Vamos por partes :
1 – o Contini listou causas específicas e, pelo entendimento que tive, causas conhecidas (sem fenômenos atmosféricos naturais desconhecidos; ou fenômenos do núcleo terrestre, que impacta a atmosfera, desconhecido; ou fenômeno atmosférico causado pelo efeito ilha das cidades, desconhecido; ou fenômenos não causados, desconhecidos; etc...).
Então, no evento em questão, e com as causas apresentadas, temos sim um paradoxo quando tentamos validar, com o uso da navalha, explicações já descartadas como mais prováveis. Ela não pode ser aplicada dessa forma.
O que você não pode é usar explicações
específicas que estejam seguramente descartadas, isso é, algo como "teoria de raio-bola com o hipotético mecanismo A", quando tal mecanismo A preveria um comportamento absolutamente irreconciliável com o observado, mas isso não te leva a descartar explicações gerais onde se enquadram explicações específicas descartadas. "Fenômenos atmosféricos desconhecidos", "raios bola com hipotéticos mecanismos B, C, D, ou outro ainda nem hipotetizado", "fogo fátuo de comportamento bizarro pelo mecanismo X", "tecnologia 100% humana", "tecnologia 100% humana mas secreta", etc.
2 – o que os levam a “calcular” como mais provável, que tenhamos fenômenos atmosféricos desconhecidos, responsáveis por todos estes 2%, do que tenhamos objetos (não necessariamente tripulados) com tecnologia extra-terrestre? Isto já não pode ser um viés de julgamento (não estou me isentando do mesmo)?
Bem, é certamente um "viés" de parcimônia. É algo mais trivial, haver fenômenos desconhecidos mas ainda comparativamente "ordinários" por trás de relatos de UFOS/ETs/assombrações/etc, do que estas coisas serem mais "reais".
E ainda temos os relatos de visualização destes fenômenos no espaço, durante missões (claro que aqui não podemos aplicar fenômenos atmosféricos, teremos que pensar em fenômenos espaciais desconhecidos); algumas ao redor da terra, onde o lixo espacial pode ser uma explicação e outras no trajeto para a lua, com depoimento de astronautas conhecidos, onde esta explicação não se encaixa.
Sim, obviamente não se iria propor algo notoriamente incompatível com a situação (o que não sei se é o caso com haver algum lixo espacial, ou qualquer outro objeto não tecnológico/tripulado, entre a Terra e a Lua), mas ainda assim é mais parcimonioso que existam "coisas" que não conhecemos que causam essas impressões/avistamentos, do que ETs acrobatas em discos-voadores ou sondas ETs, etc.
Se levarmos em consideração a equação de Drake e o “Paradoxo de Femri”, muito pelo contrário, é provável que a maior parte destes avistamentos seja efetivamente oriunda de visualização/contato com artefatos extra-terrestres. Ou seja, a célebre pergunta: “onde estão eles ?”, pode ser respondida : “as pencas”, e há muito tempo nos visitando e sendo chamados de gnomos, fadas e fenômenos atmosféricos desconhecidos; só ainda não apareceram para apertar a mão do Obama e nem nos convidaram para fazer um tour em suas naves.
Se aceitarmos as conclusões dessas idéias, com os valores adequados, sim. No entanto não é como se elas pudessem ser aceitas trivialmente. É meio como, "se a tecnologia evolui de forma absurdamente rápida, então é altamente provável que estejamos numa realidade virtual", e podemos também explicar N coisas pouco entendidas (ou não), com isso. Os avistamentos de OVNIs e ETs talvez fossem só meio como quando se manda o Godzilla atacar a cidade no jogo SimCity.
E essa possibilidade nem é auto-excludente à de contato ET. Se civilizações ultra-high-tech estão pipocando e entrando em contato, então é praticamente certo que estabeleceriam contato eventualmente, podendo talvez nos fornecer tecnologia que "futuramente" usaremos (na verdade, "no passado, usamos"), para viver em realidades virtuais no estilo "matrix", OU, os ETs mesmo nos colocaram nessa realidade virtual. Talvez os "abduzidos" desaparecidos sejam pessoas que descobrem isso e podem sair do jogo. Talvez os suicidas também apenas saiam do jogo, feito "abre los ojos", só que é uma coisa intergaláctica, em vez de exclusivamente terrestre. Talvez o jogo seja o que Rivail entendeu como "espiritismo". Talvez existam vários "modos de jogo" que interagem na mesma realidade, e todas as outras religiões são "verdadeiras" como jogos, escolhas dos usuários.
Claro que podemos estar no breve momento do espaço tempo em que o contato está apenas começando, e não no tempo muito maior pós-contato/assimilação, mas é extremamente improvável, dentro dessa assunção.
Obs : Como assim? Vc está falando que uma hipótese de vida extra-terrestre - que tenha se iniciado por um processo evolutivo, que tenha desenvolvido a sua tecnologia ao longo do tempo (e o universo tem 13 bi de anos) e que tenhanos visitado, o Harry Potter e Bules Voadores são equivalente.
Você já ouviu falar da cientologia? É a hipótese de que toda ficção de ETs e possivelmente fantasia fantástica tem fundamentos em uma memória coletiva de quando nossas almas foram condenadas por extraterrestres de outro planeta a viver na Terra. Não se pode descartar o universo de Harry Potter e outras obras "fictícias" como possível fonte de informações sobre a realidade, da qual atualmente conhecemos apenas uma ínfima parte. Seria algo análogo à "iluminação" religiosa das religiões tradicionais, mas com um embasamento científico.
Mas é exatamente este ponto que estou criticando, em que essa equivalência não se aplica: uma explicação ET para os fenômenos contem elementos conhecidos, naturais (surgimento e evolução da vida, evolução da inteligência, sociedade, tecnologia e tempo para que tudo isso tenha ocorrido) e que aparentemente (equação de Drake) devem ocorrer em abundância no universo. Está dentro das explicações “naturais” para o fenômeno.
Mas não é exatamente uma "equivalência", e sim que a noção de ETs high-tech engloba as hipóteses de mágica e "fantasia", pois a tecnologia ou biologia (talvez "ciborgologia" ou ainda outra-ontologia que nem suspeitamos, algo an linha de "vibrações quânticas") ET poderia ser sua causa, segundo os danikenianos.
A falta de evidência não coloca duas explicações em uma mesma categoria, como o Contini falou. Até porque, neste caso, a falta de evidência pode estar ocorrendo justamente por não estarmos classificando corretamente os eventos em questão.
Mas uma hipótese engloba a outra. E não é "mais provável" que os ETs tenham a estética "high tech" que parece tecnologia humana "futurista" do que eles terem tecnologia muito mais avançada e que nos passasse a impressão de "mágica". De onde estamos, de onde "parece" que há um silêncio intergalático, também parece que o universo tem apenas 13 bilhões de anos. Talvez seja milhões de vezes mais antigo (portanto com sociedades dotadas de tecnologias simplesmente inimagináveis), e tanto a idade aparente do unierso quanto seu silêncio tenham a mesma causa artificial.
Não que não possam haver ambos, de qualquer maneira. ETs muito mais antigos que já se tornaram essencialmente "deuses" em seu conhecimento do universo (se esse que habitamos não tiver sido criado por uns, para começar), enquanto ainda existem alguns apenas um ou outro degrau acima do nosso, em tecnologia, mas milhões de degraus abaixo dos ET-deuses. Talvez os ETs "futuristas" inclusive acreditem que as mitologias e religiões são apenas um monte de superstições ingênuas, quando na verdade uma das religiões abandonadas por eles seja também relato de contato ou criação por uma outra espécie muito mais avançada. Ou mesmo ETs dentro da realidade virtual, fazendo esses contatos tal como são superficialmente entendidos pelos UFOlogistas, e também ainda incoscientes de estarmos todos numa realidade virtual.
As "possibilidades" são inesgotáveis.
Por outro lado, talvez a vida seja extremamente rara, vida inteligente mais ainda, e nada disso esteja perto de acontecer, talvez nem sendo em última instância possível, pela física "de verdade" impor limitações em quão poderosa pode ser ou quão mágica pode parecer a tecnologia, e até mesmo a viabilidade de "realidades virtuais" indistinguíveis a pessoas em pleno gozo das faculdades mentais pode ser questionável.