Em último caso, talvez até possa ser um mal necessário como o Gigaview falou, mas que é parecido com o ancien regimen é, ou pelo menos com alguns aspectos dele.
Com 2 milhões de reais pulverizados em ações de 2000 ou mais empresas, inclusive entre varias concorrentes, é impossível o cara falir, e dá cerca de 10 mil reais por mês para uso pessoal sem ter que trabalhar em nada, nem na administração, e nem sequer para administrar compras e vendas de novas ações, que até isso é feito por assalariados de luxo. (mesmo que esse tipo de coisa seja necessária por acaso não é o assalariado comprador e vendedor e que escolhe o melhor modo de fazê-lo o cara que está fazendo essa necessidade?)
O que esse tipo de cara rentista fez para poder ter essa vida sem fazer nada?
É mito a ideia de que trabalharam mais antes para juntar essa renda, inclusive em cursos empresariais se fala que baixa demais o rendimento de trabalho de mais 12 horas por dia, e por outro lado, um bando de assalariados fazem sistematicamente hora extra que somando às suas horas de trabalho, dá 12 horas por dia, e não ficam ricos.
Geralmente, a maioria desses rentistas, não são superdotados que inventem e descubram coisas novas, não no caso dos rentistas, no caso dos inventores com talento, eles pelo menos caso consigam ficar ricos, administram seu patrimônio em grande parte pessoalmente, inclusive porque ficariam com tédio e falta de auto-estima se não fizessem nada realmente importante.
E também, geralmente não são os que tiram as mais altas notas de corte em vestibulares e coisas do tipo, podem até tirar médias notas de corte, mas não as mais altas.
E eu estou falando inclusive dos que não herdaram seu patrimônio.
Por outro lado, no caso de ricos fazendo outros usos para seu dinheiro em vez comprar ações....bom em grande parte, em casos estilo o citado que tem 2 milhões de reais em ações, a maioria deles não tem o menor interesse em ficar pobre, usando o próprio osso de seu patrimônio, e com 2 milhões de reais isso pode acontecer se só usar e dado isso, eles não deixariam de comprar ações (mandar assalariados fazerem o trabalho de escolher que ação comprar e fazer o trabalho físico de comprá-las), então esse tipo de medida que eu propus não ia fazer que sumissem essas compras.
Além disso, também se poderia fazer que inclusive um rico sem ações na bolsa, só pudesse gastar para uso pessoal, 70 mil reais brutos por mês, 50 mil reais líquidos por mês e o que fosse além disso, ele só poderia usar para investimentos, ou então ficaria imobilizado, sem poder ser usado para uso pessoal e com mais de 2 anos sem querer investir, também se faria o confisco sem indenização, depois do que, o Estado faria um leilão dos bens para pessoas que soubessem usá-los.
E quanto ao falado por DDV sobre o Estado. Ora também existe Estado agora, e é também o Estado que garante o rentismo na bolsa. Aliais no auge da nobreza europeia ocidental entre os anos 1000 e 1250, o Estado na Europa Ocidental era bem fraco, quase inexistente.
E depois com as situações prévias piores entre as pessoas, há a coação econômica, e não se pode de modo algum dizer, que há mesmo acordo livre, entre os ricos do tipo que eu citei e as pessoas comuns, e muito menos entre os ricos do tipo que eu citei e os pobres. (Pessoas de mais de 30 anos, que ganham no seu trabalho de 1400 reais brutos (1300 líquidos) por mês até um salário minimo por mês) e ainda menos com os indigentes, pessoas de mais de 30 anos, que ganham no seu trabalho, menos de um salário mínimo.
Tudo isso, tem origem em um uso histórico da força, ou do Estado ou de uma especie de "anarcocapitalismo" avant la lettre, e coisa depois legalizada pelo Estado.
Pode até ser que em parte fosse necessário, e também, há a questão de melhoras e aumentos de produção e de conhecimentos higiênicos que fizeram a população aumentar com um aumento da expectativa de vida e diminuição da mortalidade infantil inclusive entre os mais pobres, e parte dos pobres e indigentes veio disso e ao querer viver, como a maioria deles quer, isso mostra que julgam que viver vale a pena.
Mas ainda assim, não creio que valha a pena se iludir, achando que esses rentistas valham mais do que a nobreza do ancien regimen de fora da Suiça e da América anglo-saxônica, entre 1680 e 1780, nem se iludir pensando que os rentistas de hoje precisam menos da força física do Estado para ter sua boa situação do que a nobreza da ancien regimen. (aliais como eu já disse, a época de Estados mais fracos na Europa ocidental foi entre 1000 e 1250).