Autor Tópico: Montadoras terão redução de IPI até 2016  (Lida 8008 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Offline West

  • Nível 31
  • *
  • Mensagens: 1.888
  • Sexo: Masculino
  • "Como um grão de poeira suspenso num raio de sol"
Montadoras terão redução de IPI até 2016
« Online: 04 de Agosto de 2011, 08:28:19 »
Citar
Montadoras terão redução de IPI até 2016, confirma governo
Medida faz parte de pacote para deixar indústria nacional mais competitiva.
Ainda não foi definido, no entanto, o quanto de imposto será abatido.
Alexandro Martello
Do G1, em Brasília



A Receita Federal informou nesta quarta-feira (3) que os fabricantes de veículos que tiverem instalações no Brasil terão redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) até julho de 2016. A medida faz parte do pacote de estímulo à competitividade anunciado na última terça (2) pelo governo federal e foi publicada no Diário Oficial da União nesta quarta.

Não haverá redução imediata da tributação, de acordo com nota oficial divulgada pelo governo na noite desta quarta. "A Medida Provisória 540 autoriza o incentivo tributário para produção e não para o consumidor e será com base em critérios ainda não definidos que estão sendo discutidos entre o governo e o setor. O percentual das alíquotas e as contrapartidas ainda serão definidos."

A MP englobará, além de automóveis, a fabricação de tratores, ônibus, caminhões e veículos comerciais leves, entre outros. Entre  2008 e 2010, para estimular o consumo, o governo reduziu as alíquotas do IPI de veículos novos e outros produtos, levando a um recorde de vendas no setor automobilístico. A intenção agora é tornar a indústria nacional mais competitiva.

"O objetivo é melhorar a competitividade do parque nacional e incentivar a produção no país. O produto de um importador independente, que não está instalado no Brasil, não vai ser beneficiado pela medida. Uma empresa que esteja só importando não vai se beneficiar, porque não vai atender aos requisitos da medida", disse o coordenador-geral de Tributação da Receita Federal, Fernando Mombelli.

Critérios indefinidos
Segundo Sandro Serpa, subsecretário de Tributação da Receita Federal, os critérios de conteúdo nacional e de inovação para as empresas poderem se beneficiar da medida ainda serão fixados. "Vai haver um decreto. Quanto e como [de conteúdo nacional e inovação] vai ser definido ainda. A ideia é respeitar os acordos internacionais que o país já fez. Vai ter de cumprir os requisitos em sua planta nacional", declarou Serpa.

Na última terça, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, disse que ainda não sabia como funcionará o novo regime automotivo. A afirmação foi feita após reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Na ocasião, o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, explicou que a ideia é criar incentivos para as empresas que tenham inovação no Brasil e agregação de valor, conteúdo nacional. "Tem que comprovar engenharia de produção, produto, pesquisa e desenvolvimento no Brasil. Não é trazer de fora", afirmou.

Belini disse que pediu ao governo a redução de tributos com base em investimentos feitos pela indústria automobilística em inovação, pesquisa, tecnologia e conteúdo nacional. A Anfavea acrescentou que investiu em inovação e tecnologia, em 2010, 1% do seu faturamento total de R$ 93 bilhões, ou seja, cerca de R$ 930 milhões.

Produção até 60% mais cara
Em junho passado, a associação de fabricantes divulgou que a produção de veículos no Brasil é até 60% mais cara do que em países como China, Índia e México. A afirmação foi feita com base em estudo realizado em parceria com a empresa de consultoria PricewaterhouseCoopers.

Segundo o levantamento, a alta do valor da mão de obra está entre os principais fatores que pesam nesse custo de produção. Esse valor, incluindo encargos sociais, é de 5,3 euros por hora no Brasil, de acordo com a pesquisa. No México, principal concorrente da região em investimentos, a média é de 2,6 euros a hora. Na China, a hora de um trabalhador custa 1,3 euro e, na Índia, 1,2 euro. "O Brasil atraía investimentos tradicionalmente pelo custo da mão de obra. Hoje em dia perdemos isso", comentou o presidente da Anfavea ao apresentar o estudo, que foi entregue ao governo.

FONTE: http://g1.globo.com/carros/noticia/2011/08/montadoras-terao-reducao-de-ipi-ate-2016-confirma-governo.html
"Houve um tempo em que os anjos perambulavam na terra.
Agora não se acham nem no céu."
__________
Provérbio Iídiche.

"Acerca dos deuses não tenho como saber nem se eles existem nem se eles não
existem, nem qual sua aparência. Muitas coisas impedem meu conhecimento.
Entres elas, o fato de que eles nunca aparecem."
__________
Protágoras.Ensaio sobre os deuses. Séc. V a.C.

Offline West

  • Nível 31
  • *
  • Mensagens: 1.888
  • Sexo: Masculino
  • "Como um grão de poeira suspenso num raio de sol"
Re: Montadoras terão redução de IPI até 2016
« Resposta #1 Online: 04 de Agosto de 2011, 08:50:38 »
Olha só a jogada das montadoras. Sempre reclamando da carga tributária e dos encargos trabalhistas. O objetivo deles, como sempre, é tão somente aumentar os lucros, que no nosso caso já são os maiores do mundo, levando-se em conta o fato dos carros vendidos aqui serem verdadeiras carroças motorizadas se comparados com a qualidade dos automóveis comercializados nos países desenvolvidos. Somente aqui as montadoras tem a vantagem de auferirem as maiores margens de lucros do mundo vendendo produtos de qualidade absurdamente inferiores e ainda receberem incentivos públicos para aumentar ainda mais suas margens de lucro. Pode haver absurdo maior? Dá última vez que o governo reduziu o IPI apenas uma pequena parcela dessa redução foi repassada para o automóvel vendido. A maior parte da redução foi abocanhada avidamente pelas montadoras aumentando ainda mais suas margens de lucro.

E olha o que o presidente da federação das montadoras falou:
Citar
Segundo o levantamento, a alta do valor da mão de obra está entre os principais fatores que pesam nesse custo de produção. Esse valor, incluindo encargos sociais, é de 5,3 euros por hora no Brasil, de acordo com a pesquisa. No México, principal concorrente da região em investimentos, a média é de 2,6 euros a hora. Na China, a hora de um trabalhador custa 1,3 euro e, na Índia, 1,2 euro. "O Brasil atraía investimentos tradicionalmente pelo custo da mão de obra. Hoje em dia perdemos isso", comentou o presidente da Anfavea ao apresentar o estudo, que foi entregue ao governo.

Fica claro que uma das frentes de batalha das montadores em sua busca desenfreada pelo lucro é a retirada dos direitos trabalhista dos brasileiros, numa tentativa de nivelar o encargo trabalhista brasileiro a níveis chineses e indianos, ou seja, trabalho semi-escravo. Essa estratégia de culpar o custo da mão-de-obra não faz sentido por que se fizesse um carro nos Estados Unidos ou na União Europeia deveria custar muito mais do que um produzido no Brasil, já que o valor pago a um trabalhador nesses países é absurdamente superior ao pago ao trabalhador Brasileiro, mas ainda assim a diferença de preços entre os altíssimos valores dos automóveis comercializados no Brasil e dos comercializados nos EUA e UE é aviltante.
"Houve um tempo em que os anjos perambulavam na terra.
Agora não se acham nem no céu."
__________
Provérbio Iídiche.

"Acerca dos deuses não tenho como saber nem se eles existem nem se eles não
existem, nem qual sua aparência. Muitas coisas impedem meu conhecimento.
Entres elas, o fato de que eles nunca aparecem."
__________
Protágoras.Ensaio sobre os deuses. Séc. V a.C.

Offline Pregador

  • Conselheiros
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.056
  • Sexo: Masculino
  • "Veritas vos Liberabit".
Re: Montadoras terão redução de IPI até 2016
« Resposta #2 Online: 04 de Agosto de 2011, 09:13:19 »
Concordo sobre a jogada das montadoras de obter mais lucro, mas elas estão certas, assim toda e qualquer empresa no Brasil, de que os trabalhadores são permeados de direitos e quase sem nenhum dever. A mão de obra é absurdamente cara, os direitos são exageradamente altos, a legislação obscenamente protetiva pra o trabalhador, mesmo em relação aos de má-fé e antiprofissionais, além de encargos altíssimos. O INSS é caro demais, o FGTS então, tem um impacto brutal nas contas da empresa, em razão da multa de 40% e mais 10% de contribuição sobre o depósito.
"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

Offline West

  • Nível 31
  • *
  • Mensagens: 1.888
  • Sexo: Masculino
  • "Como um grão de poeira suspenso num raio de sol"
Re: Montadoras terão redução de IPI até 2016
« Resposta #3 Online: 04 de Agosto de 2011, 10:31:59 »
A legislação trabalhista AINDA é uma das poucas coisas boas que existe nesse país. De resto o povo só leva fumo.
Mas pelo andar da carruagem não duvido que mude. O objetivo das grandes companhias é ter um proletariado semi-escravo nos países de terceira classe como Brasil, Índia e China que lhes proporcione cada vez mais lucros.
"Houve um tempo em que os anjos perambulavam na terra.
Agora não se acham nem no céu."
__________
Provérbio Iídiche.

"Acerca dos deuses não tenho como saber nem se eles existem nem se eles não
existem, nem qual sua aparência. Muitas coisas impedem meu conhecimento.
Entres elas, o fato de que eles nunca aparecem."
__________
Protágoras.Ensaio sobre os deuses. Séc. V a.C.

Offline Barata Tenno

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 16.283
  • Sexo: Masculino
  • Dura Lex Sed Lex !
Re: Montadoras terão redução de IPI até 2016
« Resposta #4 Online: 04 de Agosto de 2011, 10:56:54 »
A legislação trabalhista AINDA é uma das poucas coisas boas que existe nesse país. De resto o povo só leva fumo.
Mas pelo andar da carruagem não duvido que mude. O objetivo das grandes companhias é ter um proletariado semi-escravo nos países de terceira classe como Brasil, Índia e China que lhes proporcione cada vez mais lucros.
A legislação trabalhista é boa ou ruim dependendo de para quem voce pergunta..... Por um lado garante certos direitos a quem tem emprego, de outro, onera tanto a contratação que inibe a criação de novas vagas e trata o trabalhador como incapaz de planejar seus gastos.
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Pregador

  • Conselheiros
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.056
  • Sexo: Masculino
  • "Veritas vos Liberabit".
Re: Montadoras terão redução de IPI até 2016
« Resposta #5 Online: 04 de Agosto de 2011, 10:57:09 »
A legislação trabalhista AINDA é uma das poucas coisas boas que existe nesse país. De resto o povo só leva fumo.
Mas pelo andar da carruagem não duvido que mude. O objetivo das grandes companhias é ter um proletariado semi-escravo nos países de terceira classe como Brasil, Índia e China que lhes proporcione cada vez mais lucros.

Não vejo ela como boa, ela emperra os negócios e dificulta o crescimento, sobretudo de pequenas empresas. Acho que era necessário um pouco de flexibilidade. Não estou falando em suprimir férias, horas-extras ou mesmo o FGTS, mas sim, em equilibrar os direitos, deveres e encargos de forma bem mais racional.
"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

Offline Pregador

  • Conselheiros
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.056
  • Sexo: Masculino
  • "Veritas vos Liberabit".
Re: Montadoras terão redução de IPI até 2016
« Resposta #6 Online: 04 de Agosto de 2011, 10:59:17 »
A legislação trabalhista AINDA é uma das poucas coisas boas que existe nesse país. De resto o povo só leva fumo.
Mas pelo andar da carruagem não duvido que mude. O objetivo das grandes companhias é ter um proletariado semi-escravo nos países de terceira classe como Brasil, Índia e China que lhes proporcione cada vez mais lucros.
A legislação trabalhista é boa ou ruim dependendo de para quem voce pergunta..... Por um lado garante certos direitos a quem tem emprego, de outro, onera tanto a contratação que inibe a criação de novas vagas e trata o trabalhador como incapaz de planejar seus gastos.

No ponto que está, coletivamente falando, o trabalhador acaba prejudicado. Crescimento econômico e empresas em ascensão também é bom para o trabalhador.
"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

Offline West

  • Nível 31
  • *
  • Mensagens: 1.888
  • Sexo: Masculino
  • "Como um grão de poeira suspenso num raio de sol"
Re: Montadoras terão redução de IPI até 2016
« Resposta #7 Online: 04 de Agosto de 2011, 11:11:02 »
Esse papo de encargos trabalhistas e carga tributária alta como desculpa para os absurdos dos preços cobrados no Brasil é só uma forma dos empresários e grandes companhias, de uma forma geral, justificar a exploração e a ganância por lucro. Tudo no Brasil é muito caro e muito ruim, o povo ganha pouco (o valor pago pelos empresários e companhias ao trabalhador brasileiro é muitíssimo inferior ao que ganha um trabalhador nos países desenvolvidos) e a margem de lucro das empresas é aviltante. Geralmente é isso que os empresários e grandes companhias querem inculcar na mente das pessoas - a culpa pelos absurdos nos preços de produtos e serviços no Brasil é dos impostos e dos empregados, quando na realidade a verdadeira culpa é da ganância desenfreada por lucro.
"Houve um tempo em que os anjos perambulavam na terra.
Agora não se acham nem no céu."
__________
Provérbio Iídiche.

"Acerca dos deuses não tenho como saber nem se eles existem nem se eles não
existem, nem qual sua aparência. Muitas coisas impedem meu conhecimento.
Entres elas, o fato de que eles nunca aparecem."
__________
Protágoras.Ensaio sobre os deuses. Séc. V a.C.

Offline Barata Tenno

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 16.283
  • Sexo: Masculino
  • Dura Lex Sed Lex !
Re: Montadoras terão redução de IPI até 2016
« Resposta #8 Online: 04 de Agosto de 2011, 11:39:53 »
Esse papo de encargos trabalhistas e carga tributária alta como desculpa para os absurdos dos preços cobrados no Brasil é só uma forma dos empresários e grandes companhias, de uma forma geral, justificar a exploração e a ganância por lucro. Tudo no Brasil é muito caro e muito ruim, o povo ganha pouco (o valor pago pelos empresários e companhias ao trabalhador brasileiro é muitíssimo inferior ao que ganha um trabalhador nos países desenvolvidos) e a margem de lucro das empresas é aviltante. Geralmente é isso que os empresários e grandes companhias querem inculcar na mente das pessoas - a culpa pelos absurdos nos preços de produtos e serviços no Brasil é dos impostos e dos empregados, quando na realidade a verdadeira culpa é da ganância desenfreada por lucro.
Voce tem como demonstrar suas afirmações?
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Mr. Mustard

  • Nível 39
  • *
  • Mensagens: 3.918
  • Sexo: Masculino
Re: Montadoras terão redução de IPI até 2016
« Resposta #9 Online: 04 de Agosto de 2011, 11:56:15 »
Esse papo de encargos trabalhistas e carga tributária alta como desculpa para os absurdos dos preços cobrados no Brasil é só uma forma dos empresários e grandes companhias, de uma forma geral, justificar a exploração e a ganância por lucro. Tudo no Brasil é muito caro e muito ruim, o povo ganha pouco (o valor pago pelos empresários e companhias ao trabalhador brasileiro é muitíssimo inferior ao que ganha um trabalhador nos países desenvolvidos) e a margem de lucro das empresas é aviltante. Geralmente é isso que os empresários e grandes companhias querem inculcar na mente das pessoas - a culpa pelos absurdos nos preços de produtos e serviços no Brasil é dos impostos e dos empregados, quando na realidade a verdadeira culpa é da ganância desenfreada por lucro.

Toda a empresa privada, naturalmente, almeja lucro.

No entanto, ao se realizar um Estudo de Viabilidade e um Business Plan do Negócio (pode ser um template do Sebrae, por exemplo), constata-se que a folha de pagamento, de fato, consome uma boa parcela dos recursos. Os impostos também.

Então não é reclamação pura e simples não, estes encargos realmente são altos para um negócio e a margem de recursos a ser aplicada em novos talentos realmente pode ficar prejudicada.

Offline West

  • Nível 31
  • *
  • Mensagens: 1.888
  • Sexo: Masculino
  • "Como um grão de poeira suspenso num raio de sol"
Re: Montadoras terão redução de IPI até 2016
« Resposta #10 Online: 04 de Agosto de 2011, 14:17:49 »
Esse papo de encargos trabalhistas e carga tributária alta como desculpa para os absurdos dos preços cobrados no Brasil é só uma forma dos empresários e grandes companhias, de uma forma geral, justificar a exploração e a ganância por lucro. Tudo no Brasil é muito caro e muito ruim, o povo ganha pouco (o valor pago pelos empresários e companhias ao trabalhador brasileiro é muitíssimo inferior ao que ganha um trabalhador nos países desenvolvidos) e a margem de lucro das empresas é aviltante. Geralmente é isso que os empresários e grandes companhias querem inculcar na mente das pessoas - a culpa pelos absurdos nos preços de produtos e serviços no Brasil é dos impostos e dos empregados, quando na realidade a verdadeira culpa é da ganância desenfreada por lucro.
Voce tem como demonstrar suas afirmações?

Basta comparar o custo de vida no Brasil com o de outros países. Em geral se ganha muito pouco  nesse país e o custo de vida é  similar a de países com qualidade de vida anos luz a frente da daqui. Dizer que os encargos trabalhistas são altos não justifica, porque a maioria dos brasileiros ganha muito pouco. As empresas acabam compensando os direitos do trabalhador pagando baixos salários. Idem aos impostos que são repassados integralmente para os preços das mercadorias. No final das contas quem paga por tudo isso são  mesmo os consumidores. Mas mesmo a alta carga tributária não justifica o alto custo de vida brasileiro. Veja só o exemplo da gasolina. Pago aqui na minha cidade aproximadamente R$ 3,00 por um litro de gasolina em um posto Petrobrás. Essa mesma gasolina produzida aqui no Brasil com a mesma  carga tributária e os mesmos encargos trabalhistas a Petrobras exporta para a Argentina e vendo lá nos seus postos a R$ 1,50. Outro caso semelhante acontece com a indústria automobilística. O mesmo carro que é produzido aqui no Brasil é vendido na Argentina cerca de 30% a 40% mais barato. O que justifica essas diferença de preços? Ganância dos empresários e burrice ou retardamento mental do consumidor brasileiro que se submete a pagar um preço exorbitante pelo que consume e ainda acha que o empresário é um coitadinho que paga muito imposto e muita direito trabalhista.

Você sabia que o carro mais caro do mundo é o vendido no Brasil?
Veja por que:

Citar
27/6/2011 - Lucro Brasil faz o consumidor pagar o carro mais caro do mundo

O Brasil tem o carro mais caro do mundo. Por quê? Os principais argumentos das montadoras para justificar o alto preço do automóvel vendido no Brasil são a alta carga tributária e a baixa escala de produção. Outro vilão seria o alto valor da mão de obra, mas os fabricantes não revelam quanto os salários - e os benefícios sociais - representam no preço final do carro. Muito menos os custos de produção, um segredo protegido por lei.

A explicação dos fabricantes para vender no Brasil o carro mais caro do mundo é o chamado Custo Brasil, isto é, a alta carga tributária somada ao custo do capital, que onera a produção. Mas as histórias que você verá a seguir vão mostrar que o grande vilão dos preços é, sim, o Lucro Brasil. Em nenhum país do mundo onde a indústria automobilística tem um peso importante no PIB, o carro custa tão caro para o consumidor.

A indústria culpa também o que chama de Terceira Folha pelo aumento do custo de produção: os gastos com funcionários, que deveriam ser papel do estado, mas que as empresas acabam tendo que assumir como condução, assistência médica e outros benefícios trabalhistas.

Com um mercado interno de um milhão de unidades em 1978, as fábricas argumentavam que seria impossível produzir um carro barato. Era preciso aumentar a escala de produção para, assim, baratear os custos dos fornecedores e chegar a um preço final no nível dos demais países produtores.

Pois bem: o Brasil fechou 2010 como o quinto maior produtor de veículos do mundo e como o quarto maior mercado consumidor, com 3,5 milhões de unidades vendidas no mercado interno e uma produção de 3,638 milhões de unidades.

Três milhões e meio de carros não seria um volume suficiente para baratear o produto? Quanto será preciso produzir para que o consumidor brasileiro possa comprar um carro com preço equivalente ao dos demais países?

Segundo Cledorvino Belini, presidente da Anfavea, é verdade que a produção aumentou, mas agora ela está distribuída em mais de 20 empresas, de modo que a escala continua baixa. Ele elegeu um novo patamar para que o volume possa propiciar uma redução do preço final: cinco milhões de carros.

A carga tributária caiu

O imposto, o eterno vilão, caiu nos últimos anos. Em 1997, o carro 1.0 pagava 26,2% de impostos, o carro com motor até 100hp recolhia 34,8% (gasolina) e 32,5% (álcool). Para motores mais potentes o imposto era de 36,9% para gasolina e 34,8% a álcool.

Hoje - com os critérios alterados - o carro 1.0 recolhe 27,1%, a faixa de 1.0 a 2.0 paga 30,4% para motor a gasolina e 29,2% para motor a álcool. E na faixa superior, acima de 2.0, o imposto é de 36,4% para carro a gasolina e 33,8% a álcool.

Quer dizer: o carro popular teve um acréscimo de 0,9 ponto percentual na carga tributária, enquanto nas demais categorias o imposto diminuiu: o carro médio a gasolina paga 4,4 pontos percentuais a menos. O imposto da versão álcool/flex caiu de 32,5% para 29,2%. No segmento de luxo, o imposto também caiu: 0,5 ponto no carro e gasolina (de 36.9% para 36,4%) e 1 ponto percentual no álcool/flex.

Carro

1997

2010

Motor 1.0

 26,2% de impostos

27,1% de impostos

Até 100hp (ou 2.0)

34,8% gasolina

30,4% gasolina

 

 32,5% álcool

29,2% álcool

Acima 2.0

36,9% gasolina

36,4% gasolina

 

 34,8% a álcool

33,8% álcool

Enquanto a carga tributária total do País, conforme o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, cresceu de 30,03% no ano 2000 para 35,04% em 2010, o imposto sobre veículo não acompanhou esse aumento.

Isso sem contar as ações do governo que baixou o IPI (retirou, no caso dos carros 1.0) durante a crise econômica. A política de incentivos durou de dezembro de 2008 a abril de 2010, reduzindo o preço do carro em mais de 5% sem que esse benefício fosse totalmente repassado para o consumidor.

As montadoras têm uma margem de lucro muito maior no Brasil do que em outros países. Uma pesquisa feita pelo banco de investimento Morgan Stanley, da Inglaterra, mostrou que algumas montadoras instaladas no Brasil são responsáveis por boa parte do lucro mundial das suas matrizes e que grande parte desse lucro vem da venda dos carros com aparência fora de estrada. Derivados de carros de passeio comuns, esses carros ganham uma maquiagem e um estilo aventureiro. Alguns têm suspensão elevada, pneus de uso misto, estribos laterais e para choque saliente. Outros têm faróis de milha e, alguns, o estepe na traseira, o que confere uma aparência mais esportiva.

A margem de lucro é três vezes maior que em outros países

O Banco Morgan concluiu que esses carros são altamente lucrativos, têm uma margem muito maior do que a dos carros dos quais são derivados. Os técnicos da instituição calcularam que o custo de produção desses carros, como o CrossFox, da Volks, e o Palio Adventure, da Fiat, é 5 a 7% acima do custo de produção dos modelos dos quais derivam: Fox e Palio Weekend. Mas são vendidos por 10% a 15% a mais.

O Palio Adventure (que tem motor 1.8 e sistema locker), custa R$ 52,5 mil e a versão normal R$ 40,9 mil (motor 1.4), uma diferença de 28,5%. No caso do Doblò (que tem a mesma configuração), a versão Adventure custa 9,3% a mais.

O analista Adam Jonas, responsável pela pesquisa, concluiu que, no geral, a margem de lucro das montadoras no Brasil chega a ser três vezes maior que a de outros países.

O Honda City é um bom exemplo do que ocorre com o preço do carro no Brasil. Fabricado em Sumaré, no interior de São Paulo, ele é vendido no México por R$ 25,8 mil (versão LX). Neste preço está incluído o frete, de R$ 3,5 mil, e a margem de lucro da revenda, em torno de R$ 2 mil. Restam, portanto R$ 20,3 mil.

Adicionando os custos de impostos e distribuição aos R$ 20,3 mil, teremos R$ 16.413,32 de carga tributária (de 29,2%) e R$ 3.979,66 de margem de lucro das concessionárias (10%). A soma dá R$ 40.692,00. Considerando que nos R$ 20,3 mil faturados para o México a montadora já tem a sua margem de lucro, o Lucro Brasil (adicional) é de R$ 15.518,00: R$ 56.210,00 (preço vendido no Brasil) menos R$ 40.692,00.

Isso sem considerar que o carro que vai para o México tem mais equipamentos de série: freios a disco nas quatro rodas com ABS e EBD, airbag duplo, ar-condicionado, vidros, travas e retrovisores elétricos. O motor é o mesmo: 1.5 de 116cv.

Será possível que a montadora tem um lucro adicional de R$ 15,5 mil num carro desses? O que a Honda fala sobre isso? Nada. Consultada, a montadora apenas diz que a empresa não fala sobre o assunto.

Na Argentina, a versão básica, a LX com câmbio manual, airbag duplo e rodas de liga leve de 15 polegadas, custa a partir de US$ 20.100 (R$ 35.600), segundo o Auto Blog.

Já o Hyundai ix35 é vendido na Argentina com o nome de Novo Tucson 2011 por R$ 56 mil, 37% a menos do que o consumidor brasileiro paga por ele: R$ 88 mil.

Porque o mesmo carro é mais barato na Argentina e no Chile?

A ACARA, Associacion de Concessionários de Automotores De La Republica Argentina, divulgou em fevereiro, no congresso dos distribuidores dos Estados Unidos (N.A.D.A), em São Francisco, os valores comercializados do Corolla nos três países. No Brasil o carro custa U$ 37.636,00, na Argentina U$ 21.658,00 e nos EUA U$ 15.450,00.

O consumidor paraguaio paga pelo Kia Soul U$ 18 mil, metade do preço do mesmo carro vendido no Brasil. Ambos vêm da Coréia. Não há imposto que justifique tamanha diferença de preço.

Outro exemplo de causar revolta: o Jetta é vendido no México por R$ 32,5 mil. No Brasil esse carro custa R$ 65,7 mil.

Quer mais? O Gol I-Motion com airbags e ABS fabricado no Brasil é vendido no Chile por R$ 29 mil. Aqui custa R$ 46 mil.

A Volkswagen não explica a diferença de preço entre os dois países. Solicitada pela reportagem, enviou o seguinte comunicado:

As principais razões para a diferença de preços do veículo no Chile e no Brasil podem ser atribuídas à diferença tributária e tarifária entre os dois países e também à variação cambial.

Questionada, a empresa enviou nova explicação:

As condições relacionadas aos contratos de exportação são temas estratégicos e abordados exclusivamente entre as partes envolvidas.

Nenhum dirigente contesta o fato de o carro brasileiro ser caro, mesmo considerando o preço FOB: o custo de produção, sem a carga tributária.

Mas o assunto é tão evitado que até mesmo consultores independentes não arriscam a falar, como o nosso entrevistado, um ex-executivo de uma grande montadora, hoje sócio de uma consultoria, e que pediu para não ser identificado.

Ele explicou que no segmento B do mercado, onde estão os carros de entrada, Corsa, Palio, Fiesta, Gol, a margem de lucro não é tão grande, porque as fábricas ganham no volume de venda e na lealdade à marca. Mas nos segmentos superiores o lucro é bem maior.

O que faz a fábrica ter um lucro maior no Brasil do que no México, segundo consultor, é o fato do México ter um mercado mais competitivo.

City é mais barato no México do que no Brasil por causa do drawback

Um dirigente da Honda, ouvido em off, responsabilizou o drawback, para explicar a diferença de preço do City vendido no Brasil e no México. O drawback é a devolução do imposto cobrado pelo Brasil na importação de peças e componentes importados para a produção do carro. Quando esse carro é exportado, o imposto que incidiu sobre esses componentes é devolvido, de forma que o valor base de exportação é menor do que o custo industrial, isto é: o City é exportado para o México por um valor menor do que os R$ 20,3 mil. Mas quanto é o valor dos impostos das peças importadas usadas no City feito em Sumaré? A fonte da Honda não responde, assim como outros dirigentes da indústria se negam a falar do assunto.

Ora, quanto poderá ser o custo dos equipamentos importados no City? Com certeza é menor do que a diferença de preço entre o carro vendido no Brasil e no México (R$ 15 mil).

A propósito, não se deve considerar que o dólar baixo em relação ao real barateou esses componentes?

A conta não bate e as montadoras não ajudam a resolver a equação. O que acontece com o Honda City é apenas um exemplo do que se passa na indústria automobilística. Apesar da grande concorrência, nenhuma das montadoras ousa baixar os preços dos seus produtos. Uma vez estabelecido, ninguém quer abrir mão do apetitoso Lucro Brasil.

Ouvido pela AutoInforme, quando esteve em visita a Manaus, o presidente mundial da Honda, Takanobu Ito, respondeu que, retirando os impostos, o preço do carro do Brasil é mais caro que em outros países porque aqui se pratica um preço mais próximo da realidade. Lá fora é mais sacrificado vender automóveis.

Ele disse que o fator câmbio pesa na composição do preço do carro Brasil, mas lembrou que o que conta é o valor percebido. O que vale é o preço que o mercado paga.

E porque o consumidor brasileiro paga mais do que os outros?

Eu também queria entender - respondeu Takanobu Ito - a verdade é que o Brasil tem um custo de vida muito alto. Até o McDonald aqui é o mais caro do mundo.

Se a moeda for o Big Mac - confirmou Sérgio Habib, que foi presidente da Citroën e hoje é importador da chinesa JAC - o custo de vida do brasileiro é o mais caro do mundo. O sanduíche custa U$ 3,60 lá e R$ 14,00 aqui. Sérgio Habib investigou o mercado chinês durante um ano e meio à procura por uma marca que pudesse representar no Brasil. E descobriu que o governo chinês não dá subsídio à indústria automobilística; que o salário dos engenheiros e dos operários chineses não são menores do que os dos brasileiros.

Tem muita coisa torta no Brasil - concluiu o empresário, não é o carro. Um galpão na China custa R$ 400,00 o metro quadrado, no Brasil custa R$ 1,2 mil. O frete de Xangai e Pequim custa U$ 160,00 e de São Paulo a Salvador R$ 1,8 mil.

Para o presidente da PSA Peugeot Citroën, Carlos Gomes, os preços dos carros no Brasil são determinados pela Fiat e pela Volkswagen. As demais montadoras seguem o patamar traçado pelas líderes, donas dos maiores volumes de venda e referência do mercado, disse.

Fazendo uma comparação grosseira, ele citou o mercado da moda, talvez o que mais dita preço e o que mais distorce a relação custo e preço:

Me diga, por que a Louis Vuitton deveria baixar os preços das suas bolsas?, questionou.

Ele se refere ao valor percebido pelo cliente. É isso que vale.

O preço não tem nada a ver com o custo do produto. Quem define o preço é o mercado, disse um executivo da Mercedes-Benz, para explicar porque o brasileiro paga R$ 265.00,00 por uma ML 350, que nos Estados Unidos custa o equivalente a R$ 75 mil.

Por que baixar o preço se o consumidor paga?, explicou o executivo.

Em 2003, quando foi lançado, o EcoEsport, da Ford, não tinha concorrente. Era um carro diferente, inusitado. A Ford cobrou caro a exclusividade: segundo informações de uma fonte que tinha grande ligação com a empresa na época, e conhecia os custos do produto, o carro tinha uma margem líquida de US$ 5 mil.

A montadora põe o preço lá em cima. Se colar, colou

Quando um carro não tem concorrente direto, a montadora joga o preço lá pra cima, disse um dirigente do setor. É usual, até, a fábrica lançar o carro a um preço acima do pretendido, para tentar posicionar o produto num patamar mais alto. Se colar, colou. Caso contrário, passa a dar bônus à concessionárias até reposicionar o modelo num preço que o consumidor está disposto a pagar.

Um exemplo recente revela esse comportamento do mercado. A Kia fez um pedido à matriz coreana de dois mil Sportage por mês, um volume que, segundo seus dirigentes, o mercado brasileiro poderia absorver. E já tinha fixado o preço: R$ 75 mil. Às vésperas do lançamento soube que a cota para o Brasil tinha sido limitada a mil unidades. A importadora, então, reposicionou o carro num patamar superior, para R$ 86 mil. E, como já foi dito aqui: pra que vender por R$ 75 mil se tem fila de espera pra comprar por R$ 86 mil? A versão com câmbio automático, vendida a R$ 93 mil, tem fila de espera e seu preço sobe para R$ 100 mil no mercado paralelo.

Cledorvino Belini, que também é presidente da Fiat Automóveis e membro do Conselho Mundial do Grupo Fiat, responsabiliza os custos dos insumos pelo alto preço do carro feito no Brasil. Disse que o aço custa 50% mais caro no Brasil em relação a outros países e que a energia no País é uma das mais caras do mundo.

A Anfavea está fazendo um Estudo de Competitividade para mostrar ao governo o que considera uma injusta concorrência da indústria instalada no Brasil em relação aos importadores.

Os fabricantes consideram que o custo dos insumos encarece e prejudica a competitividade da indústria nacional. O aço comprado no Brasil é 40% mais caro do que o importado da China, que usa minério de ferro brasileiro para a produção, revelou Belini. Ele apontou também os custos com a logística como um problema da indústria nacional e criticou a oneração do capital. É preciso que o governo desonere o capital nos três setores: cadeia produtiva, na infraestrutura e na exportação de tributos, disse.

Com a crise, o setor mostrou que tem (muita) gordura pra queimar. O preço de alguns carros baixou de R$ 100 mil para R$ 80 mil. Carros mais caros tiveram descontos ainda maiores.

São comuns descontos de R$ 5 mil, 10 mil. Como isso é possível se não há uma margem tão elástica pra trabalhar?

A GM vendeu um lote do Corsa Classic com desconto de 35% para uma locadora paulista, segundo um executivo da locadora em questão. O preço unitário foi de R$ 19 mil!

As montadoras tradicionais tentam evitar o óbvio, que é a perda de participação para as novas montadoras, disse José Carlos Gandini, presidente da Kia e da Abeiva, a associação dos importadores de veículos. O dólar é o mesmo pra todo mundo. As montadoras também compram componentes lá fora, e muito. Além disso, os importados já pagam uma alíquota de 35%, por isso não se trata de uma concorrência desleal, ao contrário, as grandes montadoras não querem é abrir mão da margem de lucro.

Míni no tamanho, big no preço

Míni, Fiat 500, Smart, são conceitos diferentes de um carro comum: embora menores do que os carros da categoria dos pequenos, eles proporcionam mais conforto, sem contar o cuidado e o requinte com que são construídos. São carros chiques, equipados, destinados a um público que quer se exibir, que quer estar na moda. Que paga R$ 60 mil por um carro menor do que o Celta que custa R$ 30 mil e já é caro.

Onde estão os R$ 30 mil que o consumidor está pagando a mais pelo Smart e o Cinquecento e os R$ 70 mil a mais pelo Míni Cooper?

A Mercedes-Benz, importadora do Smart, fez as contas a nosso pedido dos acessórios do minicarro. Ele tem quatro airbags, ar-condicionado digital, freios ABS com EBD, controle de tração e controle de estabilidade. Segundo a empresa, o custo desse pacote seria em torno de R$ 20 mil, considerando os preços de equipamentos para a linha Mercedes, uma vez que o Smart já vem completo e não dispõe dos preços desses equipamentos separados.

Mesmo considerando esses preços ainda não se justifica os R$ 62 mil para um carro que leva apenas duas pessoas.

A Fiat vende o Cinquencento por R$ 62 mil, exatamente, e não por acaso, o mesmo preço do Smart. O carro tem sete airbags, banco de couro, ar-condicionado digital, teto solar, controle de tração, mas é menor que o Celta. Esse pacote custaria, somando os valores dos equipamentos, conforme preços divulgados pela Fiat, R$ 24 mil. Portanto, no preço cobrado, de R$ 62 mil, tem uma margem de lucro muito maior do que a de um carro comum.

E quem comprar o minúsculo Míni Cooper vai pagar a pequena fortuna de R$ 105 mil.

Claro que tamanho não é documento, especialmente quando se fala de carro. Você poderia dizer que a Ferrari é do tamanho de uma Kombi. Mas o fato é que as montadoras posicionam seus produtos num determinado patamar sem levar em conta o tamanho, o tipo de uso ou o custo do produto, mas apenas o preço que o mercado paga, optando por vender mais caro em vez de priorizar o volume, ganhando na margem de lucro.

Essa política pode ser válida para uma bolsa da Louis Vuitton, um produto supérfluo destinado a uma pequena parcela da elite da sociedade, ou mesmo para uma Ferrari, pra não sair do mundo do automóvel. Mas não deveria ser para um carro comum.

Além disso, existem exemplos de carro muito bem equipado a preços bem mais baixos. O chinês QQ, da Chery, vem a preço de popular mesmo recheado de equipamentos, alguns deles inexistentes mesmo em carros de categoria superior, como airbag duplo e ABS, além de CD Player, sensor de estacionamento. O carro custa R$ 22.990,00, isso porque o importador sofreu pressão das concessionárias para não baixar o preço ainda mais. A idéia original - disse o presidente da Chery no Brasil, Luiz Curi - era vender o QQ por R$ 19,9 mil. Segundo Curi, o preço do QQ poderá chegar a menos de R$ 20 mil na versão 1.0 flex, que chega no ano que vem. Hoje o carro tem motor 1.1 litro e por isso recolhe o dobro do IPI do 1000cc, ou 13%, isso além dos 35% de Imposto Importação.

As fábricas reduzem os custos com o aumento da produção, espremem os fornecedores, que reclamam das margens limitadas, o governo reduz imposto, como fez durante a crise, as vendas explodem e o Brasil se torna o quarto maior mercado do mundo.

E o Lucro Brasil permanece inalterado, obrigando o consumidor a comprar o carro mais caro do mundo.

Joel Leite
FONTE:http://autoinforme.com.br/noticias.asp?id_noticia=10726&id_tipo_noticia=2&id_secao=6

 
ainda: http://omundoemmovimento.blog.uol.com.br/arch2011-07-01_2011-07-31.html#2011_07-06_18_31_32-142809534-0
"Houve um tempo em que os anjos perambulavam na terra.
Agora não se acham nem no céu."
__________
Provérbio Iídiche.

"Acerca dos deuses não tenho como saber nem se eles existem nem se eles não
existem, nem qual sua aparência. Muitas coisas impedem meu conhecimento.
Entres elas, o fato de que eles nunca aparecem."
__________
Protágoras.Ensaio sobre os deuses. Séc. V a.C.

Offline Liddell Heart

  • Nível 26
  • *
  • Mensagens: 1.237
  • Sexo: Masculino
  • “É melhor reinar no inferno do que servir no céu”
Re: Montadoras terão redução de IPI até 2016
« Resposta #11 Online: 04 de Agosto de 2011, 14:18:45 »
Algumas montadores já recebiam redução de impostos. Enfim, se for aplicada a todas as empresas, será uma coisa boa.
Agora, deveriam diminuir impostos/tarifas sobre o consumo/produção de alimentos, tecnologias básicas, etc...
"Onde mora a liberdade, ali está a minha pátria."
Benjamin Franklin

"Posso não concordar com uma só palavra sua, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-la."
Voltaire

Offline Liddell Heart

  • Nível 26
  • *
  • Mensagens: 1.237
  • Sexo: Masculino
  • “É melhor reinar no inferno do que servir no céu”
Re: Montadoras terão redução de IPI até 2016
« Resposta #12 Online: 04 de Agosto de 2011, 14:28:02 »
A legislação trabalhista AINDA é uma das poucas coisas boas que existe nesse país. De resto o povo só leva fumo.
Mas pelo andar da carruagem não duvido que mude. O objetivo das grandes companhias é ter um proletariado semi-escravo nos países de terceira classe como Brasil, Índia e China que lhes proporcione cada vez mais lucros.

O emprego informal, se não me engano, é maior que o formal, e a tendência é aumentar essa diferença. Outro detalhe, quem trabalha na informalidade e teve algum grau de estudo recebe mais que no trabalho formal.
 
Os "Porcos Capitalistas" deveriam, mas do que nunca, apoiar uma legislação inflexível como essa.
"Onde mora a liberdade, ali está a minha pátria."
Benjamin Franklin

"Posso não concordar com uma só palavra sua, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-la."
Voltaire

Offline Barata Tenno

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 16.283
  • Sexo: Masculino
  • Dura Lex Sed Lex !
Re: Montadoras terão redução de IPI até 2016
« Resposta #13 Online: 04 de Agosto de 2011, 14:30:52 »
West, existe uma pequena falha nessa reportagem que não leva em conta a diferença cambial. Não se pode igualar o preço em reais sem levar em conta que o real hoje esta supervalorizado.
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline West

  • Nível 31
  • *
  • Mensagens: 1.888
  • Sexo: Masculino
  • "Como um grão de poeira suspenso num raio de sol"
Re: Montadoras terão redução de IPI até 2016
« Resposta #14 Online: 04 de Agosto de 2011, 14:51:54 »
West, existe uma pequena falha nessa reportagem que não leva em conta a diferença cambial. Não se pode igualar o preço em reais sem levar em conta que o real hoje esta supervalorizado.

Como não? Acho que você não leu a matéria completa.
"Houve um tempo em que os anjos perambulavam na terra.
Agora não se acham nem no céu."
__________
Provérbio Iídiche.

"Acerca dos deuses não tenho como saber nem se eles existem nem se eles não
existem, nem qual sua aparência. Muitas coisas impedem meu conhecimento.
Entres elas, o fato de que eles nunca aparecem."
__________
Protágoras.Ensaio sobre os deuses. Séc. V a.C.

Offline West

  • Nível 31
  • *
  • Mensagens: 1.888
  • Sexo: Masculino
  • "Como um grão de poeira suspenso num raio de sol"
Re: Montadoras terão redução de IPI até 2016
« Resposta #15 Online: 04 de Agosto de 2011, 15:00:46 »
A legislação trabalhista AINDA é uma das poucas coisas boas que existe nesse país. De resto o povo só leva fumo.
Mas pelo andar da carruagem não duvido que mude. O objetivo das grandes companhias é ter um proletariado semi-escravo nos países de terceira classe como Brasil, Índia e China que lhes proporcione cada vez mais lucros.

Não vejo ela como boa, ela emperra os negócios e dificulta o crescimento, sobretudo de pequenas empresas. Acho que era necessário um pouco de flexibilidade. Não estou falando em suprimir férias, horas-extras ou mesmo o FGTS, mas sim, em equilibrar os direitos, deveres e encargos de forma bem mais racional.

No geral o trabalhador brasileiro é muito mal remunerado. O empresário acaba compensando os encargos trabalhista pagando baixos salários aos empregados, sem falar que toda despesa com pessoal e imposto é repassado para o consumidor final.
"Houve um tempo em que os anjos perambulavam na terra.
Agora não se acham nem no céu."
__________
Provérbio Iídiche.

"Acerca dos deuses não tenho como saber nem se eles existem nem se eles não
existem, nem qual sua aparência. Muitas coisas impedem meu conhecimento.
Entres elas, o fato de que eles nunca aparecem."
__________
Protágoras.Ensaio sobre os deuses. Séc. V a.C.

Offline Mr. Mustard

  • Nível 39
  • *
  • Mensagens: 3.918
  • Sexo: Masculino
Re: Montadoras terão redução de IPI até 2016
« Resposta #16 Online: 04 de Agosto de 2011, 15:16:40 »
No geral o trabalhador brasileiro é muito mal remunerado. O empresário acaba compensando os encargos trabalhista pagando baixos salários aos empregados, sem falar que toda despesa com pessoal e imposto é repassado para o consumidor final.

Então aqui as coisas mudaram de figura:

Se os encargos pesam para o empresário e por consequencia, isto reflete na remuneração dos empregados, então isto não significa que a empresário almeja somente lucros alvitantes e/ou esteja agindo de má-fe com seus colaboradores.

Segundo dados do DIEESE (Julho, 2011), somente os Encargos representam 25,1% do orçamento da empresas, o que afeta a empregabilidade.

Fonte: http://www.dieese.org.br/notatecnica/notatec101Desoneracao.pdf
« Última modificação: 04 de Agosto de 2011, 15:24:24 por Mr. Mustard »

Offline pablito

  • Nível 14
  • *
  • Mensagens: 347
Re: Montadoras terão redução de IPI até 2016
« Resposta #17 Online: 04 de Agosto de 2011, 16:10:46 »
O emprego informal, se não me engano, é maior que o formal, e a tendência é aumentar essa diferença.

De fato, o emprego informal ainda é maior que o formal, mas a tendência é de aumento do emprego formal e de diminuição dessa diferença.

http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/2011/04/29/crescimento-do-emprego-formal-entre-2001-e-2009/

Outra coisa:

Fato 1) temos impostos demais e uma lógica tributária ... bem Ilógica...

Fato 2) os lucros são desproporcionais. E não basta dizer que "o capitalismo é assim mesmo, cada um cobra o que quer" (pois, apesar disso ser verdade, ainda podemos reclamar, saca?)... e pau que bate em Chico, bate em Francisco - o governo é "bobo, mal e feio", mas o empresariado é igualmente "bobo, mal e feio", saca? (notem as aspas, pois de bobo, esse povo não tem nada... bobos somos nós, defendendo o direito dos empresários de nos explorarem, seja nos negando direitos trabalhistas (como se eles fossem desproporcionais) e/ou desejando que eles paguem menos impostos (se eles não pagam adivinha quem vai pagar...).

É bom destacar que direitos trabalhistas nunca são desproporcionais. O empregador tem um grande poder - (no Brasil) ele pode te demitir a qualquer momento. E nós temos um grande poder... mentira, não temos não. Nossa relação com o empregador é assimétrica, logo, os direitos trabalhistas compensam essa assimetria. Não há "desproporção" nisso.
 

Offline Barata Tenno

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 16.283
  • Sexo: Masculino
  • Dura Lex Sed Lex !
Re: Montadoras terão redução de IPI até 2016
« Resposta #18 Online: 04 de Agosto de 2011, 16:16:55 »
West, existe uma pequena falha nessa reportagem que não leva em conta a diferença cambial. Não se pode igualar o preço em reais sem levar em conta que o real hoje esta supervalorizado.

Como não? Acho que você não leu a matéria completa.
Li, e em todas elas os preços estão numa mesma unidade monetária, o que significa que foi feito o cambio. Ou será que no México e na UE se usa Real? Agora, se foi feito o cambio, como saber se o preço realmente esta elevado ou se o problema é o Real hipervalorizado?
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline West

  • Nível 31
  • *
  • Mensagens: 1.888
  • Sexo: Masculino
  • "Como um grão de poeira suspenso num raio de sol"
Re: Montadoras terão redução de IPI até 2016
« Resposta #19 Online: 04 de Agosto de 2011, 16:27:53 »
West, existe uma pequena falha nessa reportagem que não leva em conta a diferença cambial. Não se pode igualar o preço em reais sem levar em conta que o real hoje esta supervalorizado.

Como não? Acho que você não leu a matéria completa.
Li, e em todas elas os preços estão numa mesma unidade monetária, o que significa que foi feito o cambio. Ou será que no México e na UE se usa Real? Agora, se foi feito o cambio, como saber se o preço realmente esta elevado ou se o problema é o Real hipervalorizado?

A moeda de referência usada foi o dólar americano. Todos os preços foram considerados em dólar e depois convertidos para o Real a título de comparação. Como isso poderia afetar o preço real? Não vejo como. Os valores refletem os preços reais naquele período sem distorções cambiais.
"Houve um tempo em que os anjos perambulavam na terra.
Agora não se acham nem no céu."
__________
Provérbio Iídiche.

"Acerca dos deuses não tenho como saber nem se eles existem nem se eles não
existem, nem qual sua aparência. Muitas coisas impedem meu conhecimento.
Entres elas, o fato de que eles nunca aparecem."
__________
Protágoras.Ensaio sobre os deuses. Séc. V a.C.

Offline West

  • Nível 31
  • *
  • Mensagens: 1.888
  • Sexo: Masculino
  • "Como um grão de poeira suspenso num raio de sol"
Re: Montadoras terão redução de IPI até 2016
« Resposta #20 Online: 04 de Agosto de 2011, 16:32:36 »
Barata, tu vives no Japão, né?
Diz aí quanto custa um carro popular aí no Japão e se possível faça uma descrição (marca, modelo, potência, equipamentos de segurança, etc,..) do que seria um carro popular para um japonês, só a título de comparação.  :ok:

"Houve um tempo em que os anjos perambulavam na terra.
Agora não se acham nem no céu."
__________
Provérbio Iídiche.

"Acerca dos deuses não tenho como saber nem se eles existem nem se eles não
existem, nem qual sua aparência. Muitas coisas impedem meu conhecimento.
Entres elas, o fato de que eles nunca aparecem."
__________
Protágoras.Ensaio sobre os deuses. Séc. V a.C.

Offline Barata Tenno

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 16.283
  • Sexo: Masculino
  • Dura Lex Sed Lex !
Re: Montadoras terão redução de IPI até 2016
« Resposta #21 Online: 04 de Agosto de 2011, 16:37:33 »
West, existe uma pequena falha nessa reportagem que não leva em conta a diferença cambial. Não se pode igualar o preço em reais sem levar em conta que o real hoje esta supervalorizado.

Como não? Acho que você não leu a matéria completa.
Li, e em todas elas os preços estão numa mesma unidade monetária, o que significa que foi feito o cambio. Ou será que no México e na UE se usa Real? Agora, se foi feito o cambio, como saber se o preço realmente esta elevado ou se o problema é o Real hipervalorizado?

A moeda de referência usada foi o dólar americano. Todos os preços foram considerados em dólar e depois convertidos para o Real a título de comparação. Como isso poderia afetar o preço real? Não vejo como. Os valores refletem os preços reais naquele período sem distorções cambiais.

A distorção acontece na hora da conversão.
Vou exemplificar:
Imagine um carro que custa R$50.000 no Brasil e $20.000 nos EUA. Se formos pegar o carro brasileiro e  transformar dólar a R$1,53 ele sai por $32,680, logo, $12,680 mais caro que o americano.
Agora imagine que a Dilma faz uma merda hoje e amanhã a gente acorde com o dólar a R$ 3,00, o mesmo carro vai custar $16,666.
Ele ficou barato do dia para a noite ou foi uma distorção causada pelo cambio?
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline West

  • Nível 31
  • *
  • Mensagens: 1.888
  • Sexo: Masculino
  • "Como um grão de poeira suspenso num raio de sol"
Re: Montadoras terão redução de IPI até 2016
« Resposta #22 Online: 04 de Agosto de 2011, 16:54:31 »
West, existe uma pequena falha nessa reportagem que não leva em conta a diferença cambial. Não se pode igualar o preço em reais sem levar em conta que o real hoje esta supervalorizado.

Como não? Acho que você não leu a matéria completa.
Li, e em todas elas os preços estão numa mesma unidade monetária, o que significa que foi feito o cambio. Ou será que no México e na UE se usa Real? Agora, se foi feito o cambio, como saber se o preço realmente esta elevado ou se o problema é o Real hipervalorizado?

A moeda de referência usada foi o dólar americano. Todos os preços foram considerados em dólar e depois convertidos para o Real a título de comparação. Como isso poderia afetar o preço real? Não vejo como. Os valores refletem os preços reais naquele período sem distorções cambiais.

A distorção acontece na hora da conversão.
Vou exemplificar:
Imagine um carro que custa R$50.000 no Brasil e $20.000 nos EUA. Se formos pegar o carro brasileiro e  transformar dólar a R$1,53 ele sai por $32,680, logo, $12,680 mais caro que o americano.
Agora imagine que a Dilma faz uma merda hoje e amanhã a gente acorde com o dólar a R$ 3,00, o mesmo carro vai custar $16,666.
Ele ficou barato do dia para a noite ou foi uma distorção causada pelo cambio?

Mas nesse caso, ninguém imagina que o repórter vai ser tão ingênuo ao ponto de usar cotações diferentes para efeito de comparação. Tanto é que as próprias montadoras quando procuradas para responder à reportagem não questionaram a questão cambial. Se a taxa cambial usada é a mesma, não há porque achar que existem distorções nos preços.
"Houve um tempo em que os anjos perambulavam na terra.
Agora não se acham nem no céu."
__________
Provérbio Iídiche.

"Acerca dos deuses não tenho como saber nem se eles existem nem se eles não
existem, nem qual sua aparência. Muitas coisas impedem meu conhecimento.
Entres elas, o fato de que eles nunca aparecem."
__________
Protágoras.Ensaio sobre os deuses. Séc. V a.C.

Offline Barata Tenno

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 16.283
  • Sexo: Masculino
  • Dura Lex Sed Lex !
Re: Montadoras terão redução de IPI até 2016
« Resposta #23 Online: 04 de Agosto de 2011, 16:59:10 »
West, existe uma pequena falha nessa reportagem que não leva em conta a diferença cambial. Não se pode igualar o preço em reais sem levar em conta que o real hoje esta supervalorizado.

Como não? Acho que você não leu a matéria completa.
Li, e em todas elas os preços estão numa mesma unidade monetária, o que significa que foi feito o cambio. Ou será que no México e na UE se usa Real? Agora, se foi feito o cambio, como saber se o preço realmente esta elevado ou se o problema é o Real hipervalorizado?

A moeda de referência usada foi o dólar americano. Todos os preços foram considerados em dólar e depois convertidos para o Real a título de comparação. Como isso poderia afetar o preço real? Não vejo como. Os valores refletem os preços reais naquele período sem distorções cambiais.

A distorção acontece na hora da conversão.
Vou exemplificar:
Imagine um carro que custa R$50.000 no Brasil e $20.000 nos EUA. Se formos pegar o carro brasileiro e  transformar dólar a R$1,53 ele sai por $32,680, logo, $12,680 mais caro que o americano.
Agora imagine que a Dilma faz uma merda hoje e amanhã a gente acorde com o dólar a R$ 3,00, o mesmo carro vai custar $16,666.
Ele ficou barato do dia para a noite ou foi uma distorção causada pelo cambio?

Mas nesse caso, ninguém imagina que o repórter vai ser tão ingênuo ao ponto de usar cotações diferentes para efeito de comparação. Tanto é que as próprias montadoras quando procuradas para responder à reportagem não questionaram a questão cambial. Se a taxa cambial usada é a mesma, não há porque achar que existem distorções nos preços.

Mesmo se a taxa cambial usada for a mesma na hora da pesquisa, se ela mudar a qualquer momento o carro muda de valor, sem que se mude o poder de compra do consumidor.

Vou explicar novamente, se fizermos a conta hoje com o dolar a R$1,53 ele custa R$50.000 para o brasileiro e em dolares custa $32,680.Se amanhã o dolar subir para R$3,00, ele vai continuar custando R$50.000 para o brasileiro , mas vai custar $16,666.
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Terceiropb

  • Nível 00
  • *
  • Mensagens: 3
Re: Montadoras terão redução de IPI até 2016
« Resposta #24 Online: 04 de Agosto de 2011, 17:03:41 »


Você sabia que o carro mais caro do mundo é o vendido no Brasil?
Veja por que:


27/6/2011 - Lucro Brasil faz o consumidor pagar o carro mais caro do mundo

Essa reportagem já foi demonstrada falsa.

Veja: 

" O assunto é extremamente aborrecido e não é minha intenção entrar em detalhes aqui.  Basta dizer apenas que, por exemplo, o IPI recai sobre o preço do veículo que a montadora venderá para a concessionária brasileira, mas não para a concessionária mexicana, pois o IPI não se aplica a produtos exportados.  O mesmo ocorre com o ICMS, que não incide sobre produtos industrializados destinados à exportação.  Já a COFINS recai sobre a receita bruta da montadora, o mesmo ocorrendo com o PIS.

Ou seja: suponha que você inicialmente queira vender um produto a $100 aqui no Brasil.  Imediatamente você terá de acrescer uns $13 só de IPI (a alíquota é de 13% para automóveis com motor de até 2,0 litros). Além do IPI, tem o ICMS (de 18% para São Paulo, estado onde o Honda City é fabricado), cuja base de cálculo é $100. Ou seja, você vendeu por $113, deu $13 para o governo federal e mais $18 para o governo estadual.  Sobre a sua receita bruta, ainda vão incidir 7,6% de COFINS e 1,65% de PIS.  E depois, sobre o lucro, ainda vai ter o imposto de renda de pessoa jurídica, que pode chegar a 25%.

Se quiser fazer os cálculos, vá em frente.  Eu tenho até medo...

Assim, utilizando-se os próprios dados contidos na reportagem, temos a seguinte sequência:

Preços

Preço de fábrica: R$ 20.300
Preço vendido para a concessionária: R$ 52.231,22
Preço da concessionária para o consumidor final: R$ 56.210

Lucros

Lucro da montadora: R$ 15.518,00
Lucro da concessionária: R$ 3.979,66

Carga tributária: R$ 16.413,22

Observe que a carga tributária é maior que o lucro da montadora e mais de 4 vezes maior que o lucro da concessionária.  É curioso notar que os brasileiros condenam o lucro da montadora, que ao menos está lhes oferecendo um bem, e dão passe livre para o esbulho do governo, que em troca lhes dá dois tipos de estradas: as pedagiadas e as esburacadas.
"

Instituto Mises Brasil


 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!