Apesar de não ter sido direcionada para mim, eu gostaria de tecer alguns comentários.
Sempre bem vindo. Não tenho muita prática com este tipo de desmembramento de discurso que você faz, mas tentarei responder o melhor que puder. Em algumas das suas questões pede para colocar referencias e fontes confiáveis. Isso pode me levar algum tempinho. Espero que não tenha problemas para ler em espanhol, a maior parte das fontes de dados concretos sobre a Bolívia não tenho encontrado em português. E não é do meu estilo colocar como referencia blogs ou artigos de opinião de Carta Maior ou coisas parecidas (ainda que fosse até bom como contraponto de Veja/Globo).

Eu não enxergo nenhum problema, mas há relatos inúmeros de que parte da população foi manipulada por meio de assistencialismo.
Então eu pergunto: Quando um político de direita faz isto é uma atitude condenável e quando um esquerda faz, ela não é.
Porquê?
Que tipo de relatos? Tem algum link para eu conferir esse tipo de acusação?
Não acabo de entender muito bem essas tentativas de demonizar o chamado “assistencialismo”. Existe assistencialismo bom e ruim, ou é sempre ruim?
Eu apoio ajuda diretas do estado em casos que possam ser considerados emergenciais. No caso da Bolívia os níveis de pobreza são brutais e penso que tais ajudas diretas são muitas vezes imprescindíveis (construção de moradias, ajudas para a escolarização, comida, água, etc., etc.). Lógico que não podem ser consideradas como solução e parar por aí. Devem estar acompanhadas por ações ao longo prazo e na maioria dos casos deveriam nascer já com uma espécie de data de vencimento.
Não sei se isso tem a ver ou não com a sua pergunta.
Combativo? Em relação a que exatamente?
Em relação à injustiça e desigualdade social. Em relação à exploração, repressão e morte do povo indígena da Bolívia. Em relação à crueldade intrínseca do neoliberalismo brutal aplicado na Bolívia nos últimos anos. Em relação a ... Recomendo dar uma lida na biografia de Evo Morales. Wikipedia é o que é, mas pode ser um bom começo:
http://es.wikipedia.org/wiki/Evo_MoralesQual é a ideologia dele meu caro Javier P?
A de um socialismo anacrônico e que o Estado tem de ser forte em meio a um povo destituído de cultura e educação e, por isto, facilmente manipulável por políticos de todos os espectros, incluindo o atual presidente?
A de um "anti-neo-liberalismo" mas que flerta com regimes essencialmente centralizadores, potencialmente ditatoriais e certamente muito corruptos, dada a fraqueza das instituições bolivianas?
Hmmmm. Não acho que seja tão fácil assim manipular o povo indígena boliviano. Eu conheço eles e é um povo bravo, viú. E muito pelo contrario, a nova constituição outorga a eles muito mais poder e autonomia do que nunca tiveram (aquilo do Estado Plurinacional que falei).
E sobre isso do socialismo ser anacrônico ... bom, no mínimo você deve reconhecer que existem opiniões contrarias. Somos vários os que consideramos que não é assim. Uns com idéias mais totalitárias, com as quais discordo completamente, e outros com idéias mais democráticas, com algumas das quais concordo. Está sendo reformulado aos poucos em alguns lugares. Às vezes com maior e outras com menor sucesso e pelos dados, parece que Bolívia não está indo muito mal por enquanto.
Por favor aponte um só programa de Estado em andamento em que seja contemplada a melhoria na capacidade educacional e técnica do povo boliviano, em especial de suas principais vocações naturais, como o turismo.
E desconsidere qualquer programa de caráter assistencialista, tão caro a qualquer regime populista, seja ele da esquerda (em que quase sempre é toda anacrônica) ou da direita mais retrógrada.
Uma pergunta meio estranha, mas tudo bem:
Programa COUNIT.
http://www.vicepresidencia.gob.bo/spip.php?page=proyecto&id_proyecto=3Já sobre isso de “o turismo ser uma das principais vocações naturais” do povo boliviano...
Desculpe Javier P, mas o que isto (estado-plurinacional) significa realmente?
Se for uma maior participação das comunidades indígenas, frequentemente relegadas a segundo-plano eu concordo. Mas certamente elas não podem, sozinhas, começar a dar o 'norte' da política macroeconômica da Bolívia.
A declaração do Estado Plurinacional da Bolívia aconteceu em 2009, com a aprovação por referendum da nova constituição. Nela se redefiniu o modelo de estado. O poder foi descentralizado em muitos níveis e os indígenas (enorme maioria da população) ganharam direitos e participação no poder que antes não tinham. Levaria-me muito tempo explicar todos os detalhes. Recomendo dar uma lida, ainda que rápida, neste link sobre a constituição de 2009:
http://es.wikipedia.org/wiki/Constituci%C3%B3n_Pol%C3%ADtica_del_Estado_de_Bolivia_de_2009
Eu não lembro quais foram as multinacionais que ele enfrentou com exceção da Petrobrás, que teve uma parte de seu patrimônio local expropriado, em um flagrante desrespeito a contratos firmados entre entes autônomos, capazes e soberanos.
Rápida relação de nacionalizações e renegociações de contratos:
- 1º de mayo de 2006: se emitió el decreto "Héroes del Chaco" en que se declara el fin del "saqueo de los recursos naturales" y comienzo de un “proceso de nacionalización de los recursos del país”. Los hidrocarburos se presentaron como el objetivo principal de las nacionalizaciones, específicamente, las reservas de gas, principal fuente de divisas del país. El presidente comenzó la negociación de nuevos contratos de explotación con las empresas extranjeras.
- En octubre de 2006 se reestatizó la mina de estaño de Huanuni.
- En enero de 2007 se rescindió el contrato de Aguas del Illimani, una empresa de servicios de agua y saneamiento al departamento de La Paz, hasta ese momento en manos de la empresa francesa Lyonnaise des Eaux.
- En febrero de 2007 se reestatizó el Complejo Metalúrgico Vinto que estaba en manos de la minera Sinchi Huayra, subsidiaria de la suiza Glencore International.
- En 2008, se nacionalizó Entel, la mayor telefónica en Bolivia, hasta ese momento filial de la italiana Telecom, definiéndose como los dos objetivos principales de la nacionalización “hacer de las telecomunicaciones un derecho humano y que Entel sea una empresa rentable, competitiva y líder del sector”.
- En 2008 el estado boliviano adquirió la totalidad de la Compañía Logística de Hidrocarburos Boliviana (CLHB) de capitales alemanes y peruanos.
- El 1º de mayo de 2008 el estado boliviano concretó la compra de más del 50% de las acciones de la petrolera Andina, hasta ese entonces filial de Repsol YPF. En octubre de 2008, la firma española firmó un acuerdo con la estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) para iniciar la gestión compartida de YPFB-Andina, en la que Repsol YPF tenía participación minoritaria. También se recuperó la mayoría accionaria (51%) de Chaco, filial de British Petroleum y el 50% de las acciones de la petrolera Transredes, a cargo de la distribución de hidrocarburos, administrada hasta ese momento por la empresa británica Ashmore y la empresa anglo-holandesa Shell.
- El 1º de mayo de 2009 se estatizaron todas las acciones de la empresa AIR BP Bolivia, encargada del servicio de suministro de combustibles de aviación en los aeropuertos, hasta ese momento filial de la empresa británica BP.
- El 1º de mayo de 2010 se inició el proceso de estatización del sector eléctrico comenzando con la estatización de las generadoras de electricidad Corani, Valle Hermoso y Guarachi a la Empresa Nacional de Electricidad (ENDE). Corani era administrada por Ecoenergy Internacional, subsidiaria de la empresa francesa GDF, mientras que la empresa británica Rurelec PLC tenía el 50 por ciento de las acciones de Guarachi. La mitad de las acciones de Valle Hermoso pertenecía a la empresa The Bolivian Generating Group, cuyo grupo inversor era Panamerican de Bolivia. También se estatizó la cooperativa distribuidora Empresa de Luz y Fuerza Eléctrica de Cochabamba.
- El 1º de septiembre, se decretó la estatización de la tercera parte de acciones de Fancesa, principal cementera del país. Sus inversionistas eran Samuel Doria Medina y el Grupo de Cemento Chihuahua (GCC). En enero de 2012 se nacionalizó la participación de la petrolera PAE a favor de la empresa estatal YPFB-Chaco
- El 1º de mayo de 2012 durante el acto por el Día del Trabajador el presidente, el presidente de Bolivia, Evo Morales, dio a conocer nacionalización de la Transportadora de Electricidad SA, en manos hasta ese momento del grupo español Red Eléctrica. 26
... Você pode discordar de mim, sem dúvida. Quer expor seus argumentos? Faça, mas não apele para este tipo de resposta ridícula.
Sem comentários, porque esta resposta não foi direcionada para mim.
Não entendo muito bem o sentido de você colocar este comentário “sem comentários”. Poderia explicar?
Arrumando mais um tempinho, e sempre que você continuar interessado, poderia ampliar esta informação.