É difícil falar do racismo "do Brasil", ou "do brasileiro". O "brasileiro médio" é flamenguista-corintiano, petista que gosta de FHC, e hermafrodita. Vão ter muitas pessoas que são racistas desse jeito mesmo, só talvez não comumente idiotas a ponto de se expor dessa forma, ainda que nos últimos anos tenham acontecido um ou outro caso de gente que se ferrou por mensagens públicas de racismo contra nordestinos.
"Tão difícil falar de racismo no Brasil e do brasileiro", pergunta pro goleiro Aranha. Pergunta pra qualquer negro quantas vezes ele já foi chamado de macaco, ou seguido em uma loja, ou tratado diferente pela polícia, ou porque quase não tem negro em escola particular, etc, etc, etc. Se o cara chama negro de macaco em um estádio e ao mesmo tempo ele tem amigos negros, (pra ficar no seu exemplo de "conrintiano-flamenguista') ele ainda é um racista de merda, acho que pior ainda.
Seria uma combinação de generalização de evidência anedótica com apelo à piedade.
A perspectiva de pessoas vítimas (ou não vítimas) de racismo (ou injúria com temática racial)
não é uma mensuração do "racismo na sociedade", mas no máximo da percepção das pessoas sobre isso. O mesmo vale para outros crimes e temáticas de injúrias, também.
Eu não disse que não existe racismo, só para ficar claro, na verdade citei exemplo e disse que a ocorrência "natural" que
não permite supor que coisas parecidas sejam mais provavelmente "fakes".
Na verdade nem tem branco no Brasil, e acho que nem negro.
Na verdade, há considerável variação nos indicadores sociais coincidindo com a pessoa ser classificada (por ela mesma e outras, comumente coincide) como branca ou negra. Parda/mulata, asiática e indígena, também. Então é duplamente impossível dizer que essas classificações "não existem".
Tais disparidades, no entanto, não decorrem somente ou mesmo principalmente de racismo.