Ola Buck
O que você não pode é usar explicações específicas que estejam seguramente descartadas, isso é, algo como "teoria de raio-bola com o hipotético mecanismo A", quando tal mecanismo A preveria um comportamento absolutamente irreconciliável com o observado, mas isso não te leva a descartar explicações gerais onde se enquadram explicações específicas descartadas. "Fenômenos atmosféricos desconhecidos", "raios bola com hipotéticos mecanismos B, C, D, ou outro ainda nem hipotetizado", "fogo fátuo de comportamento bizarro pelo mecanismo X", "tecnologia 100% humana", "tecnologia 100% humana mas secreta", etc.
Mas foi exatamente o que o Contini fez (por isso procurei dividir as questões e pontuar bem as coisas), e o que você falou é exatamente o que estou falando sobre o uso que ele fez.

Bem, é certamente um "viés" de parcimônia. É algo mais trivial, haver fenômenos desconhecidos mas ainda comparativamente "ordinários" por trás de relatos de UFOS/ETs/assombrações/etc, do que estas coisas serem mais "reais".
Vamos delimitar a questão : o que vou falar é sobre os casos de UFOs (onde a explicação ET é uma explicação 100% natural, e sem necessidade de se postular fenômenos novos, desconhecidos); os 2% sem explicações naturais conhecidas, onde todas as conhecidas já foram definitivamente descartadas.
Neste caso, não tem nada que deixe claro que este seu viés seja certamente um viés de parcimônia e não um viés de "modus operandi"; do seu modelo mental, emocional.
Se for, vc conseguirá racionalmente evidenciar que a probabilidade de existirem estes fenômenos atmosféricos desconhecidos é maior que a probabilidade de ser uma visita ou um aparelho ET (e neste caso, deve-se levar em consideração o que falei sobre a equação de Drake e o "Paradoxo de Fermi", pois são parte integrante do nosso conhecimento).
Repare que quando você fala eventos desconhecidos e classifica-os como "ordinários", você está se referindo ao grau de "familiaridade"/"proximidade"/"conforto" que você tem com isto, não com o fato de ser ou não mais provável. É mais uma intuição, um sentimento, que um racional.
Outro dia estava lendo uma reportagem, e o comentário de um Astrônomo Brasileiro me chamou a atenção : "As luzes nos Óvnis não fazem o menor sentido; na terra os aviões as usam para sinalização, mas para que serviriam em um Ovni?".Sem pensar que a luz pode ser mera consequência de algo que tenha serventia.
Seria como alguma tribo ancestral, quando visualizasse um foguete falasse : "O "fogo" que sai da parte de tras do Ovni não faz o menor sentido; aqui, usamos fogo para cozinhar, mas para que serviria o fogo no Ovni".
Para mim fica claro que o viés que está afetando o julgamento deste Astrônomo é muito mais de modelo mental, "emotivo", que parcimonioso.
Sim, obviamente não se iria propor algo notoriamente incompatível com a situação (o que não sei se é o caso com haver algum lixo espacial, ou qualquer outro objeto não tecnológico/tripulado, entre a Terra e a Lua), mas ainda assim é mais parcimonioso que existam "coisas" que não conhecemos que causam essas impressões/avistamentos, do que ETs acrobatas em discos-voadores ou sondas ETs, etc.
Novamente: porque é mais parcimonioso admitir fenômenos desconhecidos, do que um fenômeno conhecido? Em termos de modelo explicativo, acho que é o contrário, voce está precisando introduzir uma entidade a mais (e desconhecida), para explicar um evento.
Se aceitarmos as conclusões dessas idéias, com os valores adequados, sim. No entanto não é como se elas pudessem ser aceitas trivialmente. É meio como, "se a tecnologia evolui de forma absurdamente rápida, então é altamente provável que estejamos numa realidade virtual", e podemos também explicar N coisas pouco entendidas (ou não), com isso. Os avistamentos de OVNIs e ETs talvez fossem só meio como quando se manda o Godzilla atacar a cidade no jogo SimCity.
Mas aqui, você está tratando de explicações "posteriores", que não invalidam a explicação ET como melhor explicação para o fenômeno (dado Drake, Fermi e as ocorrências - 2%)
E essa possibilidade nem é auto-excludente à de contato ET. Se civilizações ultra-high-tech estão pipocando e entrando em contato, então é praticamente certo que estabeleceriam contato eventualmente, podendo talvez nos fornecer tecnologia que "futuramente" usaremos (na verdade, "no passado, usamos"), para viver em realidades virtuais no estilo "matrix", OU, os ETs mesmo nos colocaram nessa realidade virtual. Talvez os "abduzidos" desaparecidos sejam pessoas que descobrem isso e podem sair do jogo. Talvez os suicidas também apenas saiam do jogo, feito "abre los ojos", só que é uma coisa intergaláctica, em vez de exclusivamente terrestre. Talvez o jogo seja o que Rivail entendeu como "espiritismo". Talvez existam vários "modos de jogo" que interagem na mesma realidade, e todas as outras religiões são "verdadeiras" como jogos, escolhas dos usuários.[\quote]
Idem anterior.
Claro que podemos estar no breve momento do espaço tempo em que o contato está apenas começando, e não no tempo muito maior pós-contato/assimilação, mas é extremamente improvável, dentro dessa assunção.
Porque?
Mas não é exatamente uma "equivalência", e sim que a noção de ETs high-tech engloba as hipóteses de mágica e "fantasia", pois a tecnologia ou biologia (talvez "ciborgologia" ou ainda outra-ontologia que nem suspeitamos, algo an linha de "vibrações quânticas") ET poderia ser sua causa, segundo os danikenianos.
Bom, isto já é uma OUTRA hipótese, que em nada afeta a probabilidade da hipótese ET no caso UFO.
Mas uma hipótese engloba a outra. E não é "mais provável" que os ETs tenham a estética "high tech" que parece tecnologia humana "futurista" do que eles terem tecnologia muito mais avançada e que nos passasse a impressão de "mágica". De onde estamos, de onde "parece" que há um silêncio intergalático, também parece que o universo tem apenas 13 bilhões de anos. Talvez seja milhões de vezes mais antigo (portanto com sociedades dotadas de tecnologias simplesmente inimagináveis), e tanto a idade aparente do unierso quanto seu silêncio tenham a mesma causa artificial.
Não que não possam haver ambos, de qualquer maneira. ETs muito mais antigos que já se tornaram essencialmente "deuses" em seu conhecimento do universo (se esse que habitamos não tiver sido criado por uns, para começar), enquanto ainda existem alguns apenas um ou outro degrau acima do nosso, em tecnologia, mas milhões de degraus abaixo dos ET-deuses. Talvez os ETs "futuristas" inclusive acreditem que as mitologias e religiões são apenas um monte de superstições ingênuas, quando na verdade uma das religiões abandonadas por eles seja também relato de contato ou criação por uma outra espécie muito mais avançada. Ou mesmo ETs dentro da realidade virtual, fazendo esses contatos tal como são superficialmente entendidos pelos UFOlogistas, e também ainda incoscientes de estarmos todos numa realidade virtual.
As "possibilidades" são inesgotáveis.
Por outro lado, talvez a vida seja extremamente rara, vida inteligente mais ainda, e nada disso esteja perto de acontecer, talvez nem sendo em última instância possível, pela física "de verdade" impor limitações em quão poderosa pode ser ou quão mágica pode parecer a tecnologia, e até mesmo a viabilidade de "realidades virtuais" indistinguíveis a pessoas em pleno gozo das faculdades mentais pode ser questionável.
Não engloba. São duas hipóteses, onde uma é condição necessária para que a outra possa ser testada, mas onde a condição necessária pode existir de forma independente da outra hipótese.Ou seja, para testarmos os ETs como responsáveis por magica, duendes, fadas, fantasmas, etc temos que primeiro "provar a sua existência", que é a hipótese para os UFOs.
Uma coisa é certa : em termos de possibilidades, temos virtualmente infinitas!
Abs
Felipe