Autor Tópico: O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)  (Lida 13003 vezes)

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Offline Freya

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Re:O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)
« Resposta #75 Online: 05 de Novembro de 2016, 23:50:18 »
Bem, eu tinha curiosidade especificamente sobre dimorfismos sexuais cerebrais já desde o nascimento ou pouco depois, que era o que tinha entendido.

Bem, o próprio Eli cita um artigo de Daphna Joel, em que ele demonstra que existem de fato diferenças cerebrais entre os sexos, porém prefere chamar de "'mosaico cerebral' inclassificável como masculino ou feminino".

Citar
"Rather, most brains are comprised of unique “mosaics” of features, some more common in females compared with males, some more common in males compared with females, and some common in both females and males.[...]

http://www.pnas.org/content/112/50/15468.short

Sabe o que isso me lembrou, assim, vagamente, mal comparando? O discurso dos criacionistas que tenta invalidar a evolução apenas porque hoje se diz que a "árvore da vida" de Darwin é inapropriada, porque na verdade uma "grande rede da vida" faz mais sentido à luz do atual entendimento acerca da evolução. Ora, não é porque a evolução se dá de maneira horizontal e vertical, de forma mais complexa do que se supunha, que significa que a teoria está errada. Da mesma forma, não é porque as diferenças entre os cérebros masculino e feminino se dão de maneira complexa (em "mosaico"), que significa que não existem diferenças entre eles que influenciam o comportamento.

Obviamente isso não significa que essas características sejam determinantes, mas que elas apenas existem, sim. E a biologia não muda porque algumas pessoas transitam entre os dois gêneros, ou porque não se identificam com nenhum dos dois, ou, ainda, têm identidade cadeira, ou transitam entre cadeira - girafa - feminino. rsrs


no máximo que essa direção também tem as mesmas chances de erros em simplificação ou generalização que aquelas no sentido oposto. Conforme alguns dos estudos que postei, mostrando que coisas que comumente, razoavelmente, iríamos assumir poderem ser diferenças genéticas, se devem a experiência/vivência.
(...)
Até porque as experiências decorrentes de coisas que incluem construções sociais modificam a biologia em si.

As coisas são tais que, é difícil fazer um resumo sucinto das aparências segundo os estudos, que não vá ser interpretado como defesa da predominancia forte de um determinismo ou outro por alguém... não ajuda a minha tendência em tentar apontar um pouco para o outro lado sempre que vejo alguém fazendo qualquer afirmação...

Sim, estou de pleno acordo.
Que o meio modifica nossa biologia já é sabido. O problema é que essa nova onda ativista tenta resumir os gêneros única e exclusivamente ao meio (na tentativa de dissolver a noção de gênero ou inventar inúmeros outros), algo que não é razoável diante de tantas evidências sobre a influência genética na maioria dos comportamentos (inclusive nos "femininos" e "masculinos". E note que tanto o Eli como a resenha do Cohen, em momento algum tendem ao determinismo biológico puro e simples, mas apenas ressaltam que não se pode ignorar o fator genético que existe, sim, para além das influências que a cultura pode acarretar na biologia e no 'comportamento de gênero'.

Tenho "favoritado" em algum lugar para ler algum dia um texto dele sobre não existir isso de "objetificação sexual", coisa que esbarrei um pouco depois de dizer a mesma coisa uma vez, talvez por aqui mesmo, acho. Achei curioso porque acho que ele é bastante bem visto pelo pessoal "justiceiro social virtual", ou não? :hein:

Isso é muito inesperado, porque parece que ele praticamente está repassando noções do mesmo nível daquelas do Pinker, que deve ser tido como "fascista eugenista" por uns 70-90% dos justiceiros sociais virtuais.

Não, é o contrário!! Os SJW (social justice warrior) odeiam ele!! haha

Ele tem uma página que satiriza os justiceiros e aponta os absurdos defendidos pelos xiitas. hahah
No facebook conseguiram derrubar a page 4 vezes, até que ele desistiu do face e mantém só o blog. Não adianta, o face derruba uma página sem analisar, basta que tenha denúncia em massa, e os SJW se organizavam e sempre conseguiam.

http://aventurasnajusticasocial.com/


« Última modificação: 05 de Novembro de 2016, 23:55:16 por Freya »

Offline Buckaroo Banzai

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Re:O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)
« Resposta #76 Online: 06 de Novembro de 2016, 00:23:51 »
Bem, eu tinha curiosidade especificamente sobre dimorfismos sexuais cerebrais já desde o nascimento ou pouco depois, que era o que tinha entendido.

Bem, o próprio Eli cita um artigo de Daphna Joel, em que ele demonstra que existem de fato diferenças cerebrais entre os sexos, porém prefere chamar de "'mosaico cerebral' inclassificável como masculino ou feminino".

Aparentemente estão falando de características não já em bebês recém nascidos, mas desenvolvidas depois, sob um ciclo retroalimentativo de diferentes ciclos hormonais e vivências.

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"Rather, most brains are comprised of unique “mosaics” of features, some more common in females compared with males, some more common in males compared with females, and some common in both females and males.[...]

http://www.pnas.org/content/112/50/15468.short

Sabe o que isso me lembrou, assim, vagamente, mal comparando? O discurso dos criacionistas que tenta invalidar a evolução apenas porque hoje se diz que a "árvore da vida" de Darwin é inapropriada, porque na verdade uma "grande rede da vida" faz mais sentido à luz do atual entendimento acerca da evolução. Ora, não é porque a evolução se dá de maneira horizontal e vertical, de forma mais complexa do que se supunha, que significa que a teoria está errada. Da mesma forma, não é porque as diferenças entre os cérebros masculino e feminino se dão de maneira complexa (em "mosaico"), que significa que não existem diferenças entre eles que influenciam o comportamento.

Obviamente isso não significa que essas características sejam determinantes, mas que elas apenas existem, sim. E a biologia não muda porque algumas pessoas transitam entre os dois gêneros, ou porque não se identificam com nenhum dos dois, ou, ainda, têm identidade cadeira, ou transitam entre cadeira - girafa - feminino. rsrs

Para mim a analogia com criacionismo está mais na simplificação do determinsmo do que nas tentativas de ênfase de contínuos e sobreposições. E de certa forma, o determinismo genético não deixa de ser em si um "outro" fixismo, literalmente, um "fixismo fenotípico".

Não me lembro se foi a Cordelia Fine, de quem acho que muito pouco se salva, mas alguém nesse "debate" menciona como as "diferenças" sexuais observadas em coisas como padrões de atividade cerebral são geralmente o resultado da remoção de toda a área em comum, o que de fato ajuda a perceber onde estão diferenças, mas também não é algo a que sempre se dá a devida atenção na literatura de divulgação, geralmente as coisas são mais "homens de Marte e mulheres de Vênus"*. A mesma metodologia em "altura" deve ser algo como dizer que homens têm 1,90m para cima e mulheres 1,50m para baixo. A ênfase na diferença não captura a realidade biológica, a caricaturiza.

(E claro, não estou dizendo que nada é genético, nem biológico, que é tudo fantasia, carnaval, e as pessoas só seguem esses costumes por causa da patriarquia capitalista neoliberal.)


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no máximo que essa direção também tem as mesmas chances de erros em simplificação ou generalização que aquelas no sentido oposto. Conforme alguns dos estudos que postei, mostrando que coisas que comumente, razoavelmente, iríamos assumir poderem ser diferenças genéticas, se devem a experiência/vivência.
(...)
Até porque as experiências decorrentes de coisas que incluem construções sociais modificam a biologia em si.

As coisas são tais que, é difícil fazer um resumo sucinto das aparências segundo os estudos, que não vá ser interpretado como defesa da predominancia forte de um determinismo ou outro por alguém... não ajuda a minha tendência em tentar apontar um pouco para o outro lado sempre que vejo alguém fazendo qualquer afirmação...

Sim, estou de pleno acordo.
Que o meio modifica nossa biologia já é sabido. O problema é que essa nova onda ativista tenta resumir os gêneros única e exclusivamente ao meio (na tentativa de dissolver a noção de gênero ou inventar inúmeros outros), algo que não é razoável diante de tantas evidências sobre a influência genética na maioria dos comportamentos (inclusive nos "femininos" e "masculinos". E note que tanto o Eli como a resenha do Cohen, em momento algum tendem ao determinismo biológico puro e simples, mas apenas ressaltam que não se pode ignorar o fator genético que existe, sim, para além das influências que a cultura pode acarretar na biologia e no 'comportamento de gênero'.

Ah, sim. Eu não tentei corroborar aquele "zoológico" todo de "gêneros" da imagem, não sei se deixei a impressão.
Mas mesmo essas, ou algumas dessas coisas que essas pessoas inventam podem ser "reais", no mínimo como são reais as associações, inclusive biológicas (novamente com problema da nem sempre verdadeira dicotomia de ovo ou galinha), com "tribos urbanas".

Acho meio curioso que o discurso tenha toda essa coisa de fluidez e inclassificabilidade, mas misturada a essas mini-tipologias múltiplas.




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Tenho "favoritado" em algum lugar para ler algum dia um texto dele sobre não existir isso de "objetificação sexual", coisa que esbarrei um pouco depois de dizer a mesma coisa uma vez, talvez por aqui mesmo, acho. Achei curioso porque acho que ele é bastante bem visto pelo pessoal "justiceiro social virtual", ou não? :hein:

Isso é muito inesperado, porque parece que ele praticamente está repassando noções do mesmo nível daquelas do Pinker, que deve ser tido como "fascista eugenista" por uns 70-90% dos justiceiros sociais virtuais.

Não, é o contrário!! Os SJW (social justice warrior) odeiam ele!! haha

Ele tem uma página que satiriza os justiceiros e aponta os absurdos defendidos pelos xiitas. hahah
No facebook conseguiram derrubar a page 4 vezes, até que ele desistiu do face e mantém só o blog. Não adianta, o face derruba uma página sem analisar, basta que tenha denúncia em massa, e os SJW se organizavam e sempre conseguiam.

http://aventurasnajusticasocial.com/


Pena, eu imaginava que talvez ele tivesse uma "receita" para sugerir realidades incompatíveis com as ideologias, de forma mais palatável.

Inesperado isso também, por que eu tinha praticamente "certeza" dele ser bem visto em algum lugar meio hiper-PC, meio como escreva-lola-escreva ou talvez o blog do Sakamoto, mas, impressão essa apenas em ter esbarrado uma vez ou outra em um lugar desses, que nem de longe freqüento, e achar que tinha lido algo positivo sobre ele, ou talvez até que ele participasse em algum blog nerd-PC coletivo.

Também surpreende ainda mais ele ser o dono dessa página.


Fiquei curioso agora, sobre se haveria alguém que hoje em dia consegue ainda ser relativamente aceito entre eles. Até ao menos antes do "elevatorgate" parece que isso era mais comum, mas de lá para cá tem praticamente um muro de Berlim ideológico virtual.







* Talvez por versões mais "neutras" das coisas não terem tanto apelo (apelo sexual?):

Citar
The gender similarities hypothesis.
Hyde JS.
Source

University of Wisconsin--Madison, Department of Psychology, Madison, WI 53706, USA. jshyde@wisc.edu
Abstract

The differences model, which argues that males and females are vastly different psychologically, dominates the popular media. Here, the author advances a very different view, the gender similarities hypothesis, which holds that males and females are similar on most, but not all, psychological variables. Results from a review of 46 meta-analyses support the gender similarities hypothesis. Gender differences can vary substantially in magnitude at different ages and depend on the context in which measurement occurs. Overinflated claims of gender differences carry substantial costs in areas such as the workplace and relationships.

Ainda algo relacionado:

<a href="https://www.youtube.com/v/b64qvG2Jgro" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/b64qvG2Jgro</a>


Offline Freya

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Re:O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)
« Resposta #77 Online: 06 de Novembro de 2016, 13:42:52 »
Aparentemente estão falando de características não já em bebês recém nascidos, mas desenvolvidas depois, sob um ciclo retroalimentativo de diferentes ciclos hormonais e vivências.

Sim, a única pesquisa com bebês que eu conheço é aquela que já mencionei. Essa é a pesquisa que diz que não tem como determinar o gênero analisando só o cérebro, embora várias diferenças tenham sido encontradas.

Para mim a analogia com criacionismo está mais na simplificação do determinsmo do que nas tentativas de ênfase de contínuos e sobreposições. E de certa forma, o determinismo genético não deixa de ser em si um "outro" fixismo, literalmente, um "fixismo fenotípico".

Com certeza!
A analogia gira em torno do determinismo cultural, da negação da influência genética.

Até porque se a construção do gênero dependesse exclusivamente do meio, os hermafroditas que sofreram cirurgia ainda bebês, quando médicos e famílias escolhem o sexo da criança e a criaram de acordo com ele, não teriam disforia de gênero. Alguns recebem até hormônios do sexo que foi escolhido, e mesmo assim não adianta. Isso demonstra que existe, também, um forte elemento genético na percepção da identidade.

Mas mesmo essas, ou algumas dessas coisas que essas pessoas inventam podem ser "reais", no mínimo como são reais as associações, inclusive biológicas (novamente com problema da nem sempre verdadeira dicotomia de ovo ou galinha), com "tribos urbanas".

Sim, para essas pessoas creio que seja algo bem real, mas não acho que seja um padrão observado na natureza humana a ponto de dissolver a ideia de gênero binário, isto é, creio que não haja a necessidade de reclassificar esse aspecto biológico apenas porque algumas pessoas (até mesmo biologicamente) não são binários. 

Entendo o ponto de vista de Anne Fausto-Sterlling e até concordo em vários pontos sobre a complexidade da determinação do gênero, sobre as políticas inclusivas e outras coisas, mas discordo da conclusão geral sobre a necessidade de reclassificação. Não sei... me incomoda muito essa insistência na reclassificação sem que haja uma base científica sólida para tal. Principalmente em tempos de ativismos relativistas extremos, que têm por hábito negar a ciência, a racionalidade e resumir tudo à ótica do observador.

http://www.geledes.org.br/nao-e-so-o-genero-que-e-socialmente-construido-o-sexo-biologico-tambem/#gs.DBzEdmI

Pena, eu imaginava que talvez ele tivesse uma "receita" para sugerir realidades incompatíveis com as ideologias, de forma mais palatável.

Inesperado isso também, por que eu tinha praticamente "certeza" dele ser bem visto em algum lugar meio hiper-PC, meio como escreva-lola-escreva ou talvez o blog do Sakamoto, mas, impressão essa apenas em ter esbarrado uma vez ou outra em um lugar desses, que nem de longe freqüento, e achar que tinha lido algo positivo sobre ele, ou talvez até que ele participasse em algum blog nerd-PC coletivo.

Também surpreende ainda mais ele ser o dono dessa página.

Fiquei curioso agora, sobre se haveria alguém que hoje em dia consegue ainda ser relativamente aceito entre eles. Até ao menos antes do "elevatorgate" parece que isso era mais comum, mas de lá para cá tem praticamente um muro de Berlim ideológico virtual.

Pois é, eu o conheci há pouco tempo por meio de compartilhamentos e por isso não sei se é bem visto no meio, mas reza a lenda que ele era ativista (da ala moderada, rs), e não sei exatamente em que momento ele abandonou o ativismo e passou apenas a atacar os SJW. rsrs

Acho que hoje em dia só quem for SJW ou cultuar autores pós modernos é aceito por eles. rsrs
« Última modificação: 06 de Novembro de 2016, 13:46:51 por Freya »

Offline Freya

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Re:O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)
« Resposta #78 Online: 06 de Novembro de 2016, 15:31:30 »
Coincidentemente acabo de me deparar com um outro artigo interessante.  :)

https://netnature.wordpress.com/2016/11/06/como-as-diferencas-de-sexo-masculino-e-feminino-emergem-no-cerebro/


(só parta ressaltar e não restar dúvidas, não estou advogando pelo determinismo biológico, mas apenas apontando para evidências de que possivelmente existam diferenças cerebrais entre os sexos)
« Última modificação: 06 de Novembro de 2016, 15:34:02 por Freya »

Offline Buckaroo Banzai

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Re:O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)
« Resposta #79 Online: 06 de Novembro de 2016, 17:41:38 »
Sem dúvida alguma existem diferenças sexuais em cérebros. Assim como existem diferenças profissionais entre cérebros, diferenças político-ideológicas entre cérebros, diferenças de "tribos urbanas" entre cérebros, diferenças idiomáticas entre cérebros. E, por extensão, até diferenças entre cérebros masculinos antes e depois de terem uma filha versus terem um filho.

https://www.scientificamerican.com/article/how-a-new-father-s-brain-changes/

http://www.telegraph.co.uk/women/mother-tongue/5377826/Fathers-of-daughters-become-more-left-wing-academics-claim.html

https://en.wikipedia.org/wiki/Biology_and_political_orientation
http://www.motherjones.com/politics/2013/02/brain-difference-democrats-republicans

Offline Freya

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Re:O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)
« Resposta #80 Online: 06 de Novembro de 2016, 18:43:46 »
Sim, existem. Inclusive as que influenciam no comportamento e identidade de gênero.

Rhyan

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Re:O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)
« Resposta #81 Online: 07 de Novembro de 2016, 09:29:50 »
Papel de gênero é constructo social, o gênero em si não. Existem diferenças cerebrais em bebês.

Exatamente, ia comentar isso. A pressão social por certos comportamentos não cria novos gêneros e nem relativiza os que existem. E muito menos transforma todo mundo em potencial transsexuais. A 'ideologia de gênero' é essa noção besta de que todos são tábulas rasas em definição de gênero, e a maioria só é cis por pressão social.

Rhyan

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Re:O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)
« Resposta #82 Online: 07 de Novembro de 2016, 09:41:42 »
Bizarro demais...
Citar
Nome neutro não basta para uma criação sem estereótipo de gênero, mas ajuda
http://estilo.uol.com.br/gravidez-e-filhos/noticias/redacao/2016/10/17/nome-neutro-nao-basta-para-uma-criacao-sem-estereotipo-de-genero-mas-ajuda.htm

Ficar vestindo uma criança como menina num dia e menino em outro não é um prato cheio pra criar distúrbios psicológicos nela?

Offline Gauss

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Re:O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)
« Resposta #83 Online: 07 de Novembro de 2016, 09:44:08 »
Bizarro demais...
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Nome neutro não basta para uma criação sem estereótipo de gênero, mas ajuda
http://estilo.uol.com.br/gravidez-e-filhos/noticias/redacao/2016/10/17/nome-neutro-nao-basta-para-uma-criacao-sem-estereotipo-de-genero-mas-ajuda.htm

Ficar vestindo uma criança como menina num dia e menino em outro não é um prato cheio pra criar distúrbios psicológicos nela?

Não teve um caso assim de um menino canadense que perdeu o pênis em uma cirurgia quando bebê, e passou a ser criado como menina, mas nunca se identificou como uma? O caso dele joga por terra essa teoria pós-moderna de contrução social de gênero.

https://pt.wikipedia.org/wiki/David_Reimer
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Rhyan

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Re:O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)
« Resposta #84 Online: 07 de Novembro de 2016, 11:04:19 »
Sim, eu postei acima. Mas nesse caso pegaram um menino com o pênis mutilado e o trataram como menina. Pegar uma criança, dar um nome neutro e tratá-la cada dia de uma forma vai gerar outros tipos de danos, não? Ou a criança vai logo manifestar seu gênero.

Offline DDV

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Re:O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)
« Resposta #85 Online: 07 de Novembro de 2016, 11:20:08 »
É bom lembrar que o autor do tópico era um autodeclarado troll, e que seus tópicos tinham a intenção de 'causar' apenas (segundo o próprio). Provavelmente não representam a sua 'verdadeira' opinião, e portanto tentar debater contra eles é desnecessário.

Lembro que eu percebi a trolagem cedo e dei umas 'chamadas' nele, mas na época a moda aqui era tratar os homossexuais e transgêneros como se fossem judeus recém-saídos de um campo de concentração, e fui severamente advertido. Dias depois ele confessou q tava trolando o tempo todo.
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline Buckaroo Banzai

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Re:O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)
« Resposta #86 Online: 07 de Novembro de 2016, 12:58:53 »
Bizarro demais...
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Nome neutro não basta para uma criação sem estereótipo de gênero, mas ajuda
http://estilo.uol.com.br/gravidez-e-filhos/noticias/redacao/2016/10/17/nome-neutro-nao-basta-para-uma-criacao-sem-estereotipo-de-genero-mas-ajuda.htm

Ficar vestindo uma criança como menina num dia e menino em outro não é um prato cheio pra criar distúrbios psicológicos nela?

Não teve um caso assim de um menino canadense que perdeu o pênis em uma cirurgia quando bebê, e passou a ser criado como menina, mas nunca se identificou como uma? O caso dele joga por terra essa teoria pós-moderna de contrução social de gênero.

https://pt.wikipedia.org/wiki/David_Reimer

Não, o caso joga por terra a teoria de maleabilidade absoluta de identificação de gênero.



Diga-se de passagem, mencionei isso lá pela segunda página do tópico, talvez na minha primeira mensagem:

Como os ultra-relativistas contestam a evidência de casos variados de redesígnio de gênero em crianças, e coisas do tipo? Casos de pênis decepados ou com má-formação congênita, reconstruídos como vaginas, em que os meninos cariotípicos não se adequaram ao sexo que lhes foi atribuído mesmo antes de saber do sexo natural. Acho que o exato inverso não ocorre, porém há também alguma analogia com casos de meninas que são expostas a níveis mais elevados de testosterona pré-natal, e também isso também acaba tendo implicações comportamentais na direção esperada por uma determinação biológica.

Eu mesmo vejo alguns problemas com essas observações e as interpretações, mas ao mesmo tempo não acho que devem ser completamente insignificantes*.


Acho curioso notar que esse discurso de "sexo inventado" é incompatível com a noção comumente defendida pelos progressistas de que homossexuais e até transexuais teriam "nascido assim". Não é possível defender que só os homossexuais e transexuais sejam tenham uma sexualidade biológica verdadeira enquanto que a maior parte da humanidade apenas a "inventa" arbitrariamente/culturalmente. Também é curioso notar que geralmente essa hipótese de opção/invenção é defendida pelos conservadores. A diferença é apenas a de avaliação moral dessa opção. Então, eles estão certos, os homossexuais e transexuais estão apenas inventando/posando por escolha?






* alguém sabe se há estudos parecidos sobre diferenças níveis de hormônios pré-natais em crianças sem esses tipos de problemas, preferencialmente com gêmeos, e preferencialmente com uma avaliação "cega" para evitar o viés de enxergar ou não-enxergar certas conclusões?

Offline Gauss

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Re:O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)
« Resposta #87 Online: 07 de Novembro de 2016, 13:14:07 »
Não, o caso joga por terra a teoria de maleabilidade absoluta de identificação de gênero.

E não é isso que os defensores pós-modernistas dizem? Que gênero é construído(maleabilizado) pela sociedade?

Esse texto tem um trecho que fala sobre isso, em relação à pseudociência da "Construção Social de Gênero":
https://www.universoracionalista.org/revista-galileu/
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Freya

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Re:O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)
« Resposta #88 Online: 07 de Novembro de 2016, 17:10:57 »
Papel de gênero é constructo social, o gênero em si não. Existem diferenças cerebrais em bebês.

Exatamente, ia comentar isso. A pressão social por certos comportamentos não cria novos gêneros e nem relativiza os que existem. E muito menos transforma todo mundo em potencial transsexuais. A 'ideologia de gênero' é essa noção besta de que todos são tábulas rasas em definição de gênero, e a maioria só é cis por pressão social.

Enquanto seres biopsicossociais que somos, certamente existe influência do meio na definição do comportamento de gênero e na própria percepção da identidade. Mas certamente também existe influência genética, e, portanto, é errado ignorar a biologia em prol de causas sociais e ideologias políticas e filosóficas, que é o que vejo acontecendo no seio de certos movimentos ativistas.
Os pós modernos odeiam a ciência, pregam um relativismo extremo, querem que a vivência pessoal e subjetiva de cada um seja aceita como uma verdade objetiva, isto é, eles negam a racionalidade e ainda se orgulham disso.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:O sexo inventado! A construção dos Gêneros (Sociologia Ed. Escala)
« Resposta #89 Online: 07 de Novembro de 2016, 23:29:57 »
Não, o caso joga por terra a teoria de maleabilidade absoluta de identificação de gênero.

E não é isso que os defensores pós-modernistas dizem? Que gênero é construído(maleabilizado) pela sociedade?

"Maleabilizado" e "construído" são coisas diferentes.

As roupas que você veste certamente são produto da construção social da moda, mas ao mesmo tempo sua escolha de roupas pode ser praticamente 100% maleável, a menos que você seja bem radical quanto a sua "identidade de estilo".

O seu paladar, por outro lado, apesar de também ser produto de construções sociais do seu meio e experiência, tem boas chances de ser consideravelmente menos maleável, sendo muito mais difícil se adaptar a comer coisas diferentes daquelas que prefere, mesmo que existam pessoas que, vivendo sob diferentes condições, tenham desenvolvido gosto por esses pratos.

Você também pode ficar absolutamente fluente em um outro idioma, mas uma varredura do seu cérebro ainda mostrará que não é seu idioma nativo, então é algo que tem tanto um aspecto de rigidez quando de "maleabilidade".


Se os pós-modernistas dizem que "gênero" é tão maleável quanto só trocar de roupa, estão simplesmente errados, mas ainda assim isso não exclui haver construção social de gênero, isso é, de valores, expectativas, sociais/culturais (não necessariamente dissociadas de qualquer raiz biológica ou ecológica), do que é adequado às pessoas de acordo com seu sexo.





Modificações cerebrais pela experiência (no meio social) acontecem o tempo todo (e durante a infância, havendo inclusive o "período crítico", termo "coincidentemente" usado também quanto ao aprendizado de um idioma), não só com aspectos bem delineados da vida, e vai incluir também aspectos sociossexuais.

Citar
https://en.wikipedia.org/wiki/Imprinting_(psychology)

Sexual imprinting

Sexual imprinting is the process by which a young animal learns the characteristics of a desirable mate. For example, male zebra finches appear to prefer mates with the appearance of the female bird that rears them, rather than that of the birth parent when they are different.[7]

Sexual attraction to humans can develop in non-human mammals or birds as a result of sexual imprinting when reared from young by humans. One example is London Zoo female giant panda Chi Chi. When taken to Moscow Zoo for mating with the male giant panda An An, she refused his attempts to mate with her, but made a full sexual self-presentation to a Russian zookeeper.[8][9]

It commonly occurs in falconry birds reared from hatching by humans. Such birds are called "imprints" in falconry. When an imprint must be bred from, the breeder lets the male bird copulate with his head while he is wearing a special hat with pockets on to catch the male bird's semen. Then he courts a suitable imprint female bird (including offering food, if it is part of that species's normal courtship). At "copulation" he puts the flat of one hand on her back to represent the weight of a male bird, and with the other hand uses a pipette, or a hypodermic syringe without a needle, to squirt the semen into her cloaca.[10][better source needed]

Sexual imprinting on inanimate objects is a popular theory concerning the development of sexual fetishism. For example, according to this theory, imprinting on shoes or boots (as with Konrad Lorenz's geese) would be the cause of shoe fetishism.



Citar


https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC387823/

Emergence of a Peaceful Culture in Wild Baboons

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Surprisingly, even though no adult males from the 1983–1986 period remained in the Forest Troop in 1993 (males migrate after puberty), the new males exhibited the less aggressive behavior of their predecessors. Around this time, Sapolsky and Share also began observing another troop, called the Talek Troop. The Talek Troop, along with the pre-TB Forest Troop, served as controls for comparing the behavior of the post-1993 Forest Troop. The authors found that while in some respects male to male dominance behaviors and patterns of aggression were similar in both the Forest and control troops, there were differences that significantly reduced stress for low ranking males, which were far better tolerated by dominant males than were their counterparts in the control troops. The males in the Forest Troop also displayed more grooming behavior, an activity that's decidedly less stressful than fighting. Analyzing blood samples from the different troops, Sapolsky and Share found that the Forest Troop males lacked the distinctive physiological markers of stress, such as elevated levels of stress-induced hormones, seen in the control troops.

[...]


E nos posts anteriores teve mais coisa relacionada a como não somos só robôs perfeitamente programados pelos genes, mas que vivência, sujeita a construções sociais de todos os tipos, pode fazer as pessoas ou culturas inteiras fugirem do que se possa supor serem padrões biológicos de gênero.

Não de uma maneira super-louca-revolucionária-chiquérrima-um-arraso-poderosa mágica e completamente dissociada de fatores genéticos demodês, mas mais algo no sentido que os genes são "âncoras" com folga maior e/ou peso menor do que se poderia supor. Ao mesmo tempo que não-genético nem significa não-biológico, uma "escolha" de alguma forma "livre" da biologia. A biologia apenas acaba tendo como variável muito significativa a experiência individual, como conhecido a partir da pesquisa clássica em imprinting comportamental/psicológico.

Isso não se dá necessariamente de forma que vá sempre tender a fugir do que se suponha que vão ser tendências ou determinações biológicas, na verdade,  a própria cultura como comportamento humano, imitação e policiamento de desvios, desde a infância, pode até ajudar a reforçar as principais tendências de raízes biológicas, mesmo nos desvios inatos em variados graus.

 

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