uma criança não crê exatamente em Papai Noel
Eu acreditava PIAMENTE no PN. Arrumavam a árvore numa sala e saíamos todos pra outro ponto ou pra fora da casa...
Eu até tinha um certo medo; então após umas (say) 2h iam ver e "constatavam" que ele tinha passado e deixado os presentes junto à árvore (que ficava em cima duma imensa mesa-de-jantar).
Eu e outros infantes acreditávamos GENUINAMENTE — quiçá fossemos duma era anterior à sua mas era assim que éramos.
Sim, é tão insofismavelmente óbvio, uma ideia abstrata consubstanciada por um fato.
Com Deus é diferente, quando alguém é apresentado a ideia de um Deus, é a pessoa que acredita nesse Deus por ela mesma
Exatamente a mesma coisa, excetuando que, claro, não se tem como verificar empiricamente que essa divindade NÃO existe, ao contrário do PN. Mas a CRENÇA per se tem as mesmas características.
Eis a grande questão. Não tem como verificar empiricamente, logo, a única coisa que há ai é sua crença.
e nada no mundo vai ser evidência suficiente para ela dissuadir-se de si mesma. Resumindo, em Deus se crê ou não se crê, sem meio termo e sem ponto de ruptura com aquilo.
Eu me criei em ambiente espírita e acreditava PIAMENTE na existência da divindade abraâmica e no mito do "JC".
Quanto ao "ponto de ruptura" acho que depende de cada um. Comigo de fato não aconteceu O ponto. Mamãe se afastou do espiritismo por várias razões, e eu passei a me preocupar com as ocupações típicas da adolescência, inclusive o preparo pro vestibular.
A escola fluiu normalmente, mas depois arrumar estágio, emprego, a vida prática...
Em casa religião passou a ser não-tema: templos só nos casamentos; missas 7°/30° dia; batismos; almoços ou jantas (em geral excelentes por sinal...) beneficentes...
Com a INTERNET passou-se a ter acesso à informação então se tornou claro que os alegados fenômenos verificáveis que fundamentariam as crenças espíritas não existem — que são só crenças análogas às das demais religiões...
E assim quando me dei por conta, as crenças simplesmente tinham desaparecido.
Nenhum fenômeno no mundo pode fundamentar uma crença para alguém que não crê, e nem todo esclarecimento do mundo faz o oposto.