Autor Tópico: Monteiro Lobato merece ser censurado?  (Lida 12023 vezes)

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Monteiro Lobato merece ser censurado?
« Online: 07 de Novembro de 2010, 12:05:09 »
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A absurda tentativa de banir um livro infantil de Monteiro Lobato das escolas sob a acusação de racismo

Como qualquer fábula, as de Monteiro Lobato (1882-1948) apresentam seres encantados, bichos falantes e situações inverossímeis. Foram escritas para despertar na criança o gosto pela leitura e fecundar a imaginação. Desde a década de 1920, as histórias do criador do Sítio do Picapau Amarelo têm sido adotadas nas escolas públicas de todo o país. Agora, o Conselho Nacional de Educação acolheu uma acusação de racismo contra uma dessas fábulas e pode bani-la das salas de aula por, de acordo com essa acusação, não “se coadunar com as políticas públicas para uma educação antirracista”. Ficar sem Monteiro Lobato é evidentemente ruim para as crianças – mas proibi-lo é pior ainda para o Brasil.

Quem levantou a questão foi Antonio Gomes da Costa Neto, servidor da Secretaria de Educação do Distrito Federal e mestrando na Universidade de Brasília (UnB) na área de relações internacionais. Ele fez uma denúncia à Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial afirmando que o livro Caçadas de Pedrinho tem passagens que incitam o preconceito contra os negros. O caso foi encaminhado ao Conselho Nacional de Educação (CNE), do Ministério da Educação. Uma das passagens citadas por Costa Neto é a descrição da cena em que Tia Nastácia, personagem negra, sobe numa árvore “que nem uma macaca de carvão”. Outra, quando a boneca Emília, ao advertir sobre a gravidade de uma guerra das onças contra os moradores do Sítio do Picapau Amarelo, diz: “Não vai escapar ninguém – nem Tia Nastácia, que tem carne preta” (leia os trechos abaixo).

Para o ministro da Secretaria de Igualdade Racial, Eloi Ferreira de Araújo, o conteúdo de Lobato deve ser considerado “racista” e “perverso”. Ainda que não leve uma criança a desenvolver comportamentos racistas, diz Araújo, ele fere a autoestima dos negros. “Para nós, que temos orgulho em ter a pele negra e o cabelo crespo, é duro ler que uma negra subiu (numa árvore) que nem uma macaca”, diz. Mesmo assim, Araújo afirma ser contra o veto à obra de Lobato. “Podemos negar 380 anos de escravidão? Não. Por isso, o debate é saudável”, diz. “Ao mesmo tempo que as crianças conhecem a obra, percebem que a sociedade caminha em passos expressivos, combatendo o racismo e a discriminação.”

A impossibilidade de negar a história é um dos motivos que fazem a professora Nelly Novaes Coelho considerar a ideia do veto à obra de Lobato uma “tolice”. Estudiosa de autores dedicados ao público infantojuvenil, ela diz que literatura tem como uma de suas funções explorar a realidade. “A história brasileira tem a escravidão por base. Isso levou a um preconceito muito fundo e não se pode passar a borracha nisso nem colocar dentro de um armário e fechá-lo.”

O Ministério da Educação anunciou que vai pedir ao CNE que reveja o parecer. Reduzir a obra de Monteiro Lobato ao que ela possa conter de racista – e, por isso, proibi-la – é incorrer em vários erros. O primeiro (e mais evidente) é supor que os jovens leitores são desprovidos de qualquer senso crítico e levarão ao pé da letra o que foi escrito, como se o efeito das palavras sobre seu caráter fosse definitivo. “Estão subestimando as crianças”, diz o psicanalista Mario Corso, autor de Fadas no divã. “Se ela se tornar mesmo racista, não será por causa da literatura, mas por causa dos pais ou do ambiente.”

Um segundo erro é rotular uma obra de arte e deixar escapar a complexa relação de seu autor com as ideias de seu tempo. Alguns dos maiores escritores do século XX, como o poeta americano Ezra Pound ou o romancista francês Louis-Ferdinand Céline, foram simpatizantes das ideias mais abjetas a respeito da superioridade racial europeia. Nem por isso suas obras deixam de ter um valor literário inestimável, seja ao inovar na forma, seja ao perscrutar a mente do homem moderno.


Ao contrário do preconceito flagrante em Céline ou Pound, o racismo de Lobato é bastante discutível. Em várias ocasiões, ele valorizou a preciosa contribuição dos negros à cultura brasileira. O conto Negrinha é uma denúncia contra a elite que, nos anos 1920, ainda estava saudosa da escravidão. Sua obra mais polêmica, O presidente negro, um romance normalmente descrito como “eugenista” por descrever um mundo em que uma raça supera a outra, também oferece leituras alternativas. “Ele pode ser lido como uma grande metáfora das consequências da desculturação de um grupo étnico”, escreveu Marisa Lajolo, professora do Departamento de Teoria Literária da Unicamp. “Narra o desenlace do conflito racial nos Estados Unidos, que acaba tendo uma solução tão final quanto o foi a solução nazista para a questão judaica: a aniquilação dos negros, por meio de sua esterilização em massa.” Como revela a análise de Lajolo, as obras de arte não existem isoladamente. Cabe aos leitores interpretá-las de modo crítico e atribuir-lhes sentido.

Por isso, o maior erro da campanha contra o livro de Lobato é importar para a realidade brasileira a visão tosca e simplista dos defensores do “politicamente correto” nos Estados Unidos. Lá, o alvo predileto tem sido Mark Twain, pseudônimo de Samuel Langhorne Clemens, autor de obras-primas como Tom Sawyer e As aventuras de Huckleberry Finn. Este último é um retrato vívido – e nem sempre lisonjeiro – da cultura do sul dos Estados Unidos pré-Guerra Civil. Huck Finn, como é conhecido, foi escrito no começo dos anos 1880 e publicado em 1884. Narra as peripécias do garoto Huck, viajando pelo Rio Mississippi e pelos Estados do sul. A obra deu nova voz à literatura americana: o narrador personifica o espírito criativo, aventureiro, independente e humanista, mesmo diante da crueldade da escravidão. Pela primeira vez, o autor usou linguagem coloquial na literatura americana, com gírias e palavras específicas das comunidades ao longo do Mississippi.

Essa obra-prima alimenta uma controvérsia há duas décadas. Um grupo de acadêmicos e pedagogos acusa o livro de racismo. Para eles, o herói, Huck, humilha com frequência o escravo Jim, um personagem caricato, a quem Huck se refere usando a palavra “nigger” (um termo em inglês considerado uma forma racista e criminosa de se referir aos negros, intolerável para os ouvidos de qualquer americano contemporâneo). “Twain foi incapaz de pairar acima dos estereótipos de negros que os leitores brancos de sua era esperavam e apreciavam”, diz Stephen Railton, professor de literatura da Universidade de Virgínia. “Ele recorreu à comédia e ao chiste para fornecer humor à custa de Jim, o que confirmou, em vez de desafiar, o racismo típico do final do século XIX.”

Outros estudiosos da obra de Twain pensam o contrário: o livro oferece um olhar arrasador sobre as atitudes arraigadas da sociedade americana, particularmente sobre o racismo. É uma crítica às convenções sociais e à escravidão sob o manto de singelo livro infantil. “Huck Finn é um ataque contra o racismo justamente por humanizar o personagem de Jim, um escravo, e com isso expor as falácias dos racistas e da escravidão”, diz Shelley Fisher Fishkin, professora da Universidade Stanford e da Universidade do Texas. “O termo nigger nem sequer era usado de forma pejorativa na Inglaterra vitoriana e tampouco nos Estados Unidos até os anos 1940.” Os jovens estudantes, porém, ficaram fora do debate. Segundo a Associação de Bibliotecas Americanas, entre 1990 e 1999, Huck Finn foi o clássico que mais escolas pediram para retirar da bibliografia básica.

No Brasil, Lobato é atacado desde a década de 1940, quando seus livros eram classificados como propaganda comunista. “Diziam que, com o sítio, ele queria criar o Estado Stalinista”, diz Ilan Brenman, pesquisador da obra de Monteiro Lobato. Segundo ele, Lobato foi acusado até de deformar o caráter das crianças. Condenado a seis meses de prisão durante a ditadura de Getúlio Vargas, Lobato foi perseguido pelo então procurador da Província de São Paulo, Clóvis Cruel de Morais, que pediu ao Estado que apreendesse todos os exemplares da obra Peter Pan. “Alegou-se que a texto incutia um sentimento de inferioridade nas crianças brasileiras porque falava bem da Inglaterra”, diz Brenman. Emília era vista como uma ameaça à família brasileira, por subverter a hierarquia numa sociedade patriarcal, em que um menor jamais podia contestar os adultos. A desaforada Emília era a imagem da rebeldia. “Se não tomarmos cuidado, Emília corre o risco de se tornar uma Barbie bem-comportada, de aparência impecável, ou, simplesmente, de ser calada para sempre”, diz Brenman.

No parecer apresentado ao Conselho Nacional da Educação, pela Secretaria da Educação do Distrito Federal, como justificativa para o veto a Caçadas de Pedrinho, a professora Nilma Lino Gomes, da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), afirma que a obra faz “menção revestida de estereotipia ao negro e ao universo africano, que se repete em vários trechos”. Nilma diz que não teve como objetivo vetar a obra de Monteiro Lobato. “Reconhecemos a importância de um clássico e da obra em questão. Não queremos impor nenhum tipo de patrulha, mas precisamos ser coerentes com os avanços da nossa legislação no tocante às relações raciais e à educação”, afirma.

Para Marcia Camargos, coautora da biografia ilustrada Monteiro Lobato – Furacão na Botocúndia, o livro Caçadas de Pedrinho serve justamente como oportunidade para as crianças terem acesso a esse debate. “Entender aquele contexto social é uma forma de evitar erros no presente e no futuro”, diz ela. “Monteiro Lobato acreditava que a criança é um ser autônomo, com capacidade de discernir, e procurava estimular o senso crítico.”

De acordo com Mauro Palermo, diretor da Globo Livros, a editora que publica a obra de Lobato, ele sempre instigou a reflexão em seus textos. “Isso vale tanto para sua obra infantil quanto para a adulta”, diz Palermo. “Em vez de proibir qualquer uma de suas obras, parece-me melhor estimular uma leitura crítica por parte das crianças, aproveitando a oportunidade para mostrar como nascem e se constroem preconceitos. Se queremos contribuir para a formação de cidadãos críticos, não devemos fugir de questões polêmicas. Devemos enfrentá-las.” Num de seus aforismos mais citados, Lobato afirma que “um país se faz com homens e livros”. Durante toda a vida, escreveu livros para formar homens. Certamente, não se reconheceria em um país que pretende formar seus futuros cidadãos vetando o acesso a livros.

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI185574-15220,00-MONTEIRO+LOBATO+MERECE+SER+CENSURADO.html

Offline Felius

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Re: Monteiro Lobato merece ser censurado?
« Resposta #1 Online: 07 de Novembro de 2010, 12:42:08 »
Qualquer censura é reprovável. Agora, monteiro lobato certamente não é literatura para crianças pequenas. É certamente racista e preconceituoso, deve-se deixar para quando a criança já consegue entender que o autor e o livro são produtos do seu tempo, e nem tudo ali é certo e aceitável.

Mark Twain ja não estou familiarizado o suficiente, mas se tem esses tipo de comportamento, mesmo que seja simplesmente mostrando a realidade daquela sociedade, é possível que também seja melhor mante-lo para crianças um pouco mais velhas que ja entendem que aquele comportamento não é certo.

Não é como se não houvesse outras obras possíveis de serem passadas para as crianças que não possuem tais implicações indesejáveis.
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Offline uiliníli

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Re: Monteiro Lobato merece ser censurado?
« Resposta #2 Online: 07 de Novembro de 2010, 12:50:35 »
Sendo extremamente sincero, pessoalmente eu sempre achei Monteiro Lobato uma grande porcaria. Não creio que seria nenhuma catástrofe a juventude viver sem ele. Entretanto, eu sou contra a censura, livro nenhum deveria ser proibido, por mais absurdo que seja o seu conteúdo. Entretanto de novo, o Ministério da Educação tem o dever de impedir que livros impertinentes para a educação das crianças sejam recomendados pelas escolas (acho que todo mundo concorda que Mein Kampf, por exemplo, deve ficar fora das bibliotecas escolares). Nesse sentido, eu sou favorável a retirar Monteiro Lobato ou pelo menos os seus livros que contenham trechos que firam a auto-estima de crianças negras.

Toda essa discussão sobre o valor literário e a importância histórica de Monteiro Lobato é válida, mas eu acho que se a criança desenvolver o interesse pela literatura e tiver interesse, ela vai procucá-lo quando ficar mais velha. E essa discussão sobre se o racismo de Monteiro Lobato é uma ilusão de óptica é uma discussão mais avançada, para quem tem um senso crítico mais apurado, não para crianças.

Por exemplo, este trecho da notícia:

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Ao contrário do preconceito flagrante em Céline ou Pound, o racismo de Lobato é bastante discutível. Em várias ocasiões, ele valorizou a preciosa contribuição dos negros à cultura brasileira. O conto Negrinha é uma denúncia contra a elite que, nos anos 1920, ainda estava saudosa da escravidão. Sua obra mais polêmica, O presidente negro, um romance normalmente descrito como “eugenista” por descrever um mundo em que uma raça supera a outra, também oferece leituras alternativas. “Ele pode ser lido como uma grande metáfora das consequências da desculturação de um grupo étnico”, escreveu Marisa Lajolo, professora do Departamento de Teoria Literária da Unicamp. “Narra o desenlace do conflito racial nos Estados Unidos, que acaba tendo uma solução tão final quanto o foi a solução nazista para a questão judaica: a aniquilação dos negros, por meio de sua esterilização em massa.” Como revela a análise de Lajolo, as obras de arte não existem isoladamente. Cabe aos leitores interpretá-las de modo crítico e atribuir-lhes sentido.

Acho que podemos concordar que uma criança em idade escolar dificilmente vai propor uma interpretação alternativa para o famigerado conto do presidente negro de Lobato. Isso é leitura para adultos, portanto, não para crianças. De 100 crianças que leiam esse texto, 99 vão tirar a interpretação racista. Até porque, a interpretação do próprio Monteiro Lobato parece ser a racista mesmo, como fica claro numa carta que escreveu a um amigo: [tive uma] "idéia-mãe. Um romance americano isto é, editável nos Estados Unidos(...). Meio à Wells, com visão do futuro. O clou será o choque da raça negra com a branca, quando a primeira, cujo índice de proliferação é maior, alcançar a raça branca e batê-la nas urnas, elegendo um presidente negro! Acontecem coisas tremendas, mas vence por fim a inteligência do branco." Fonte

Aliás, o artigo da Wikipedia acima cita outras cartas que, na minha opinião, não deixam a menor dúvida de que Monteiro Lobato é racista sim: Numa carta de 1905 endereçada ao amigo Tito, Lobato declara ser impossível "civilizar" e "corrigir" o povo brasileiro, "devido ao fatalismo das inclinações, dos pendores, herdados com o sangue e depurados pelo meio". Ele conclui que apenas uma injeção de "sangue da raça mais superior" (ou seja, a emigração oriunda de países europeus) asseguraria o futuro do país. Nesta mesma carta, ele chama de "patriota" ao brasileiro que se casasse com "italiana ou alemã"

Portanto, acho que Lobato deveria ser tirado das escolas e deixado para as universidades.
« Última modificação: 07 de Novembro de 2010, 12:53:00 por uiliníli »

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Re: Monteiro Lobato merece ser censurado?
« Resposta #3 Online: 08 de Novembro de 2010, 09:21:36 »
Acho que podemos concordar que uma criança em idade escolar dificilmente vai propor uma interpretação alternativa para o famigerado conto do presidente negro de Lobato. Isso é leitura para adultos, portanto, não para crianças. [...]
Mas O presidente negro é um livro para adultos. Não é porque Monteiro Lobato ficou famoso com sua obra para crianças que todas as suas obras são voltadas às crianças. Nunca vi alguém indicar esse livro para crianças, até por causa da temática complexa, e discuti-lo no contexto dos livros didáticos me parece totalmente desconexo.

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Offline uiliníli

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Re: Monteiro Lobato merece ser censurado?
« Resposta #4 Online: 08 de Novembro de 2010, 17:52:17 »
Acho que podemos concordar que uma criança em idade escolar dificilmente vai propor uma interpretação alternativa para o famigerado conto do presidente negro de Lobato. Isso é leitura para adultos, portanto, não para crianças. [...]
Mas O presidente negro é um livro para adultos. Não é porque Monteiro Lobato ficou famoso com sua obra para crianças que todas as suas obras são voltadas às crianças. Nunca vi alguém indicar esse livro para crianças, até por causa da temática complexa, e discuti-lo no contexto dos livros didáticos me parece totalmente desconexo.

Verdade, mas o artigo cita também passagens de seus livros infantis que contém passagens que podem causar constrangimento a crianças negras. Se existem explicações histórias, antropológicas, filosóficas, sociais ou diabo para explicar o porquê de essas passagens serem justificáveis dentro do contexto da época, também é irrelevante, já que essas questões são avançadas demais para as crianças.

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Re: Monteiro Lobato merece ser censurado?
« Resposta #5 Online: 11 de Novembro de 2010, 18:12:58 »
Adiada para dezembro decisão sobre uso de obra de Monteiro Lobato

A Câmara de Educação Básica decidiu adiar para a reunião de dezembro possível revisão do parecer que veta "Caçadas de Pedrinho"

A decisão sobre uso da obra "Caçadas de Pedrinho" de Monteiro Lobato nas escolas ficou adiada para dezembro. O Conselho Nacional de Educação (CNE) havia recomendado vetar a obra por considerar que havia trechos racistas. Após manifestação contrária da sociedade, o ministro da Educação, Fernando Haddad, pediu revisão do parecer. Nesta quinta, a Comissão de Educação Básica (CEB), que havia redigido o parecer, informou que vai analisar o pedido em dezembro.

"Até a reunião desta semana, o pedido de revisão do Ministério não havia chegado", disse o presidente da Comissão, Francisco Aparecido Cordão. "Aprovamos o primeiro parecer porque achamos que era o correto, todos nós. Se vamos revê-lo precisávamos primeiro receber a alegação do ministro", disse.

Em nota oficial A CEB disse que defende a liberdade de expressão e também a sociedade o combate ao preconceito e que o parecer "não excluiu, não desqualificou e não depreciou a obra analisada", apenas pontuou sobre seu uso educacional. O texto dia ainda que o órgão "considera, de todo modo, que o debate provocado pelo parecer está sendo importante por trazer à luz a questão do racismo e dar visibilidade às formas de preconceito e de discriminação ainda subsistentes na sociedade brasileira. Assim, a partir da devolução do parecer pelo MEC, a CEB procederá à devida análise do mesmo em sua reunião ordinária, em dezembro, a fim de verificar se existem pontos que possam ter sido eventualmente mal-interpretados quando de sua primeira publicação.”

"Caçadas de Pedrinho", escrito em 1933, trata de aventuras da turma do Sítio do Pica-Pau Amarelo. Em certo ponto, ao se referir a um ataque de onça, a boneca Emília diz: "Não vai escapar ninguém - nem Tia Nastácia, que tem carne preta". A Academia Brasileira de Letras, fãs e estudiosos da obra se manifestaram contra o parecer que chamaram de "censura".

http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/adiada+para+dezembro+decisao+sobre+uso+de+obra+de+monteiro+lobato/n1237825010163.html

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Re: Monteiro Lobato merece ser censurado?
« Resposta #6 Online: 11 de Novembro de 2010, 18:27:14 »
Sendo extremamente sincero, pessoalmente eu sempre achei Monteiro Lobato uma grande porcaria. Não creio que seria nenhuma catástrofe a juventude viver sem ele. [...]
Só para saber, quais livros dele você leu e com qual idade?

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Offline uiliníli

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Re: Monteiro Lobato merece ser censurado?
« Resposta #7 Online: 11 de Novembro de 2010, 19:42:22 »
Sendo extremamente sincero, pessoalmente eu sempre achei Monteiro Lobato uma grande porcaria. Não creio que seria nenhuma catástrofe a juventude viver sem ele. [...]
Só para saber, quais livros dele você leu e com qual idade?

Eu tentei ler, sem concluir, Reinações de Narizinho e um que eu não lembro o título em que se falava de invenções, não lembro, mas me entediei e larguei ambos. Não lembro a idade, mas eu era criança.

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Re: Monteiro Lobato merece ser censurado?
« Resposta #8 Online: 11 de Novembro de 2010, 21:12:55 »
Eu tentei ler, sem concluir, Reinações de Narizinho e um que eu não lembro o título em que se falava de invenções, não lembro, mas me entediei e larguei ambos. Não lembro a idade, mas eu era criança.
Reinações de Narizinho para mim foi um pouco chato no começo também, mas foi só insistir um pouco que eu não queria largar mais. E daí em diante para mim foi só melhorando. O único que não gostei muito na época foi o Serões de Dona Benta, onde ela tenta explicar um pouco de ciência (se não me engano, física) e sua importância para as crianças. História das invenções também começa meio chato e enrolado, mas no final eu também gostei. Não que tenha sido meu favorito, mas também achei bom.

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Offline RobertoSAF

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Re: Monteiro Lobato merece ser censurado?
« Resposta #9 Online: 06 de Agosto de 2011, 15:54:04 »
"Se Chico Xavier produziu tudo aquilo por conta própria, então ele merece ocupar quantas cadeiras quiser na Academia Brasileira de Letras."
(Monteiro Lobato, escritor)

http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/2001-chico_xavier-frases.shtml
E chamou o SENHOR Deus ao homem e lhe perguntou: onde estás?
Gênesis 3:9 sobre onisciência
 

Então, desceu o SENHOR para ver a cidade e a torre, que os filhos dos homens edificavam
Gênesis 11:5 sobre onipresença


 Esteve o SENHOR com Judá, e este despovoou as montanhas; porém não expulsou os moradores do vale, porque tinham carros de ferro
Juízes 1:19 sobre onipotência

Offline Geotecton

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Re: Monteiro Lobato merece ser censurado?
« Resposta #10 Online: 06 de Agosto de 2011, 19:58:48 »
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A absurda tentativa de banir um livro infantil de Monteiro Lobato das escolas sob a acusação de racismo

É interessante que tenham cogitado banir um livro de Monteiro Lobato por racismo mas ao mesmo ninguém se prontificou a banir a Bíblia por conter muitas passagens xenófobas, misógenas e violentas.
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Offline Madame Bovary

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Re: Monteiro Lobato merece ser censurado?
« Resposta #11 Online: 16 de Agosto de 2011, 12:07:54 »
Talvez banir seja demais...

Mas eu não concordo com algumas coisas: todo mundo sabe que o Monteiro Lobato era racista e mesmo assim não se pode falar nada contra ele! É importante separar a obra do autor. O semi-deus da literatura brasileira escreveu um livro como O Presidente Negro e tem gente que não aceita que ele seja criticado.
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Olho, e as coisas existem.
Penso e existo só eu.

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Offline Gaúcho

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Re: Monteiro Lobato merece ser censurado?
« Resposta #12 Online: 16 de Agosto de 2011, 13:53:45 »
Esse tópico me ajudou a acertar uma questão sobre Atualidades, no último concurso que fiz. :P
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Luiz Souto

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Re: Monteiro Lobato merece ser censurado?
« Resposta #13 Online: 17 de Agosto de 2011, 22:38:56 »
O interessante é que o própio Monteiro Lobato , em seu blog , diz que é a favor de que seja colocada uma nota de esclarecimento no início dos livros.



 :P
Se não queres que riam de teus argumentos , porque usas argumentos risíveis ?

A liberdade só para os que apóiam o governo,só para os membros de um partido (por mais numeroso que este seja) não é liberdade em absoluto.A liberdade é sempre e exclusivamente liberdade para quem pensa de maneira diferente. - Rosa Luxemburgo

Conheça a seção em português do Marxists Internet Archive

Offline Unknown

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Re:Monteiro Lobato merece ser censurado?
« Resposta #14 Online: 13 de Setembro de 2012, 11:30:45 »
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Audiência no STF discute liberação de livro de Monteiro Lobato acusado de racismo

Monteiro Lobato, quem diria, atravessou o mensalão: nesta terça (11) à noite ocorre no Supremo Tribunal Federal uma audiência de conciliação, convocada pelo ministro Luiz Fux, para discutir a distribuição, em escolas públicas, de "Caçadas de Pedrinho".

Em 2010, um parecer do CNE (Conselho Nacional de Educação, órgão ligado ao Ministério da Educação) recomendava a retirada do livro publicado em 1933 por Lobato (1882-1948) do Programa Nacional Biblioteca na Escola. O motivo: racismo.

O parecer do CNE que iniciou o caso foi suscitado sobretudo pela abordagem, no livro, da personagem Tia Nastácia, devido a trechos como o que comparava a cozinheira a uma "macaca de carvão".

Desde então a questão da distribuição do livro se arrasta, justificando a mediação do Supremo.


O escritor Monteiro Lobato posa para foto em Buenos Aires

Em nota, o ministro Fux diz que ela se faz necessária por tratar de "relevante conflito em torno de preceitos constitucionais, no caso, a liberdade de expressão e a vedação ao racismo".

O MEC, no entanto, liberou, em ato homologatório no mesmo ano, a presença da obra no programa, desde que os exemplares distribuídos fossem acompanhados de uma "nota explicativa".

A tal nota deveria discutir "a presença de estereótipos raciais na literatura" de Monteiro Lobato e oferecer a devida contextualização histórica; mas isso não parece suficiente para o Iara (Instituto de Advocacia Racial), do Rio, e para o técnico em gestão educacional Antonio Gomes da Costa Neto.

Em 2011, o Iara impetrou mandado de segurança pedindo a reforma do ato homologatório do MEC.

O texto da ação diz: "Não há como se alegar liberdade de expressão" quando "a obra faz referências ao 'negro' com estereótipos fortemente carregados de elementos racistas".

"Não somos contra a circulação do livro. Mas entendemos que uma nota explicativa não basta", disse à Folha o advogado Humberto Adami, que representa o Iara.

A preocupação do Iara é criar um parâmetro a fim de evitar casos futuros.

Lobato, porém, não está sozinho entre autores consagrados levadas à berlinda no país. Ou no mundo. Em 2011, o romance "Huckleberry Finn", do americano Mark Twain (1835-1910) foi republicado em edição modificada nos EUA, por chamar negros pelo pejorativo "nigger".

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1151230-opiniao-nao-se-pode-tratar-alunos-como-meros-espectadores-ingenuos.shtml
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Questão não é literária, diz advogado de entidade

Na opinião do advogado Humberto Adami, do Iara (Instituto de Advocacia Racial), a discussão sobre preconceito contra negros em "Caçadas de Pedrinho", de Monteiro Lobato, ultrapassa o âmbito da questão literária.

"Estamos discutindo o risco de reintrodução do racismo nas escolas. É preciso que haja programas de capacitação de professores antes de abordar o assunto, além da devida contextualização", diz ele que nega buscar a proibição da circulação da obra.

Opinião semelhante à do advogado Sinvaldo Firmo, do Instituto do Negro Padre Batista, de São Paulo. "Contextualizar ajuda a compreender as transformações históricas que nos permitem ter essa discussão aberta hoje."

O risco de medidas excessivas é uma preocupação de Chico Poli, diretor do sindicato de diretores de escolas públicas estaduais de SP.

"O politicamente correto leva a esse tipo de exagero. Ninguém ficou racista ou mais racista por causa de um livro de Monteiro Lobato. É um patrulhamento absurdo que não faz sentido em uma democracia."

Pensamento não muito distante do de Alcir Pécora, crítico e professor da Unicamp.

"Se formos fazer um expurgo por questões raciais e sexuais, não vai sobrar obra para ler. Literatura não é educação moral e cívica para elevar valores morais. O papel dela é confrontar as coisas."

Segundo Adami, o confronto que agora se abre é uma oportunidade de forçar o governo brasileiro a cumprir o seu dever, que é "zelar por uma educação livre de preconceitos".

Guiado por preocupação semelhante, tramita no Congresso Nacional um projeto de lei do senador Paulo Paim (PT-RS) para criação de uma comissão nacional de avaliação de material didático, a fim de verificar possíveis excessos do tipo.

O projeto se deu por ocasião da proibição, no Distrito Federal, do livro "Banzo, Tronco e Senzala" (ed. Harbra), em 2003, acusado de depor contra a cultura negra.

Enquanto entidades e governo batem cabeça na Justiça, mantém-se a lacuna que, segundo a consultora em educação Maria Tereza Arruda Campos, é a mais grave.

"O MEC não tem a responsabilidade de preparar professores para tratar do preconceito do Lobato. Ele tem de preparar os professores como um todo."

Enquanto não sai do debate uma definição para as salas de aula, Adami diz que, caso o MEC insista em circular o livro sem os devidos aparatos, o Iara recorrerá a cortes internacionais.

"O Brasil é signatário de tratados e acordos que visam combater o racismo. Não é o nosso plano, mas não vamos nos esquivar dessa luta."

Adami diz ainda que o escritor Ziraldo e a Academia Brasileira de Letras devem desculpas por terem apoiado Monteiro Lobato sem ressalvas. "Não fosse uma questão de fato grave, não seríamos chamados ao STF para resolver". "Li todo o Lobato, nunca percebi nenhuma ideia racista", rebate Ziraldo.



http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1151229-questao-nao-e-literaria-diz-advogado-de-entidade.shtml
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Opinião: Não se pode tratar alunos como meros espectadores ingênuos

A palavra ficção vem de "fingere", que, no inglês, derivou também em "finger", ou dedo, em português. Isso porque era com os dedos que os artistas da antiguidade modelavam o barro para dar a ele formas inventadas.

Atualmente, como produto dessa história de modelagens e representações, ficção é praticamente sinônimo de "mentira", "fingimento": são formas criadas pela mente humana.

É de se estranhar, portanto, para dizer o mínimo, que alguns educadores, entre cujos objetos de trabalho está a invenção verbal, queiram censurar a obra de Monteiro Lobato, de Dalton Trevisan, de Jorge Amado ou de quem quer que seja, por conterem alusões racistas, pornográficas ou afins.

Antes de tudo, de qualquer argumentação histórica ou contextual, as obras desses autores, sob ameaça de censura, são invenções ficcionais, todas perfeitamente delimitadas por esse escopo.

Nem os alunos são ingênuos a ponto de achar que uma narrativa literária é a verdade e nem os professores --espera-se-- vão abordar essas histórias como se elas o fossem.

Quando um professor se depara, em sala de aula, com qualquer tratamento ficcional de teor divergente das Leis de Diretrizes e Bases, que, entre outras coisas, proíbem o ensino de conteúdo racista, é só mostrar aos alunos que:

1) é ficção; 2) a língua é um organismo vivo, passível de mudanças; 3) os hábitos comportamentais e literários também se modificam; 4) um autor e sua obra não podem ser julgados por afirmações ficcionais e contextualizadas.

Na verdade, trata-se de uma ótima oportunidade de se discutirem os limites entre a realidade e a ficção e o significado das construções politicamente corretas, que muitas vezes mais disfarçam do que educam.

Isso, aliás, independe de faixa etária ou econômica. As crianças e adolescentes brasileiros são suficientemente preparados pelo cinema, a televisão, a internet, a vida e a própria literatura para fazerem a distinção entre o real e o não real. Não se pode tratar os alunos como se fossem meros espectadores, ingênuos e influenciáveis.

LEITURA ATIVA

A leitura ativa é aquela que possibilita ao aluno ler criticamente, compreendendo o tema, a linguagem e as mudanças sociais e históricas.

Se fosse o caso de censurar liminarmente preconceitos ficcionais, hoje não leríamos Madame Bovary e provavelmente parte da Bíblia poderia ser vetada.

A literatura --e a arte-- são territórios onde cabem o erro, o preconceito, a divergência e a loucura.

Isso não deseduca, mas, ao contrário, prepara os alunos para questionarem a si mesmos e ao mundo.

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1151230-opiniao-nao-se-pode-tratar-alunos-como-meros-espectadores-ingenuos.shtml

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Offline Price

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Re:Monteiro Lobato merece ser censurado?
« Resposta #15 Online: 13 de Setembro de 2012, 12:12:00 »
Não ao Monteiro Lobato, Sim ao Kit Gay.
Se você aceitar algumas colocações minhas...
A única e verdadeira razão de eu fazer este comentário em resposta é deixar absolutamente claro que NÃO ACEITO "colocações" suas nem de quem quer que seja.

Offline Digão

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Re:Monteiro Lobato merece ser censurado?
« Resposta #16 Online: 13 de Setembro de 2012, 14:00:05 »
Eu particularmente gosto d'O Siítio do Pica-pau Amarelo, acho um material com temática bem extensa e abrangente, e não sei se a literatura infantil brasileira tem substitutos convenientes para essa obra. Se o problema for somente com o Caçadas de Pedrinho, então tudo bem, a lacuna pode ser preenchida.

Minha mãe é professora de português e acha que o Monteiro Lobato estava só retratando uma realidade brasieira, e que se tiver que sair, tem que sair um monte de outros autores também.

Offline Barata Tenno

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Re:Monteiro Lobato merece ser censurado?
« Resposta #17 Online: 13 de Setembro de 2012, 14:09:22 »
E se analizarmos a obra, a Dona Benta tinha um enorme respeito pela Tia Anastácia, ela sempre foi representada como um personagem forte, como uma pessoa inteligente e que merecia respeito. Pegar um trecho que chamar Monteiro Lobato de racista é tirar tudo de  contexto.
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Digão

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Re:Monteiro Lobato merece ser censurado?
« Resposta #18 Online: 13 de Setembro de 2012, 14:18:54 »
"Sim, era o único jeito. E Tia Nastácia, esquecida de seus numerosos reumatismos, trepou que nem uma macaca de carvão pelo mastro de São Pedro acima, com tal agilidade que parecia nunca ter feito outra coisa na vida senão trepar em mastros." - trecho de Caçadas de Pedrinho

Offline Gaúcho

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Re:Monteiro Lobato merece ser censurado?
« Resposta #19 Online: 13 de Setembro de 2012, 16:10:57 »
Pêlo em ovo, na minha opinião.
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Aronax

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Re:Monteiro Lobato merece ser censurado?
« Resposta #20 Online: 13 de Setembro de 2012, 17:31:30 »
Li  Monteiro Lobato aos 8 anos de idade....todos os livros....gostei de vários (reinações, caçadas, chave do tamanho.....) e não me tornei racista por isto, e naquele tempo e idade, percebia claramente que era ficção.....
Uma verdade ou um ser podem ser vistos de vários pontos, porém a verdade e o ser estão acima de pontos de vista.

Offline Aronax

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Re:Monteiro Lobato merece ser censurado?
« Resposta #21 Online: 13 de Setembro de 2012, 17:34:51 »
Pêlo em ovo, na minha opinião.
Atualmente tem uma onda de "frescura" assolando o mundo.....tudo é bulling, tudo é politicamente incorreto e deve ser o contrário...crianças deixam de ir para a escola por falta de transporte....para andar 1000 metros....e por ai a fora....
Uma verdade ou um ser podem ser vistos de vários pontos, porém a verdade e o ser estão acima de pontos de vista.

Offline Derfel

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Re:Monteiro Lobato merece ser censurado?
« Resposta #22 Online: 13 de Setembro de 2012, 18:10:35 »
"Sim, era o único jeito. E Tia Nastácia, esquecida de seus numerosos reumatismos, trepou que nem uma macaca de carvão pelo mastro de São Pedro acima, com tal agilidade que parecia nunca ter feito outra coisa na vida senão trepar em mastros." - trecho de Caçadas de Pedrinho

Onde está o trecho racista?

Offline Laura

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Re:Monteiro Lobato merece ser censurado?
« Resposta #23 Online: 13 de Setembro de 2012, 18:37:55 »
Não, não merece.

(Racistas são as cotas raciais, sancionadas no final do mês passado...)

Offline Aronax

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Re:Monteiro Lobato merece ser censurado?
« Resposta #24 Online: 13 de Setembro de 2012, 19:39:31 »
Não, não merece.

(Racistas são as cotas raciais, sancionadas no final do mês passado...)
Concordo!!!!
Uma verdade ou um ser podem ser vistos de vários pontos, porém a verdade e o ser estão acima de pontos de vista.

 

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