Autor Tópico: Brasil vai a julgamento por crimes da ditadura  (Lida 9895 vezes)

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Brasil vai a julgamento por crimes da ditadura
« Online: 20 de Maio de 2010, 08:29:52 »
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20/05/2010 - 07h00 / Atualizada 20/05/2010 - 07h00
Corte Interamericana de Direitos Humanos julga Brasil por crimes contra guerrilheiros do Araguaia
Thiago Chaves-Scarelli
Do UOL Notícias
Em São Paulo

A Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) inicia nesta quinta-feira (20) a audiência pública na qual o Brasil terá que responder pelas acusações de detenção arbitrária, tortura e desaparecimento forçado de dezenas de pessoas em operações de repressão à Guerrilha do Araguaia, na década de 1970.

Para emitir seu julgamento, o órgão sediado na Costa Rica vai ouvir, entre hoje e amanhã, os depoimentos de representantes das vítimas, as conclusões da comissão interamericana e a defesa do Estado brasileiro, que está a cargo de uma delegação interministerial. O anúncio da sentença está previsto para novembro.

O processo é consequência de uma petição de agosto de 1995 movida por ONGs junto à Comissão Interamericana de Direito Humanos. Desde então, organismo analisou o caso e sugeriu ao Brasil uma série de medidas reparatórias. Como o país não concretizou as sugestões, a comissão encaminhou a denúncia à Corte, que é a última instância para o caso.

De acordo com documentos, “a demanda se relaciona com a suposta detenção arbitrária, tortura e desaparecimento forçado de 70 pessoas, entre membros do Partido Comunista do Brasil e camponeses da região, resultado de operações do Exército brasileiro entre 1972 e 1975 com o objetivo de erradicar a Guerrilha do Araguaia, no contexto da ditadura militar do Brasil”.

Para justificar a pertinência do caso, o organismo acrescenta que “em virtude da Lei da Anistia, o Estado [brasileiro] não realizou uma investigação penal com o objetivo de punir as pessoas responsáveis” e “os recursos judiciais de natureza civil com objetivo de obter informação sobre os fatos não foram efetivos”.

O Brasil alega em sua defesa que não se esgotaram os recursos internos para análise da questão, que não houve violação à legislação internacional e que as sugestões anteriores já foram acatadas.

A demanda original foi apresentada pelo Centro pela Justiça e o Direito Internacional (CEJIL/Brasil) e pela Human Rights Watch/Americas (HRWA). Mais tarde, se apresentaram como co-peticionários o Grupo Tortura Nunca Mais (GTNM) e a Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos (CFMDP).

Caso particular

Consultado pelo UOL Notícias, um porta-voz da Corte Interamericana declarou que se trata de um caso sem precedentes na história do organismo internacional.

“Cada caso é único, é importante se lembrar disso, mas esse processo é especial, tem uma série de particularidades. A Corte já julgou casos de tortura, desaparecimento, mas agora são dezenas pessoas que supostamente foram vítimas [de violações dos direitos humanos]”, explica.

Vai pesar na decisão do organismo o fato de que o Brasil vivia uma ditadura durante o caso? “Não. A Corte julga apenas se houve violação dos direitos humanos, independente do governo que estava no poder, essa não é a questão”, respondeu o porta-voz.

Além disso, a Corte não busca estabelecer a culpa de indivíduos, mas indicar se um determinado Estado infringiu ou não os artigos da Convenção Interamericana. O resultado, que deve demorar seis meses para ser anunciado, é inapelável e seu acatamento é obrigatório.

“Em caso de condenação, a Corte faria duas coisas: estabelecer qual foi a violação cometida pelo Estado brasileiro e depois indicar medidas de reparação às vitimas”, explica o porta-voz.

Essas medidas podem ter caráter econômico, como no caso de indenizações, ou podem ser decididas em função das características do caso. A corte pode decidir, por exemplo, que seja criada ou revogada uma lei para que o país esteja de acordo com os regulamentos internacionais. Em outro caso, envolvendo a Colômbia, a corte chegou a ordenar que os militares do país tivessem formação em direitos humanos.
Representação

Comparecem à audiência na Costa Rica como testemunhas das vítimas Belisário dos Santos Júnior, Marlon Weichert, Elizabeth Silveira e Silva e Criméia Alice Schmdit de Almeida e, em conjunto com a Comissão Interamericana, Laura Petit da Silva e Marlon Weichert. O colombiano Rodrigo Uprimny será o perito em nome das vítimas e da CIDH.

Pelo Estado brasileiro, estarão presentes o ex-ministro da Justiça José Gregori e o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Paulo Sepúlveda Pertence e, como perito, o ministro Gilson Dipp, corregedor do Conselho Nacional de Justiça.

A delegação brasileira, chefiada pelo embaixador na Costa Rica, é composta ainda por representantes dos ministérios das Relações Exteriores, da Defesa e da Justiça, além de elementos da Advocacia Geral da União, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, do Arquivo Nacional, da Procuradoria-Geral da República, do Comando do Exército, do Ministério da Justiça e da Casa Civil.

FONTE: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/internacional/2010/05/20/corte-interamericana-de-direitos-humanos-julga-brasil-por-crimes-contra-guerrilheiros-do-araguaia.jhtm
« Última modificação: 20 de Maio de 2010, 09:47:47 por West »
"Houve um tempo em que os anjos perambulavam na terra.
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Re: Brasil vai a julgamento por crimes da ditatura
« Resposta #1 Online: 20 de Maio de 2010, 08:49:01 »
O povo que foi vítima, agora vai ter que idenizar a si próprio!?
Sou a favor de indenização às vítimas e suas famílias, mas parte dessa grana deveria sair do bolso dos facínoras que promoveram a ditadura. Esses canalhas deveriam ter tido seus bens expropriados e sido condenados a apodrecer na cadeia.

Só vejo uma coisa que pode ser vantajoso nesse caso, além da exposição internacional da vergonhosa posição brasileira frente aos crimes cometidos durante a ditadura: uma possível pressão para reformulação da lei de anistia, punindo quem deveria de fato ser punido. O que acho quase impossível de ocorrer.

Brasil = piada no exterior!
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Offline Barata Tenno

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Re: Brasil vai a julgamento por crimes da ditatura
« Resposta #2 Online: 20 de Maio de 2010, 09:35:55 »
Deveriam punir torturadores e terroristas.
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Re: Brasil vai a julgamento por crimes da ditadura
« Resposta #3 Online: 20 de Maio de 2010, 09:53:32 »
Quando finalmente vamos ter o direito de ter acesso aos arquivos da ditadura? Quando torturadores vão deixar de merecer homenagens tendo ruas e praças recebendo os seus nomes? Quando vão começar a estudar e investigar direito todos os crimes daquela época? E até quando um crime considerado não-prescritível pelo direito internacional, a tortura, vai gozar de anistia no Brasil? Somente depois que toda essa corja que estava no poder (e ainda está) morrer tranqüila em seus apartamentos com vista para o mar? Vamos continuar sendo um dos países mais atrasados da América Latina na investigação de crimes e terrorismos perpetuados pelo estado?

Offline Barata Tenno

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Re: Brasil vai a julgamento por crimes da ditadura
« Resposta #4 Online: 20 de Maio de 2010, 09:58:48 »
Mário Kozel Filho nasceu no dia 6 de julho de 1949, em São Paulo. Filho de Mário Kozel, gerente da Fiação Campo Belo e Therezinha Vera Kozel. O Kuka, como era conhecido, cursava o antigo colegial, à noite, e fazia parte Grupo Juventude, Amor, Fraternidade, da Paróquia Nossa Senhora da Aparecida, em Indianópolis, que tinha como símbolo uma rosa e um violão e havia sido idealizado pelo Kuka.


- Serviço Militar


Aos 18 anos ingressou no Exército sendo designado para o 4º Regimento de Infantaria, Regimento Raposo Tavares, em Quitaúna, sendo considerado pelos seus superiores como um Soldado exemplar. Na madrugada fria e de pouca visibilidade do dia 26 de junho de 1968, no Quartel General do II Exército, as guaritas estavam guarnecidas por jovens soldados que prestavam o serviço militar obrigatório, entre eles, Mário Kosel Filho, que, como todos os outros tinha apenas seis meses de instrução e de serviço nas fileiras do Exército. Tinham sido alertados a respeito da situação de insegurança que o país atravessava e que os quartéis eram alvos preferenciais de ações terroristas. Foram igualmente informados do assalto ao Hospital Militar, poucos dias antes, em que foram vítimas seus colegas do Regimento.


Um grupo de dez terroristas, da VPR, carregando dinamite em uma camionete Chevrolet, se deslocou em direção ao Quartel General (QG) com a missão de infringir o maior número de vítimas e danos materiais ao QG. Uma das sentinelas, atenta, dispara contra o veículo que se aproximava aceleradamente do portão do Quartel. O soldado Rufino dispara 6 tiros contra o mesmo que se choca contra a parede externa do quartel.


Kozel sai do seu posto e corre em direção ao carro para ver se há alguém ferido no seu interior. A carga com 50 quilos de dinamite explode dilacerando seu corpo e espalhando a destruição e morte num raio de 300 metros. Seis militares ficaram feridos: o Coronel Eldes de Souza Guedes e os soldados João Fernandes de Souza, Luiz Roberto Juliano, Edson Roberto Rufino, Henrique Chaicowski e Ricardo Charbeau.




- Diógenes - herói da esquerda escocesa


Diógenes José Carvalho de Oliveira um dos 10 terroristas que mataram o soldado Mário Kozel Filho recebeu uma indenização de R$ 400.337,73 e mais uma pensão mensal vitalícia, livre de imposto de renda. Por ter assassinado o soldado Mário Kozel Filho e outros tantos crimes, a Comissão de Anistia e o Ministro da ‘Injustiça’, Tarso Genro, resolveram premiá-lo.


- O facínora Diógenes (Currículo vitae)


- 20/03/1968 - construiu a bomba que explodiu uma na biblioteca da USIS, consulado dos EUA. Três estudantes foram feridos: Edmundo Ribeiro de Mendonça Neto, Vitor Fernando Sicurella Varella e Orlando Lovecchio Filho, que perdeu o terço inferior da perna esquerda;


- 20/04/1968 - preparou a bomba, que foi lançada contra o jornal ‘O Estado de São Paulo’, ferindo três inocentes;


- 22/06/1968 - participou do assalto ao Hospital do Exército em São Paulo;


- 26/06/1968 - lançou um carro-bomba contra o Quartel General do II Exército, matando o soldado Mario Kozel Filho, e ferindo mais quinze militares;


- 01/08/1968 - participou do assalto ao Banco Mercantil de São Paulo;


- 20/09/1968 - participou do assalto ao quartel da Força Pública, quando foi morto, a tiros, o sentinela soldado Antonio Carlos Jeffery;


- 12/10/1968 - às 8hs e 15min, Diógenes se aproximou do capitão Chandler, do Exército dos EUA, que retirava seu carro da garagem e na frente da mulher e dos seus filhos Luane e Todd de 3 anos, Jeffrey com 4 e Darryl com 9, o assassinou com seis tiros;


- 27/10/1968 - participou do atentado à bomba contra a loja Sears da Água Branca;


- 06/12/1968 - participou do assalto ao Banco do Estado de São Paulo ferindo, a coronhadas, o civil José Bonifácio Guercio;


- 11/12/1968 - assalto à Casa de Armas Diana onde foi ferido a tiros o civil Bonifácio Signori;


- 24/01/1969 - coordenou o assalto ao 4º RI, em Quitaúna, com o roubo de grande quantidade de armas e munições;


- 02/03/1969 - Diógenes e Onofre Pinto foram presos na Praça da Árvore, em Vila Mariana;


- 14/03/1970 - foi um dos cinco militantes comunistas banidos para o México, em troca da vida do cônsul do Japão em São Paulo.


- 1986 - era o assessor do vereador do PDT Valneri Neves Antunes, antigo comparsa da VPR e, ironicamente, fazia parte do movimento ‘Tortura Nunca Mais’;


- Na década de 90 - ingressou nos quadros do PT/RS, sempre assessorando seus líderes mais influentes.


- Diógenes do PT


Diógenes José Carvalho de Oliveira foi também conhecido pelos codinomes de ‘Leandro’, ‘Leonardo’, ‘Luiz’ e ‘Pedro’. Durante a CPI da Segurança Pública, no RS, ganhou destaque na mídia uma gravação em que ele dizia estar falando em nome do governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra, e solicitava que o então chefe da Polícia Civil, delegado Luiz Fernando Tubino, ‘aliviasse’ a repressão aos bicheiros. Diógenes era o presidente do Clube de Seguros da Cidadania, uma organização criada para arrecadar fundos para o PT.


- Vítimas dos ‘heróis’ da esquerda escocesa


As famílias dos patriotas abaixo, ao contrário dos celerados membros da camarilha ‘companheira’ não receberam, até hoje, nenhuma indenização por parte da Comissão de Anistia e do Ministro da ‘Injustiça’, Tarso Genro.
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Re: Brasil vai a julgamento por crimes da ditadura
« Resposta #5 Online: 20 de Maio de 2010, 10:12:53 »
Mário Kozel Filho nasceu no dia 6 de julho de 1949, em São Paulo. Filho de Mário Kozel, gerente da Fiação Campo Belo e Therezinha Vera Kozel. O Kuka, como era conhecido, cursava o antigo colegial, à noite, e fazia parte Grupo Juventude, Amor, Fraternidade, da Paróquia Nossa Senhora da Aparecida, em Indianópolis, que tinha como símbolo uma rosa e um violão e havia sido idealizado pelo Kuka.


- Serviço Militar


Aos 18 anos ingressou no Exército sendo designado para o 4º Regimento de Infantaria, Regimento Raposo Tavares, em Quitaúna, sendo considerado pelos seus superiores como um Soldado exemplar. Na madrugada fria e de pouca visibilidade do dia 26 de junho de 1968, no Quartel General do II Exército, as guaritas estavam guarnecidas por jovens soldados que prestavam o serviço militar obrigatório, entre eles, Mário Kosel Filho, que, como todos os outros tinha apenas seis meses de instrução e de serviço nas fileiras do Exército. Tinham sido alertados a respeito da situação de insegurança que o país atravessava e que os quartéis eram alvos preferenciais de ações terroristas. Foram igualmente informados do assalto ao Hospital Militar, poucos dias antes, em que foram vítimas seus colegas do Regimento.


Um grupo de dez terroristas, da VPR, carregando dinamite em uma camionete Chevrolet, se deslocou em direção ao Quartel General (QG) com a missão de infringir o maior número de vítimas e danos materiais ao QG. Uma das sentinelas, atenta, dispara contra o veículo que se aproximava aceleradamente do portão do Quartel. O soldado Rufino dispara 6 tiros contra o mesmo que se choca contra a parede externa do quartel.


Kozel sai do seu posto e corre em direção ao carro para ver se há alguém ferido no seu interior. A carga com 50 quilos de dinamite explode dilacerando seu corpo e espalhando a destruição e morte num raio de 300 metros. Seis militares ficaram feridos: o Coronel Eldes de Souza Guedes e os soldados João Fernandes de Souza, Luiz Roberto Juliano, Edson Roberto Rufino, Henrique Chaicowski e Ricardo Charbeau.




- Diógenes - herói da esquerda escocesa


Diógenes José Carvalho de Oliveira um dos 10 terroristas que mataram o soldado Mário Kozel Filho recebeu uma indenização de R$ 400.337,73 e mais uma pensão mensal vitalícia, livre de imposto de renda. Por ter assassinado o soldado Mário Kozel Filho e outros tantos crimes, a Comissão de Anistia e o Ministro da ‘Injustiça’, Tarso Genro, resolveram premiá-lo.


- O facínora Diógenes (Currículo vitae)


- 20/03/1968 - construiu a bomba que explodiu uma na biblioteca da USIS, consulado dos EUA. Três estudantes foram feridos: Edmundo Ribeiro de Mendonça Neto, Vitor Fernando Sicurella Varella e Orlando Lovecchio Filho, que perdeu o terço inferior da perna esquerda;


- 20/04/1968 - preparou a bomba, que foi lançada contra o jornal ‘O Estado de São Paulo’, ferindo três inocentes;


- 22/06/1968 - participou do assalto ao Hospital do Exército em São Paulo;


- 26/06/1968 - lançou um carro-bomba contra o Quartel General do II Exército, matando o soldado Mario Kozel Filho, e ferindo mais quinze militares;


- 01/08/1968 - participou do assalto ao Banco Mercantil de São Paulo;


- 20/09/1968 - participou do assalto ao quartel da Força Pública, quando foi morto, a tiros, o sentinela soldado Antonio Carlos Jeffery;


- 12/10/1968 - às 8hs e 15min, Diógenes se aproximou do capitão Chandler, do Exército dos EUA, que retirava seu carro da garagem e na frente da mulher e dos seus filhos Luane e Todd de 3 anos, Jeffrey com 4 e Darryl com 9, o assassinou com seis tiros;


- 27/10/1968 - participou do atentado à bomba contra a loja Sears da Água Branca;


- 06/12/1968 - participou do assalto ao Banco do Estado de São Paulo ferindo, a coronhadas, o civil José Bonifácio Guercio;


- 11/12/1968 - assalto à Casa de Armas Diana onde foi ferido a tiros o civil Bonifácio Signori;


- 24/01/1969 - coordenou o assalto ao 4º RI, em Quitaúna, com o roubo de grande quantidade de armas e munições;


- 02/03/1969 - Diógenes e Onofre Pinto foram presos na Praça da Árvore, em Vila Mariana;


- 14/03/1970 - foi um dos cinco militantes comunistas banidos para o México, em troca da vida do cônsul do Japão em São Paulo.


- 1986 - era o assessor do vereador do PDT Valneri Neves Antunes, antigo comparsa da VPR e, ironicamente, fazia parte do movimento ‘Tortura Nunca Mais’;


- Na década de 90 - ingressou nos quadros do PT/RS, sempre assessorando seus líderes mais influentes.


- Diógenes do PT


Diógenes José Carvalho de Oliveira foi também conhecido pelos codinomes de ‘Leandro’, ‘Leonardo’, ‘Luiz’ e ‘Pedro’. Durante a CPI da Segurança Pública, no RS, ganhou destaque na mídia uma gravação em que ele dizia estar falando em nome do governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra, e solicitava que o então chefe da Polícia Civil, delegado Luiz Fernando Tubino, ‘aliviasse’ a repressão aos bicheiros. Diógenes era o presidente do Clube de Seguros da Cidadania, uma organização criada para arrecadar fundos para o PT.


- Vítimas dos ‘heróis’ da esquerda escocesa


As famílias dos patriotas abaixo, ao contrário dos celerados membros da camarilha ‘companheira’ não receberam, até hoje, nenhuma indenização por parte da Comissão de Anistia e do Ministro da ‘Injustiça’, Tarso Genro.

Difícil é saber se realmente a informação condiz com a realidade, vez que nada naquela época passava despercebido ao "controle" do estado. Sensura, guerra de informação, desinformação, lavagem cerebral, manipulação da opinião pública....

O estado ditatorial é craque nisso tudo... ou alguém duvida?
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Re: Brasil vai a julgamento por crimes da ditadura
« Resposta #6 Online: 20 de Maio de 2010, 10:14:29 »
Deveriam punir torturadores e terroristas.

Concordo. Crime é crime, não importa a ideologia de quem pratica.
"Houve um tempo em que os anjos perambulavam na terra.
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Re: Brasil vai a julgamento por crimes da ditadura
« Resposta #7 Online: 20 de Maio de 2010, 10:23:12 »

Nada... Os terroristas não lutavam contra o sistema opressivo? :)
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Re: Brasil vai a julgamento por crimes da ditadura
« Resposta #8 Online: 20 de Maio de 2010, 10:25:12 »

Nada... Os terroristas não lutavam contra o sistema opressivo? :)

Lutavam porque os militares nao estavam oprimindo o povo pelos motivos corretos! :lol:
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Re: Brasil vai a julgamento por crimes da ditadura
« Resposta #9 Online: 20 de Maio de 2010, 10:36:21 »
Mário Kozel Filho nasceu no dia 6 de julho de 1949, em São Paulo. Filho de Mário Kozel, gerente da Fiação Campo Belo e Therezinha Vera Kozel. O Kuka, como era conhecido, cursava o antigo colegial, à noite, e fazia parte Grupo Juventude, Amor, Fraternidade, da Paróquia Nossa Senhora da Aparecida, em Indianópolis, que tinha como símbolo uma rosa e um violão e havia sido idealizado pelo Kuka.

- Serviço Militar

Aos 18 anos ingressou no Exército sendo designado para o 4º Regimento de Infantaria, Regimento Raposo Tavares, em Quitaúna, sendo considerado pelos seus superiores como um Soldado exemplar. Na madrugada fria e de pouca visibilidade do dia 26 de junho de 1968, no Quartel General do II Exército, as guaritas estavam guarnecidas por jovens soldados que prestavam o serviço militar obrigatório, entre eles, Mário Kosel Filho, que, como todos os outros tinha apenas seis meses de instrução e de serviço nas fileiras do Exército. Tinham sido alertados a respeito da situação de insegurança que o país atravessava e que os quartéis eram alvos preferenciais de ações terroristas. Foram igualmente informados do assalto ao Hospital Militar, poucos dias antes, em que foram vítimas seus colegas do Regimento.

Pobres quartéis! Pobre exército! Vítimas inocentes de terroristas sangüinários!

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Um grupo de dez terroristas, da VPR, carregando dinamite em uma camionete Chevrolet, se deslocou em direção ao Quartel General (QG) com a missão de infringir o maior número de vítimas e danos materiais ao QG. Uma das sentinelas, atenta, dispara contra o veículo que se aproximava aceleradamente do portão do Quartel. O soldado Rufino dispara 6 tiros contra o mesmo que se choca contra a parede externa do quartel.

Kozel sai do seu posto e corre em direção ao carro para ver se há alguém ferido no seu interior. A carga com 50 quilos de dinamite explode dilacerando seu corpo e espalhando a destruição e morte num raio de 300 metros. Seis militares ficaram feridos: o Coronel Eldes de Souza Guedes e os soldados João Fernandes de Souza, Luiz Roberto Juliano, Edson Roberto Rufino, Henrique Chaicowski e Ricardo Charbeau.
Já vi recursos literários mais elegantes e sofisticados do que estes para invocar no leitor o reconhecimento de um arquétipo de vilões malvados sangüinários acabando com a paz e assassinando vítimas inocentes. Mas até que está muito bom para uma novelazinha de banca de esquina.

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- Diógenes - herói da esquerda escocesa

Diógenes José Carvalho de Oliveira um dos 10 terroristas que mataram o soldado Mário Kozel Filho recebeu uma indenização de R$ 400.337,73 e mais uma pensão mensal vitalícia, livre de imposto de renda. Por ter assassinado o soldado Mário Kozel Filho e outros tantos crimes, a Comissão de Anistia e o Ministro da ‘Injustiça’, Tarso Genro, resolveram premiá-lo.

- O facínora Diógenes (Currículo vitae)

- 20/03/1968 - construiu a bomba que explodiu uma na biblioteca da USIS, consulado dos EUA. Três estudantes foram feridos: Edmundo Ribeiro de Mendonça Neto, Vitor Fernando Sicurella Varella e Orlando Lovecchio Filho, que perdeu o terço inferior da perna esquerda;

- 20/04/1968 - preparou a bomba, que foi lançada contra o jornal ‘O Estado de São Paulo’, ferindo três inocentes;

- 22/06/1968 - participou do assalto ao Hospital do Exército em São Paulo;

- 26/06/1968 - lançou um carro-bomba contra o Quartel General do II Exército, matando o soldado Mario Kozel Filho, e ferindo mais quinze militares;

- 01/08/1968 - participou do assalto ao Banco Mercantil de São Paulo;

- 20/09/1968 - participou do assalto ao quartel da Força Pública, quando foi morto, a tiros, o sentinela soldado Antonio Carlos Jeffery;

- 12/10/1968 - às 8hs e 15min, Diógenes se aproximou do capitão Chandler, do Exército dos EUA, que retirava seu carro da garagem e na frente da mulher e dos seus filhos Luane e Todd de 3 anos, Jeffrey com 4 e Darryl com 9, o assassinou com seis tiros;

- 27/10/1968 - participou do atentado à bomba contra a loja Sears da Água Branca;

- 06/12/1968 - participou do assalto ao Banco do Estado de São Paulo ferindo, a coronhadas, o civil José Bonifácio Guercio;

- 11/12/1968 - assalto à Casa de Armas Diana onde foi ferido a tiros o civil Bonifácio Signori;

- 24/01/1969 - coordenou o assalto ao 4º RI, em Quitaúna, com o roubo de grande quantidade de armas e munições;

- 02/03/1969 - Diógenes e Onofre Pinto foram presos na Praça da Árvore, em Vila Mariana;

- 14/03/1970 - foi um dos cinco militantes comunistas banidos para o México, em troca da vida do cônsul do Japão em São Paulo.

- 1986 - era o assessor do vereador do PDT Valneri Neves Antunes, antigo comparsa da VPR e, ironicamente, fazia parte do movimento ‘Tortura Nunca Mais’;

- Na década de 90 - ingressou nos quadros do PT/RS, sempre assessorando seus líderes mais influentes.
Como reconhecer "terroristas" no meio de um estado de exceção? Como condenar "roubo" no meio de um estado de exceção (que não era roubo comum como tentam fazer parecer)? No meio de um estado terrorista que seqüestrava, torturava e matava pessoas? E que eu saiba, terroristas saem explodindo alvos civis sem relação com um conflito com o único propósito de espalhar terror entre a população. O exército não é um alvo civil. Políticos americanos não são civis, por pertencerem à um estado que ajudou a ditadura. A Folha de São Paulo também não era um alvo civil por ter uma postura de apoio à ditadura, emprestando seus veículos para transportar prisioneiros.

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- Diógenes do PT

Diógenes José Carvalho de Oliveira foi também conhecido pelos codinomes de ‘Leandro’, ‘Leonardo’, ‘Luiz’ e ‘Pedro’. Durante a CPI da Segurança Pública, no RS, ganhou destaque na mídia uma gravação em que ele dizia estar falando em nome do governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra, e solicitava que o então chefe da Polícia Civil, delegado Luiz Fernando Tubino, ‘aliviasse’ a repressão aos bicheiros. Diógenes era o presidente do Clube de Seguros da Cidadania, uma organização criada para arrecadar fundos para o PT.
Isso foi lamentável.

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- Vítimas dos ‘heróis’ da esquerda escocesa

As famílias dos patriotas abaixo, ao contrário dos celerados membros da camarilha ‘companheira’ não receberam, até hoje, nenhuma indenização por parte da Comissão de Anistia e do Ministro da ‘Injustiça’, Tarso Genro.
Os tais membros do exército se encaixam nesta definição de "patriotas"?  :nojo

Citação de: West
Difícil é saber se realmente a informação condiz com a realidade, vez que nada naquela época passava despercebido ao "controle" do estado. Censura, guerra de informação, desinformação, lavagem cerebral, manipulação da opinião pública....

O estado ditatorial é craque nisso tudo... ou alguém duvida?
Bingo.  O curioso é que não são os grupos de esquerda que se denominam contrários à investigação de crimes comuns contra civis ocorridos durante a ditadura. Queria entender porque este discurso de "esquecer o passado" sempre sai de pessoas ligadas à direita. Mas o pior são as pessoas que acham que crimes cometidos pelo estado tem a mesma gravidade de qualquer crime comum.
« Última modificação: 20 de Maio de 2010, 10:39:59 por CyberLizard »

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Re: Brasil vai a julgamento por crimes da ditadura
« Resposta #10 Online: 20 de Maio de 2010, 10:42:40 »
Deveriam punir torturadores e terroristas.

Concordo. Crime é crime, não importa a ideologia de quem pratica.
Certamente terroristas que atacaram alvos civis e inocentes devem ser punidos. Crimes comuns são sempre crimes comuns, independente do contexto. São diferentes de "crimes de opinião" ou de "crimes políticos" que acontecem no meio de ditaduras.

EDIT: Escala de gravidade:

Crimes praticados pelo estado > Crimes comuns > Crimes por motivações políticas em um estado de exceção.
« Última modificação: 20 de Maio de 2010, 10:46:23 por CyberLizard »

Offline West

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Re: Brasil vai a julgamento por crimes da ditadura
« Resposta #11 Online: 20 de Maio de 2010, 11:08:39 »

Nada... Os terroristas não lutavam contra o sistema opressivo? :)

Nada... Os terroristas não lutavam contra o sistema opressivo? :)

Lutavam porque os militares nao estavam oprimindo o povo pelos motivos corretos! :lol:

Se vocês vivessem naquela época, queria ver qual a troça quer fariam.

Neguin tendo que obedecer a toque de recolher, revistas arbitrárias, prisões e interrogatórios sem justificativa,... ninguém estava isento de risco. Quantos inocentes, que não tinham nada a ver com a estória, simplesmente sumiam de uma hora pra outra e nunca mais se ouvia falar?
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Re: Brasil vai a julgamento por crimes da ditadura
« Resposta #12 Online: 20 de Maio de 2010, 11:11:23 »

Nada... Os terroristas não lutavam contra o sistema opressivo? :)

Nada... Os terroristas não lutavam contra o sistema opressivo? :)

Lutavam porque os militares nao estavam oprimindo o povo pelos motivos corretos! :lol:

Se vocês vivessem naquela época, queria ver qual a troça quer fariam.

Neguin tendo que obedecer a toque de recolher, revistas arbitrárias, prisões e interrogatórios sem justificativa,... ninguém estava isento de risco. Quantos inocentes, que não tinham nada a ver com a estória, simplesmente sumiam de uma hora pra outra e nunca mais se ouvia falar?

E onde foi que defendi os militares? Apenas nao tomo partido dos que seguiram o caminho da luta armada. E concordo que todos os que
praticaram crimes nessa época devem ser julgados.

Lembre-se: os inimigos dos meus inimigos sao apenas os inimigos dos meus inimigos.
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Offline Lua

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Re: Brasil vai a julgamento por crimes da ditadura
« Resposta #13 Online: 20 de Maio de 2010, 11:29:19 »
Se vocês vivessem naquela época, queria ver qual a troça quer fariam.

Neguin tendo que obedecer a toque de recolher, revistas arbitrárias, prisões e interrogatórios sem justificativa,... ninguém estava isento de risco. Quantos inocentes, que não tinham nada a ver com a estória, simplesmente sumiam de uma hora pra outra e nunca mais se ouvia falar?

West, não estou defendendo militares tampouco terroristas. Não sou partidária de lutas armadas e reconheço que um estado de exceção torna ânimos exaltados e crimes são cometidos. No entanto, penso que se deva reconhecer como crime tanto os praticados por militares como aqueles praticados por terroristas. Dizer que um crime é menor que outro se baseando unicamente em quem foi praticado - se estava no poder ou não - não muda o fato de que houve crime e vidas se perderam. No fim das constas, é um resgate da brutalidade e da falta de respeito para com a vida.

E vou te dizer mais: tios do meu pai foram torturados na ditadura. Um deles guarda até hoje marcas dos choques e queimaduras. Um professor querido foi castrado simplesmente porque pregava o direito à liberdade. Insinuar que sou a favor de um regime destes é extremamente ofensivo. E mais: sou a favor da liberdade individual, do direito à vida, do devido processo legal e das garantias ao exercicio dos direitos individuais. Repudio o regime militar e qualquer outro que ache que as coisas são resolvidas na base da matança. :)


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Re: Brasil vai a julgamento por crimes da ditadura
« Resposta #14 Online: 20 de Maio de 2010, 19:26:16 »
Os movimentos armados contra a ditadura lutavam para reestabelecer o regime democrático ou meramente para trocar uma ditadura de direita por outra de esquerda?

Nada... Os terroristas não lutavam contra o sistema opressivo? :)

Nada... Os terroristas não lutavam contra o sistema opressivo? :)

Lutavam porque os militares nao estavam oprimindo o povo pelos motivos corretos! :lol:

Se vocês vivessem naquela época, queria ver qual a troça quer fariam.

Neguin tendo que obedecer a toque de recolher, revistas arbitrárias, prisões e interrogatórios sem justificativa,... ninguém estava isento de risco. Quantos inocentes, que não tinham nada a ver com a estória, simplesmente sumiam de uma hora pra outra e nunca mais se ouvia falar?
As coisas seriam diferentes se os guerrillheiros tivessem conseguido implantar uma ditadura comunista?
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Offline West

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Re: Brasil vai a julgamento por crimes da ditadura
« Resposta #15 Online: 21 de Maio de 2010, 10:38:09 »
Não sei ao certo, mas acho que mesmo antes do golpe militar não havia uma militância de esquerda engajada em implantar um regime comunista no Brasil. Posso estar enganado, mas acho que não.
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Offline Maeve Brooks

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Re: Brasil vai a julgamento por crimes da ditadura
« Resposta #16 Online: 21 de Maio de 2010, 12:43:08 »
O problema é que foi tanta coisa jogada pra baixo do tapete que hoje é difícil saber o que realmente aconteceu, dos dois lados. Participei do ciclo de palestras sobre 1968 no IFCS da UFRJ e o foco principal era a relação entre Memória e História. Agora é que a História tem alguma liberdade de avaliar o período e mesmo assim ainda existem problemas, o Calos Fico, da UFRJ tem alguns livros publicados sobre a ditadura e a grande reclamação é que os arquivos militares permanecem secretos, foram concedidas indenizações a personalidades da esquerda, mas sem uma investigação ampla dos crimes que foram cometidos contra eles. É no mínimo estranho se determinar um valor econômico sem avaliar todo o contexto.

Foi enriquecedor pra mim como recém formada ver o palestrante mais conceituado do evento, o próprio Fico, tentar esclarescer para uma senhora torturada no período da ditadura que sua memória precisava ser relativisada. Ela era só uma estudante e não teve nenhuma grande participação, apanhou por estar no lugar errado, na hora errada, com as pessoas erradas e não fazia idéia de muitas das informações que ele trouxe pro evento, a partir de sua própria memória desqualificou a pesquisa e xingou o cara de tudo quanto foi nome. O que o boa parte dos brasileiros sabe é fruto de relato dos que viveram o período.

Ao que me parece o julgamento também não terá base documental, a matéria faz referência a denúncias e questiona a lei da Anistia, vamos ver se com essa pressão os arquivos são finalmente abertos.

West, as intenções dos grupos de esquerda também são um mistério, em uma dessas palestras foi discutida a participação da UNE, que geralmente é citada como órgão de reunião de militantes comunistas, foi um dos momentos mais engraçados porque no fim ficou a impressão que eles só queriam liberdade pra fazer festas, não existia uma organização ou um plano de governo como a maioria pensa. Muito do que aconteceu na ditadura ainda tá no campo da memória, ou seja, parte da interpretação personalista de quem viveu tudo aquilo.  
« Última modificação: 21 de Maio de 2010, 12:45:44 por Maeve Brooks »
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Offline André Luiz

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Re: Brasil vai a julgamento por crimes da ditadura
« Resposta #17 Online: 21 de Maio de 2010, 18:37:47 »
Citar
desaparecimento forçado de dezenas de pessoas em operações de repressão à Guerrilha do Araguaia

Guerrilheiros nao sao equiparados a combatentes?

Pois se foi uma batalha/tiroteio nao sei do que os caras estao reclamando

Agora se foi tortura e execuçao sumaria apos a rendiçao aí é outra historia

Offline Dr. Manhattan

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Re: Brasil vai a julgamento por crimes da ditadura
« Resposta #18 Online: 21 de Maio de 2010, 19:27:20 »
Citar
desaparecimento forçado de dezenas de pessoas em operações de repressão à Guerrilha do Araguaia

Guerrilheiros nao sao equiparados a combatentes?

Pois se foi uma batalha/tiroteio nao sei do que os caras estao reclamando

Agora se foi tortura e execuçao sumaria apos a rendiçao aí é outra historia

Parece que foi exatamente isso que aconteceu. A guerrilha do Araguaia parece ter sido iniciada de forma
extremamente amadora e os guerrilheiros nunca tiveram a menor chance contra o exército.

Não sei se os guerrilheiros e os membros da luta armada realmente sonhavam em criar uma ditadura socialista
no Brasil, mas o fato é que a idéia de democracia não parecia muito enraizada nas mentes das pessoas da época.
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Alan Watts

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: Brasil vai a julgamento por crimes da ditadura
« Resposta #19 Online: 21 de Maio de 2010, 23:18:09 »
Deveriam punir torturadores e terroristas.

Porque será que até agora  nenhuma corte dos "direitus zumanus" se pronunciou contra a cumpanherada de Cuba?

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: Brasil vai a julgamento por crimes da ditadura
« Resposta #20 Online: 21 de Maio de 2010, 23:24:21 »
Quando finalmente vamos ter o direito de ter acesso aos arquivos da ditadura? Quando torturadores vão deixar de merecer homenagens tendo ruas e praças recebendo os seus nomes? Quando vão começar a estudar e investigar direito todos os crimes daquela época? E até quando um crime considerado não-prescritível pelo direito internacional, a tortura, vai gozar de anistia no Brasil? Somente depois que toda essa corja que estava no poder (e ainda está) morrer tranqüila em seus apartamentos com vista para o mar? Vamos continuar sendo um dos países mais atrasados da América Latina na investigação de crimes e terrorismos perpetuados pelo estado?

Porque o Feagacê e o Lullalá impediram a abertura dos arquivos por sei lá quantas décadas.

http://www.adital.com.br/site/noticia2.asp?lang=PT&cod=29104
 
 Na tarde de amanhã (21), a Câmara Municipal de São Paulo abrigará a Audiência Pública "Direito à Informação e a Abertura dos Arquivos da Ditadura Militar".


"Em um decreto de dezembro de 2002, o então presidente Fernando Henrique Cardoso instituiu a figura do "sigilo eterno", ou seja, prazos renováveis indefinidamente, conforme critério de autoridades. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve a determinação através medida da provisória de dezembro de 2004 e a lei 11.111, de maio de 2005. Na lei 11.111, o acesso aos documentos considerados "ultra-secretos" fica impedido por 30 anos, que são renováveis "pelo tempo que estipular" uma Comissão de Averiguação e Análise de Informações Sigilosas, composta por seis ministros, o advogado-geral da União e o secretário especial de Direitos Humanos.."


Que legal...os dois que mais arrotam "querer justiça" não querem abrir os arquivos onde se saberá o que a cumpanherada tb  aprontou, porque será que têm tanto medo que o respeitável público pagante saiba de tudo ?
« Última modificação: 21 de Maio de 2010, 23:26:24 por Arcanjo Lúcifer »

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: Brasil vai a julgamento por crimes da ditadura
« Resposta #21 Online: 21 de Maio de 2010, 23:32:31 »
Mário Kozel Filho nasceu no dia 6 de julho de 1949, em São Paulo. Filho de Mário Kozel, gerente da Fiação Campo Belo e Therezinha Vera Kozel. O Kuka, como era conhecido, cursava o antigo colegial, à noite, e fazia parte Grupo Juventude, Amor, Fraternidade, da Paróquia Nossa Senhora da Aparecida, em Indianópolis, que tinha como símbolo uma rosa e um violão e havia sido idealizado pelo Kuka.


- Serviço Militar


Aos 18 anos ingressou no Exército sendo designado para o 4º Regimento de Infantaria, Regimento Raposo Tavares, em Quitaúna, sendo considerado pelos seus superiores como um Soldado exemplar. Na madrugada fria e de pouca visibilidade do dia 26 de junho de 1968, no Quartel General do II Exército, as guaritas estavam guarnecidas por jovens soldados que prestavam o serviço militar obrigatório, entre eles, Mário Kosel Filho, que, como todos os outros tinha apenas seis meses de instrução e de serviço nas fileiras do Exército. Tinham sido alertados a respeito da situação de insegurança que o país atravessava e que os quartéis eram alvos preferenciais de ações terroristas. Foram igualmente informados do assalto ao Hospital Militar, poucos dias antes, em que foram vítimas seus colegas do Regimento.


Um grupo de dez terroristas, da VPR, carregando dinamite em uma camionete Chevrolet, se deslocou em direção ao Quartel General (QG) com a missão de infringir o maior número de vítimas e danos materiais ao QG. Uma das sentinelas, atenta, dispara contra o veículo que se aproximava aceleradamente do portão do Quartel. O soldado Rufino dispara 6 tiros contra o mesmo que se choca contra a parede externa do quartel.


Kozel sai do seu posto e corre em direção ao carro para ver se há alguém ferido no seu interior. A carga com 50 quilos de dinamite explode dilacerando seu corpo e espalhando a destruição e morte num raio de 300 metros. Seis militares ficaram feridos: o Coronel Eldes de Souza Guedes e os soldados João Fernandes de Souza, Luiz Roberto Juliano, Edson Roberto Rufino, Henrique Chaicowski e Ricardo Charbeau.




- Diógenes - herói da esquerda escocesa


Diógenes José Carvalho de Oliveira um dos 10 terroristas que mataram o soldado Mário Kozel Filho recebeu uma indenização de R$ 400.337,73 e mais uma pensão mensal vitalícia, livre de imposto de renda. Por ter assassinado o soldado Mário Kozel Filho e outros tantos crimes, a Comissão de Anistia e o Ministro da ‘Injustiça’, Tarso Genro, resolveram premiá-lo.


- O facínora Diógenes (Currículo vitae)


- 20/03/1968 - construiu a bomba que explodiu uma na biblioteca da USIS, consulado dos EUA. Três estudantes foram feridos: Edmundo Ribeiro de Mendonça Neto, Vitor Fernando Sicurella Varella e Orlando Lovecchio Filho, que perdeu o terço inferior da perna esquerda;


- 20/04/1968 - preparou a bomba, que foi lançada contra o jornal ‘O Estado de São Paulo’, ferindo três inocentes;


- 22/06/1968 - participou do assalto ao Hospital do Exército em São Paulo;


- 26/06/1968 - lançou um carro-bomba contra o Quartel General do II Exército, matando o soldado Mario Kozel Filho, e ferindo mais quinze militares;


- 01/08/1968 - participou do assalto ao Banco Mercantil de São Paulo;


- 20/09/1968 - participou do assalto ao quartel da Força Pública, quando foi morto, a tiros, o sentinela soldado Antonio Carlos Jeffery;


- 12/10/1968 - às 8hs e 15min, Diógenes se aproximou do capitão Chandler, do Exército dos EUA, que retirava seu carro da garagem e na frente da mulher e dos seus filhos Luane e Todd de 3 anos, Jeffrey com 4 e Darryl com 9, o assassinou com seis tiros;


- 27/10/1968 - participou do atentado à bomba contra a loja Sears da Água Branca;


- 06/12/1968 - participou do assalto ao Banco do Estado de São Paulo ferindo, a coronhadas, o civil José Bonifácio Guercio;


- 11/12/1968 - assalto à Casa de Armas Diana onde foi ferido a tiros o civil Bonifácio Signori;


- 24/01/1969 - coordenou o assalto ao 4º RI, em Quitaúna, com o roubo de grande quantidade de armas e munições;


- 02/03/1969 - Diógenes e Onofre Pinto foram presos na Praça da Árvore, em Vila Mariana;


- 14/03/1970 - foi um dos cinco militantes comunistas banidos para o México, em troca da vida do cônsul do Japão em São Paulo.


- 1986 - era o assessor do vereador do PDT Valneri Neves Antunes, antigo comparsa da VPR e, ironicamente, fazia parte do movimento ‘Tortura Nunca Mais’;


- Na década de 90 - ingressou nos quadros do PT/RS, sempre assessorando seus líderes mais influentes.


- Diógenes do PT


Diógenes José Carvalho de Oliveira foi também conhecido pelos codinomes de ‘Leandro’, ‘Leonardo’, ‘Luiz’ e ‘Pedro’. Durante a CPI da Segurança Pública, no RS, ganhou destaque na mídia uma gravação em que ele dizia estar falando em nome do governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra, e solicitava que o então chefe da Polícia Civil, delegado Luiz Fernando Tubino, ‘aliviasse’ a repressão aos bicheiros. Diógenes era o presidente do Clube de Seguros da Cidadania, uma organização criada para arrecadar fundos para o PT.


- Vítimas dos ‘heróis’ da esquerda escocesa


As famílias dos patriotas abaixo, ao contrário dos celerados membros da camarilha ‘companheira’ não receberam, até hoje, nenhuma indenização por parte da Comissão de Anistia e do Ministro da ‘Injustiça’, Tarso Genro.

Difícil é saber se realmente a informação condiz com a realidade, vez que nada naquela época passava despercebido ao "controle" do estado. Sensura, guerra de informação, desinformação, lavagem cerebral, manipulação da opinião pública....

O estado ditatorial é craque nisso tudo... ou alguém duvida?

Muitos dos envolvidos admitem o que fizeram na época, já não existe censura há décadas e sim, a informação condiz com a realidade.


Offline Geotecton

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Re: Brasil vai a julgamento por crimes da ditadura
« Resposta #22 Online: 22 de Maio de 2010, 09:58:08 »
Porque o Feagacê e o Lullalá impediram a abertura dos arquivos por sei lá quantas décadas.
[...]
Que legal...os dois que mais arrotam "querer justiça" não querem abrir os arquivos onde se saberá o que a cumpanherada tb  aprontou, porque será que têm tanto medo que o respeitável público pagante saiba de tudo ?

Pressão do setor militar, sem dúvida.
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Offline Spitfire

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Re: Brasil vai a julgamento por crimes da ditadura
« Resposta #23 Online: 22 de Maio de 2010, 10:23:10 »
Só uma pergunta.... Qual a autoridade desta corte?

Não, não é deboche... é curiosidade mesmo.

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: Brasil vai a julgamento por crimes da ditadura
« Resposta #24 Online: 22 de Maio de 2010, 11:42:48 »
Porque o Feagacê e o Lullalá impediram a abertura dos arquivos por sei lá quantas décadas.
[...]
Que legal...os dois que mais arrotam "querer justiça" não querem abrir os arquivos onde se saberá o que a cumpanherada tb  aprontou, porque será que têm tanto medo que o respeitável público pagante saiba de tudo ?

Pressão do setor militar, sem dúvida.

Ou não querem que a população saiba o que fizeram e a relação que tinham com Fidel Castro que bancava os grupos de guerrilheiros aqui no Brasil.

Não dava treinamento e cobertura por caridade, vc pode acreditar.

 

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