Incrível a volubilidade dessa "sociedade": cerca de um ano antes, em um plebiscito entre Parlamentarismo x Presidencialismo, o resultado foi 9.457.448 contra 2.073.082 votos, a favor do Presidencialismo, claramente demonstrando apoio a Jango.
Preferir o presidencialismo não significa necessariamente preferir o presidente do momento...
Necessariamente não, mas no caso específico, pelo menos de tudo que já li, o voto no Presidencialismo esteve altamente vinculado ao desejo de dar a Jango a cadeira presidencial.
Se a "sociedade" estivesse ansiosa por ver Jango longe da Presidência, é evidente que os números não seriam tão massacrantes.
O plebiscito de 1993 também deu uma lavada no parlamentarismo e nem por isso a popularidade de Itamar era lá essas coisas...
A situação era completamente outra.
Itamar era o Presidente. Tinha seu mandato a cumprir.
No caso de Jango, o resultado o levou a assumir o controle do País de fato, estávamos em um Parlamentarismo.
A comparação não faz o menor sentido.
Você disse que a escolha pelo presidencialismo evidenciava uma preferência da população não pelo sistema de governo, (...)
Eu não disse isso. Aliás, eu já mais diria isso, pois estudo bastante História brasileira.
É evidente que houve a definição da sociedade brasileira pelo Presidencialismo, aliás fato recorrente e parte de nossa cultura política.
Eu só acho que, em função das circunstâncias (ou seja, essa decisão levaria Jango a assumir de fato o Poder, algo que ele não tinha até então), e a larga margem da diferença apontam também um forte componente de apoio a ele.
Se tiver tempo e interesse, tem essa dissertação aí, que eu acho muito boa.
http://www.historia.uff.br/stricto/teses/Dissert-2009_Demian_Bezerra_de_Melo-S.pdfAo final, há uma extensa bibliografia sobre esse evento.