Perseguição católica ao
Budismo na Ásia feita por um ditador:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ngo_Dinh_DiemNgô Đình Diệm Jean Baptiste (Hué, 3 de janeiro de 1901 – Saigon, 2 de novembro de 1963) foi o primeiro presidente do Vietnam do Sul após a independência e divisão do Vietnam, governando o país entre 1955 e 1963, quando foi deposto e executado.[1]
Os ancestrais de sua família foram convertidos ao catolicismo por missionários portugueses ainda no século XVII, o que lhe deu também o sobrenome católico de Jean Baptiste e seu pai, abrindo mão dos planos traçados pela família de que abraçasse a carreira eclesiástica, tornou-se um mandarim e conselheiro do Imperador da Indochina durante a colonização francesa, dando um status à família que fazia Diem apregoar ser descendente e integrante de uma nobreza real de sangue-azul.
Governo[editar | editar código-fonte]
Sua presidência, após a proclamação da República do Vietnam, foi marcada por autoritarismo, perseguição religiosa, nepotismo e corrupção. Dois de seus irmãos comandavam politicamente regiões no interior do país através de exércitos privados e policias secretas, enquanto outro era designado embaixador do Vietnam nos Estados Unidos e o mais velho empossado como Arcebispo de Hué. Seu irmão mais novo Ngo Dinh Nhu, era conhecido por contrabandear arroz, explorar resultados de loterias, extorquir dinheiro dos homens de negócio de Saigon e possuir a maior fortuna pessoal do país. A mulher deste, Madame Nhu, era oficialmente a primeira-dama – Diem era solteiro - e comandou os programas sociais, ideólogicos e religiosos de Diem, a fim de reformar a sociedade de acordo com os valores estabelecidos pelo presidente.
1957: O Presidente Ngô Đình Diệm desembarca em Washington D.C. e é recebido pelo Presidente Dwight Eisenhower.
Anti-comunista convicto, seu governo se notabilizou por torturar e matar suspeitos de simpatia pela doutrina, perfazendo um total aproximado de 50 mil mortos e 75 mil prisioneiros durante seus oito anos no poder.
À medida que a oposição a seu governo crescia, um insurgência subeterrânea começou a aparecer no país. Em 1959, o comando central do partido comunista em Hanói, no Vietnam do Norte, autorizou secretamente a utilização de operações armadas no sul. Em 20 de dezembro de 1960, sob instruções e apoio de Ho Chi Minh, surgia a Frente Nacional de Libertação do Vietnam do Sul, depois conhecida simplesmente como Vietcong. Era basicamente formada por dois grupos ideologicamente distintos: intelectuais que se opunham ao governo e eram nacionalistas e comunistas que continuaram estabelecidos no sul após a divisão do país em dois em 1954; a estes juntaram-se estudantes e simples cidadãos comuns desgostosos com a situação política e econômica e com as perseguições religiosas que começavam a aflorar no país.
Protestos budistas[editar | editar código-fonte]
As relações do regime de Diem com o governo dos Estados Unidos pioraram cada vez mais até o ano de 1963, assim como o descontentamento religioso da maioria budista do povo sul-vietnamita e dos monges do país, provocada pelas restrições do presidente católico à suas idéias e pregações e da crescente corrupção no tecido da burguesia vietnamita ligada à Diem seu governo. Em maio, em Hué, onde seu irmão era arcebispo, ele proibiu os budistas de portarem suas bandeiras durante as comemorações do aniversário de nascimento de Gautama Buddha, mas alguns dias depois permitiu que os católicos hasteassem bandeiras religiosas, causando um protesto do líder budista local contra o governo, que terminou com a repressão de tropas e a morte de nove civis desarmados.
Os monges budistas propuseram um acordo ao governo de Diem, pedindo liberdade religiosa, igualdade entre as religiões, uso de bandeiras religiosas em demonstrações e compensações pelas vítimas de Hué, assim com a prisão dos oficiais responsáveis pelo massacre. Receberam de volta a indiferença de Diem, que proibiu manifestações e ordenou à sua polícia que prendesse qualquer cidadão envolvido em atos de desobediência civil. O ponto mais baixo desta relação entre o governo e os budistas veio em junho de 1963, quando o monge Thich Quang Duc imolou-se em chamas no meio de um importante cruzamento de Saigon e as fotos deste acontecimento correram o mundo, seguidas de outras imolações, alertando para o que acontecia no Vietnam.
Estes fatos apenas faziam crescer a impopularidade de Diem no Vietnam e no resto do mundo, causando profunda preocupação ao governo do então presidente John Kennedy. Diem continuava apenas a justificar seus atos como ações anti-comunistas e descrevendo todos seus opositores e dissidentes do regime como controlados pelo comunismo do norte.
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