Caro Sérgio,
Lembra de Lavoisier?
Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Vamos lá:
Uma possibilidade que pode viabilizar usinas termelétricas ou mesmo a queima de lixo?
http://www.ciclovivo.com.br/noticia.php/3142/cientistas_pretendem_transformar_dioxido_de_carbono_em_gasolina/
Veja bem: seu argumento se baseia numa especulação, numa "pretensão", como a própria notícia anuncia, de se transformar CO
2 em combustível: a premissa é tirar o CO
2 do ar e transformá-lo em algo apto a mover veículos: "energia gratuita". Esse é um ideal, mas ainda não é uma realidade. Ainda que a tecnologia estivesse pronta para uso, a indústria do petróleo lutaria com todas as suas forças contra essa energia gratuita. A notícia também não explica o que acontece com o CO
2 depois de mover o motor.
MAS, note bem: a base da notícia é a preocupação com aquecimento global. E as usinas termelétricas são os maiores vilões nesse assunto.
Em nenhum momento a notícia diz - e nem está implícito nela - que a tecnologia especulada vá resolver o problema. Não dá para extrair da notícia que seja uma boa idéia aumentar as emissões de gases-estufa (o CO
2 é só um deles).
Uma pergunta inquietante é referente ao processo de decomposição do lixo. A decomposição do lixo não vai gerar inevitavelmente a produção de resíduos e mais gases de efeito estufa de qualquer maneira, sendo queimado ou não? Se ao queimar o lixo pelo processo de plasma, não seria um impacto menor na geração de resíduos tóxicos? De todo modo a utilização de tecnologias para aprimorar o uso de termelétricas e queima de lixo pode ser racional no final das contas.
Parece-me que você está pensando apenas em lixo orgânico. Quanto ao lixo, as termelétricas são, resumindo, de dois tipos:
Aquelas a base de lixo orgânico, e que usam o metano emitido pela fermentação do lixo.
E aquelas a base de lixo industrial, que queimam qualquer coisa, e sua base é, especialmente, o lixo industrial: plásticos e merdas do gênero. O subproduto delas é dioxinas (fodem o planeta) e furanos (fodem você).
O que é mais racional: dar às termelétricas chances baseadas em especulações sobre futuro incerto? ou dar essas mesmas chances às matrizes energéticas limpas?
Mas acho que a pergunta deve ser mais incisiva: onde está a racionalidade em se instalar termelétricas no Brasil?
Sinceramente, essas ONGs em geral que patrulham a relação do homem com o meio ambiente podem ser muito mais produtivas ao proporem junto ao orgãos de fiscalização do meio ambiente, abordagens menos vagas do que simplesmente as do tipo que "produção de energia eólica ou via marés ou energia solar" são alternativas. Se simplesmente cutucam a ferida e ficam de Esfinge (decifra-me ou te devoro) a coisa vira um círculo vicioso. Mais proatividade cooperativa!
Em primeiro lugar, de que ONG você está falando? Não tem ONG nenhuma nesse movimento (às que eventualmente apóiam são meramente por aporem suas assinaturas no manifesto). Não tem doação nenhuma de dinheiro aqui. Não tem pedido de doação. Este é um movimento de cidadania.
Como eu expliquei no post inicial, isso aqui não é GreenPeace, não é WWF, não é eco-terrorismo. Não sei como você acha que funcionam as coisas, mas os órgãos de fiscalização do meio ambiente pertencem ao Poder Executivo que quer instalar as usinas. Todos eles estão viciados pela vontade dos governos que os mantêm.
Por acaso já houve algum plebiscito sobre instalação de qualquer coisa com risco ambiental em qualquer lugar desse país? Houve consulta popular a algo tão grande quanto à transposição do Rio São Francisco (é só um exemplo: a transposição de um rio tinha que ser submetida à aprovação do povo, assim como qualquer outra coisa parecida)? Os governos nunca ouvem ninguém.
Proatividade? É exatamente isso que faremos. Não tem historinha aqui: iremos, num primeiro momento, coletar assinaturas para demonstrar vontade social; depois iremos apresentá-las aos governos resposáveis; se nada for feito, iremos utilizar de ação civil pública e denúncias inetrnacionais.
Mais proatividade que isso, só pegando em armas.