Telescópios rastreadores de ETs voltarão a funcionar após doaçõesUm complexo com 42 telescópios que monitora possíveis indícios de extraterrestres, na Califórnia, nos Estados Unidos, voltará a operar em algumas semanas, graças a doações particulares. O instituto deixou de funcionar após a interrupção de financiamento público.
Uma das líderes da campanha é a atriz Jodie Foster, que conseguiu levantar US$ 200 mil (R$ 318 mil) entre 2.400 doadores para o Seti (instituto de busca por inteligência extraterrestre, na sigla em inglês), que abriga o complexo Allen Telescope Array.
O equipamento, que custou US$ 30 milhões (R$ 47,7 milhões), parou de operar após deixar de receber financiamento público, das Força Aérea americana.
Ficção e realidadeEm um comunicado no site de arrecadação, Foster disse que 'o Allen Telescope Array poderia transformar a ficção científica em fatos científicos', salientando que isso só ocorrerá se o monitoramento tiver continuidade.
Outro doador foi o astronauta da Apollo 8, Bill Anders.
O instituto diz que o fundo deve ser suficiente para manter os telescópios na ativa até o final do ano. O projeto, no entanto, ainda depende da verba pública, que até então era repassada pela Força Aérea, preocupada com o rastreamento de detritos espaciais que podem danificar satélites.
O astrônomo Seth Shostak, do Seti, disse à BBC, que o acordo com a Força Aérea americana ainda não foi retomado, mas se disse bastante confiante de que isso ocorrerá em breve. O financiamento também terá de ser aprovado pelo Congresso.
Thomas Pierson, diretor-executivo do Seti, disse que 'para quem está interessado em saber se há vida inteligente lá fora, em outros lugares de nossa galáxia, o Allen Telescope Array e nossa equipe de pesquisa no Seti são a melhor aposta.'
O complexo começou a operar em 2007, com o nome de seu maior doador, Paul Allen, co-fundador da Microsoft.
Perguntas e respostasO Allen Telescope Array era inicialmente um projeto conjunto da Universidade da Califórnia/Berkeley e do Seti, mas a parceria foi desfeita após cortes no repasse de verbas públicas à universidade.
O custo anual para a manutenção do projeto é de US$ 2,5 milhões (R$ 3,9 milhões). Em último caso, o complexo pode redirecionar suas atividades para a observação de planetas fora do sistema solar.
Shostak defende, no entanto, a busca por indícios de vida extraterrestre.
'As pessoas ainda pensam nessa mesma questão fundamental: 'Há alguém lá fora tão ou mais inteligente que nós?' É importante e vale a pena fazer (a pesquisa).'
O projeto na Califórnia também contribui para a pesquisa de buracos negros e campos magnéticos na Via Láctea.
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