Mas já faz bastante tempo. Será que a essa altura a dívida já não está acertada?
Pra lá de 2020.
O Paraguai pouco poder e opção tem para fazer qualquer coisa além da retórica populista.
Pelo contrário.
Ele pode denunciar o contrato em uma Corte Internacional e simplesmente parar de fornecer a energia para os países vizinhos até que um novo valor seja acordado.
E, eu acho, que a nossa reação seria, mais ou menos, o que fizemos com o Morales em relação às refinarias da Petrobrás. Ou seja, nada!
Nem em sonho Geo. Não há base legal e não há poder político para o Paraguai diante da força econômica envolvida na questão.
Em um sonho, talvez não. Mas em um pesadelo, sem dúvida.
Claro que há base legal para a reinvindicação, assim como em qualquer outro contrato similar. Basta ao Paraguai mostrar que devido a longa duração do contrato, houve uma modificação nas condições da sua economia e que os atuais termos são muito desfavoráveis para ele.
Deste modo ele pode pleitear uma repactuação, com grande possibilidade de sucesso.
Geo, pode até ser que o contrato seja lesivo ao Paraguai, e isso seria um outro assunto. O fato é que você imaginou uma situação onde o Paraguai deixaria de fornecer energia ao Brasil, algo impensável para os paraguaios e os brasileiros, essa possibilidade é zero. Não vou nem entrar na questão diplomática, que por si só ajeitaria as coisas. Existem muitos fatores que impedem que isso aconteça.
Primeiro que a administração é binacional. Qualquer decisão sobre a energia produzida por Itaipu tem que passar pelos crivo dos dois países. Uma decisão unilateral não é possível nesse caso, os paraguaios ( assim como os brasileiros) não podem entrar lá e desligar as turbinas, ou interromper o repasse de energia ao Brasil, acho que isso nem é possível tecnicamente.
Segundo o Paraguai não tem para quem vender essa energia, se não for para o Brasil e Argentina, não é a Bolívia e o Chile ( países juntos que não dão metade do Estado de São Paulo em consumo) que vão absorvê-lo.
Terceiro a economia do Paraguai é muito dependente da brasileira. Num eventual corte de fornecimento da energia de Itaipu e no consequente e catastrófico reflexo no nosso PIB, o Paraguai ( Argentina, Uruguai, Chile...) seria arrastado junto. Seria um tiro no pé.
Quarto, a força política do Paraguai é irrisória perto do tamanho do Brasil. Somente a cidade de Belo Horizonte tem o tamanho da economia do Paraguai. Por aí da pra medir o grau de influência do Brasil tem organismos internacionais em comparação com o país vizinho. Imagine você sendo presidente de uma multinacional qualquer , pra quem você daria apoio? Para uma economia de 200 milhões de pessoas ou para uma de 6 com metade da renda percapita? Estenda isso para qualquer pessoa, empresa, orgão, país ou qualquer outro agente político econômico internacional que tenha interesses econômicos aqui.
Nem vou entrar na questão do poderio militar que seria a ultima das ultimas opções, da qual também não dá pra ficar comparando, dada a diferença.
Do Paraguai só vai haver retórica, e do lado do Brasil nem diplomacia porque o embaixador de lá foi chamado para consultas, então pode colocar a cabeça no travesseiro e ter sonhos ( ou pesadelos

) com o Paraguai tranquilo.