Autor Tópico: O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)  (Lida 13000 vezes)

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Offline AleYsatis

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O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)
« Online: 30 de Dezembro de 2012, 20:36:44 »
Texto base que utilizarei com os meus alunos (Sou professor eventual do estado) para começarmos a pensar questões de gênero.

O sexo inventado

Revista Sociologia Nº33 - Ed. Escala

Na direção contrária às ciências naturais e ao pensamento comum, apresentamos a teoria antropológica sobre a questão de gênero, nas quais o feminino e o masculino são sobretudo construções sociais

Maysa Rodrigues*

Dentre os quarenta e seis cromossomos do mapa genético humano, apenas um diferencia biologicamente as mulheres dos homens. Entretanto, esse detalhe microscópico foi o suficiente para dividir quase toda humanidade em dois grupos que se interpenetram sem nunca perderem sua distinção básica. Muitos irão concordar que homens e mulheres são diferentes do ponto de vista de seus corpos, de sua constituição psicológica e do papel que ocupam na sociedade. Porém, na contramão da diferença, a Antropologia teceu ao longo do século passado uma tradição que desmonta muitas de nossas percepções mais fundamentais sobre os sexos.

Um cromossomo é formado de diversos genes, de forma que o que separa homens de mulheres é a combinação de alguns bocados dessas partes minúsculas. Ainda assim, para a Biologia, esses detalhes são responsáveis pela constituição de corpos diferenciados, compostos de uma maioria de órgãos em comum e de outros que seriam exclusivos a cada um dos sexos. Além da caracterização genética e anatômica, há também uma diferenciação hormonal - as mesmas substâncias, mas em quantidades diferentes nos homens e nas mulheres.

Se a Biologia propõe uma diferença física, a interpretação do senso comum se apoia em uma diferença de comportamento e de papéis. Acima de tudo, mulheres são possíveis mães - após serem fecundadas, nutrem, carregam e dão à luz a um novo indivíduo, que deverá receber atenção por boa parte de sua vida. A poesia e a literatura descrevem com adoração e reserva esses seres fantásticos que transitam entre a sensualidade e a maternidade. Já os homens também tiveram historicamente seu papel: fecundar e prover o sustento para a mulher e para seus descendentes.
É verdade que as funções para os dois sexos mudaram ao longo da história. Atualmente, principalmente na sociedade ocidental, boa parte das mulheres integra o mercado de trabalho, e muitos dos homens realizam funções domésticas e participam da criação dos filhos. Ainda assim, algumas expectativas parecem manter-se fixas. Mulheres que abrem mão da maternidade ainda são vistas com certo estranhamento. Da mesma forma, um homem sustentado por sua companheira dificilmente não causará algum constrangimento.

NEGANDO OS PAPÉIS SOCIAIS

Em um primeiro momento, negar a ideia de que homens e mulheres são essencialmente diferentes parece algo absurdo, justamente por essa ideia ter extrema aceitação pela ciência e pelo senso comum. Entretanto, a abordagem antropológica sugere uma nova interpretação a partir de trabalhos que estudaram a fundo outras sociedades (especialmente as ditas sociedades primitivas) e as variadas maneiras como essas culturas enxergaram a realidade.

Pierre Clastres*, no capítulo "O Arco e o Cesto" de seu célebre livro A Sociedade contra o Estado apresenta a interessante cultura dos Guaiaquis. Nessa sociedade, assim como na nossa, as tarefas eram divididas entre homens e mulheres. Os primeiros se responsabilizavam pela caça, e as segundas, pela coleta e pelos constantes deslocamentos dos objetos pelo território, uma vez que se tratava de uma sociedade nômade. Sem adentrar profundamente em toda a rica análise que Clastres faz sobre as interdições ligadas aos sexos e às famílias, os Guaiaquis são importante para nosso tema porque trazem um exemplo de sociedade em que impera a poliandria, ou seja, a união da mulher com mais de um marido. Conforme sugere o autor, as mulheres Guaiaquis possuíam uma vantagem estrutural em relação aos homens: mesmo casadas, podiam ter relacionamentos com moços solteiros e transformá-los em maridos secundários se assim desejassem. Isso não significava que os maridos principais ficavam felizes, porém, esses não tinham muita escolha: se abandonassem suas esposas seriam condenados ao celibato, pois a tribo carecia de mulheres disponíveis. Já as esposas logo encontrariam outro marido, pois havia o dobro de homens em relação às mulheres.

Muito interessante na análise do autor é a ideia de que a desproporção numérica entre os sexos poderia ter sido solucionada por outros meios senão a poliandria. Seria possível que certos parentes considerados proibidos para o casamento passassem a ser permitidos. Também seria imaginável que houvesse um incentivo social ao celibato masculino ou que se admitisse o assassinato de recém-nascidos homens. De qualquer maneira, o modelo matrimonial verificado nessa tribo evidencia que dentre as infinitas possibilidades das culturas que já passaram pelo globo terrestre, os Guaiaquis são uma mostra de que o arranjo tecido pela nossa própria sociedade ao que diz respeito às relações entre homens e mulheres está longe de ser o único possível.

De forma ainda mais sugestiva para essa ideia, Margaret Mead*, em seu livro clássico Sexo e Temperamento, questiona as noções mais comuns dos papéis sexuais ao apresentar três sociedades na Nova Guiné. A autora toma como base o que considerou serem os padrões norteamericanos: o comportamento feminino seria caracterizado por ser "dócil, maternal, cooperativo, não agressivo e suscetível às necessidades e exigências alheias", e o comportamento masculino seria relativamente oposto a essa caracterização. Tomando esses padrões como referência, percebemos que cada uma das três tribos apresenta comportamentos diferentes para homens e mulheres. Dentre os Arapesh, por exemplo, tanto os homens como as mulheres exibiam uma personalidade que seria considerada feminina na sociedade norte-americana. Já os integrantes da tribo Mundugumor eram homens e mulheres "implacáveis, agressivos e positivamente sexuados, com um mínimo de aspectos carinhosos e maternais em sua personalidade", apresentando um tipo de comportamento que, segundo Mead, só seria encontrado em um homem norte-americano "indisciplinado e extremamente violento". Tchambulli é a terceira tribo apresentada pela autora e se caracteriza por uma diferenciação entre os sexos e uma clara inversão das expectativas de temperamento de nossa sociedade: a mulher é "o parceiro dirigente, dominador e impessoal, e o homem a pessoa menos responsável e emocionalmente dependente".
Assim, a antropóloga chama nossa atenção para duas coisas. Primeiro para o fato de que é possível encontrar invertidos os comportamentos que nós estamos habituados para os sexos na nossa sociedade. Além disso, mostra a possibilidade de que as culturas não reconheçam uma diferença de temperamentos entre homens e mulheres. A partir dessa análise, ela conclui que "não nos resta mais a menor base para considerar tais aspectos de comportamento como ligados ao sexo", uma vez que "a natureza humana é quase incrivelmente maleável, respondendo acurada e diferentemente a condições culturais contrastantes". Isso seria possível porque as crianças das diferentes tribos seriam passíveis ao ensinamento do comportamento corrente em sua sociedade, seja ele "feminino" ou "masculino" (do ponto de vista da sociedade ocidental) e esteja ele sujeito ou não a uma distinção entre homens e mulheres.

Assim, a antropóloga chama nossa atenção para duas coisas. Primeiro para o fato de que é possível encontrar invertidos os comportamentos que nós estamos habituados para os sexos na nossa sociedade. Além disso, mostra a possibilidade de que as culturas não reconheçam uma diferença de temperamentos entre homens e mulheres. A partir dessa análise, ela conclui que "não nos resta mais a menor base para considerar tais aspectos de comportamento como ligados ao sexo", uma vez que "a natureza humana é quase incrivelmente maleável, respondendo acurada e diferentemente a condições culturais contrastantes". Isso seria possível porque as crianças das diferentes tribos seriam passíveis ao ensinamento do comportamento corrente em sua sociedade, seja ele "feminino" ou "masculino" (do ponto de vista da sociedade ocidental) e esteja ele sujeito ou não a uma distinção entre homens e mulheres.

Nesse sentido, o argumento é interessante no que diz respeito à diferença entre homens e mulheres: muitas das características corporais que distinguem os sexos seriam constituídas a partir de um treino social do corpo. A delicadeza feminina; a postura imponente dos homens; o jeito discreto de sentar das mulheres recatadas; o largar-se confortavelmente no sofá, tipicamente masculino; ou então a maneira sensual feminina de andar movimentando os quadris são todos exemplos das chamadas técnicas do corpo propostas pelo autor.

O CONCEITO DE GÊNERO

Mead, Mauss e Clastres, dentre outros autores, incutiram na tradição antropológica a ideia de que os papéis destinados a homens e mulheres não são explicados por uma diferença essencial inscrita na natureza de seus corpos. Ainda que sejam biologicamente diferentes, as peculiaridades anatômicas não explicariam as inúmeras outras diferenciações sociais entre os sexos: sejam elas de hierarquia, de status, de poder, de posição na divisão do trabalho, de personalidade, de comportamento e nem mesmo de seus trejeitos corporais.

Assim, se por um lado essa interpretação não nega radicalmente a perspectiva da diferença anatômica, afirma que a Biologia nada explica no que diz respeito à vida social. O argumento principal é que a natureza dos corpos é interpretada pela cultura que, por sua vez, origina inúmeros significados que transcendem as diferenças corporais.

A partir dessa rejeição à explicação biológica para as diferenças sociais, a Antropologia criou o conceito de gênero. "O foco da Teoria de Gênero é desconstruir a ideia de que existe uma diferença natural entre homens e mulheres que explique o que acontece nas sociedades", define Heloisa Buarque de Almeida, antropóloga especialista no tema e professora da Universidade de São Paulo. "Por muito tempo se dizia que as mulheres tinham menos poder ou que estavam restritas à esfera doméstica por causa da reprodução e da maternidade, ou seja, devido a elementos associados ao próprio corpo feminino. A Teoria de Gênero tenta mostrar que nem todas as sociedades tratam as mulheres dessa maneira", completa.

A professora explica que a origem do conceito de gênero estaria inicialmente associada às ciências médicas. "Gênero aparece na medicina nos anos 1950, no caso dos chamados distúrbios de gênero, como crianças que nasciam intersexuadas, ou seja, que tinham a genitália que hoje chamamos de ambígua, ou então pessoas que nasciam de um sexo e se diziam seres de outro sexo. Era usado quando a identidade do corpo da pessoa não combinava com aquilo que ela sentia sobre si".

Na Antropologia, apesar da impossibilidade de se traçar uma genealogia exata, os estudos atuais colocariam a antropóloga norte-americana Gayle Rubin como uma das precursoras do uso do conceito. "O foco de Rubin era mostrar que a relação entre os gêneros não deriva da natureza, pois é histórica, decorre de um arranjo social e tem um momento de fundação. Apesar disso, acaba aparecendo ideologicamente como naturalizada", explica Heloisa.

DEBATE COM A BIOLOGIA

Se parte dos estudos antropológicos afirmam que a explicação para a diferença social entre homens e mulheres só pode ser compreendida a partir do universo social que os permeia - sem, entretanto, negar que existam diferenças biológicas e anatômicas reais entre os sexos - outra parte radicaliza o argumento e nega a própria Biologia.

Nesse sentido, diversos estudos realizados nas Ilhas Trobriands representaram uma primeira aproximação, quase intuitiva, às teorias que desconstroem radicalmente a ciência. Considerado um dos principais fundadores da Antropologia, Bronislaw Malinowski intrigou-se no começo do século passado com a exótica interpretação que os trobriandeses faziam da gravidez e do intercurso sexual. Para essa tribo, o homem através da relação sexual que mantinha com a mulher não era responsável pela geração de crianças. A implementação do bebê no corpo materno seria realizada a partir de espíritos oriundos exclusivamente do lado da mãe, de forma que a função do pai era a de "abrir o caminho", ficando excluído da ascendência sobre o novo ser. Além disso, os homens trobriandeses eram considerados responsáveis pelo crescimento e pela fisionomia das crianças, que seria formada a partir das relações sexuais que mantivessem com as mulheres grávidas.
Essa interessante interpretação sobre a reprodução humana abre caminho para pensarmos que a partir dos mesmos fatos (intercurso sexual, gestação e nascimento) inúmeras explicações e relações entre causa e efeito podem ser desenvolvidas pelas culturas. Assim, a compreensão do nascimento como decorrente da gestação, e esta última como consequência do encontro entre os gametas femininos e masculinos durante o intercurso sexual, não é uma decorrência inevitável do pensamento humano, mas sim uma particularidade do pensamento ocidental.

Por volta de meio século depois das investigações de Malinowski, Michel Foucault promoveu uma das principais críticas no sentido da desconstrução da ciência. O autor levou a já exposta ideia de Marcel Mauss (de que as técnicas do corpo seriam constituídas de um treino social) ao extremo. Afirma que não apenas os movimentos corporais são construídos socialmente e incutidos nos indivíduos, como também o próprio corpo é construído politicamente.

Para ele, absolutamente nada existe anteriormente ou externamente ao discurso humano. Toda a suposta realidade concreta só seria concebida pelos indivíduos a partir do "saber", sendo que esse saber é entendido pelo autor como uma relação de poder que designa, nomeia e confere sentido a todas as coisas. Sua ideia central é a de que não existe uma "natureza natural", ou seja, uma realidade anterior ao saberes e aos discursos humanos. Um bom exemplo nesse sentido é pensarmos que o câncer é uma enfermidade que tem uma presença relativamente recente no léxico da medicina. Antigamente, as pessoas que hoje dizemos que morreram em sua decorrência, morriam porque estavam velhas ou simplesmente sem que se soubesse o porquê. Apenas a partir do reconhecimento da existência dessa doença pela comunidade científica é que o câncer passou a existir no linguajar e no pensamento das pessoas. Da mesma maneira, os sintomas que hoje interpretamos como doença de Alzheimer ou como outras demências degenerativas eram simplesmente sinais de velhice, sem possuírem um sentido particular.

O essencial que os dois exemplos pretendem sugerir é de que apenas quando há um reconhecimento na sociedade de que certo elemento tenha um determinado sentido, que isso passa a estruturar a vida social e fazer parte da interpretação comum. Além disso, o reconhecimento dos sentidos das coisas (e também o reconhecimento da existência das próprias coisas) se realiza por meio de uma relação de poder. Assim, o saber ou o conhecimento, para Foucault, é sempre permeado por uma força porque designa positivamente o sentido das coisas.

Até esse ponto, deve ser coerente dizer que a teoria do autor implica em uma profunda crítica ao sentido da ciência, uma vez que nega seu aspecto de saber absoluto, neutro e apolítico, enfatizando a questão do poder que envolve diretamente todo o conhecimento que existe. Para essa concepção, ciência não é um aparato de técnicas imparciais, que descobre a realidade externa, imutável e objetiva. Muito pelo contrário, o argumento de Foucault sugere que a realidade que nos aparece como objetiva é, na verdade, construída por um saber inundado de poder.
Nesse mesmo sentido, a medicina seria um saber institucionalizado que implica em um controle dos corpos dos indivíduos na mesma medida em que impõe o sentido desses corpos. Assim, podemos começar a pensar na natureza supostamente diferente dos corpos femininos e masculinos como uma ideia longe de ser natural.

Para ilustrar a concepção foucaultiana de ciência, Heloisa Buarque de Almeida explica como ao longo da história da medicina diversos aspectos do corpo humano foram responsabilizados por determinados comportamentos. "No final do século XVIII, como mostra a autora Magali Engel, o comportamento feminino é imputado aos ovários. Quando a mulher é vista como tendo alguma perturbação mental, como louca ou como promíscua, o protocolo é tirar os ovários, mesmo que aparentemente estivessem saudáveis".

Depois, conforme completa a antropóloga, o útero surgiria como o maior culpado pelos problemas emocionais, e a forma de tratamento mais comum para os chamados desvios mentais se tornaria a extirpação desse órgão. "Já por volta dos anos 1940-1950, ganha proeminência a ideia dos hormônios. Aparece na medicina que o comportamento chamado masculino é gerado pela testosterona, que passa a explicar a virilidade, tanto do ponto de vista da potência sexual, quanto de um comportamento agressivo e dominador dos homens. Essa visão também explica o comportamento mais afetivo e carinhoso das mulheres como sendo algo gerado pelos hormônios", desenvolve.

Hoje em dia, nem mais os hormônios e tão pouco os órgãos reprodutivos: a força explicativa da ciência estaria na ideia dos genes, que passa a ser a causa maior da diferença sexual. "Os médicos indicam aspectos biológicos como determinantes do comportamento, mas esse lugar da natureza parece estar sempre mudando", finaliza a antropóloga.

Na mesma trilha de Foucault, Thomas Lacqueur dá forma ao argumento do filósofo. Em seu livro Inventando o Sexo, o autor, a partir de um levantamento de manuais de medicina e de outros escritos do campo afirma que até meados do século XVIII havia uma concepção de sexo único, "no qual homens e mulheres eram classificados conforme seu grau de perfeição metafísica, seu calor vital ao longo de um eixo cuja causa final era masculina."

Assim, segundo esse modelo que imperou até não muito tempo atrás, homens e mulheres não eram considerados fisicamente diferentes. Sua diferença era apenas em grau (homens tinham maior calor vital e maior perfeição). Essa concepção se manifestava nos manuais de medicina de tal maneira que não era descrita nenhuma forma de distinção anatômica entre os sexos. A convergência também se exprimia no fato de haver uma mesma nomenclatura para os órgãos que hoje são considerados específicos de cada um dos sexos. Lacquer afirma que "durante milhares de anos acreditou-se que as mulheres tinham a mesma genitália que os homens", com a diferença de que a genitália feminina ficava dentro do corpo, enquanto que a masculina era externa. Os lábios vaginais eram considerados equivalentes ao prepúcio masculino, o útero era a mesma coisa que o escroto e os ovários seriam uma transposição dos testículos.

Impressiona na descrição de Lacqueur que essa maneira de conceber os corpos como iguais prevaleceu à prática da dissecação, evidenciando que não se tratava de um conhecimento baseado na impossibilidade de ser enxergar os órgãos, mas sim em uma forma de olhar e de interpretar o corpo diferente da que impera atualmente.

Também bastante revelador desse modelo de sexo único é a ideia de que sendo a diferença entre homens e mulheres apenas de grau e não de natureza, poderia haver uma mudança de sexo: "as meninas podiam tornar-se meninos, e os homens que se associavam intensamente com mulheres podiam perder a rigidez e definição de seus corpos perfeitos, e regredir para a efeminação". Lacqueur apresenta um relato médico do século XVI que atesta para a possibilidade de se transitar entre os sexos: uma pessoa identificada até então inquestionavelmente como menina passa a apresentar um "pênis e um escroto externo".

O caso que seria explicado hoje como um exemplo de intersexo (ou seja, de um indivíduo que possui o aparelho reprodutor ambíguo e que pode desenvolver novos órgãos na adolescência) foi considerado, naquela época, como a prova da possibilidade de mudança sexual. Essa anedota evidencia que, diferente do que normalmente pensamos, não é a simples visão dos corpos que condiciona a teorização que se fará sobre eles posteriormente; é o modelo corrente na sociedade que determinará a imagem que nossos olhos farão do que está em nossa frente.

UM MUNDO PÓS-GÊNERO?

A filósofa Judith Butler* em sua obra Problemas de Gênero, agrega aspectos do pensamento de Foucault e de Lacquer para afirmar que gênero é sempre um ato performativo, que se constitui apenas nas o feminino e o masculino. Assim, travestis e drag queens evidenciariam a natureza performática do feminino e sua artificialidade, inclusive nas mulheres.

Para a autora, se gênero é performance, longe de se desenvolver livremente, é regulado por uma matriz que pressupõem coerência entre o sexo biológico, as atuações de gênero, o desejo e a prática sexual. Assim, pessoas com a genitália feminina devem ser mulheres que têm desejo por homens e que devem manter relações sexuais e afetivas exclusivamente com o sexo oposto. Além disso, não seria possível em nossa sociedade a inexistência de qualquer performance de gênero pelos indivíduos, uma vez que o pensamento ocidental, além de incapaz de aceitar as descontinuidades e incoerências provenientes das subjetividades que não se adéquam à norma, também seria inábil em parar de localizar os sujeitos em relação às opressoras categorias de feminino e masculino. Assim, mesmo que os indivíduos subvertam alguns aspectos dessas regras, ainda estariam se posicionando em relação a elas.
Apesar da visão antropológica que propõe uma igualdade radical entre os sexos, Butler parece apontar para uma dificuldade em nos desvencilharmos das categorias de gênero, que seriam ordenadoras de nosso pensamento. A persistência se afirma em um mundo que, ao mesmo tempo em que muda, continua reiterando as barreiras entre homens e mulheres.

Ainda assim, mesmo que a crítica da Antropologia não implique em uma verdadeira libertação das amarras mais profundas em relação aos papéis de gênero - tão pouco no fim da opressão das subjetividades humanas dissidentes e na aceitação das múltiplas formas de sexualidade -, a disciplina fornece, certamente, um intenso estímulo ao nosso pensamento e à nossa capacidade de conceber um mundo diferente daquele que se apresenta aos nossos olhos, especialmente a partir do contato com outras realidades culturais que nos maravilham com suas vastas possibilidades.

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O contraponto da psicanálise

As teorias antropológicas sobre gênero em alguns momentos concorrem e em outros se completam com as perspectivas de outros campos do saber como, por exemplo, o da História, o da Filosofia, o da Psicologia e o da Psicanálise. Esta última oferece uma série de reflexões sobre a formação da personalidade, inclusive em sua interface com o gênero. Em uma conversa com a psicóloga e psicanalista Magdalena Nigro, professora do curso de especialização em Sócio-Psicologia da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, tentamos nos aproximar da teoria psicanalítica:

Homens e mulheres são diferentes do ponto de vista psicológico?

Cada ser humano possui uma estrutura de personalidade própria. Segundo Freud, essa estrutura é composta pelo "id", "ego" e "superego". O "id" é o domínio da pulsão, do desejo. Porém, a realidade impõe limitações à satisfação do desejo, por exemplo, por meio das experiências de espera. Dessa maneira, do confronto do "id" com a realidade forma-se o "ego", que inicialmente é algo corporal e depois se torna uma estrutura psíquica. Já o "superego" é uma consequência do Complexo de Édipo e introduz a lei na vida da criança. Porém, a estruturação da personalidade ocorre de forma única em cada sujeito. Assim, as diferenciações de gênero aparecem ao longo do desenvolvimento do sujeito, em função desse processo de estruturação da personalidade.

Então, não nascemos sujeitos com gênero. Há um processo que causa essa diferenciação?

Nascemos com diferenças anatômicas. O corpo do homem e o corpo da mulher são diferentes. Mas a identidade de gênero, masculina ou feminina, é algo que no entendimento da psicanálise vai sendo construída ao longo do tempo, como consequência das vivências do sujeito na vida familiar e social.

Como as teorias psicanalíticas entendem o processo dessa diferenciação?
O bebê quando nasce recebe um nome de mulher ou de homem, segundo seu sexo biológico. Dessa forma será identificado como sendo do sexo feminino ou masculino. Porém, a identificação sexual e a identidade de gênero serão constituídas a partir das identificações, fundamentalmente, com o pai e com a mãe. Imitando o pai ou a mãe, brincando de professor/a, médico/a, etc., o menino e a menina ingressam no universo do feminino e do masculino por meio da identificação com essas figuras. No final do complexo de Édipo, a menina se identifica com a mãe, como mulher, e o menino com o pai, enquanto homem. Assim, projetam-se no futuro, para fora de sua família original, como homem ou mulher, iniciando seu caminho para a feminilidade ou masculinidade.

http://sociologiacienciaevida.uol.com.br/ESSO/Edicoes/33/artigo208724-1.asp
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Offline _tiago

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Re:O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)
« Resposta #1 Online: 30 de Dezembro de 2012, 21:03:25 »
Eu acho bom que você se prepare antes, diversificar suas fontes.
http://en.wikipedia.org/wiki/Sex_and_psychology
http://en.wikipedia.org/wiki/Gender_identity
http://en.wikipedia.org/wiki/Nature_versus_nurture
http://en.wikipedia.org/wiki/Gender_role

O assunto não está assentado. Você acredita que gênero é construção social. Muita gente não nega a influência, mas não a vê como única.

A psicanálise não é sequer ciência.

Offline AleYsatis

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Re:O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)
« Resposta #2 Online: 30 de Dezembro de 2012, 21:17:50 »
Eu acho bom que você se prepare antes, diversificar suas fontes.
http://en.wikipedia.org/wiki/Sex_and_psychology
http://en.wikipedia.org/wiki/Gender_identity
http://en.wikipedia.org/wiki/Nature_versus_nurture
http://en.wikipedia.org/wiki/Gender_role

O assunto não está assentado. Você acredita que gênero é construção social. Muita gente não nega a influência, mas não a vê como única.

A psicanálise não é sequer ciência.
Na verdade seria completamente impossível abordar o assunto a fundo sequer por uma linha, quem dera eu querer ficar falando de questões biológicas e o caramba. Tem que ser textos assim, de revistas de divulgação apenas, para trazer o tema. Eu dou aulas eventuais, nós não damos mais aula de acordo com uma matéria específica, eu monto um projeto de aulas e vou dando elas em qualquer turma, para cobrir os professores de qualquer outra matéria que faltarem...  Mas é obvio que nas discussões abordarei questões biológicas que forem surgindo até para desmontá-las...  :hihi:

E tenho uma dúvida também, na escola só se ensina ciência?? Creio que não, numa aula de biologia  o professor explicará essas questões por sua ciência, numa de filosofia-sociologia ensinaremos pela nossa... Na minha opinião uma das funções da filosofia é ensinar a ser mais critico e questionar o sensos comuns, como nas questões de gênero você pode ter certeza de que já pensam de forma "biologizada" então se faz necessário, na minha opinião, colocar para eles ao menos que existem pessoas que pensam diferente. É assim que a molecada vai formando pensamento critico ao perceber que nem todos seguem as mesmas "escolas" e tem as mesmas visões de mundo... Um professor de biologia não pode perder seu tempo já escasso para ficar teorizando sobre questões sociais em torno das questões biológicas que ele está ensinando...
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Offline _tiago

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Re:O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)
« Resposta #3 Online: 30 de Dezembro de 2012, 22:29:11 »
Aí é injusto, pô. Você citará questões biológicas pela perspectiva de quem as desconsidera e ainda há de desmontá-las?

Realmente, na escola não se ensina apenas ciência. Eu só acho que, neste caso da psicologia, municiar-se de informações cientificas seria mais honesto. As construções psicanalíticas podem incorrer em erros, vícios. Pior, suas construções (id, ego e superego) não são passíveis de demonstração e assim, de refutação. Ao invés de você ensinar, você estará viciando a perspectiva de seus alunos. E quando você ensina algo sobre ciência a pessoa está aprendendo a questionar o mundo.
Como referência do pensar sobre o homem, ensine de tudo. Mas jamais afirme que é verdade o que você está a ensinar. :P

Offline AleYsatis

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Re:O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)
« Resposta #4 Online: 31 de Dezembro de 2012, 00:03:04 »
Ta ai uma coisa que nunca faço, que é ensinar que algo é a verdade, tenho problemas com o conceito de verdade, acho perigoso e desnecessário. Aliás, isso é algo que sempre que toco em assuntos científicos também tento deixar claro para eles, faz parte desde desmonte científico que falei que tento fazer. Tendo ensinar eles a tomarem cuidado com os discursos de pretensa verdade da ciência. Falo que a verdade é apenas uma ideia, criada a mais ou menos uns 2600 anos apenas, e que tomada pela religião, pela filosofia e pela ciência são apenas ferramentas de controle, de manipulação e de poder... A própria ideia de verdade tem de ser questionada... Enfim, não se preocupe, se eu consigo numa aula o que pretendo, então aluno meu só ganha dúvida, jamais certeza  :hihi:

PS: Inclusive aprenderiam a ter dúvida desta sua afirmação de que todas as questões precisam passar pelo crivo e pelos métodos da ciência. Essa regra da falseabilidade que você quer que eu aplique nesta questão sociológica e psicológica é uma regra científica, mas não estou num aula de ciência então não me vale de nada aqui. Isso é coisa que sempre falo para eles também, tomarem cuidado porque vivemos num mundo cientificista, num mundo que matou deus apenas para colocar a ciência e seus métodos no lugar da crença e da certeza... Assim, já vou deixando eles preparados para quando um professor de biologia, por exemplo, afirmar algo como se fosse verdade absoluta, eles pensarem, mas espera ai, ninguém nem sabe se a verdade seequer existe como vou acreditar segamente no que esse veio ta falando... A ciência já disse que o sol girava em torno da terra, que o atomo era indivisivel e etc...  :P
« Última modificação: 31 de Dezembro de 2012, 00:24:59 por AleYsatis »
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Offline Barata Tenno

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Re:O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)
« Resposta #5 Online: 31 de Dezembro de 2012, 00:18:22 »
Afff..  onde você dá aula? Do para eu não recomendar pra ninguém.
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Offline AleYsatis

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Re:O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)
« Resposta #6 Online: 31 de Dezembro de 2012, 00:32:51 »
Afff..  onde você dá aula? Do para eu não recomendar pra ninguém.
Eu sou Nietzschiano, minhas aulas são a marretadas...  :biglol: Mas não se preocupe, minha meta obviamente não é ficar dando aula em ensino médio a vida toda né, pretendo seguir carreira acadêmica mas até lá vou ensinar muita molecadinha a andar de salto alto e a questionar TUDO que puderem, tanto as religiões tradicionais como a religião moderna (a ciência)...
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Offline Barata Tenno

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Re:O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)
« Resposta #7 Online: 31 de Dezembro de 2012, 00:36:16 »
Afff..  onde você dá aula? Do para eu não recomendar pra ninguém.
Eu sou Nietzschiano, minhas aulas são a marretadas...  :biglol: Mas não se preocupe, minha meta obviamente não é ficar dando aula em ensino médio a vida toda né, pretendo seguir carreira acadêmica mas até lá vou ensinar muita molecadinha a andar de salto alto e a questionar TUDO que puderem, tanto as religiões tradicionais como a religião moderna (a ciência)...

Putz..... afinal adolescente em.época de auto descoberta é um saco.... ainda bem que essa fase passar....
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Offline AleYsatis

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Re:O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)
« Resposta #8 Online: 31 de Dezembro de 2012, 00:39:59 »
Num é, não tem porque se preocupar, nós estamos em período de aprendizado e de experimentações mesmo...  :hihi:

Temos que aproveitar para se divertir e experimentar tudo antes de ficarmos caquéticos e amestrados como todo mundo fica...
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Offline Fabi

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Re:O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)
« Resposta #9 Online: 31 de Dezembro de 2012, 01:17:34 »
Mas é obvio que nas discussões abordarei questões biológicas que forem surgindo até para desmontá-las...  :hihi:

E tenho uma dúvida também, na escola só se ensina ciência?? Creio que não, numa aula de biologia  o professor explicará essas questões por sua ciência, numa de filosofia-sociologia ensinaremos pela nossa... Na minha opinião uma das funções da filosofia é ensinar a ser mais critico e questionar o sensos comuns, como nas questões de gênero você pode ter certeza de que já pensam de forma "biologizada" então se faz necessário, na minha opinião, colocar para eles ao menos que existem pessoas que pensam diferente. É assim que a molecada vai formando pensamento critico ao perceber que nem todos seguem as mesmas "escolas" e tem as mesmas visões de mundo... Um professor de biologia não pode perder seu tempo já escasso para ficar teorizando sobre questões sociais em torno das questões biológicas que ele está ensinando...
Se misturar questões sociais com biologia chegaremos a conclusões estúpidas como a eugenia, e de que sexo é questão social. Além do mais, isso não é útil, a biologia é uma ciência como química e física (sociologia e filosofia só Deus sabe o que é). Não adianta querer desconstruir as coisas e não dar nada em troca.

Sua postura como professor só vai ter um efeito, os alunos vão odiar a sociologia, filosofia, pós-modernismo e vão querer veementemente separar o social da "ciência". Os seus alunos religiosos vão ser aqueles que acharão a evolução apenas uma teoria, como se ela não tivesse sido estudada por anos e por centenas de cientistas no mundo inteiro e não tivesse trazido muitos benefícios para a humanidade.

Por que não ensina o que é uma teoria científica e como é o método científico de verdade? Por que essa fixação por gêneros?
« Última modificação: 31 de Dezembro de 2012, 04:13:31 por Fabi »
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Re:O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)
« Resposta #10 Online: 31 de Dezembro de 2012, 02:09:37 »
         Descostrucionismo é lixo, Lacan é lixo, Derrida é lixo, Foucould é lixo, pós-modernismo é lixo. Todas essas coisas são piores do que criaciacionismo e vieram na verdade da desilusão de ex-comunistas com o socialismo real (vulgarmente chamado comunismo) e que sentem que já que o comunismo não é uma teoria séria e verdadeira nada mais é, nada mais pode ser, e também não gostam dos argumentos verdadeiramente científicos contra o marxismo, como os de Karl Popper e além disso, precisam do relativismo para justificar as atrocidades comunistas e para justificar seus novos apoios a atrocidades como o apoio ao fundamentalismo islâmico e ao assassinato de crianças indígenas. São sádicos e psicopatas. Há um pouco também de resíduos nazistas de neo-nazistas nesse lixo de descontrucionismo, Lacan, Derrida, Foucould, pós-modernismos e todo esse tipo de lixo.
         E no caso desse tipo de coisa falada sobre "gêneros e sexo" nesse tipo de livro citado, acaba é tendo efeitos machistas, que levam a diminuir ou tirar a licença maternidade, a tirar leis como a de violência de gênero, a impedir que sejam implantadas políticas de conciliação, a fazer que as mulheres verdadeiras nos esportes tenham a concorrência desleal dos transexuais na ausência de hermafroditismo que é o equivalente a um dopping e também tenham mais riscos de sofrerem crimes em banheiros, camas de hospitais com elas estando em coma, abrigos-albergues gratuitos estatais ou de ONGs para sem-tetos ou inclusive em hosteis pagos por motivo de turismo para turistas, dado que 95% dos crimes hediondos do tipo violento são feitos por homens o que um transexual na ausência de hermafroditismo não deixa de ser, e depois isso leva também a homens nem sequer transexuais a fingirem ser travestis para abusar de mulheres em todos esses lugares. Mas é claro são esses mesmos lixos machistas que relativizam as atrocidades muçulmanas contra as mulheres, que também relativizam tudo isso.
           As verdadeira ciências da biologia, nas suas parte de etologia e de estudos do cérebro e dos hormônios e glândulas,e de sua derivada medicina e veterinária com as partes de neurologia e da endocrinologia mostram que tudo isso que os desse tipo de coisas citada nesse tipo de livro falam é charlatanismo, é besteira. Os que "descontroem " a ciência verdadeira, que vão viver no meio do mato, sem remédios nem nada do tipo.....
           Inclusive os próprios dados de coleta de dados antropológicos mostram que isso não tem nada a ver. Em 99,9% das culturas são os homens que fazem a guerra e os esforços que precisam de mais esforços físicos e no 0,01 em que não é assim, são lugares em que há um ambiente físico mais leve e/ou então em que na verdade as mulheres só estão fazendo essas coisas só para constar, só para parecer que as estão fazendo, mas na verdade por trás, são os homens que as fazem.
           E além do que, em todos os países com estatísticas sérias de criminalidade, uns 95% dos que fazem crimes hediondos do tipo violento são homens.
         
« Última modificação: 31 de Dezembro de 2012, 04:42:10 por LaraAS »

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Re:O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)
« Resposta #11 Online: 31 de Dezembro de 2012, 02:12:47 »

       Ah...outra coisa, essa coisa de querer fazer uma separação absoluta entre o social e o biológico no ser humano, que leva alguns a desprezarem a etologia, não passa de resíduos de religiões abrâmicas. Não há é sério isso, é como o criacionismo, resíduos de religiões abrâmicas tradicionais.

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Re:O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)
« Resposta #12 Online: 31 de Dezembro de 2012, 04:12:12 »
         E no caso desse tipo de coisa falada sobre "gêneros e sexo" nesse tipo de livro de citado, acaba é tendo efeitos machistas, que levam a diminuir ou tirar a licença maternidade, a tirar leis como a de violência de gênero, a impedir que sejam implantadas políticas de conciliação, a fazer que as mulheres verdadeiras nos esportes tenham a concorrência desleal dos transexuais na ausência de hermafroditismo que é o equivalente a um dopping e também tenham mais riscos de sofrerem crimes em banheiros, camas de hospitais com elas estando em coma, abrigos-albergues gratuitos estatais ou de ONGs para sem-tetos ou inclusive em hosteis pagos por motivo de turismo para turistas, dado que 95% dos crimes hediondos do tipo violento são feitos por homens o que um transexual na ausência de hermafroditismo não deixa de ser, e depois isso leva também a homens nem sequer transexuais a fingem ser travestis para abusar de mulheres em todos esses lugares.
Exatamente. Como eu já disse, classificar por sexos/gêneros tem uma utilidade e busca evitar esse tipo de coisa. Mesmo um transexual, que não tenha feito cirurgia de mudança de sexo, ainda possui seu respectivo órgão genital.

Mictórios são feitos para homens:


Se não estão contentes com o sexo que a mãe natureza deu, e querem ser sem gênero, então que sejam classificados assim. E deixem o feminino/masculino para os que querem (têm) sexo.
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Offline AleYsatis

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Re:O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)
« Resposta #13 Online: 31 de Dezembro de 2012, 15:24:35 »

Se misturar questões sociais com biologia chegaremos a conclusões estúpidas como a eugenia, e de que sexo é questão social. Além do mais, isso não é útil, a biologia é uma ciência como química e física (sociologia e filosofia só Deus sabe o que é). Não adianta querer desconstruir as coisas e não dar nada em troca.


A conclusão de que sexo é questão social é estupida para você que está partindo de pressupostos biológicos-científicos não é para outras "escolas" como a filosofia, a sociologia, a antropologia. Qual o problema que numa escola os adolescentes se deparem com formas diferentes de pensar o mundo? Repito a pergunta que fiz lá em cima, na escola só deve se aprender ciência?? Desconstruir é o que estou dando em troca, entenda essa visão cientifica todos eles já tem porque é a visão do censo comum, tanto é que quando começo a falar eles nunca sequer ouviram falar dessas hipóteses, acham absurdas como a maioria das pessoas a princípio: "Então quer dizer que ele está falando que não sou homem??" Mas esse é o objetivo ensinar eles a pensarem a questionarem, saber que todas as "verdades" que alguém lhes apresenta é uma construção baseada em um modelo de mundo, seja o cientifico seja o meu mesmo... Isso eu deixo bem claro também, a ideia de uma verdade científica é uma fantasia, exatamente como essa ideia de que ela é uma fantasia, essa própria ideia de desconstrução que proponho é também uma fantasia... Não existem verdades, nós criamos verdades de acordo com determinadas conveniências... Isso eu vou fazendo ficar bem claro nos assuntos que abordo em minhas aulas, afinal eu também desconstruo a filosofia... O propósito é deixar só dúvidas, e ter ensinado para eles o processo mesmo de criar e desconstruir verdades, para se tornarem mais críticos a tudo o que ouvem por ai.


Sua postura como professor só vai ter um efeito, os alunos vão odiar a sociologia, filosofia, pós-modernismo e vão querer veementemente separar o social da "ciência". Os seus alunos religiosos vão ser aqueles que acharão a evolução apenas uma teoria, como se ela não tivesse sido estudada por anos e por centenas de cientistas no mundo inteiro e não tivesse trazido muitos benefícios para a humanidade.

Por que não ensina o que é uma teoria científica e como é o método científico de verdade? Por que essa fixação por gêneros?
O pior é que no geral meus alunos gostam bem de mim viu, sou um dos únicos professores que não está reclamando de baderna na sala e essas paradas. E posso te garantir que no geral não estão odiando a filosofia-sociologia não, pelo contrário. Nas minhas aulas eu faço jogos, separo-os em grupos favoráveis e contrários aos assuntos para começarmos os debates, exponho os pontos e vamos discutindo, quem vai mudando de opinião troca de grupo, e no geral eles acabam assimilando bem o que apresento, já vou percebendo por amostragem. :hihi:

Quanto a esta pergunta: Por que não ensina o que é uma teoria científica e como é o método científico de verdade? Por que essa fixação por gêneros?

Me desculpe mas ela é absurda, não ensino ciência porque não sou cientista ué... Se não sou cientista e não concordo com todos os pressupostos desta como vou vou ensinar isso? Gênero não é só o que discuto, na minha proposta vamos falar de sexo, sexualidade, gênero, papeis sociais, orientações sexuais, controle social dos corpos e biopoder (o que inclui discutir aborto, drogas, eutanásia e toda manipulação social que pode ocorrer sobre as liberdades individuais) enfim... Não tenho porque ensinar ciência porque não sou cientista e nem tenho porque ensinar a história da filosofia mesmo que é para que estou me formando porque eles também já tem o seu professor de filosofia efetivo para isso.

Inclusive pretendo deixar uma aula para mostrar como tudo o que eu ensinei, não passando de discurso, foi também uma manipulação pelo poder. Durante as aulas como vou dividindo eles, vou percebendo que eles vão para o lado que eu quiser, essa é a verdade, eles não tem crítica. Falando sobre aborto uma das minhas turmas de 40 alunos tinha uns 35 contra, no final da aula tinha 13 que permaneciam completamente contrários em todos os casos... Eu pretendo mostrar isso para eles também, que numa aula em que eu quero ensinar um pouco de pensamento critico eles estão "comprando" o que eu quiser vender para eles, assim como eles fazem lá fora no mundo comprando o pesamento religioso e o cientifico sem qualquer critica também. Discurso é poder, e não passa disso, ninguém tem a verdade, e não vejo onde está o problema de ensinar isso as pessoas...
« Última modificação: 31 de Dezembro de 2012, 15:28:47 por AleYsatis »
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Re:O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)
« Resposta #14 Online: 31 de Dezembro de 2012, 15:39:05 »

Exatamente. Como eu já disse, classificar por sexos/gêneros tem uma utilidade e busca evitar esse tipo de coisa. Mesmo um transexual, que não tenha feito cirurgia de mudança de sexo, ainda possui seu respectivo órgão genital.

Mictórios são feitos para homens:



Dispositivo para mulher fazer xixi de pé:





E há muitos lugares com banheiros mistos, inclusive em muitas baladas aqui no Brasil mesmo... Não ouço falar que gerem estupros. Agora, MESMO que começar a gerar algum tipo de problema desse tipo, isso já seria uma boa forma de vermos o tipo de sociedade que nós construímos, uma sociedade que ensina as mulheres a se protegerem mas não ensina que o homem não pode estuprar. É aquele brincadeirinha que muitos pais fazem: "Segurem suas cabritas que meu bode ta solto"... Que lindo isso né?? Então se banheiros mistos começassem a a criar problemas nesse sentido seria uma boa hora para ensinar os homens a deixarem de ser animais, ao invés de separar todo mundo para evitar isso...

Veja o absurdo do que vocês estão falando, se não podemos misturar homens e mulheres, porque esses primeiros são uns animais que não vão conseguir se segurar e vão mexer com as mulheres, então teríamos sempre noticias de estupros em banheiros masculinos, afinal se 10% da população é gay, e gay usa o mesmo banheiro daquele sexo que lhe atrai, então não conseguiríamos nos segurar e ficaríamos mexendo e abusando dos héteros no banheiro...
« Última modificação: 31 de Dezembro de 2012, 15:43:05 por AleYsatis »
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Re:O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)
« Resposta #15 Online: 31 de Dezembro de 2012, 15:56:22 »
Mictórios são feitos para homens:



No começo da década passada parece que houve (ao menos nos EUA) uma espécie de "movimento" das mulheres a favor de instalarem mictórios em seus banheiros. Tinha uma série de coisas, desde usarem toda uma técnica de manipulação que deixaria uma pessoa que observasse a cena bastante desconfiada, até o uso de um dispositivo auxiliar, e por fim mictórios com um desenho um pouco diferente para serem unissex. Ouvi comentarem que instalaram mictórios em sanitários femininos em alguns lugares no Texas. Não necessariamente só no Texas, era uma texana comentando que já viu.


Mas isso não quer dizer nada no sentido de que não existem diferenças biológicas de sexo e gênero etc, só uma curiosidade.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)
« Resposta #16 Online: 31 de Dezembro de 2012, 16:25:14 »
Como os ultra-relativistas contestam a evidência de casos variados de redesígnio de gênero em crianças, e coisas do tipo? Casos de pênis decepados ou com má-formação congênita, reconstruídos como vaginas, em que os meninos cariotípicos não se adequaram ao sexo que lhes foi atribuído mesmo antes de saber do sexo natural. Acho que o exato inverso não ocorre, porém há também alguma analogia com casos de meninas que são expostas a níveis mais elevados de testosterona pré-natal, e também isso também acaba tendo implicações comportamentais na direção esperada por uma determinação biológica.

Eu mesmo vejo alguns problemas com essas observações e as interpretações, mas ao mesmo tempo não acho que devem ser completamente insignificantes*.


Acho curioso notar que esse discurso de "sexo inventado" é incompatível com a noção comumente defendida pelos progressistas de que homossexuais e até transexuais teriam "nascido assim". Não é possível defender que só os homossexuais e transexuais sejam tenham uma sexualidade biológica verdadeira enquanto que a maior parte da humanidade apenas a "inventa" arbitrariamente/culturalmente. Também é curioso notar que geralmente essa hipótese de opção/invenção é defendida pelos conservadores. A diferença é apenas a de avaliação moral dessa opção. Então, eles estão certos, os homossexuais e transexuais estão apenas inventando/posando por escolha?






* alguém sabe se há estudos parecidos sobre diferenças níveis de hormônios pré-natais em crianças sem esses tipos de problemas, preferencialmente com gêmeos, e preferencialmente com uma avaliação "cega" para evitar o viés de enxergar ou não-enxergar certas conclusões?

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Re:O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)
« Resposta #17 Online: 31 de Dezembro de 2012, 17:08:17 »
O fato de se dizer que é inventado não significa dizer que inventamos e escolhemos livremente o que queremos ser. Quando se fala que um homossexual nasceu assim, no meu entender é forma de dizer para acabar com aquela ideia errada de OPÇÃO SEXUAL. É para deixar claro que da mesma forma que um hétero não escolhe livremente, mas SENTE que nasceu assim, o Homo também SENTE que sempre foi assim, nos parece, a todos que já nascemos com nossa orientação sexual. Mas acho que ninguém fica afirmando que com os gays é algo biológico e com héteros algo inventado.

A sexualidade é um invenção para todo mundo, o que não significa que possamos escolher e mudar ao nosso bel prazer. Por vários motivos que envolvem sim o biológico, a química, os hormônios, o ambiente e o social, todo nós já fomos determinados ser homos ou héteros, nesse sentido que se diz que nascemos assim, todos. O que não inviabiliza a teoria de que a sexualidade seja em grande parte inventada. E veja nenhuma pessoa sensata vai descartar o biológico, a sexualidade biológica existe, o que questionamos é se os direcionamentos que essa sexualidade assume não tem grande influencia social. E mais, mesmo que não tenha e seja puramente biológica, isso está se referindo apenas ao objeto de desejo sexual, ou seja, se alguém gosta de homem ou de mulher, ou as características mais naturais de uma pessoa, agora qual a relação que pode ser PROVADA entre isso, ou seja a sexualidade e o "gênero" biológica e TODAS as demais características que são imputadas a um homem ou uma mulher? Quem falou que mulher gosta de rosa, deve ser vestir assim ou assado e não pode brincar de lutinha na infância, ser meio agressiva? Tudo isso é que são tidos como prováveis construções sociais, ninguém esta dizendo que não há NADA de biológica, mas que isso se há, não é responsável por tudo que somos.

Destes exemplos de redesígnio de gênero na infância, NENHUM se adéqua?? Se houver poucos casos ou apenas um que seja, já está provado que não é só o biológico que nos determina. Então alguns não se adequam a isso, como algumas pessoas que nascem de um sexo natural não se adequam a ele indo contra a tal determinação biológica e se tornando transgêneros ou homossexuais...
« Última modificação: 31 de Dezembro de 2012, 17:10:58 por AleYsatis »
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Re:O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)
« Resposta #18 Online: 31 de Dezembro de 2012, 17:43:14 »
[...]Tudo isso é que são tidos como prováveis construções sociais, ninguém esta dizendo que não há NADA de biológica, mas que isso se há, não é responsável por tudo que somos.

A impressão que eu tenho é que quase todo mundo defende que as coisas não são 100% biológicas ou sociais, mas de acordo com o grau que acha que essas coisas ocorrem, vai tentar sugerir que é o lado moderado, aceitando ambas as influências, e que o outro lado defende os 100% de determinismo por uma coisa ou outra. Ao mesmo tempo ambos os lados parecem se concentrar mais em enfatizar algo ser aparentemente mais numa direção, do que como é um meio-termo. Podendo dar até a impressão de defender 100% de causa de um lado. Isso parece ser mais comum com os defensores de influências sociais.



Citar
Destes exemplos de redesígnio de gênero na infância, NENHUM se adéqua?? Se houver poucos casos ou apenas um que seja, já está provado que não é só o biológico que nos determina.

Isso é mais ou menos como dizer, "não existe NENHUMA mulher mais alta que um homem? Se houver poucas ou ao menos uma que seja, está provado que não é só o biológico que determina a altura".

Pode ser que a adequação e a inadequação venham de uma combinação de desenvolvimento pós-natal e de características biológicas inatas. Talvez seja possível que aqueles que se adequam  por acaso já tivessem diferenças inatas dando maior compatibilidade ao sexo a que foi reassinalado. Bem como que peculiaridades dessa situação toda de deformidades e mutilações, e pais conscientes do sexo original inconscientemente, e contra a própria vontade, "sabotem" a adequação da criança.

Mas isso não precisa ser um "empate", a coisa pode pender mais para um lado ou outro, e me parece que é o biológico.



Citar
Então alguns não se adequam a isso, como algumas pessoas que nascem de um sexo natural não se adequam a ele indo contra a tal determinação biológica e se tornando transgêneros ou homossexuais...

Bem, esses que não se adequam ao sexo com que nascem possivelmente são também casos de diferenças biológicas inatas, não só de inadequação no sentido "social", acho que isso sim parece ser bem mais certo*. Essas diferenças são as que possivelmente coincidem nos casos em que ocorrer melhor adequação da redesignação sexual.


* Embora essas coisas todas parecem que nunca são diferenças dramáticas, mesmo entre os sexos "de verdade". Se imaginar as diferenças de anatomia cerebral, ou até hormonais, em duas curvas gaussianas, elas na maior parte do tempo não estariam totalmente separadas, um lado a curva da distribuição feminina e no outro a masculina, mas  largamente sobrepostas. Com muitos homens com cérebros "femininos" e mulheres com cérebros "masculinos", sem que isso esteja necessariamente acompanhado de inadequação pessoal ao gênero.

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Re:O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)
« Resposta #19 Online: 31 de Dezembro de 2012, 17:52:10 »
Você acha ou você pode provar? Essa é a questão, uns levam mais para o lado biológico, outro para o social e no fundo ninguém pode provar nada. Nós avaliamos as crianças redesignadas e vemos que umas se adequam outras não. Dai a nosso bel prazer, por puro achismo, ambos fazemos a mesma coisa, os que acreditam que são construçõesmais sociais vão dizer "ta vendo, alguns se adequaram"; os que acreditam mais em questões biológicas vão dizer do alto de suas bolas de cristal: "Nada ver os que se adequaram é porque já seriam transexuais se não houvesem sido operados... "

Há pequisas provando a influencia biológica-genética-hormonal que apoiam as diferenças e há observações antropológicas de várias culturas como as que eu trouxe aqui neste texto que mostram que o que nos parece determinado não existe ou pode estar invertido em outras culturas...

A que conclusão podemos chegar então? Aquela que quero mostrar mesmo para os meus alunos. TODOS FALAM A PARTIR DE SUAS CRENÇAS!! Inclusive eu  :hihi: Cade a verdade? Está com quem? As verdades que cada grupo apresenta são apenas verdades para aqueles que tem fé em suas premissas... Você mesmo falou várias ai "EU acho", "A minha impressão"

"Mas isso não precisa ser um "empate", a coisa pode pender mais para um lado ou outro, e me parece que é o biológico." Te parece é, então prove...
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Re:O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)
« Resposta #20 Online: 31 de Dezembro de 2012, 17:58:55 »
Veja o absurdo do que vocês estão falando, se não podemos misturar homens e mulheres, porque esses primeiros são uns animais que não vão conseguir se segurar e vão mexer com as mulheres, então teríamos sempre noticias de estupros em banheiros masculinos, afinal se 10% da população é gay, e gay usa o mesmo banheiro daquele sexo que lhe atrai, então não conseguiríamos nos segurar e ficaríamos mexendo e abusando dos héteros no banheiro...
Não é absurdo. Estamos falando que homens que não são gays e transexuais de verdade vão se aproveitar de uma situação frágil que os gays e transsexuais estão colocando as mulheres.

Homossexuais também são estuprados e existe uma linha de discussão sobre homossexualidade e pedofilia(você já deve conhecer) praticada com meninos. Então o mundo não é uma "purpurina", coisas horríveis acontecem toda hora. Realmente precisamos dessa separação entre homens e mulheres.

E eu já disse se você não quer participar disso então não participe, faremos uma categoria no-gender onde as pessoas que optarem farão parte. Mas a grande parte das mulheres não quer homens(gays e trans ainda são homens) em banheiros ou outras situações frágeis como hospitais, albergues... e prefere essa separação (claro sem exageros). O mundo é um lugar muito louco e perigoso, não podemos dar chance ao azar.
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« Resposta #21 Online: 31 de Dezembro de 2012, 18:01:08 »
Quem falou que mulher (...) não pode brincar de lutinha na infância, ser meio agressiva?
Os níveis de testosterona.
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Re:O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)
« Resposta #22 Online: 31 de Dezembro de 2012, 18:04:09 »
Pra que tentar resolver e mudar as situações né amiga, viva os guetos, as mulheres ficam seguras dentro e seus banheiros até saírem por suas portas, dai como não ensinamos de fato os homens que não podem ser animais que fazem o que bem entendem, então elas são estupradas lá fora... Interessante...

Interessante também para se proteger de possíveis fraudes de um estuprador se fingindo de transexual, condenar a trans de verdade a terem de usar um banheiro masculino como todo mundo sabendo o tratamento que essas recebem na sociedade por parte principalmente dos homens... Deve ser uma delícia ser uma transexual, se sentir mulher, ser obrigada a usar um banheiro cheio de homens numa sociedade em que esses homens adoram matar e espancar transexuais...

Conservadorismo é tudo, viva!!

PS: É o mesmo pensamento do policial lá que inspirou a onda de protestos das marchas das vadias. Dizer que se as mulheres não querem ser estupradas que não saim como vadias na rua. Para que ensinar que o homem que está errado, que é ele quem deve respeitar e não pode fazer o que quiser, que mulher também é dona do seu corpo e se tiver calor deve poder sair de peitos de fora como um homem, pra que né? Cubra as mulheres e culpe as estupradas... LINDO LINDO  :nojo:

« Última modificação: 31 de Dezembro de 2012, 18:16:12 por AleYsatis »
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« Resposta #23 Online: 31 de Dezembro de 2012, 18:05:43 »
Quem falou que mulher (...) não pode brincar de lutinha na infância, ser meio agressiva?
Os níveis de testosterona.

De forma ainda mais sugestiva para essa ideia, Margaret Mead*, em seu livro clássico Sexo e Temperamento, questiona as noções mais comuns dos papéis sexuais ao apresentar três sociedades na Nova Guiné. A autora toma como base o que considerou serem os padrões norteamericanos: o comportamento feminino seria caracterizado por ser "dócil, maternal, cooperativo, não agressivo e suscetível às necessidades e exigências alheias", e o comportamento masculino seria relativamente oposto a essa caracterização. Tomando esses padrões como referência, percebemos que cada uma das três tribos apresenta comportamentos diferentes para homens e mulheres. Dentre os Arapesh, por exemplo, tanto os homens como as mulheres exibiam uma personalidade que seria considerada feminina na sociedade norte-americana. Já os integrantes da tribo Mundugumor eram homens e mulheres "implacáveis, agressivos e positivamente sexuados, com um mínimo de aspectos carinhosos e maternais em sua personalidade", apresentando um tipo de comportamento que, segundo Mead, só seria encontrado em um homem norte-americano "indisciplinado e extremamente violento". Tchambulli é a terceira tribo apresentada pela autora e se caracteriza por uma diferenciação entre os sexos e uma clara inversão das expectativas de temperamento de nossa sociedade: a mulher é "o parceiro dirigente, dominador e impessoal, e o homem a pessoa menos responsável e emocionalmente dependente".
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Re:O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)
« Resposta #24 Online: 31 de Dezembro de 2012, 18:16:36 »
Quem falou que mulher (...) não pode brincar de lutinha na infância, ser meio agressiva?
Os níveis de testosterona.


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Abstract
Testosterone affects the behavior of adults, but little is known about how it might affect the behavior of children. The few available studies of children have focused on aggression, hyperactivity and other behavior disorders. The present study involved 37 normal children, 15 boys and 22 girls. Of these, 25 were prepubertal, age 3–8, and 12 were at the early stages of puberty, age 9–12. The children provided saliva samples for testosterone assay and their parents rated them on moodiness, attachment, sociability, hyperactivity/distractiblity and adaptability. Overall, testosterone was associated with high moodiness and low attachment. Testosterone was also associated with low sociability, but only in the prepubertal group. It appears that testosterone is related to independent and unsociable behavior in very young children and that this relation is moderated by the approach and onset of adolescence. Additional research is needed on causal relations between testosterone and behavior in children and on how early childhood testosterone levels might contribute to later adult behavior.



http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S019188699900149X


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http://www.readcube.com/articles/10.1186/1471-2431-2-5


 

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