Eu não sei em que mundo você vive, caro Sképtikós, mas ele é muito mais complicado que o mundo real; não há como comparar as duas situações, como ironicamente os colegas comentaram.
Sério mesmo que você pensa que ambas são idênticas?
Claro que não, é uma comparação exagerada, mas você acha que a comparação do Barata também é idêntica, acha que esta nova lei que amplia a "liberdade" religiosa aprovada em Indiana é comparável as "leis" das décadas de 30 e 40 que limitavam explicitamente os direitos dos negros (em relação aos brancos) naquele estado?
Ambas são comparações exageradas com o único objetivo de chamar a atenção.
Que separar negros de brancos apenas porque são negros é igual a separar homens de mulheres em vagões?
Não é igual, mas são ambas medidas injustas.
Que a separação é apenas sexista?
Que não é motivada pelo comportamento de vários, eu disse vários, homens, que se aproveitam dos horários de pico para bolinarem mulheres?
Vários não, alguns. E você acha mesmo que a medida resolve o problema, se até mesmo as feministas se posicionaram contra a mesma, justamente por não resolver o problema. Não há vagões exclusivos para todas as mulheres, e assédios aconteceram em outros locais que se não nos vagões, fora o fato da medida deixar implícito a mensagem de que todos os homens e apenas eles são bolinadores. Quer mais motivos para provar o absurdo desta medida?
Não há segregação absoluta, inclusive, fora dos horários de "rush", o uso é livre, diferente dos bebedouros...
Nos demais horários a segregação existe.
Outra coisa, na minha cidade os vagões são exclusivos para mulheres e portadores de necessidades espoeciais, você acusa então os governantes de discriminarem os saudáveis?
Sim, discriminação significa simplesmente fazer uma distinção. Agora, se a discriminação é sociológica, no sentido de negar direitos a um grupo e dar privilégios a outro, é algo discutível. No caso dos deficientes é generalizado que todos possuem limitações, no caso dos homens não é verdade a generalização implícita de que todos sejam assediadores. A ultima discriminação, a de gênero, presente nos vagões exclusivos para mulheres, é evidentemente uma discriminação sociológica, que pune homens de forma geral, injustamente, e garante as mulheres um privilégio inconstitucional.
Abraços!