Autor Tópico: As manchetes dos jornais no dia seguinte à revolução de 1964  (Lida 7786 vezes)

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Offline Fernando Silva

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As manchetes dos jornais no dia seguinte à revolução de 1964
« Online: 01 de Abril de 2012, 09:25:48 »
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As manchetes do Golpe Militar de 64

"Que tal republicar as manchetes de cada órgão de imprensa naquele primeiro de abril de 1964? - sugeriu Emir Sader em seu blog nesta página. Publicamos uma seleção do que foi destaque em alguns dos principais jornais do Brasil a partir do dia 1° de abril de 1964. "Graças à decisão e ao heroísmo das Forças Armadas que, obedientes a seus chefes, demonstraram a falta de visão dos que tentavam destruir a hierarquia e a disciplina, o Brasil livrou-se do governo irresponsável, que insistia em arrastá-lo para rumos contrários à sua vocação e tradições", disse o Globo, apoiando o golpe militar.



Redação - Carta Maior
Emir Sader sugeriu em seu blog aqui na Carta Maior: “que tal republicar as manchetes de cada órgão de imprensa naquele primeiro de abril de 1964?”. Aqui está uma seleção do que foi destaque nos principais jornais do Brasil a partir do 1º de abril de 1964. Se algum desavisado recebesse em mãos qualquer destes periódicos imaginaria a ditadura com carnaval nas ruas e militares ovacionados pelo povo. A pesquisa abaixo foi publicada no blog da BrHistória, da jornalista Cristiane Costa:

“Ressurge a Democracia! Vive a Nação dias gloriosos. Porque souberam unir-se todos os patriotas, independentemente das vinculações políticas simpáticas ou opinião sobre problemas isolados, para salvar o que é de essencial: a democracia, a lei e a ordem.

Graças à decisão e ao heroísmo das Forças Armadas que, obedientes a seus chefes, demonstraram a falta de visão dos que tentavam destruir a hierarquia e a disciplina, o Brasil livrou-se do governo irresponsável, que insistia em arrastá-lo para rumos contrários à sua vocação e tradições.

Como dizíamos, no editorial de anteontem, a legalidade não poderia ter a garantia da subversão, a ancora dos agitadores, o anteparo da desordem. Em nome da legalidade não seria legítimo admitir o assassínio das instituições, como se vinha fazendo, diante da Nação horrorizada ...”
(O Globo - Rio de Janeiro - 4 de Abril de 1964)

“Multidões em júbilo na Praça da Liberdade.
Ovacionados o governador do estado e chefes militares.
O ponto culminante das comemorações que ontem fizeram em Belo Horizonte, pela vitória do movimento pela paz e pela democracia foi, sem dúvida, a concentração popular defronte ao Palácio da Liberdade. Toda área localizada em frente à sede do governo mineiro foi totalmente tomada por enorme multidão, que ali acorreu para festejar o êxito da campanha deflagrada em Minas (...), formando uma das maiores massas humanas já vistas na cidade”
(O Estado de Minas - Belo Horizonte - 2 de abril de 1964)

“Salvos da comunização que celeremente se preparava, os brasileiros devem agradecer aos bravos militares que os protegeram de seus inimigos”
“Este não foi um movimento partidário. Dele participaram todos os setores conscientes da vida política brasileira, pois a ninguém escapava o significado das manobras presidenciais”
(O Globo - Rio de Janeiro - 2 de Abril de 1964)

“A população de Copacabana saiu às ruas, em verdadeiro carnaval, saudando as tropas do Exército. Chuvas de papéis picados caíam das janelas dos edifícios enquanto o povo dava vazão, nas ruas, ao seu contentamento”
(O Dia - Rio de Janeiro - 2 de Abril de 1964)

“Escorraçado, amordaçado e acovardado, deixou o poder como imperativo de legítima vontade popular o Sr João Belchior Marques Goulart, infame líder dos comuno-carreiristas-negocistas-sindicalistas. Um dos maiores gatunos que a história brasileira já registrou., o Sr João Goulart passa outra vez à história, agora também como um dos grandes covardes que ela já conheceu.”
(Tribuna da Imprensa - Rio de Janeiro - 2 de Abril de 1964)

“A paz alcançada. A vitória da causa democrática abre o País a perspectiva de trabalhar em paz e de vencer as graves dificuldades atuais. Não se pode, evidentemente, aceitar que essa perspectiva seja toldada, que os ânimos sejam postos a fogo. Assim o querem as Forças Armadas, assim o quer o povo brasileiro e assim deverá ser, pelo bem do Brasil”
(Editorial de O Povo - Fortaleza - 3 de Abril de 1964)

“Desde ontem se instalou no País a verdadeira legalidade ... Legalidade que o caudilho não quis preservar, violando-a no que de mais fundamental ela tem: a disciplina e a hierarquia militares. A legalidade está conosco e não com o caudilho aliado dos comunistas”
(Editorial do Jornal do Brasil - Rio de Janeiro - 1º de Abril de 1964)

“Milhares de pessoas compareceram, ontem, às solenidades que marcaram a posse do marechal Humberto Castelo Branco na Presidência da República ...O ato de posse do presidente Castelo Branco revestiu-se do mais alto sentido democrático, tal o apoio que obteve”
(Correio Braziliense - Brasília - 16 de Abril de 1964)

“Vibrante manifestação sem precedentes na história de Santa Maria para homenagear as Forças Armadas. Cinquenta mil pessoas na Marcha Cívica do Agradecimento”
(A Razão - Santa Maria - RS - 17 de Abril de 1964)

“Vive o País, há nove anos, um desses períodos férteis em programas e inspirações, graças à transposição do desejo para a vontade de crescer e afirmar-se. Negue-se tudo a essa revolução brasileira, menos que ela não moveu o País, com o apoio de todas as classes representativas, numa direção que já a destaca entre as nações com parcela maior de responsabilidades”.
(Editorial do Jornal do Brasil - Rio de Janeiro - 31 de Março de 1973)

“Golpe? É crime só punível pela deposição pura e simples do Presidente. Atentar contra a Federação é crime de lesa-pátria. Aqui acusamos o Sr. João Goulart de crime de lesa-pátria. Jogou-nos na luta fratricida, desordem social e corrupção generalizada”.
(Jornal do Brasil, edição de 01 de abril de 1964.)

"Participamos da Revolução de 1964 identificados com os anseios nacionais de preservação das instituições democráticas, ameaçadas pela radicalização ideológica, greves, desordem social e corrupção generalizada".
Editorial do jornalista Roberto Marinho, publicado no jornal" (O Globo", edição de 07 de outubro de 1984, sob o título: "Julgamento da Revolução").

Mais algumas manchetes:

31/03/64 – CORREIO DA MANHÃ – (Do editorial, BASTA!): "O Brasil já sofreu demasiado com o governo atual. Agora, basta!"

1°/04/64 – CORREIO DA MANHÃ – (Do editorial, FORA!): "Só há uma coisa a dizer ao Sr. João Goulart: Saia!"

1o/04/64 – ESTADO DE SÃO PAULO – (SÃO PAULO REPETE 32) "Minas desta vez está conosco"... "dentro de poucas horas, essas forças não serão mais do que uma parcela mínima da incontável legião de brasileiros que anseiam por demonstrar definitivamente ao caudilho que a nação jamais se vergará às suas imposições."

02/04/64 – O GLOBO – "Fugiu Goulart e a democracia está sendo restaurada"... "atendendo aos anseios nacionais de paz, tranqüilidade e progresso... as Forças Armadas chamaram a si a tarefa de restaurar a Nação na integridade de seus direitos, livrando-a do amargo fim que lhe estava reservado pelos vermelhos que haviam envolvido o Executivo Federal".

02/04/64 – CORREIO DA MANHÃ – "Lacerda anuncia volta do país à democracia."

05/04/64 – O GLOBO – "A Revolução democrática antecedeu em um mês a revolução comunista".

05/04/64 – O ESTADO DE MINAS – "Feliz a nação que pode contar com corporações militares de tão altos índices cívicos". "Os militares não deverão ensarilhar suas armas antes que emudeçam as vozes da corrupção e da traição à pátria."

06/04/64 – JORNAL DO BRASIL – "PONTES DE MIRANDA diz que Forças Armadas violaram a Constituição para poder salvá-la!"

09/04/64 – JORNAL DO BRASIL – "Congresso concorda em aprovar Ato Institucional".

Offline HSette

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Re:As manchetes dos jornais no dia seguinte à revolução de 1964
« Resposta #1 Online: 01 de Abril de 2012, 11:26:04 »
Lembrei de uma frase do Millôr:

"Não há nada mais velho no mundo que um jornal de ontem."

:-)
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Offline Fernando Silva

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Re:As manchetes dos jornais no dia seguinte à revolução de 1964
« Resposta #2 Online: 01 de Abril de 2012, 15:05:09 »
As esquerdas tentam nos convencer de que os militares agiram sem mais nem menos, mas a verdade é que sua intervenção foi pedida pela sociedade e bem recebida. Depois a coisa se radicalizou e veio a ditadura, mas mesmo então o apoio não desapareceu.

A revolução foi uma consequência do estado de coisas e não uma causa.

Offline Sergiomgbr

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Re:As manchetes dos jornais no dia seguinte à revolução de 1964
« Resposta #3 Online: 01 de Abril de 2012, 15:56:01 »
As esquerdas tentam nos convencer de que os militares agiram sem mais nem menos, mas a verdade é que sua intervenção foi pedida pela sociedade e bem recebida. Depois a coisa se radicalizou e veio a ditadura, mas mesmo então o apoio não desapareceu.

A revolução foi uma consequência do estado de coisas e não uma causa.
:vergonha:
Até onde eu sei eu não sei.

Offline HSette

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Re:As manchetes dos jornais no dia seguinte à revolução de 1964
« Resposta #4 Online: 01 de Abril de 2012, 16:31:42 »
As esquerdas tentam nos convencer de que os militares agiram sem mais nem menos, mas a verdade é que sua intervenção foi pedida pela sociedade e bem recebida. Depois a coisa se radicalizou e veio a ditadura, mas mesmo então o apoio não desapareceu.

A revolução foi uma consequência do estado de coisas e não uma causa.

Então, a sociedade pediu, implorou, bateu às portas dos quartéis.....

Deve estar brincando, né...
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Offline Geotecton

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Re:As manchetes dos jornais no dia seguinte à revolução de 1964
« Resposta #5 Online: 01 de Abril de 2012, 16:54:17 »
As esquerdas tentam nos convencer de que os militares agiram sem mais nem menos, mas a verdade é que sua intervenção foi pedida pela sociedade e bem recebida. Depois a coisa se radicalizou e veio a ditadura, mas mesmo então o apoio não desapareceu.

A revolução foi uma consequência do estado de coisas e não uma causa.
Então, a sociedade pediu, implorou, bateu às portas dos quartéis.....

Deve estar brincando, né...

Implorar eu acho que não, mas apoiar o golpe...
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Offline Diegojaf

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Re:As manchetes dos jornais no dia seguinte à revolução de 1964
« Resposta #6 Online: 01 de Abril de 2012, 17:01:57 »
As esquerdas tentam nos convencer de que os militares agiram sem mais nem menos, mas a verdade é que sua intervenção foi pedida pela sociedade e bem recebida. Depois a coisa se radicalizou e veio a ditadura, mas mesmo então o apoio não desapareceu.

A revolução foi uma consequência do estado de coisas e não uma causa.
:vergonha:

Fotopostagens nas áreas de discussão que não de papo furado e especialmente naquelas áreas de discussão política não são bem vindas e de acordo com o contexto, puníveis com advertência e cartão.

Se tem algo a dizer, diga. Se não consegue formular, peça ajuda. Tenho certeza que muitos irão ficar contentes em te ajudar a elaborar...
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline HSette

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Re:As manchetes dos jornais no dia seguinte à revolução de 1964
« Resposta #7 Online: 01 de Abril de 2012, 17:03:14 »
As esquerdas tentam nos convencer de que os militares agiram sem mais nem menos, mas a verdade é que sua intervenção foi pedida pela sociedade e bem recebida. Depois a coisa se radicalizou e veio a ditadura, mas mesmo então o apoio não desapareceu.

A revolução foi uma consequência do estado de coisas e não uma causa.
Então, a sociedade pediu, implorou, bateu às portas dos quartéis.....

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Implorar eu acho que não, mas apoiar o golpe...

Incrível a volubilidade dessa "sociedade": cerca de um ano antes, em um plebiscito entre Parlamentarismo x Presidencialismo, o resultado foi 9.457.448 contra 2.073.082 votos, a favor do Presidencialismo, claramente demonstrando apoio a Jango.

Gostaria de saber com base em que vocês afirmam que a "sociedade" brasileira apoiou o golpe. De preferência que não sejam manchetes de jornal.
« Última modificação: 01 de Abril de 2012, 17:05:50 por HSette »
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Re:As manchetes dos jornais no dia seguinte à revolução de 1964
« Resposta #8 Online: 01 de Abril de 2012, 17:08:50 »
Gostaria de saber com base em que vocês afirmam que a "sociedade" brasileira apoiou o golpe. De preferência que não sejam manchetes de jornal.

Minha mãe disse que foi pra praça da cidade dela (Mantena) junto com meus avós e tios e todo mundo da cidade (umas 15 pessoas) comemorar.

Então, se não vale nenhuma notícia escrita da época, acho que só tenho essa... :)
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Offline Hold the Door

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Re:As manchetes dos jornais no dia seguinte à revolução de 1964
« Resposta #9 Online: 01 de Abril de 2012, 17:13:12 »
Incrível a volubilidade dessa "sociedade": cerca de um ano antes, em um plebiscito entre Parlamentarismo x Presidencialismo, o resultado foi 9.457.448 contra 2.073.082 votos, a favor do Presidencialismo, claramente demonstrando apoio a Jango.

Preferir o presidencialismo não significa necessariamente preferir o presidente do momento...
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Re:As manchetes dos jornais no dia seguinte à revolução de 1964
« Resposta #10 Online: 01 de Abril de 2012, 17:14:22 »
As vezes pessoas agem como ratos, como quando lhes é ofertado um ambiente supostamente favorável com abundância de tudo que lhes é atraente, como numa ratoeira, e não se apercebem da grande armadilha que pode ser tal possibilidade. Como foi no pré golpe.
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Offline Diegojaf

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Re:As manchetes dos jornais no dia seguinte à revolução de 1964
« Resposta #11 Online: 01 de Abril de 2012, 17:19:26 »
As vezes pessoas agem como ratos, como quando lhes é ofertado um ambiente supostamente favorável com abundância de tudo que lhes é atraente, como numa ratoeira, e não se apercebem da grande armadilha que pode ser tal possibilidade. Como foi no pré golpe.

Coitado do bando de ignorantes... eles não sabiam o que era melhor para eles... :nao3:
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Re:As manchetes dos jornais no dia seguinte à revolução de 1964
« Resposta #12 Online: 01 de Abril de 2012, 17:21:18 »
A intervenção militar de 1964 só ocorreu devido ao apoio do Jango à quebra da hierarquia militar. Não fosse isso, dificilmente o golpe ocorreria.

Quando Jango violou a legalidade ao apoiar a quebra da hierarquia militar, muito dificilmente algum militar iria apoiá-lo contra o levante de 31 de março para... defender a legalidade. A bandeira da legalidade nesse caso não serviria. Grande parte dos militares que não aderiram inicialmente ao levante garantiram aos conspiradores que "se não ajudariam, também não atrapalhariam".
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

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Re:As manchetes dos jornais no dia seguinte à revolução de 1964
« Resposta #13 Online: 01 de Abril de 2012, 17:22:27 »
Incrível a volubilidade dessa "sociedade": cerca de um ano antes, em um plebiscito entre Parlamentarismo x Presidencialismo, o resultado foi 9.457.448 contra 2.073.082 votos, a favor do Presidencialismo, claramente demonstrando apoio a Jango.

Preferir o presidencialismo não significa necessariamente preferir o presidente do momento...

Necessariamente não, mas no caso específico, pelo menos de tudo que já li, o voto no Presidencialismo esteve altamente vinculado ao desejo de dar a Jango a cadeira presidencial.

Se a "sociedade" estivesse ansiosa por ver Jango longe da Presidência, é evidente que os números não seriam tão massacrantes.
« Última modificação: 01 de Abril de 2012, 17:27:38 por HSette »
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Re:As manchetes dos jornais no dia seguinte à revolução de 1964
« Resposta #14 Online: 01 de Abril de 2012, 17:24:11 »
A intervenção militar de 1964 só ocorreu devido ao apoio do Jango à quebra da hierarquia militar. Não fosse isso, dificilmente o golpe ocorreria.

Quando Jango violou a legalidade ao apoiar a quebra da hierarquia militar, muito dificilmente algum militar iria apoiá-lo contra o levante de 31 de março para... defender a legalidade. A bandeira da legalidade nesse caso não serviria. Grande parte dos militares que não aderiram inicialmente ao levante garantiram aos conspiradores que "se não ajudariam, também não atrapalhariam".


Concordo, e as evidências históricas demonstram isso.

O papel da sociedade brasileira foi mínimo. Não havia pressão social para que ocorresse quebra de continuidade, a sociedade brasileira já se preparava para as eleições presidenciais vindouras, já com vários candidatos em ação.
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Re:As manchetes dos jornais no dia seguinte à revolução de 1964
« Resposta #15 Online: 01 de Abril de 2012, 17:29:05 »
Incrível a volubilidade dessa "sociedade": cerca de um ano antes, em um plebiscito entre Parlamentarismo x Presidencialismo, o resultado foi 9.457.448 contra 2.073.082 votos, a favor do Presidencialismo, claramente demonstrando apoio a Jango.

Preferir o presidencialismo não significa necessariamente preferir o presidente do momento...

Necessariamente não, mas no caso específico, pelo menos de tudo que já li, o voto no Presidencialismo esteve altamente vinculado ao desejo de dar a Jango a cadeira presidencial.

Se a "sociedade" estivesse ansiosa por ver Jango longe da Presidência, é evidente que os números não seriam tão massacrantes.

Muita água rolou de 1962 a 1964...


Fernando Collor foi eleito em 1989 e 3 anos depois a população queria o impeachment.

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Re:As manchetes dos jornais no dia seguinte à revolução de 1964
« Resposta #16 Online: 01 de Abril de 2012, 17:31:55 »
Incrível a volubilidade dessa "sociedade": cerca de um ano antes, em um plebiscito entre Parlamentarismo x Presidencialismo, o resultado foi 9.457.448 contra 2.073.082 votos, a favor do Presidencialismo, claramente demonstrando apoio a Jango.

Preferir o presidencialismo não significa necessariamente preferir o presidente do momento...

Necessariamente não, mas no caso específico, pelo menos de tudo que já li, o voto no Presidencialismo esteve altamente vinculado ao desejo de dar a Jango a cadeira presidencial.

Se a "sociedade" estivesse ansiosa por ver Jango longe da Presidência, é evidente que os números não seriam tão massacrantes.

Muita água rolou de 1962 a 1964...


O plebiscito foi em 63.

De qualquer forma, pelo que já li a respeito, de toda a historiografia, fica claro que o papel da sociedade, como um todo, foi mínimo, o preponderante foi o descontentamento das Forças Armadas.

Parte importante do empresariado, e setores políticos que não conseguima sucesso nas urnas para chegar à Presidência se aproveitaram disso e puseram lenha na fogueira.
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« Resposta #17 Online: 01 de Abril de 2012, 17:36:57 »
Incrível a volubilidade dessa "sociedade": cerca de um ano antes, em um plebiscito entre Parlamentarismo x Presidencialismo, o resultado foi 9.457.448 contra 2.073.082 votos, a favor do Presidencialismo, claramente demonstrando apoio a Jango.

Preferir o presidencialismo não significa necessariamente preferir o presidente do momento...

Necessariamente não, mas no caso específico, pelo menos de tudo que já li, o voto no Presidencialismo esteve altamente vinculado ao desejo de dar a Jango a cadeira presidencial.

Se a "sociedade" estivesse ansiosa por ver Jango longe da Presidência, é evidente que os números não seriam tão massacrantes.

O plebiscito de 1993 também deu uma lavada no parlamentarismo e nem por isso a popularidade de Itamar era lá essas coisas...
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« Resposta #18 Online: 01 de Abril de 2012, 17:38:39 »
Incrível a volubilidade dessa "sociedade": cerca de um ano antes, em um plebiscito entre Parlamentarismo x Presidencialismo, o resultado foi 9.457.448 contra 2.073.082 votos, a favor do Presidencialismo, claramente demonstrando apoio a Jango.

Preferir o presidencialismo não significa necessariamente preferir o presidente do momento...

Necessariamente não, mas no caso específico, pelo menos de tudo que já li, o voto no Presidencialismo esteve altamente vinculado ao desejo de dar a Jango a cadeira presidencial.

Se a "sociedade" estivesse ansiosa por ver Jango longe da Presidência, é evidente que os números não seriam tão massacrantes.

Muita água rolou de 1962 a 1964...


O plebiscito foi em 63.

De qualquer forma, pelo que já li a respeito, de toda a historiografia, fica claro que o papel da sociedade, como um todo, foi mínimo, o preponderante foi o descontentamento das Forças Armadas.

Parte importante do empresariado, e setores políticos que não conseguima sucesso nas urnas para chegar à Presidência se aproveitaram disso e puseram lenha na fogueira.


Concordo, e acrescento aí as ações e ameaças cada vez mais ousadas dos comunistas (como Prestes, Julião, etc), em um contexto de guerra fria e em grande intimidade com Jango.

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« Resposta #19 Online: 01 de Abril de 2012, 17:40:30 »
Incrível a volubilidade dessa "sociedade": cerca de um ano antes, em um plebiscito entre Parlamentarismo x Presidencialismo, o resultado foi 9.457.448 contra 2.073.082 votos, a favor do Presidencialismo, claramente demonstrando apoio a Jango.

Preferir o presidencialismo não significa necessariamente preferir o presidente do momento...

Necessariamente não, mas no caso específico, pelo menos de tudo que já li, o voto no Presidencialismo esteve altamente vinculado ao desejo de dar a Jango a cadeira presidencial.

Se a "sociedade" estivesse ansiosa por ver Jango longe da Presidência, é evidente que os números não seriam tão massacrantes.

O plebiscito de 1993 também deu uma lavada no parlamentarismo e nem por isso a popularidade de Itamar era lá essas coisas...

A situação era completamente outra.

Itamar era o Presidente. Tinha seu mandato a cumprir.

No caso de Jango, o resultado o levou a assumir o controle do País de fato, estávamos em um Parlamentarismo.

A comparação não faz o menor sentido.
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Re:As manchetes dos jornais no dia seguinte à revolução de 1964
« Resposta #20 Online: 01 de Abril de 2012, 17:46:13 »
Recebí uma "chamada" por essa fotopstagem, acompanhada pela fotopostagem de um smiley.

 Para quem não compreende a metáfora dos 3 macacos, trata-se da figura da ingnorância vestusta daqueles que se dizem sábios e portanto julgam-se desimpedidos de omitir-se em no esclarecimento dos fatos.  Como resposta ao post do Fernando Silva, eu a postei como exemplo de que as publicações dos jornais servem tão somente como argumento ad populum, talvez apelo à autoridade. Algo tão explícito que preferí a linguagem da metáfora.

Desconhecia essa prerrogativa de desautorizar fotopostagens aquí no forum. As tenho visto várias vezes em todos os tópicos.


Editei para corrigir gramática.
« Última modificação: 01 de Abril de 2012, 18:50:24 por sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Geotecton

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Re:As manchetes dos jornais no dia seguinte à revolução de 1964
« Resposta #21 Online: 01 de Abril de 2012, 18:09:33 »
[...]
Gostaria de saber com base em que vocês afirmam que a "sociedade" brasileira apoiou o golpe. De preferência que não sejam manchetes de jornal.

Eu tinha cerca de um ano de idade então não posso lhe fornecer o meu testemunho. Mas em conversa com os jovens e adultos da época (meus pais, por exemplo), fui informado que a imensa maioria da população ou ignorou os acontecimentos ou apoiou os militares.
Foto USGS

Offline Diegojaf

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Re:As manchetes dos jornais no dia seguinte à revolução de 1964
« Resposta #22 Online: 01 de Abril de 2012, 18:23:21 »
Incrível a volubilidade dessa "sociedade": cerca de um ano antes, em um plebiscito entre Parlamentarismo x Presidencialismo, o resultado foi 9.457.448 contra 2.073.082 votos, a favor do Presidencialismo, claramente demonstrando apoio a Jango.

Preferir o presidencialismo não significa necessariamente preferir o presidente do momento...

Necessariamente não, mas no caso específico, pelo menos de tudo que já li, o voto no Presidencialismo esteve altamente vinculado ao desejo de dar a Jango a cadeira presidencial.

Se a "sociedade" estivesse ansiosa por ver Jango longe da Presidência, é evidente que os números não seriam tão massacrantes.

O plebiscito de 1993 também deu uma lavada no parlamentarismo e nem por isso a popularidade de Itamar era lá essas coisas...

A situação era completamente outra.

Itamar era o Presidente. Tinha seu mandato a cumprir.

No caso de Jango, o resultado o levou a assumir o controle do País de fato, estávamos em um Parlamentarismo.

A comparação não faz o menor sentido.

Você disse que a escolha pelo presidencialismo evidenciava uma preferência da população não pelo sistema de governo, e sim pela pessoa do Presidente (ou candidato) na época.

Será que a escolha do presidencialismo não demonstrou uma preferência pelo presidencialismo e nada mais? E se você tem alguma fonte que demonstre claramente o contrário, por favor, poste-a.
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline HSette

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Re:As manchetes dos jornais no dia seguinte à revolução de 1964
« Resposta #23 Online: 01 de Abril de 2012, 18:40:30 »
Incrível a volubilidade dessa "sociedade": cerca de um ano antes, em um plebiscito entre Parlamentarismo x Presidencialismo, o resultado foi 9.457.448 contra 2.073.082 votos, a favor do Presidencialismo, claramente demonstrando apoio a Jango.

Preferir o presidencialismo não significa necessariamente preferir o presidente do momento...

Necessariamente não, mas no caso específico, pelo menos de tudo que já li, o voto no Presidencialismo esteve altamente vinculado ao desejo de dar a Jango a cadeira presidencial.

Se a "sociedade" estivesse ansiosa por ver Jango longe da Presidência, é evidente que os números não seriam tão massacrantes.

O plebiscito de 1993 também deu uma lavada no parlamentarismo e nem por isso a popularidade de Itamar era lá essas coisas...

A situação era completamente outra.

Itamar era o Presidente. Tinha seu mandato a cumprir.

No caso de Jango, o resultado o levou a assumir o controle do País de fato, estávamos em um Parlamentarismo.

A comparação não faz o menor sentido.

Você disse que a escolha pelo presidencialismo evidenciava uma preferência da população não pelo sistema de governo, (...)

Eu não disse isso. Aliás, eu já mais diria isso, pois estudo bastante História brasileira.

É evidente que houve a definição da sociedade brasileira pelo Presidencialismo, aliás fato recorrente e parte de nossa cultura política.

Eu só acho que, em função das circunstâncias (ou seja, essa decisão levaria Jango a assumir de fato o Poder, algo que ele não tinha até então), e a larga margem da diferença apontam também um forte componente de apoio a ele.

Se tiver tempo e interesse, tem essa dissertação aí, que eu acho muito boa.

http://www.historia.uff.br/stricto/teses/Dissert-2009_Demian_Bezerra_de_Melo-S.pdf

Ao final, há uma extensa bibliografia sobre esse evento.
"Eu sei que o Homem Invisível está aqui!"
"Por quê?"
"Porque não estou vendo ele!"

Chaves

Offline Sergiomgbr

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Re:As manchetes dos jornais no dia seguinte à revolução de 1964
« Resposta #24 Online: 01 de Abril de 2012, 19:03:36 »


Se tem algo a dizer, diga. Se não consegue formular, peça ajuda. Tenho certeza que muitos irão ficar contentes em te ajudar a elaborar...
Se supõe que eu não consiga formular algo, saiba que eles talvez também não conseguissem...
Coitado do bando de ignorantes... eles não sabiam o que era melhor para eles... :nao3:
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