No curso de medicina já existe um tempo de prática.
Você achava que até agora os médicos vinham se formando sem nenhum período de prática? 
A prática era pra formação. Agora vai ser pra habilitação ao exercício da profissão. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.
Ok. Mas existe um problema de coerência em considerar que o aluno que se forma agora já sai formado
e habilitado (ou seja, a prática que ele tem é para formação
e habilitação) e, de repente, os que entrarem ano que vem se formando exatamente com o mesmo currículo e tempo de prática estarão formados, mas não mais habilitados, precisando de mais prática.
E dizer que cara "paga" o curso é errado, já que ele não estará fazendo nenhum trabalho escravo. Vai estar recebendo de acordo com a função exercida, e pelo que eu vi, não é nenhum salário de fome...
O salário (na verdade, uma bolsa) ainda não tem valor definido. Eu sou meio cético quanto ao valor prometido, entre 3000 e 8000 reais, maior que o valor pago a um médico residente...
E, como já comentei antes, o projeto cria uma "situação jurídica" muito peculiar ao impor que o estudante responda pelos erros médicos cometidos e tenha uma autorização válida apenas onde foi indicado para trabalhar.
Se ele é estudante ainda, não tem crm e não pode prescrever, portanto essa "autorização local" é irregular e ele está praticando exercício ilegal da medicina.
E como estudante ainda, não é ele que deve responder pelos erros cometidos, mas seu supervisor direto, que obviamente deve ter discutido cada atendimento com ele e autorizado a conduta médica.
E se isso não foi feito, então na verdade ele não está tendo supervisão alguma e das duas uma: ou ele está mesmo praticando exercício ilegal da medicina ou ele é médico, e não estudante, e portanto teria direito a um crm (mesmo que "provisório"). São as únicas duas situações que ele, e não seu supervisor, poderia responder pelo erro médico.