eu particularmente vejo de forma bem simples: o direito à vida na prática acaba sendo o das pessoas com atividade cerebral.
Eu ainda acredito que os criacionistas merecem viver...
Eu não estou me referindo a qualidade de atividade cerebral
É quase unânime poder-se matar pessoas com morte cerebral, e é quase unânime poder matar-se fetos que não desenvolveram um cérebro.
Pessoas com morte cerebral e anencéfalos experimentam (se é que o verbo "experimentar" se aplica bem à questão) um quadro irreversível. É inútil mantê-los vivos. Não é o caso de um feto normal ou de uma pessoa que esteja em coma.
Comparações são válidas e no geral muito úteis na hora de se extrair conclusões, mas devem ser salientadas as diferenças relevantes entre as coisas que se está comparando.
Tem realmente essa diferença, mas eu pessoalmente não considero realmente relevante. Para outros pode ser, para mim é meio como "mas ele só cometeu esse crime depois do meio dia", numa discussão sobre se alguém cometeu um crime ou não, em que ninguém está pondo em questão ter ocorrido ou não esse crime.
E por essa linha, arriscamos de voltar na questão de se defendemos o direito à vida dos zigotos, por que o mesmo não é válido para óvulos?
Eu e muitos outros agruparíamos zigotos com gametas, outros agrupam zigotos com bebês, de acordo com a similaridade. Para uns é mais importante os cromossomos ou a fecundação, para outros apenas isso não torna um punhado de células um bebê, continuam sendo só células sem maior importância.
Daí não me faz mais sentido defender-se um zigoto que um óvulo, se os dois, igualmente, podem se desenvolver em uma pessoa, garantidas as condições ideais. Para quem agrupe zigotos com bebês, aí não há problema, claro, mas eu acho isso muito estranho, umas células, dependendo de certas organizações de ácidos nucléicos nelas encontradas, serem protegidas como seres humanos ou não.