O PT é um partido que atualmente possui uma política conciliatória entre a esquerda e a direita. E daí vem a manutenção da política econômica anterior, coligações estranhas e esse tipo de coisa que critiquei. Por causa disso, considero o PT um partido dividido. Mas que está dando vários passos para a direita.
Esquerda e direita são termos relativos e que dependem da conjuntura política. Normalmente eu também coloco como "esquerda" os trabalhistas e social-democratas. Não considero PSDB social-democrata, apesar do nome, graças às suas tradicionais alianças com partidos como o DEM e ao seu histórico e atitudes.
Essa sua opinião parece discordar bastante da opiunião mais "consensual" tanto dentro e fora desse fórum, que é a de que o PT e PSDB são na prática a mesma coisa em quase tudo. A única diferença residual é o caráter mais "florido" do discurso e da militância do PT, mas fica só nisso mesmo!
O nome, quem fundou o partido ou o que ele diz não importa. O que acho que importa é o posicionamento dos representantes do partido sobre vários temas, quasi são seus candidatos, quais são os seus aliados e seus financiadores e apoiadores.
Até mesmo nisso ambos estão iguais hoje.
O Brasil, ao longo dos séculos, sempre foi um país exportador de matéria prima. A formação e consolidação do capitalismo no Brasil não aconteceu da mesma forma que em países da Europa ou EUA, em que várias pequenas e médias empresas e grupos foram se fundindo com o tempo até formar indústrias e empresas maiores. A industrialização brasileira ocorreu tardiamente, em uma época em que a fase moderna do capitalismo já existia em outras partes do mundo. Portanto, para poder competir, o país tornou-se dependente de investimentos de multinacionais e da tecnologia que elas traziam. Por causa disso, fábricas e indústrias que passaram a ser instaladas no Brasil eram praticamente todas controladas de forma direta ou indireta por multinacionais.
Afinal, o conceito de "capitalismo dependente" que você citou é a economia baseada na exportação de matéria-prima ou a presença maciça de capital estrangeiro? Há vários países desenvolvidos atuais que entrariam no seu conceito de "países dependentes" baseado em qualquer uma dessas definições acima.
Jango não era revolucionário.
Provavelmente ele não queria derrubar totalmente a constituições de 1946, mas apenas passar por cima de algumas coisas pontuais. O problema maior nem era Jango, eram os grupos que o usariam como um trampolim ou "cavalo-de-tróia" para o poder ditatorial.
Coisas como reforma agrária não são coisas socialistas. Países capitalistas desenvolvidos já fizeram isso faz tempo.
Correto. Se estivéssemos na década de 1970 para trás, muito provavelmente eu estaria aqui defendendo a reforma agrária em moldes próximos ao que você propõe. Mas os tempos são outros (conforme já disse no início do tópico),o Brasil já não tem mais uma massa camponesa desempregada ou subempregada. Uns 90% da População Economicamente Ativa não lida com agropecuária. A atividade agropecuária já não emprega tanto quanto antigamente, pois está cada vez mais mecanizada. Os textos que o Buckarro Banzai postou dão mais detalhes disso.
Vários outros grupos como o PCB defendiam um desenvolvimento do capitalismo antes de buscar mudar o regime. E mesmo entre grupos revolucionários, desconheço aqueles que tinham em seus programas planos de se criar ditaduras.
Você é um ótimo piadista!
Mesmo entre aqueles que apoiavam o stalinismo, visto que naquela época os vários crimes cometidos na URSS (assim como vários outros crimes feitos em outros países em defesa do capitalismo na época da Guerra Fria) não eram conhecidos.
A maioria dos grupos que você cita cometia e estava disposto a cometer crimes também. Proporcionalmente ao poder e possibilidade que tinham, fizeram bem a sua parte dos crimes comunistas de praxe. Havia disposição de sobra para tanto em nome da "causa".
Não. É a democracia na forma que se tem hoje no Brasil.
No sistema atual, o voto é universal, e não restrito aos "burgueses". Quem decide em última instância quem fica no poder é o povo, e não um grupo em particular (como nos países comunistas, ou outras ditaduras)
Democracia dentro de uma sociedade capitalista.
Democracia é um conceito político, e não econômico. É teoricamente possível que exista um regime democrático (com alternância de poder, liberdades e garantias individuais, soberania do povo nas questões públicas, etc) coexistindo com restrições na economia e na propriedade.
O problema é que a maioria esmagadora das pessoas NÃO QUER isso! Elas querem ser livres para cuidarem de seus próprios bens e de fruto de seus trabalhos e negócios/investimentos. Os comunistas não devem representar nem 1% da população atualmente.
E mesmo que em um país hipotético a maioria da população fosse favorável a restrições severas na liberdade econômica, nos moldes comunistas, tais restrições tenderiam a durar muito pouco caso o regime seja democrático, pois o estado de penúria decorrente dessas restrições faria a população rapidamente voltar atrás. Na hipótese da população não conseguir derrubar essas restrições, haveria emigração em massa.
Dito desta forma como contraponto ao conceito de que só dá para se ter democracia dentro do capitalismo - um conceito da direita.
Explicado acima.
Até a presente data em que faço essa postagem, 100% dos países comunistas foram ditaduras, e estiveram entre as piores ditaduras da história. O que expliquei acima dá uma pista do porquê.