Quanto à última resposta do Agnóstico, a mim endereçada ,)
Opa, mals aê de novo, acabei trocando as bolas: o aeroporto que estava faltando não era o primeiro da lista, era o segundo; o primeiro é o já citado aeroporto de Seul que é de propriedade da prefeitura daquela cidade: o segundo, que realmente estava falatando, era o de Singapura, que sim, também é estatal. Ou seja: o tópico tem a mensagem implícita de que a má gestão dos aeroportos brasileiros se deve à gestão estatal destes e que a grande solução é privatizá-los. Para isto apresenta uma lista de comparação entre os serviços aeroportuários mundiais cujos 5 melhores qualificados são aeroportos estatais. Para mim isto não parece ok.
Em outro tópico para refutar a menção da Telefônica (que ok, não é mais uma estatal, mas, até 4 anos após a compra das estatais brasileiras, era) um forista afirmou que "com certeza na época de estatal a Telefõnica servia de cabide de empregos e era deficitária na Espanha", agora o mesmo mudou de idéia e diz que "com certeza nos países desenvolvidos é óbvio que as estatais não servem de cabides de emprego e não são deficitárias".
Repito o que falei na primeira postagem lá no outro tópico: não sou contra a atividade privada na maioria dos setores: se acham que a culpa dos maus serviços da Infraero é da adminsitração estatal, nada contra a iniciativa privada comprar uma área de campo aberto nos arredores do Rio e construir um aeroporto com melhor infraestrutura e serviços mais eficientes geridos (ou não) para concorrer com o Galeão. Nada de muito contra nem à iniciativa privada, estando com preguiça de começar um projeto do zero, comprar toda a estrutura de aeroportos já existentes desde que pague por eles o real valor e não preço de sucata.
Agora, para julgar o que está em debate, se de fato empresas privadas são francamente vantajosas em relação a empresas públicas para a população como um todo, eu tenho que levar em consideração os exemplos de privatização aqui e mundo a fora, os exemplos de não privatização aqui e mundo afora, considerar os caso positivos e negativos (e em que aspectos foram positivos ou negativos).
Não dá pra ignorar os casos feios e pegar os bonitinhos; não dá pra livrar a cara dos casos feios de privatização nacional usando o mesmíssimo argumento que se levanta para condenar os casos de ainda não privatização.
Repito: exemplos como as teles, o Metrô Rio, a Super Via (transporte ferroviário de passageiros do Rio), a Light e a Ampla (energia elétrica do Rio), o Engenhão (estádio de futebol concedido a um clube logo após sua construção a um custo bilionário pela prefeitura do Rio), as dezenas de estradas privatizadas, et cetera não me demonstram de modo algum uma vantagem clara da admnistração privada sobre a pública (e não estou dizendo de modo algum que o inverso seja verdadeiro, não tenho dito isso aqui em tópico algum). Exemplos internacionais também não me dizem nada sobre o que é o tema do tópico. Ou seja: serviços privados são generalizadamente melhores que os públicos? Minha resposta baseada na minha observação tanto do cenário nacional quanto do internacional: nem aqui nem na China.
É engraçado que no outro tópico os bons exemplos para refutar os maus exemplos supracitados tenham sido Embraer e Vale: confesso que sou absolutamente inábil para comparar estas duas empresas antes e depois da privatização, mas é interessante que ambas sejam empresas que não prestam serviço direto ao "público" (sei, ambas têm um público, mas este público, pelo menos do ponto de vista direto não somos a maioria de "nozes"). O que me lembra (eu quase me esqueço) que talvez também tenhamos posições viciadas sobre como avaliar a melhora ou não de uma empresa desestatizada: eu, réles mortal, avalio mais pelo lado de se os vagões estão mais ou menos lotados, se os picos de energia são mais ou menos comuns, se o preço cabe mais ou menos no meu bolso, se os serviços são prestados a uma parcela mais ou menos seleta e exclusiva da população, se as viagens estão mais ou menos barulhentas e se esperar cinco anos pela linha telefônica em 1995 é mesmo algo muito diferente de esperar cinco anos pelo sinal de banda larga em 2013.
Pessoas com um perfil menos popular tenderão a ver as questões a partir de outros referenciais (não estou sendo irônico).
Que no Brasil há a lei de Gérson entranhada em nossas veias? Que somos o maldito país do jeitinho? Até que se demonstre (e não que se afirme) o contrário, isto é assunto para outro tópico.