Autor Tópico: Estudante de História na UFRGS diz que relações "interracias" geram hibrídos  (Lida 4573 vezes)

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Offline Geotecton

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Re: Estudante de História na UFRGS diz que relações "interracias" geram hibrídos
« Resposta #25 Online: 28 de Junho de 2011, 20:17:29 »
Lá, o simples fato de eu falar que eu era de Cuiabá, já era motivo para narizes tortos. Imagina se eu fosse negro ou moreno como a maioria dos cuiabanos!

No RS mesmo, o pessoal se considera tão superior que muitos pensam que o RS deve ser separar do resto do país, porque o pessoal do Norte atrapalha o desenvolvimento deles :D

Viva a Republica dos Pampas!!  :hihi:

No Sul não existem somente gaúchos.
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Offline Südenbauer

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Re: Estudante de História na UFRGS diz que relações "interracias" geram hibrídos
« Resposta #26 Online: 28 de Junho de 2011, 20:45:22 »
Lá, o simples fato de eu falar que eu era de Cuiabá, já era motivo para narizes tortos. Imagina se eu fosse negro ou moreno como a maioria dos cuiabanos!
Eu acho que esse comportamento vale para qualquer comunidade homogênea mais isolada. Isso é mais amplificado em lugares como no RS talvez devido à natureza discreta e comunitária do imigrante alemão/italiano. O pessoal sempre se criou meio isolado dentro de uma sociedade de gente parecida, então é natural que forasteiros causem estranhamento. É claro que esse simples mecanismo intuitivo de defesa não pode descambar para a discriminação.

O problema é que o próprio grupo discriminado não se ajuda quando chega e de fato justifica esse estranhamento.

Offline Hold the Door

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Re: Estudante de História na UFRGS diz que relações "interracias" geram hibrídos
« Resposta #27 Online: 28 de Junho de 2011, 22:03:48 »
No Sul não existem somente gaúchos.

Sim, existem também as gaúchas, que são muitíssimo mais importantes  :D
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Offline Liddell Heart

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Re: Estudante de História na UFRGS diz que relações "interracias" geram hibrídos
« Resposta #28 Online: 28 de Junho de 2011, 22:07:56 »
No Sul não existem somente gaúchos.

Sim, existem também as gaúchas, que são muitíssimo mais importantes  :D
Sábias palavras.  :lol:
"Onde mora a liberdade, ali está a minha pátria."
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"Posso não concordar com uma só palavra sua, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-la."
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Offline Geotecton

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Re: Estudante de História na UFRGS diz que relações "interracias" geram hibrídos
« Resposta #29 Online: 28 de Junho de 2011, 23:53:27 »
No Sul não existem somente gaúchos.

Sim, existem também as gaúchas, que são muitíssimo mais importantes  :D

 :)
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Offline ByteCode

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Re: Estudante de História na UFRGS diz que relações "interracias" geram hibrídos
« Resposta #30 Online: 29 de Junho de 2011, 10:38:06 »
Lá, o simples fato de eu falar que eu era de Cuiabá, já era motivo para narizes tortos. Imagina se eu fosse negro ou moreno como a maioria dos cuiabanos!
Eu acho que esse comportamento vale para qualquer comunidade homogênea mais isolada. Isso é mais amplificado em lugares como no RS talvez devido à natureza discreta e comunitária do imigrante alemão/italiano. O pessoal sempre se criou meio isolado dentro de uma sociedade de gente parecida, então é natural que forasteiros causem estranhamento. É claro que esse simples mecanismo intuitivo de defesa não pode descambar para a discriminação.

O problema é que o próprio grupo discriminado não se ajuda quando chega e de fato justifica esse estranhamento.

Certamente, é algo que notei, o pessoal do interior de lá é bem "bairrista". Já ouvi falar até que existem comunidades de origem alemã por lá que não aceitam pessoas de fora morar em suas cidades, pois querem preservar a sua identidade e manter intacta sua cultura de origem alemã, sem "contaminações". O que, pra mim, continua sendo preconceito, e dos grandes. Afinal, o pessoal quer morar no Brasil e fazer de conta que estão na Alemanha.... aaahhh, vai se lascar!

Mas, apesar da minha impressão particular sobre o pessoal da região Sul em relação ao racismo, certamente não sou ignorante a ponto de achar que todos sejam assim. Penso que a grande maioria das pessoas de lá são tolerantes ao "diferente" e gente boa. Taí o Geotecton como prova disto :D

Offline ByteCode

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Re: Estudante de História na UFRGS diz que relações "interracias" geram hibrídos
« Resposta #31 Online: 29 de Junho de 2011, 10:46:17 »
Lá, o simples fato de eu falar que eu era de Cuiabá, já era motivo para narizes tortos. Imagina se eu fosse negro ou moreno como a maioria dos cuiabanos!

No RS mesmo, o pessoal se considera tão superior que muitos pensam que o RS deve ser separar do resto do país, porque o pessoal do Norte atrapalha o desenvolvimento deles :D

Viva a Republica dos Pampas!!  :hihi:

No Sul não existem somente gaúchos.

É que normalmente eles são os mais "aparecidos" e por isto se destacam mais que os catarinenses e paranaenses :D
Gauchos do forum, é só brincadeirinha tá. Não se estressem!

A minha ascendência, tanto por parte de mãe quanto de pai é de lá, pirncipalmente PR e RS. Portanto, não tem nem como eu falar estas coisas a sério, pois estarei falando de mim mesmo e de meus parentes.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Estudante de História na UFRGS diz que relações "interracias" geram hibrídos
« Resposta #32 Online: 29 de Junho de 2011, 11:42:48 »
Lá, o simples fato de eu falar que eu era de Cuiabá, já era motivo para narizes tortos. Imagina se eu fosse negro ou moreno como a maioria dos cuiabanos!

No RS mesmo, o pessoal se considera tão superior que muitos pensam que o RS deve ser separar do resto do país, porque o pessoal do Norte atrapalha o desenvolvimento deles :D

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No Sul não existem somente gaúchos.

E mesmo não considerando que é usado como gentílico para os rio-grande-sulistas, mesmo sem contar os outros dois estados da região, há ainda dentro dos primeiros aqueles que seriam os verdadeiros gaúchos, "etnicamente" falando, e são uma minoria mesmo dentro do RS.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Estudante de História na UFRGS diz que relações "interracias" geram hibrídos
« Resposta #33 Online: 29 de Junho de 2011, 11:44:57 »
Certamente, é algo que notei, o pessoal do interior de lá é bem "bairrista". Já ouvi falar até que existem comunidades de origem alemã por lá que não aceitam pessoas de fora morar em suas cidades, pois querem preservar a sua identidade e manter intacta sua cultura de origem alemã, sem "contaminações". O que, pra mim, continua sendo preconceito, e dos grandes. Afinal, o pessoal quer morar no Brasil e fazer de conta que estão na Alemanha.... aaahhh, vai se lascar!

Já vi qualquer coisa sobre cidadezinhas/bairros isolados, não de origem alemã, mas acho que norueguesa ou dinamarquesa, onde só os mais jovens falam português.

Offline Donatello

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Re: Estudante de História na UFRGS diz que relações "interracias" geram hibrídos
« Resposta #34 Online: 29 de Junho de 2011, 12:29:34 »
Nem pelas idéias, mas pelo nível do português (que parece não ter sido algo proposital) de um aluno do curso de história (não deve ser dos menos concorridos, provavelmente também não um dos mais) da mais importante universidade do estado com melhor educação do país... eu acho que ele devia estar sob efeito de alguma droga: quando eu estou bêbado minha escrita sai igualzinha.

Tô chutando que uma mistura de álcool ou outra droga com algum trauma recente (tipo, uma namorada que havia acabado de dar um chute no cara, por acaso pra trocá-lo por um negão do curso de educação física) tenha acendido uma vontade de xingar muito no twitter numa versão mais acadêmica.

Offline Cumpadi

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Re: Estudante de História na UFRGS diz que relações "interracias" geram hibrídos
« Resposta #35 Online: 29 de Junho de 2011, 12:33:41 »
Donatello, todos nós sabemos o que evidências anedóticas conseguem fazer na mente das pessoas.
http://tomwoods.com . Venezuela, pode ir que estamos logo atrás.

Offline Donatello

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Re: Estudante de História na UFRGS diz que relações "interracias" geram hibrídos
« Resposta #36 Online: 29 de Junho de 2011, 12:41:12 »
:?

Dele ser trocado por um negro? mas não é uma evidência: é uma suposição, tipo: ter sido trocado por um negro/ter discutido com um negro/ter brigado no futebol com um negro/ou qualquer coisa que o tenha eventualmente feito ficar com raivinha de um negro e que misturada a algum entorpecente fez com que aflorasse um texto tão exdrúxulo

Você nunca disse/escreveu umas besteiras que por algum limite qualquer você não diria/escreveria sóbrio? Pela qualidade do texto (não das idéias ou da argumentação, do texto mesmo) e tendo ele vindo de uma pessoa que passou recentemente por um crivo de conhecimento que geralmente é bem acurado eu acho que há uma boa possibibilidade de ter sido algo assim.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Estudante de História na UFRGS diz que relações "interracias" geram hibrídos
« Resposta #37 Online: 29 de Junho de 2011, 12:45:02 »
Eu não descarto a possibilidade da influência desse tipo de evento, e esse tipo de preocupação também parece bastante recorrente. Comumente estão falando coisas como "os negros estão roubando/estuprando as mulheres brancas". Vi uma vez até um "poema", "a última mulher branca". Não lembro o que era, acho que ela fugia de uma horda de mestiços estupradores, mas pode ser só uma caricatura que fiz a partir apenas do título e não uma memória.

Mas acho que racismo não é redutível a isso na maior parte do tempo.

Offline Südenbauer

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Re: Estudante de História na UFRGS diz que relações "interracias" geram hibrídos
« Resposta #38 Online: 30 de Junho de 2011, 11:02:24 »
Já ouvi falar até que existem comunidades de origem alemã por lá que não aceitam pessoas de fora morar em suas cidades, pois querem preservar a sua identidade e manter intacta sua cultura de origem alemã, sem "contaminações".
Tem um pouco de verdade nisso, mas em geral é uma visão ingênua e reducionista. No inconsciente coletivo talvez, mas nada que seja abertamente discriminatório. O que acontece que em uma comunidade com forte coesão social é natural que se marginalize um grupo forasteiro que venha com outros valores, muitas vezes antagônicos.

Offline Südenbauer

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Re: Estudante de História na UFRGS diz que relações "interracias" geram hibrídos
« Resposta #39 Online: 30 de Junho de 2011, 11:03:34 »
Certamente, é algo que notei, o pessoal do interior de lá é bem "bairrista". Já ouvi falar até que existem comunidades de origem alemã por lá que não aceitam pessoas de fora morar em suas cidades, pois querem preservar a sua identidade e manter intacta sua cultura de origem alemã, sem "contaminações". O que, pra mim, continua sendo preconceito, e dos grandes. Afinal, o pessoal quer morar no Brasil e fazer de conta que estão na Alemanha.... aaahhh, vai se lascar!

Já vi qualquer coisa sobre cidadezinhas/bairros isolados, não de origem alemã, mas acho que norueguesa ou dinamarquesa, onde só os mais jovens falam português.
Acho que tu te refere aos menonitas.

Offline Cumpadi

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Re: Estudante de História na UFRGS diz que relações "interracias" geram hibrídos
« Resposta #40 Online: 30 de Junho de 2011, 11:14:20 »
:?

Dele ser trocado por um negro? mas não é uma evidência: é uma suposição, tipo: ter sido trocado por um negro/ter discutido com um negro/ter brigado no futebol com um negro/ou qualquer coisa que o tenha eventualmente feito ficar com raivinha de um negro e que misturada a algum entorpecente fez com que aflorasse um texto tão exdrúxulo

Você nunca disse/escreveu umas besteiras que por algum limite qualquer você não diria/escreveria sóbrio? Pela qualidade do texto (não das idéias ou da argumentação, do texto mesmo) e tendo ele vindo de uma pessoa que passou recentemente por um crivo de conhecimento que geralmente é bem acurado eu acho que há uma boa possibibilidade de ter sido algo assim.
Realmente, me confundi. Quis dizer que evidencias podem confundir as pessoas. Por exemplo, a pessoa pode ver poucos negros cientistas, ou que a africa e o continente mais pobre do mundo e concluir coisas erradas disso. Nos deparamos com isso todos os dias, a confusão que é feita com a democracia, por exemplo, que acaba associando a ideia de que quanto mais pessoas apoiam uma ideia, mais certa ela esta.
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Offline hymenoptera

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Re: Estudante de História na UFRGS diz que relações "interracias" geram hibrídos
« Resposta #41 Online: 30 de Junho de 2011, 11:32:11 »
Fugindo um pouco das discussões anteriores um conceito que aprendi foi o significado da palavra heterose, acho que seira relevante em se tratando de hibridização! kkkk!!!!

Offline Wolfischer

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Re: Estudante de História na UFRGS diz que relações "interracias" geram hibrídos
« Resposta #42 Online: 04 de Julho de 2011, 22:56:11 »


Certamente, é algo que notei, o pessoal do interior de lá é bem "bairrista". Já ouvi falar até que existem comunidades de origem alemã por lá que não aceitam pessoas de fora morar em suas cidades, pois querem preservar a sua identidade e manter intacta sua cultura de origem alemã, sem "contaminações". O que, pra mim, continua sendo preconceito, e dos grandes. Afinal, o pessoal quer morar no Brasil e fazer de conta que estão na Alemanha.... aaahhh, vai se lascar!

Mas, apesar da minha impressão particular sobre o pessoal da região Sul em relação ao racismo, certamente não sou ignorante a ponto de achar que todos sejam assim. Penso que a grande maioria das pessoas de lá são tolerantes ao "diferente" e gente boa. Taí o Geotecton como prova disto :D
[/quote]
Eu vi este tipo de bairrismo numa cidadezinha de SC, perto de Blumenau. Eu mesmo nao conseguiria comprar uma casa la, mesmo sendo descendente de alemaes pelos quatro costados e falando alemao melhor do que muitos deles. Simplesmente nao sou "da comunidade".
Nao sei se por coincidencia, mas e a cidade com o maior indice de suicidios entre jovens em todo o estado.

Offline Gaúcho

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Re: Estudante de História na UFRGS diz que relações "interracias" geram hibrídos
« Resposta #43 Online: 05 de Julho de 2011, 01:51:49 »
Interior é complicado :P
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Pedro Reis

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Re: Estudante de História na UFRGS diz que relações "interracias" geram hibrídos
« Resposta #44 Online: 05 de Julho de 2011, 03:25:39 »
Está certo, o sujeito é uma besta e o seu texto chega a ser cômico. Mas vocês não acham que ele tem o direito de ser uma besta?

O direito ao livre pensar implica também no direito a poder pensar como um idiota.

 O camarada inicia sua curta missiva fazendo uma pergunta aos colegas de classe. Pergunta esta que poderia ser perfeitamente respondida por aqueles que se indignaram com as colocações do estudante.

Então por quê, ao invés do debate, para que da discussão surja a luz, chama-se a polícia, instaura-se o inquérito, abre-se o processo e aplica-se a mordaça?

Para um estudante de História ele é bem desinformado. Considera os eurasianos muito mais antigos que o próprio Homo Sapiens e desconhece profundamente a rica História das civilizações da África subsaariana. Também classifica os semitas como sendo "brancos", e, seja lá o que isto signifique, tenho certeza que os povos semitas não se encaixariam no que ELE imagina ser uma raça branca. E digo que ele "imagina" porque o próprio conceito de raça, da forma como foi fabricado para servir ideologicamente aos interesses do colonialismo, não tem nenhuma base científica justificável.

Para a Biologia raça é um termo equivalente a subespécie - diferentes linhagens genéticas dentro de uma mesma espécie e cujos indivíduos ainda são capazes de cruzarem entre si. Porém hoje sabemos que a variabilidade genética existente entre todos os grupos humanos é insignificante, e portanto não haveria subespécies humanas. Na verdade encontramos mais variação genética entre duas populações de chimpanzés isoladas, ainda que separadas por apenas algumas centenas de quilômetros, do que entre quaisquer das assim consideradas "raças humanas".

Por outro lado se o critério utilizado para se definir raça for o inútil critério da aparência ( inútil do ponto de vista do estudo biológico ), então nada justificaria que etnias tão aparentemente distintas sejam designadas genericamente como "raça negra". Assim um guerreiro watusi de dois metros de altura pertenceria à mesma raça dos pigmeus africanos. E imaginar uma "raça branca", ou amarela, ou vermelha, apenas gera idiossincrazias semelhantes.

Então por quê temer o discurso racista se este não se sustenta? Eu entendo que as pessoas que querem abrir um processo contra este homem acreditem estar movidas pelas intenções mais nobres e mais corretas, porém aquelas que, na Alemanha,  queriam banir os judeus das universidades e dos meios de comunicação também agiam com a mesma convicção.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Estudante de História na UFRGS diz que relações "interracias" geram hibrídos
« Resposta #45 Online: 05 de Julho de 2011, 03:38:50 »
Eu acho que a censura pode até fortalecer esse tipo de coisa, ironicamente.

Dá o argumento de "a verdade politicamente não é aceita e eles querem nos calar", ao mesmo tempo em que força aqueles que já tendem a pensar assim a procurar apenas canais mais fechados/"secretos" para a troca de idéias, onde haverá praticamente apenas aprovação mútua, praticamente sem contestação.

Por outro lado, muito disso já aconteceria de qualquer forma -- meio como ocorre com criacionismo, que não é proibido/censurado, mas os adeptos em 99% do tempo restringem suas fontes à fontes que reafirmam aquilo em que eles já acreditam e só trazem as confrontações já prontamente mastigadas e "refutadas". Daí de vez em quando um posta em outro lugar qualquer na internet crente de que a evolução é uma piada e que os seres brotaram como são do barro e tenta debater um pouco, e logo foge.



De qualquer forma, censura propriamente dita é cabível se houver prescrições "políticas" ou ideológicas contra algum grupo, ao menos pregando violência. Pregando só isolamento reprodutivo é ainda mais "leve", não sei se chega a tanto, mas sei lá, talvez já se deva partir daí mesmo também, não sei.

Offline Cumpadi

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Re: Estudante de História na UFRGS diz que relações "interracias" geram hibrídos
« Resposta #46 Online: 05 de Julho de 2011, 10:09:59 »
Não, você está colocando seus ideais no meio, censura não é cabível em hipótese alguma. Qualquer tipo vai de encontro a liberdade de expressão, que, se não me engano, é um direito constitucional.

Para a Biologia raça é um termo equivalente a subespécie - diferentes linhagens genéticas dentro de uma mesma espécie e cujos indivíduos ainda são capazes de cruzarem entre si. Porém hoje sabemos que a variabilidade genética existente entre todos os grupos humanos é insignificante, e portanto não haveria subespécies humanas. Na verdade encontramos mais variação genética entre duas populações de chimpanzés isoladas, ainda que separadas por apenas algumas centenas de quilômetros, do que entre quaisquer das assim consideradas "raças humanas".

Por outro lado se o critério utilizado para se definir raça for o inútil critério da aparência ( inútil do ponto de vista do estudo biológico ), então nada justificaria que etnias tão aparentemente distintas sejam designadas genericamente como "raça negra". Assim um guerreiro watusi de dois metros de altura pertenceria à mesma raça dos pigmeus africanos. E imaginar uma "raça branca", ou amarela, ou vermelha, apenas gera idiossincrazias semelhantes.

Se você puder, por favor citar um artigo (muito provavelmente 2) um pouco menos parcial sobre isso, que mostre números concretos, não aqueles estudos idiotas que falam: a diferença é de 0.5% entre o homem e o macaco, logo somos macacos, blá blá blá, que nada dizem de fato, fora os achismos *ideológicos* dos autores. Algo como mostrando a porcentagem de diferenças entre raças de cães e a porcentagem entre *possíveis* (ou seja, não nescessariamente) raças de seres humanos.
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Offline Pedro Reis

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Re: Estudante de História na UFRGS diz que relações "interracias" geram hibrídos
« Resposta #47 Online: 05 de Julho de 2011, 15:56:19 »
Não, você está colocando seus ideais no meio, censura não é cabível em hipótese alguma. Qualquer tipo vai de encontro a liberdade de expressão, que, se não me engano, é um direito constitucional.

Para a Biologia raça é um termo equivalente a subespécie - diferentes linhagens genéticas dentro de uma mesma espécie e cujos indivíduos ainda são capazes de cruzarem entre si. Porém hoje sabemos que a variabilidade genética existente entre todos os grupos humanos é insignificante, e portanto não haveria subespécies humanas. Na verdade encontramos mais variação genética entre duas populações de chimpanzés isoladas, ainda que separadas por apenas algumas centenas de quilômetros, do que entre quaisquer das assim consideradas "raças humanas".

Por outro lado se o critério utilizado para se definir raça for o inútil critério da aparência ( inútil do ponto de vista do estudo biológico ), então nada justificaria que etnias tão aparentemente distintas sejam designadas genericamente como "raça negra". Assim um guerreiro watusi de dois metros de altura pertenceria à mesma raça dos pigmeus africanos. E imaginar uma "raça branca", ou amarela, ou vermelha, apenas gera idiossincrazias semelhantes.

Se você puder, por favor citar um artigo (muito provavelmente 2) um pouco menos parcial sobre isso, que mostre números concretos, não aqueles estudos idiotas que falam: a diferença é de 0.5% entre o homem e o macaco, logo somos macacos, blá blá blá, que nada dizem de fato, fora os achismos *ideológicos* dos autores. Algo como mostrando a porcentagem de diferenças entre raças de cães e a porcentagem entre *possíveis* (ou seja, não nescessariamente) raças de seres humanos.

Olá Parcus,

Tenho impressão que o seu primeiro comentário foi dirigido ao Buckaroo, porque eu também não sou simpático a censura de idéias. Mesmo àquelas estúpidas e até mal intencionadas, porque, afinal de contas, o julgamento do que é estúpido ou carregado de más intenções é sempre subjetivo, então, ao meu ver, a censura, seja disfarçada ou explícita, sempre implica na imposição dos valores de um grupo sobre outros.

Quanto à sua solicitação, como neste exato momento meu tempo é exíguo vou preguiçosamente citar a Wikipedia, ok? Porém é um bom artigo e nele você encontra referências para maiores aprofundamentos.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ra%C3%A7a

Citar

A raça é um conceito que obedece diversos parâmetros para categorizar diferentes populações de uma mesma espécie biológica desde suas características fenotípicas (ou físicas); é comum falar-se das raças de cães ou de outros animais.[1]
 
A antropologia, entre os séculos XVII e XX, usou igualmente várias classificações de grupos humanos no que é conhecido como "raças humanas" mas, desde que se utilizaram os métodos genéticos para estudar populações humanas, essas classificações e o próprio conceito de "raças humanas" deixaram de ser utilizados,[2], persistindo o uso do termo apenas na política, quando se pede "igualdade racial" ou na legislação quando se fala em "preconceito de raça", como a leinº 12.288, de 20 de julho de 2010 que instituiu, no Brasil, o “Estatuto da Igualdade Racial”. Um conceito alternativo e sinônimo é o de "etnia".
 
O termo raça aparecia normalmente nos livros científicos e, (como os livros de geografia de Aroldo de Azevedo e a coleção "História das Raças Humanas" de Gilberto Galvão, que dá detalhado todas as raças, com fotografias), até a década de 1970, a partir de então, começou a desaparecer por receio de racismo, especialmente com o advento do politicamente correto na década de 1980.[carece de fontes]
 
O termo "raça" ainda é aceito normalmente para designar as variedades de animais domésticos e animais de criação como o gado (nelore, gir e zebu).
 
Abaixo discutem-se os conceitos biológicos de raça, várias definições históricas destes conceitos e um resumo da história e utilização das classificações de raças humanas.


[...]

Citar

RAÇA EM BIOLOGIA

Os zoólogos geralmente consideram a raça um sinónimo das subespécies, caracterizada pela comprovada existência de linhagens distintas dentro das espécies, portanto, para a delimitação de subespécies ou raças a diferenciação genética é uma condição essencial, ainda que não suficiente. Na espécie Homo sapiens - a espécie humana - a variabilidade genética representa 3 a 5% da variabilidade total, nos sub-grupos continentais, o que caracteriza, definitivamente, a ausência de diferenciação genética. Portanto, inexistem raças humanas do ponto de vista biopolítico matematicamente convencionado pela maioria. No "Código Internacional de Nomenclatura Zoológica" (4ª edição, 2000) não existe nenhuma norma para considerar categorias sistemáticas abaixo da subespécie.
 
Para os botânicos – de acordo com o "Código Internacional de Nomenclatura Botânica" - as variantes duma espécie são explicitamente denominadas "subespécies" (subsp.), variedades (var.) e formas (f.) que na verdade são matrizes das espécies. Por exemplo, para o pinheiro negro europeu, Pinus nigra, é aceite uma subespécie - Pinus nigra subsp. nigra na região oriental da sua área de distribuição, desde a Áustria e nordeste da Itália até à Crimeia e Turquia, com as seguintes variedades:
 Pinus nigra subsp. nigra var. nigra – pinheiro negro austríaco;
 Pinus nigra subsp. nigra var. caramanica - pinheiro negro turco; e
 Pinus nigra subsp. nigra var. pallasiana - pinheiro negro da Crimeia.
 
Para alguns biólogos, a raça é um grupo distinto constituindo toda ou parte duma espécie. Uma espécie monotípica não tem raças, ou melhor a "raça" é toda a espécie. As espécies monotípicas podem apresentar-se de várias maneiras:
 Todos os membros da espécie são semelhantes e então a espécie não pode ser dividida em subcategorias com significado biológico.
 Os membros da espécie mostram considerável variação, mas esta ocorre aleatoriamente e também não tem significado biológico uma vez que a transmissão genética destas variações não é constante; é o que acontece com muitas plantas e é por isso que os horticulturistas interessados em preservar uma determinada característica evitam a propagação por sementes e usam métodos vegetativos.
 A variação dentro de uma espécie é evidente e segue um padrão, mas não há divisões claras entre os diferentes grupos, mas apenas um gradiente de tamanhos, formas ou cores. Este tipo de variação clinal significa que existe um fluxo de genes substancial entre os grupos aparentemente separados que formam a(s) população(s) e é normal nas espécies monotípicas – e é o caso da espécie humana.
 Uma espécie politípica tem raças distintas, que são grupos separados que normalmente não se cruzam geneticamente (embora possa haver zonas relativamente estreitas de "hibridização"), mas que poderiam cruzar-se e produzir descendentes com características mistas (ou iguais a cada um dos progenitores) se as condições ambientais o permitissem – normalmente isto passa-se entre populações geograficamente isoladas da mesma espécie, que podem ser consideradas subespécies ou variedades.
 
É importante notar que os grupos que normalmente não se cruzam, apesar de viverem na mesma área geográfica, não são raças, mas sim espécies diferentes. Os verdadeiros híbridos de espécies diferentes, como por exemplo, da égua com o jumento, dão sempre descendentes estéreis, como o são, os machos e as mulas.
 
O advento da síntese moderna e as técnicas moleculares para estudar o fluxo de genes levam alguns biólogos a rejeitar a noção de "raça" e até de "subespécies".


« Última modificação: 05 de Julho de 2011, 16:07:13 por Pedro Reis »

Offline Cumpadi

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Re: Estudante de História na UFRGS diz que relações "interracias" geram hibrídos
« Resposta #48 Online: 05 de Julho de 2011, 16:33:17 »
Ok, as próprias referências da wikipédia a contradiz.

"Given that people can be sorted broadly into groups using genetic data, do common notions of race correspond to underlying genetic differences among populations? In some cases they do, but often they do not." -Scientific American

Nada como a imparcialidade de uma revista científica de verdade.

Não entendo para que serve essa distorção, mas que seja, ainda podemos usar a palavra: etnias (uau, que diferença). Nem vou falar nada sobre os judeus ashkenazi para não parecer preconceituoso, mas eles tem muito o que agradecer à essa divisão em etnias.
http://tomwoods.com . Venezuela, pode ir que estamos logo atrás.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Estudante de História na UFRGS diz que relações "interracias" geram hibrídos
« Resposta #49 Online: 05 de Julho de 2011, 18:07:23 »
Não, você está colocando seus ideais no meio, censura não é cabível em hipótese alguma. Qualquer tipo vai de encontro a liberdade de expressão, que, se não me engano, é um direito constitucional.

Então um discurso de "vamos matar os judeus e os negros" deve ser respeitado e debatido sériamente pela sociedade, é isso?




Citação de: parcus
Para a Biologia raça é um termo equivalente a subespécie - diferentes linhagens genéticas dentro de uma mesma espécie e cujos indivíduos ainda são capazes de cruzarem entre si. Porém hoje sabemos que a variabilidade genética existente entre todos os grupos humanos é insignificante, e portanto não haveria subespécies humanas. Na verdade encontramos mais variação genética entre duas populações de chimpanzés isoladas, ainda que separadas por apenas algumas centenas de quilômetros, do que entre quaisquer das assim consideradas "raças humanas".

Por outro lado se o critério utilizado para se definir raça for o inútil critério da aparência ( inútil do ponto de vista do estudo biológico ), então nada justificaria que etnias tão aparentemente distintas sejam designadas genericamente como "raça negra". Assim um guerreiro watusi de dois metros de altura pertenceria à mesma raça dos pigmeus africanos. E imaginar uma "raça branca", ou amarela, ou vermelha, apenas gera idiossincrazias semelhantes.

Se você puder, por favor citar um artigo (muito provavelmente 2) um pouco menos parcial sobre isso, que mostre números concretos, não aqueles estudos idiotas que falam: a diferença é de 0.5% entre o homem e o macaco, logo somos macacos, blá blá blá, que nada dizem de fato, fora os achismos *ideológicos* dos autores. Algo como mostrando a porcentagem de diferenças entre raças de cães e a porcentagem entre *possíveis* (ou seja, não nescessariamente) raças de seres humanos.


Citar


Figure 1 Unrooted phylogram of the neighbor-joining tree of 1,158 different CRI sequences before (A) and after (B) after topiary pruning to level PL = 8 to remove homoplasies. Bootstrap values ≥50% for the primary internodes are shown. Position of the midpoint root is indicated by arrow. Different colors indicate species (humans, bonobos, and gorillas) and subspecies (chimpanzees). Symbols indicate individuals belonging to the same social group: □, Taï Forest, Côte d’Ivoire; ■, Solo, Mali; ○, Eyengo, Lomako, Democratic Republic of Congo; ●, E-group, Wamba, Democratic Republic of Congo; ∗, Kasakela, Gombe, Tanzania.


NUMT=human nuclear sequence of mitochondrial origin




Outra versão, com as silhuetas dos macacos:


UCSD BIOLOGISTS COMPILE GENETIC HISTORY OF APES AND HUMANS; ‘FAMILY TREE’ SHOWS THAT HUMANS HAD BRUSH WITH EXTINCTION



O artigo não é recente, mas achei interessante o gráfico.


[PNAS] Mitochondrial sequences show diverse evolutionary histories of African hominoids



Com raças de cães é mais complicado porque possivelmente a seleção artificial acaba tendo um efeito de gerar uma diferença muito mais drástica com menor diferenciação total do que é possível na natureza, então não sei se se aplicaria a analogia.


De qualquer forma, o estudo anterior, nem nenhum que se tenha, dá uma invalidação definitiva e universal a qualquer tentativa de se classificar os humanos em diferentes raças. Invalidações só podem se dar de acordo com parâmetros específicos do conceito, que, no caso, é bastante flexível -- não que seja necessariamente "ruim" por isso em qualquer circunstância.

Humanos podem variar mais dentro de um só continente do que entre as populações continentais atualmente comumente referidas por raças, mas isso só invalidaria uma formulação do conceito de raça que "não permitisse" isso, o que não é necessário, ele pode se focar apenas em divergências regionais menores reconhecíveis, mesmo que usem critérios diferentes dos usados com outras espécies ou que isso represente menos diferenças totais do que representaria em outras espécies.

Não tem como se "proibir" de se fazer isso, até mesmo a a divisão em espécies é ao menos um pouco arbitrária (e mesmo assim comumente aceita uma mais restrita quando há critérios conflitantes), então quando a "linha divisória" que se quer traçar é ainda mais restrita, será ainda mais complicado, mas não necessariamente inerentemente inválido. Tudo depende dos termos que se propor. Você pode dizer que "raças são X", e então existem duas raças, "raças são Y" e então existem cinco raças, "raças são Z" e então existem catorze raças humanas, ou dizer que raças são A, onde o padrão da diversidade humana não satizfaz "A" e portanto não há nenhuma raça humana. Ou só neandertais, heidelbergensis e etc é que teriam sido, talvez.

 

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