Autor Tópico: O Que Não é Democracia  (Lida 3971 vezes)

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Offline Bolsonaro neles

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Re:O Que Não é Democracia
« Resposta #25 Online: 23 de Janeiro de 2014, 14:19:14 »
Mas gunverno investir em infra-estrutura é socialismo. Agora as pessoas tem que depender do gunverno então, em vez de serem responsáveis?
É dever do governo investir em infra-estrutura pública assim como mantê-la e operá-la. Se essa infra-estrutura for passível de ser privada, tanto melhor. Mas geralmente o arruamento de curta distância e interno às cidades não são interessantes para a iniciativa privada.

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E quando o gunverno não faz as coisas como supostamente deveria ter feito, elas devem ter o direito ferrar livremente com a vida de todo mundo?

Pior é proibir o cidadão de utilizar seu bem. Arrumem outra solução.

Offline Gigaview

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Re:O Que Não é Democracia
« Resposta #26 Online: 23 de Janeiro de 2014, 14:19:53 »
Em um país hipotético em que um ditador escuta e atende as reinvidicações da maoria da população que demonstra satisfação,  exceto se existir o pedido de abandonar o governo, não é um país democrático?
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:O Que Não é Democracia
« Resposta #27 Online: 23 de Janeiro de 2014, 14:24:44 »
Mas gunverno investir em infra-estrutura é socialismo. Agora as pessoas tem que depender do gunverno então, em vez de serem responsáveis?
É dever do governo investir em infra-estrutura pública assim como mantê-la e operá-la. Se essa infra-estrutura for passível de ser privada, tanto melhor. Mas geralmente o arruamento de curta distância e interno às cidades não são interessantes para a iniciativa privada.

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E quando o gunverno não faz as coisas como supostamente deveria ter feito, elas devem ter o direito ferrar livremente com a vida de todo mundo?

Pior é proibir o cidadão de utilizar seu bem. Arrumem outra solução.

Não, não é pior, da mesma forma que não é "pior" proibir de dar rajadas de metralhadora a esmo a "proibir usar esse bem".

O governo não tem como fazer mágica, expandir o planeta nos lugares onde estão as ruas, para alargá-las.

Como as pessoas não têm a responsabilidade e sensatez que você vive dizendo que deveriam ter, mas agora defende o contrário, elas acabam inutilizando um recurso público limitado e dificilmente "ampliado", de forma que essa acaba sendo a melhor solução, determinar por lei aquilo que as pessoas deveriam fazer, mas não fazem, espontaneamente, por responsabilidade individual.

Offline Fabrício

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Re:O Que Não é Democracia
« Resposta #28 Online: 23 de Janeiro de 2014, 15:44:14 »
É culpa de todos os governos não terem investido em infra-estrutura e do governo do PT baixar o IPI pra mascarar a situação econômica. Agora, vir com medidas proibitórias é o fim da picada. Só mesmo em países de merda como o nosso.

É mesmo, só em países de  merda restringem o trânsito:

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A capacidade de absorver novos carros está perto do limite em muitas metrópoles ao redor do mundo. Para tentar frear o crescimento da frota e o impacto desse aumento, essas cidades têm implantado diferentes métodos que vão da restrição de circulação de veículos a grandes obras viárias.

Adotado por Jacarta, capital da Indonésia, nos anos 70, o fechamento do centro aos carros na hora do rush retirou grande parte dos veículos das ruas e garantiu que o ar dessa região ficasse menos poluído. Londres foi ainda mais radical, o pedágio implantado no centro dessa cidade fica gradativamente mais caro ao longo do dia.

Paris e Nova York adotaram outra medida. Os carros são impedidos de chegar aos bairros com mais trânsito, pois não há estacionamentos disponíveis. Há 30 anos, Paris utilizava a política oposta, concentrando no centro grande estacionamentos subterrâneos. As autoridades perceberam o erro e, pouco a pouco, eliminaram as garagens.

Boston (EUA) adotou uma medida radical. Para acabar com o trânsito nas avenidas, colocou em construção dois túneis (para metrô e trem) e uma avenida subterrânea (com amplas faixas), destruindo dezenas de pontes, viadutos e elevados. Os custos elevados foram bancados pelo governo federal, mas o resultado foi visível: mais de 100 mil m² de terrenos valorizados voltaram para as mãos dos cidadãos, sem falar na queda em 43% dos engarrafamentos.

PEDÁGIO URBANO – Os engarrafamentos nas cidades norueguesas eram constantes antes da década de 90. Após a implantação de pedágios urbanos em Oslo, Bergen, Stavanger e Trondheim, os congestionamentos caíram 12% nos horários de pico.
Outro bom exemplo é o de Cingapura. Lançado em 1975, a cobrança de pedágios retirou até 47% dos veículos que circulavam no centro da cidade. Resultado: a procura pelo transporte público disparou em 63%.


Londres começou a ver sua frota disparar na década de 90. Antevendo o desastre, sobretaxou veículos poluidores, instalou câmeras que controlam o fluxo dos veículos pela placa, incentivou o uso da bicicleta e investiu na melhoria dos transportes.
O resultado foi a retirada de mais de 55 mil veículos das ruas da cidade, o aumento da velocidade média dos veículos, a diminuição dos índices de gás carbônico e a queda na quantidade de acidentes e de mortes no trânsito. Enquanto estava sendo implantada, a medida levou protestos às ruas da capital britânica. Entretanto, após avaliar as melhorias, a população reelegeu o então prefeito Ken Livingstone, em 2004.

A frota de veículos de todas essas cidades continua a crescer, mas de forma ordenada, segundo explica Sérgio Ejzenberg, engenheiro e mestre em transportes pela USP (Universidade de São Paulo). “Não tem problema o Rio de Janeiro crescer e aumentar a frota. Temos que aproveitar o desenvolvimento e buscar formas sustentadas”, avalia.

RODÍZIO - A Cidade do México, encravada entre montanhas, era considerada a metrópole mais poluída do mundo por conta das emissões de gases. Para diminuir esse transtorno, implantou um severo rodízio de carros – que inspirou a cidade de São Paulo – e não só conseguiu sair da lista negra dos ambientalistas como também reduziu o trânsito e viu sua população utilizar a ampla rede de metrô da cidade.

Apesar de dar resultado efetivo, implantar rodízio no Rio de Janeiro está fora de cogitação, de acordo com a CET-Rio. O único projeto em questão vai ocorrer apenas durante a Copa do Mundo e a Olimpíada de 2016, com um rigoroso rodízio durante os jogos, de acordo com a Secretaria Municipal de Transportes.

http://urbana-pe.com.br/metropoles-do-mundo-adotaram-medidas-impopulares-para-reduzir-transito
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Offline Dr. Manhattan

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Re:O Que Não é Democracia
« Resposta #29 Online: 23 de Janeiro de 2014, 15:48:16 »
Tinha que ser em Nova York e em Londres. Bando de gringos comunistas dos infernos!
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Offline Fabrício

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Re:O Que Não é Democracia
« Resposta #30 Online: 23 de Janeiro de 2014, 15:54:13 »
Tinha que ser em Nova York e em Londres. Bando de gringos comunistas dos infernos!

Idéia do Reagan e da Margaret Thatcher!  :x

E os gunvernos e prefeibostas de lá não investem na mobilidade urbana!!!!
« Última modificação: 23 de Janeiro de 2014, 16:45:47 por Fabrício »
"Deus prefere os ateus"

Offline JJ

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Re:O Que Não é Democracia
« Resposta #31 Online: 23 de Janeiro de 2014, 16:03:33 »
É culpa de todos os governos não terem investido em infra-estrutura e do governo do PT baixar o IPI pra mascarar a situação econômica. Agora, vir com medidas proibitórias é o fim da picada. Só mesmo em países de merda como o nosso.

Famado,

O sistema viário de qualquer cidade é limitado, não é só no Brasil que o trânsito  fica congestionado.  Você sabia que já tem cidades no mundo cobrando pedágios para se trafegar nas ruas mais procuradas, e que há economistas que defendem justamente esta medida ?


PS. Não tinha visto que já tinha sido colocada um texto sobre isso.
« Última modificação: 23 de Janeiro de 2014, 16:13:17 por JJ »

Offline Gaúcho

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Re:O Que Não é Democracia
« Resposta #32 Online: 23 de Janeiro de 2014, 16:19:50 »
Pelo menos você ainda pode pegar seu carro e estacionar próximo aos bairros onde carro são proibidos e ir caminhando. É bem diferente de simplesmente ser proibido de usar seu bem. Concordo com o Famado nesta. O Estado foi completamente inepto (como de costume) nas obras de mobilidade urbana e quem paga o pato é o cidadão, que compra um bem e não pode usá-lo quando quiser.

Se analisarmos o texto do Fabrício, veremos que qualquer uma das soluções adotadas pelas diversas cidades citadas seriam melhores do que simplesmente proibir o cidadão de usar seu bem privado, só que todas elas são mais complicadas de se implementar, inclusive politicamente, visto que pedágios nunca fazem bem para a imagem de ninguém, logo, é óbvio que os legisladores brasileiros fariam a coisa mais fácil e mais idiota o possível para resolver a questão.
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Buckaroo Banzai

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Re:O Que Não é Democracia
« Resposta #33 Online: 23 de Janeiro de 2014, 16:33:53 »
Os pedágios de fato seriam melhores (especialmente se crescer de acordo com espaços vagos no veículo), mas o famado reclamaria de qualquer jeito, ou até mais. Ainda seria visto só como uma forma de coibir o direito de ir e vir. O que interessa é reclamar do gunverno, e querer radicalizar com protestos punks, ao mesmo tempo em que se diz que o gunverno é desnecessário e que nenhum desses problemas teriam surgido espontaneamente sem eles, apesar de evidentemente não se resolverem assim, apesar de nada impedir.

Offline _Juca_

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Re:O Que Não é Democracia
« Resposta #34 Online: 23 de Janeiro de 2014, 16:35:10 »
Reeleições sucessivas e sem fim. Déspotas como Hugo Chávez, Rafael Correa  e Cristina Kirchner acham que mudar a constituição e viabilizar a possibilidade de recandidatura  recorrente pode legitimar sua permanência infinita no poder. Irmãos Castro e ditadores islâmicos travestem sua permanência ad eternum com eleições fajutas. O pior é que alguns defendem que eles foram reeleitos e isso deve ser respeitado. O Lula falou isso a respeito de Hugo Chávez;



Na Inglaterra e na Alemanha o primeiro ministro pode se reeleger quantas vezes quiser, e não vejo ninguém reclamando deles, no Equador e na Argentina a reeleição é permitida uma única vez, na Venezuela embora exista distorções, as eleições são livres e acompanhadas por observadores internacionais, bem diferente de Cuba e ditadores afins.

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Expropriação[/b] de empresas privadas alegando estratégia de liberdade e soberania da nação. Na América do Sul de Merda isso tem acontecido com as petroleiras;

Os EUA impediram a China de comprar uma de suas principais petroleiras em 2005 alegando razões estratégicas, não é muito diferente da Argentina e negociou com a petroleira espanhola para recomprar sua petroleira, e feito também sobre razões estratégicas, o auto controle de fornecimento de energia.

Citar
Obrigatoriedade[/b] de voto;

Também não configura falta de democracia, as pessoas não são obrigadas a votar, se não o fizerem devem apenas justificar depois, e podem esperar algumas eleições para isso. Sem mencionar que a obrigatoriedade do voto foi para impedir o voto de cabresto, que era muito comum Brasil afora. Eu particularmente acho que o voto deveria ser livre, vai quem quer, mas isso não quer dizer que a obrigatoriedade, tal como é, seja antidemocrática.

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Obrigatoriedade[/b] de serviço militar;

Isso deveria acabar mesmo.

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Rodízio de veículos conforme a placa, tal como acontece em São Paulo;

Totalmente fora de questão, nada a ver.

Offline Barata Tenno

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Re:O Que Não é Democracia
« Resposta #35 Online: 23 de Janeiro de 2014, 16:41:25 »
Pelo menos você ainda pode pegar seu carro e estacionar próximo aos bairros onde carro são proibidos e ir caminhando. É bem diferente de simplesmente ser proibido de usar seu bem. Concordo com o Famado nesta. O Estado foi completamente inepto (como de costume) nas obras de mobilidade urbana e quem paga o pato é o cidadão, que compra um bem e não pode usá-lo quando quiser.

Se analisarmos o texto do Fabrício, veremos que qualquer uma das soluções adotadas pelas diversas cidades citadas seriam melhores do que simplesmente proibir o cidadão de usar seu bem privado, só que todas elas são mais complicadas de se implementar, inclusive politicamente, visto que pedágios nunca fazem bem para a imagem de ninguém, logo, é óbvio que os legisladores brasileiros fariam a coisa mais fácil e mais idiota o possível para resolver a questão.

Não existem obras de mobilidade que garantam o uso de automóveis para todos os cidadãos em megalópolis, o que muda é apenas como a restrição é feita. Em Tóquio, por exemplo, é proibido estacionar nas ruas e o preço de uma vaga de estacionamento mensal chega a ser maior que o valor de um aluguel de um apartamento. Nesse caso também quem paga o pato é o cidadão, que compra um bem e tem que pagar quase 1 terço do valor de um carro popular por mes apenas pra estacionar, o que tem o mesmo efeito prático de proibir. Mas esse é o preço que se paga pra morar em metrópolis, as vezes o seu direito individual tem que dar espaço pro direito da maioria.

O que tem que ser discutido não é o direito de todos os cidadãos de poder andar com o carro, não existe nenhuma garantia disso em nenhuma legislação que eu conheça, aliás, nem a carteira de motorista é um direito, mas uma permissão, mas o direito de ir e vir, com transporte coletivo abrangente e de qualidade (qualidade nesse caso não é todo mundo sentado e com espaço pra jogar bola no corredor, mas cumprimento de horários, ar condicionado, valor justo, etc.).

E aliás existem dezenas de restrições do uso de bens privados, ter um bem não te da o direito inalienável de usa-lo em espaço público, vide restrições ao uso de skates, bicicletas, etc, ou qualquer coisa que atrapalhe a mobilidade das pessoas, se carros atrapalham a mobilidade, então se criam regras de restrição visando a diminuição de tráfego. O problema é que medidas economicas privilegiam os ricos e deixam os pobres de fora, por exemplo, o rodízio é muito mais "democrático" que pedágios, ja que os ricos, que tem capacidade de pagar circulariam livres e apenas os pobres seriam prejudicados, ja o rodízio não faz distinção de classe social, atingindo a todos da mesma maneira.
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Fabrício

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Re:O Que Não é Democracia
« Resposta #36 Online: 23 de Janeiro de 2014, 16:48:44 »
Citação de: Barata
O que tem que ser discutido não é o direito de todos os cidadãos de poder andar com o carro, não existe nenhuma garantia disso em nenhuma legislação que eu conheça, aliás, nem a carteira de motorista é um direito, mas uma permissão, mas o direito de ir e vir, com transporte coletivo abrangente e de qualidade (qualidade nesse caso não é todo mundo sentado e com espaço pra jogar bola no corredor, mas cumprimento de horários, ar condicionado, valor justo, etc.).

O grande erro do governo brasileiro é esse, não investir no transporte coletivo. Proibir ou restringir o transito de veículos particulares em grandes cidades acaba sendo meio que obrigatório, porque chega uma hora em que satura mesmo, por mais obras que se faça (e o govenro brasileiro tem o agravante de não fazer ou fazer pouco).

Além do mais, por melhor que seja o transporte coletivo, tendo a opção pouca gente vai deixar de andar de carro próprio.
« Última modificação: 23 de Janeiro de 2014, 16:51:16 por Fabrício »
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:O Que Não é Democracia
« Resposta #37 Online: 23 de Janeiro de 2014, 18:16:52 »
Voto obrigatório objetivaria diminuir o voto de cabresto?

Parece mais um jeito de facilitar isso.

Ainda que o cara que venda o voto possa simplesmente mentir e votar em outro ou nulo, se ele é obrigado a votar, aumentam as chances de votar de acordo com a negociação, em vez de simplesmente não ir votar.

Sem falar que nem precisa bem haver uma "negociação" propriamente dita, só uns presentes/favores mesmo. Aí o povo que, em boa parte, acha que isso não tem nada de errado, vota neles em retribuição. Esse deve ser o ponto-chave da jogada.

Offline Gaúcho

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Re:O Que Não é Democracia
« Resposta #38 Online: 24 de Janeiro de 2014, 07:33:42 »
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Não existem obras de mobilidade que garantam o uso de automóveis para todos os cidadãos em megalópolis, o que muda é apenas como a restrição é feita. Em Tóquio, por exemplo, é proibido estacionar nas ruas e o preço de uma vaga de estacionamento mensal chega a ser maior que o valor de um aluguel de um apartamento. Nesse caso também quem paga o pato é o cidadão, que compra um bem e tem que pagar quase 1 terço do valor de um carro popular por mes apenas pra estacionar, o que tem o mesmo efeito prático de proibir. Mas esse é o preço que se paga pra morar em metrópolis, as vezes o seu direito individual tem que dar espaço pro direito da maioria.

Não, não tem o mesmo efeito prático. O dono do carro ainda tem a opção de usá-lo, basta estar disposto a arcar com o preço do estacionamento/pedágio. Taxar absurdamente o cigarro é diferente de proibir as pessoas de fumar.

De todos os exemplos de países de primeiro mundo citados, nenhum teve a ideia esdruxula de simplesmente proibir o cidadão de usar seu bem quando bem entendesse. E para piorar, todos os países citados possuem, salvo engano, transportes públicos muito superiores ao de SP. Imagine só, países de primeiro mundo, além de não proibirem seus cidadãos de usarem seus carros, ainda oferecem transporte público de qualidade, enquanto que em SP, quando proibido de usar seu bem privado, o cidadão vira refém de um sistema de transporte público sucateado.
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Offline Fabrício

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Re:O Que Não é Democracia
« Resposta #39 Online: 24 de Janeiro de 2014, 07:53:39 »
Citação de: Gaucho
em SP, quando proibido de usar seu bem privado, o cidadão vira refém de um sistema de transporte público sucateado.

Isso é uma merda mesmo. Nos outros países você pelo menos tem opção de um transporte público minimamente decente.
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Offline JJ

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Re:O Que Não é Democracia
« Resposta #40 Online: 24 de Janeiro de 2014, 08:29:40 »
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Não existem obras de mobilidade que garantam o uso de automóveis para todos os cidadãos em megalópolis, o que muda é apenas como a restrição é feita. Em Tóquio, por exemplo, é proibido estacionar nas ruas e o preço de uma vaga de estacionamento mensal chega a ser maior que o valor de um aluguel de um apartamento. Nesse caso também quem paga o pato é o cidadão, que compra um bem e tem que pagar quase 1 terço do valor de um carro popular por mes apenas pra estacionar, o que tem o mesmo efeito prático de proibir. Mas esse é o preço que se paga pra morar em metrópolis, as vezes o seu direito individual tem que dar espaço pro direito da maioria.

Não, não tem o mesmo efeito prático. O dono do carro ainda tem a opção de usá-lo, basta estar disposto a arcar com o preço do estacionamento/pedágio. Taxar absurdamente o cigarro é diferente de proibir as pessoas de fumar.


Tem o mesmo efeito prático sim senhor,  quanto mais alto  o preço do estacionamento menos pessoas irão pagar por ele.  O efeito final é o de diminuir a quantidade de carros nas ruas,  que é o mesmo efeito do rodízio. E no exemplo que o Barata deu o efeito pode ser muito maior pois o valor do estacionamenrto é enorme, e isto reduz drasticamente a quantidade de pessoas que irão pagá-lo.  Se tal  medida fosse tomada em São Paulo,  proibição de estacionar nas ruas e preço enorme de estacionamento,  a redução de veículos nas ruas seria drástica, muito maior do que a que o rodízio estimula.



PS. O fato de ter porventura alguns gatos pingados malucos que mesmo sendo pobres iram pagar um estacionamento caríssimo, não iria alterar o fato de que a grande maioria não iria fazer tal loucura, de modo que o efeito prático seria uma redução drástica do n° de veículos nas ruas.


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« Última modificação: 24 de Janeiro de 2014, 10:36:56 por JJ »

Offline _Juca_

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Re:O Que Não é Democracia
« Resposta #41 Online: 24 de Janeiro de 2014, 09:24:02 »
Voto obrigatório objetivaria diminuir o voto de cabresto?

Parece mais um jeito de facilitar isso.

Ainda que o cara que venda o voto possa simplesmente mentir e votar em outro ou nulo, se ele é obrigado a votar, aumentam as chances de votar de acordo com a negociação, em vez de simplesmente não ir votar.

Sem falar que nem precisa bem haver uma "negociação" propriamente dita, só uns presentes/favores mesmo. Aí o povo que, em boa parte, acha que isso não tem nada de errado, vota neles em retribuição. Esse deve ser o ponto-chave da jogada.

Isso não é voto de cabresto, ele está votando de acordo com seu próprio interesse, ainda que possa ser a troco de caixa de cerveja e nada garante que ele vá votar de fato no candidato.

Offline Gaúcho

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Re:O Que Não é Democracia
« Resposta #42 Online: 24 de Janeiro de 2014, 09:34:09 »
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Tem o mesmo efeito prático sim senhor,  quanto mais alto  o preço do estacionamento menos pessoas irão pagar por ele.  O efeito final é de diminuir a quantidade de carros nas ruas que é o mesmo efeito do rodízio. E no exemplo que o Barata deu o efeito pode ser muito maior pois o valor do estacionamenrto é enorme, e isto reduz drasticamente a quantidade de pessoas que irão pagá-lo.  Se tal  medida fosse tomada em São Paulo,  proibição de estacionar nas ruas e preço enorme de estacionamento,  a redução de veículos nas ruas seria drástica, muito maior do que a que o rodízio estimula.

Mas você ainda teria a opção de usar seu carro. Qual a dificuldade de entender isso? E se proibição de estacionar e preços enormes de estacionamento diminuíssem o número de carros mais efetivamente do que rodízio, sem precisar proibir o cidadão de usar seu carro, isso só mostra o quanto essa medida de SP é estúpida.
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Offline Dodo

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Re:O Que Não é Democracia
« Resposta #43 Online: 24 de Janeiro de 2014, 09:35:30 »
A possibilidade de reeleição infinita torna quase impossível tirar o mandatário. Ele tem a máquina estatal na mão e utilizá-la-á com toda a sua força para inviabilizar a entrada de outra pessoa em seu lugar. As eleições ou serão mentirosas ou o povo será manipulado pela propaganda estatal e induzido ao voto no ditador.
No Brasil governadores e presidentes da república só podem se reeleger 1 vez  sucessivamente .  Portanto este não é um problema brasileiro.

.

É um problema para os brasileiros sim.

Basta um rearranjo para ter não uma pessoa mas um grupo por um longo tempo no poder. Vide o esquema do PT com o Lula e com a Dilma.

E o que impede de a cada quatro anos ter um do mesmo grupo? O problema não é a reeleição, e sim o fato de NÃO existir uma oposição, pois a coisa aqui parece funcionar na base do "tamo junto e misturado".
Você é único, assim como todos os outros.
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Offline JJ

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Re:O Que Não é Democracia
« Resposta #44 Online: 24 de Janeiro de 2014, 09:56:00 »
Citação de: Gaucho
em SP, quando proibido de usar seu bem privado, o cidadão vira refém de um sistema de transporte público sucateado.

Isso é uma merda mesmo. Nos outros países você pelo menos tem opção de um transporte público minimamente decente.


No Japão (em Tóquio)  o metrô é chamado de inferno dos transportes. Então a coisa não é bem assim como alguns  pensam ( a grama do transporte público do Japão não é tão mais verde como alguns  imaginam), e olha que o Japão é um país de primeiríssimo mundo.



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Offline Fabrício

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Re:O Que Não é Democracia
« Resposta #45 Online: 24 de Janeiro de 2014, 10:03:52 »
Citação de: Gaucho
em SP, quando proibido de usar seu bem privado, o cidadão vira refém de um sistema de transporte público sucateado.

Isso é uma merda mesmo. Nos outros países você pelo menos tem opção de um transporte público minimamente decente.


No Japão (em Tóquio)  o metrô é chamado de inferno dos transportes. Então a coisa não é bem assim como alguns  pensam ( a grama do transporte público do Japão não é tão mais verde como alguns  imaginam), e olha que o Japão é um país de primeiríssimo mundo.

Chamado de inferno dos transportes por quem? Talvez devêssemos trazer os reclamantes para andar uma semana no transporte público do Rio de Janeiro ou São Paulo...  :hihi:

Como o Barata já citou, transporte público de qualidade não quer dizer todo mundo sentado, ouvindo uma suave música clássica, tomando cafezinho e com espaço suficiente para deitar e tirar uma soneca.

Em cidades superpopulosas, sempre vai ter a hora (ou mesmo o dia todo) em que o transporte público vai estar cheio. Um bom transporte público deve ser pontual, não deve ser superlotado a ponto de parecer uma lata de sardinhas, e oferecer o mínimo de conforto (ser arejado, ar condicionado, fácil acesso, etc).

E mesmo assim em grandes cidades o transito de carros particulares terá que ser restringido, porque é difícil o cara que tem carro preferir o transporte público.
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Offline JJ

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Re:O Que Não é Democracia
« Resposta #46 Online: 24 de Janeiro de 2014, 10:05:28 »
A possibilidade de reeleição infinita torna quase impossível tirar o mandatário. Ele tem a máquina estatal na mão e utilizá-la-á com toda a sua força para inviabilizar a entrada de outra pessoa em seu lugar. As eleições ou serão mentirosas ou o povo será manipulado pela propaganda estatal e induzido ao voto no ditador.
No Brasil governadores e presidentes da república só podem se reeleger 1 vez  sucessivamente .  Portanto este não é um problema brasileiro.

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É um problema para os brasileiros sim.

Basta um rearranjo para ter não uma pessoa mas um grupo por um longo tempo no poder. Vide o esquema do PT com o Lula e com a Dilma.
Então na sua proposta um amigo e/ou aliado de um ex presidente não poderia se candidatar. Só inimigos e/ou rivais poderiam se candidatar na eleição seguinte ?

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Proposta?

Qual proposta que eu apresentei?

Apenas demonstrei que a sua conclusão, baseada no fato de existir apenas uma reeleição, é falsa na medida que não impede que grupos se mantenham no poder. E aí citei o caso do governo federal.


Acontece que grupos políticos são formados de amigos e/ou aliados, se uma pessoa do grupo não puder concorrer numa eleição pelo motivo de fazer parte do grupo, então sobra que só pessoas fora do grupo poderão concorrer, ou seja só inimigos e/ou rivais .

Realmente desconheço algum país de primeiro mundo onde amigos e aliados (ou seja formadores de um grupo político) não possam concorrer numa eleição posterior ao mandato de um  outro  membro do grupo para o mesmo cargo político (governador, presidente, senador, deputado).

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« Última modificação: 24 de Janeiro de 2014, 10:15:46 por JJ »

Offline JJ

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Re:O Que Não é Democracia
« Resposta #47 Online: 24 de Janeiro de 2014, 10:08:14 »
Citação de: Gaucho
em SP, quando proibido de usar seu bem privado, o cidadão vira refém de um sistema de transporte público sucateado.

Isso é uma merda mesmo. Nos outros países você pelo menos tem opção de um transporte público minimamente decente.


No Japão (em Tóquio)  o metrô é chamado de inferno dos transportes. Então a coisa não é bem assim como alguns  pensam ( a grama do transporte público do Japão não é tão mais verde como alguns  imaginam), e olha que o Japão é um país de primeiríssimo mundo.

Chamado de inferno dos transportes por quem? Talvez devêssemos trazer os reclamantes para andar uma semana no transporte público do Rio de Janeiro ou São Paulo...  :hihi:

Como o Barata já citou, transporte público de qualidade não quer dizer todo mundo sentado, ouvindo uma suave música clássica, tomando cafezinho e com espaço suficiente para deitar e tirar uma soneca.

Em cidades superpopulosas, sempre vai ter a hora (ou mesmo o dia todo) em que o transporte público vai estar cheio. Um bom transporte público deve ser pontual, não deve ser superlotado a ponto de parecer uma lata de sardinhas, e oferecer o mínimo de conforto (ser arejado, ar condicionado, fácil acesso, etc).

E mesmo assim em grandes cidades o transito de carros particulares terá que ser restringido, porque é difícil o cara que tem carro preferir o transporte público.

Esta informação consta num livro sobre o Japão, nele tem fotos mostrando o vagão do metrô abarrotado de pessoas, bem lotadão mesmo.


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Offline Geotecton

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Re:O Que Não é Democracia
« Resposta #48 Online: 24 de Janeiro de 2014, 10:12:45 »
A possibilidade de reeleição infinita torna quase impossível tirar o mandatário. Ele tem a máquina estatal na mão e utilizá-la-á com toda a sua força para inviabilizar a entrada de outra pessoa em seu lugar. As eleições ou serão mentirosas ou o povo será manipulado pela propaganda estatal e induzido ao voto no ditador.
No Brasil governadores e presidentes da república só podem se reeleger 1 vez  sucessivamente .  Portanto este não é um problema brasileiro.

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É um problema para os brasileiros sim.

Basta um rearranjo para ter não uma pessoa mas um grupo por um longo tempo no poder. Vide o esquema do PT com o Lula e com a Dilma.
E o que impede de a cada quatro anos ter um do mesmo grupo? O problema não é a reeleição, e sim o fato de NÃO existir uma oposição, pois a coisa aqui parece funcionar na base do "tamo junto e misturado".

O que impede? Nada.

Isto é bom? Não.
Foto USGS


 

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