Cientista político questiona erro de amostra em pesquisas de CuritibaEle apontou problema de segmentação do Ibope na capital.
Fruet era apontado fora do páreo por pesquisas de véspera e boca de urna.A passagem do candidato do PDT, Gustavo Fruet, ao segundo turno da disputa para a Prefeitura de Curitiba contrariou o que parte significativa das pesquisas de opinião apontava. De acordo com o cientista político da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Ricardo Oliveira, a falha pode ter sido ocasionada por problemas de amostragem, bem como pelo crescimento da candidatura.
De acordo com pesquisa divulgada pelo Ibope na véspera da eleição, no sábado (6), o segundo turno deveria ser composto por Ratinho Jr (PSC) e Luciano Ducci (PSB), com 39% e 28% dos votos válidos, respectivamente. Neste cenário, Fruet ficou com 21% das intenções, segundo o Ibope. Na pesquisa boca de urna do mesmo instituto, divulgada após o fechamento da votação, Ratinho Jr. teve 34%, Luciano Ducci, 29%, e Fruet, 24%.
Ao final da apuração, Ratinho e Fruet seguiram adiante com 34% e 27% dos votos válidos. “Essa discrepância, no caso da pesquisa Ibope, muitas vezes é problema de amostragem, de não segmentar em termos de classe social, em termos de território e bairros”, afirmou Oliveira ao G1. Ele exemplificou com o mapa dos resultados, o qual mostra que Fruet obteve votação expressiva em bairros na região central e norte da cidade, onde o poder aquisitivo é maior. “Na amostragem da pesquisa você teria distorção do resultado se não houvesse essa ponderação. Se você pegasse para a entrevista mais eleitores da região sul do que em bairros de maior renda”, justificou Oliveira.
O cientista político ressaltou, contudo, que também é preciso analisar o cenário eleitoral do momento. “O Fruet estava em um momento de ascensão na última semana, por conta do melhor desempenho nos debates televisivos. A candidatura em ascensão e a amostragem inconsistente produziram o resultado fora da margem de erro”, concluiu.
o final da apuração, Fruet chegou a comentar sobre o erro das pesquisas, que segundo ele já haviam ocorrido na eleição para o Senado em 2010, na qual ele não foi eleito por 1,2%. “A população demonstrou maturidade, não se influenciou (...) Alguma coisa precisa ser questionada, mas isso é um alerta. A população já começa a perceber que essa santidade das pesquisas não deve ser sempre mistificada”, disse o candidato.
Oliveira concorda quanto ao impacto que as pesquisas exercem sobre a população, mas ponderou que o efeito pode ser tanto positivo quanto negativo. “Pode trazer também o voto útil, o voto do indeciso. Nunca se terá certeza se apenas os resultados influenciam, pode até ter o resultado contrário. Se o Fruet tivesse sido colocado no segundo turno pela pesquisa, poderia não atrair tanto voto útil de outras candidaturas”, apontou o cientista político. Para ele, o impacto mais central ocorre nos financiadores de campanha e no moral da militância.
IbopeEm entrevista à RPC TV, a diretora do Ibope Márcia Cavallari admitiu que a pesquisa não é infalível. “Se as pesquisas tivessem esse poder de influência, conforme os candidatos costumam dizer, não teriam essas viradas”, afirmou. Ela explicou que 95% das pesquisas tendem a ficar dentro do intervalo de confiança estimado pelas pesquisas, mas 5% podem ficar de fora.
Outro ponto levantado por Cavallari foi a dificuldade de aferição das tendências no âmbito municipal. “As pesquisas municipais para prefeito são as mais difíceis que os institutos enfrentam para apurar as intenções de voto do eleitorado, porque elas são muito mais voláteis, as mudanças ocorrem de maneira muito mais rápida”, explicou.
Fonte:
http://g1.globo.com/parana/eleicoes/2012/noticia/2012/10/cientista-politico-questiona-erro-de-amostra-em-pesquisas-de-curitiba.htmlAdorei ver as pesquisas errando.

Eu não confio muito em pesquisa eleitoral, principalmente a dessa eleição, depois que eu vi um certo candidato meio novato como o primeiro colocado, eu fiquei desconfiada.
Acho que as pesquisas eleitorais deveriam ser proibidas, acho que elas influenciam muito os votos.