o imaturidade da pessoa, pois é ridículo xingar algo inexistente. Isso do ponto de vista de um ateu.
Por favor, coloque em termos práticos qual seria essa diferença entre você é nós (ateus). O que você faz de diferente que te levou a deixar essa “escola de prazeres e dores”?. Onde você se encontra agora?
Quando você fala “a diferença entre eu é vocês”... da a impressão que você estaria vivendo em um mundo mágico, como se você tivesse um conhecimento que os pobres e ignorantes ateus desconhecem devido ao seu baixo desenvolvimento espiritual. Provavelmente você se ache mais elevado por ter se "desvencilhado das ilusões deste mundo".... Bonito isso, né? 
Pois eh, também pensava assim, muita infatilidade. Deus não merece ser chingado em momento algum, mas so descobrimos isso depois que conhecemos sua justiça. Depois que aspiramos esse conhecimento não damos graças por quem somos, pelo que temos, ou pelo que conhecemos; damos pelo que não somos, pelo que não temos, pelo que não conhecemos etc.
Não existe diferença entre mim e voçês, meu caro; não disse isso. Somos todos iguais. Até disse lá atrás que "conhecendo um, conhece todos", porque somos todos iguais. O que acontece é que eu escolhi um caminho diferente do seu. Essa "escola da vida" é apenas uma analogia com uma escola normal, onde todos somos alunos. No entanto, enquanto vocês querem saber so do recreio[prazeres] eu procuro sair deles, aprendendo e praticando as aulas.Contudo, no final, isso não quer dizer nada, todos passamos de ano. A diferença é que uns escolhem caminhos mais longos e perigosos.
Você não respondeu a minha pergunta... Você disse: “A diferença entre eu e vocês é que eu não gostei de ficar nessa escola de prazeres e dores, e procurei o máximo me esforçar para sair.” Gostaria de saber o que você fez de diferente para sair dessa escola e onde você se encontra agora. Você se encontra em um estado mental distinto das demais pessoas?
Quem te disse que nós queremos saber só do recreio? Ok, você procura sair do recreio (prazeres), aprender e praticar as aulas. Mas que aulas são essas? Seja concreto, dê exemplos..... O que você aprende e pratica?
Nos meus tempos de misticismo eu pensava ter descoberto um mundo incrível, mas dia após dia se mostrou uma grande besteira. Já li muitos “livros espirituais”, já frequentei inúmeras palestras com pessoas da gnose, espiritismo, nova acrópole, brahma kumaris, hari krishna, budismo tibetano, budismo theravada, trigueirinho (tem cada coisa engraçada
), rosacruz e.... bom deve ter tido mais algum que não me lembro. Usando as suas palavras “Foi a partir dai que começou a auto-observação e cheguei a conclusão de que Deus, de fato, não existe. O espiritismo me ajudou muito, claro.
Veja porque você desistiu, senão porque achou que seria demasiado difícil, ou se não seria melhor continuar como está. Ou talvez,foi segundo o que Santo Agostinho diz no livro "O Livre Arbítrio" o texto que se segue:
Julgaremos que para a mente poderá ser um pequeno castigo ser dominada pela paixão e despojada das riquezas da virtude, tornar-se pobre e desgraçada, ser puxada por ela em todos os sentidos? Às vezes, aprovar a falsidade em vez da verdade; outras vezes, parecer mesmo
defender o erro; outras condenar o que até então aprovava; e não obstante, precipitar-se em novos erros? Numa hora, suspender o seu julgamento até temer as razões que a esclareceriam; noutra, desesperar de jamais encontrar a verdade e mergulhar totalmente nas trevas da loucura. Amanhã, esforçar-se por abrir-se na direção da luz da inteligência, para de novo recair extenuada. Ao mesmo tempo, o império das paixões ao lhe impor sua tirania, perturba todo o espírito e a vida desse homem, pela variedade e oposição de mil tempestades, que tem de
enfrentar. Ir do temor ao desejo; da ansiedade mortal à vã e falsa alegria; dos tormentos por ter perdido um objeto que amava ao ardor de adquirir outro que ainda não possui; das irritações de uma injúria recebida ao insaciável desejo de vingança. E de todo lado a que se volta, a
avareza cerca esse homem, a luxúria o consome, a ambição o escraviza, o orgulho o incha, a inveja o tortura, a ociosidade o aniquila, a obstinação o excita, a humilhação o abate. E finalmente, quantas outras inumeráveis perturbações são o cortejo habitual das paixões, quando elas exercem o seu reinado. Enfim, poderemos considerar como pouca coisa essas penas que necessariamente suportam todos aqueles que não aderem à verdadeira sabedoria, assim como bem o percebes. Por certo, considero que é de fato grande essa punição, e muito justa, no caso de ser aplicada a alguém que, já se achando estabelecido nas alturas da sabedoria, resolvesse descer de lá, para se pôr ao serviço das paixões.
Tanto você quanto o Agostinho estão errados em relação a minha pessoa. O que seria demasiado difícil? O caminho espiritual?
Esse papinho de luxuria, humilhação, ociosidade, inveja etc como é apresentado no texto é patético e não faz o menor sentido para mim porque não faz parte da minha realidade. Talvez fizesse parte da realidade dele.
Crente no meu modo de ver é aquele que crê, na maioria das vezes sem fazer qualquer questionamento sobre a crença, simples assim.
O fato da pessoa mudar de atitude perante a sociedade não é característica exclusiva do crente como você mesmo disse.
Quais coisas supérfluas?
Crente é quem crer em Cristo. Não somente crer que cristo existiu, mas também seguir seus mandamentos. Não é possível seguir os mandamentos do cristo sem que tenha desprendido de todos desejos materiais [Coisas supérfluas.]
Como você se diz um crente podemos concluir que você se desprendeu de todos os desejos materiais (coisas supérfluas) e segue todos os mandamentos do nazareno, correto? Espantoso!!! Eu tenho amigos que são evangélicos, católicos, espíritas, etc, mas nenhum deles abrem mão das “coisas supérfluas”. Bom, talvez o crente possa ter “coisas supérfluas” desde que mantenha uma atitude mental de desprendimento.

Isso deve acontecer muito, né? Tipo assim como o que importa é o mundo espiritual e não o material... Não existe problema em ter “coisas supérfluas” porque essas “coisas supérfluas” não podem poluir a santidade do mundo espiritual..... Desde que eu seja desapegado em meu mundo subjetivo eu posso ser apegado no mundo objetivo.

A vida não cessa. A vida é fonte eterna e a morte é o jogo escuro das ilusões. O grande rio tem seu trajeto, antes do mar imenso.
Copiando-lhe a expressão, a alma percorre igualmente caminhos variados e etapas diversas, também recebe afluentes de conhecimentos, aqui e ali, avoluma-se em expressão e purifica-se em qualidade, antes de encontrar o Oceano Eterno da Sabedoria. [André Luiz]
Romântico....... 
Não tem nada de romântico. Saimos todos da mesma fonte em direção ao ser eterno. Mas seguimos vários caminhos, como afluentes de um rio, mas todos vão dar no Oceano [Deus]
Nessa eu concordo com você!!!

Não é romântico é bobo....

- - - - - - - - - - - - - - - - -
Micrômegas,
Você parece ser sincero em sua crença, mas cá entre nós, você é muito ingênuo em pensar que pode convencer algum cético com argumentos tão vagos e achismos. Seja concreto, dê exemplos reais, não use argumentos que não possam ser comprovados ou que careçam de lógica.