Eu concordo que o meu exemplo foi bem mais extremo. E aparentemente você também concorda que há um limite para a graça. Bom, temos um terreno comum.
O caso é que, por mais bobas que sejam as brincadeiras que os homossexuais sofrem com essa estereotipação na televisão, compare o quanto eles são vítimas de violência com o quanto os ateus são. Crianças que sofrem com bullying ou jovens que são espancados nas ruas, gays ou não, porque alguém viu nelas um sinal de estereótipo homossexual. Será que entretenimento que caracteriza a homossexualidade como algo ridículo não tem um certo papel nisso? Não reforça que seja algo antinatural? O fato de os gays serem vítimas constantes de violência não tira um pouco a graça de humilhá-los na televisão? Por que quando alguém conta uma piada racista a gente franze a testa, mas não faz o mesmo quando é uma piada homofóbica?
Uília, na boa, em primeiro lugar o Jaf tem razão, você está comparando coisas distintas.
Minha testa não se mexe um milímetro com piadas racistas. Ou de gays. Ou de gaúchos (que são a mesma coisa que piadas de gays

). Ou loiras, portugueses, nerds, papagaios, padres, ateus, evangélicos, bêbados, cornos, homens, mulheres, gordos, magros, etc. Não porque eu discrimine qualquer destes grupos, mas justamente porque
não discrimino. Quando ouço uma piada de negro, sei que é uma piada, nem por um sonho eu imagino que um negro na vida real se comporta como nas piadas ou é como elas dizem. Mesma coisa para gays e todos os outros estereótipos.
Na verdade eu considero a patrulha politicamente correta sim a verdadeira discriminação. Parte do princípio de que todos são retardados que irão passar a discriminar gays ou seja lá o que for o alvo apenas por causa de uma piada. Claro, racistas, homofóbicos e outras categorias vão usar a piadas para reforçar seus preconceitos, mas, mesmo sem elas, eles continuarão sendo preconceituosos.
O que os politicamente corretos parecem defender é um mundo de bebês chorões super necessitados de proteção onde qualquer piada deve ser proibida por denegrir determinada categoria.
E quanto à questão do bom gosto, é muito subjetivo. Para mim o limite da graça é a incitação da violência. "Gays são escandalosos" tudo bem, "matem os gays escandalosos", não. Fora isso, deixe que se faça o South Park, Family Guy, Zorra Total, etc. E as pessoas, de acordo com suas convicções, que julguem o que é de bom gosto e o que querem assistir, sem necessidade do patrulhamento nos dizer o que pode e o que não pode ser visto.