Muito bom o tópico!
Esse assunto muito me interessa e me leva a especulações sobre as formas de vida diferentes das que estamos acostumados a ver.
Sempre que eu me deparo com grandezas que insistem em fugir da minha compreensão, apesar do enorme apelo à imaginação, como por exemplo as distâncias entre os planetas, estrelas e galáxias, a imensidão de partículas que constituem uma simples molécula, a quantidade de tempo que tenta compartimentar a eternidade, esse tipo de pensamento sempre me leva a uma conclusão óbvia: o universo é rico! É muito rico, é muito diverso, é abundante a não ter imaginação que consiga abarcar uma mínima parte, muito menos o todo.
Pois bem. Sabemos que o universo, a natureza, sei lá, o conjunto da realidade em que todos estamos imersos é muito rico e diversificado. Isso deveria nos levar a concluir que as formas de vida, que são subconjunto desse universo para lá de rico, são também abundantes em variações. Não é à toa que a classificação de insetos ainda está muito longe de ser concluída. O que dizer de bactérias, vírus e tudo o mais? Aqui mesmo na Terra nós não classificamos tudo que nos rodeia porque sempre aparece coisa nova, ainda inédita.
Se é assim, somente aqui na Terra, um grão de areia solto no espaço, o que dizer então dos incontáveis lugares onde seria possível também o desenvolvimento da vida?
E outra coisa que a nossa curta compreensão não pesa adequadamente é o tempo transcorrido. É muito fácil recitar "milhões de anos", "bilhões de anos". Mas parar para pensar na imensidão dessas grandezas e tentar comparar com eventos do nosso cotidiano nunca ninguém faz e, assim, não avalia devidamente o peso dessas medidas na total compreensão da coisa.
Mas ainda não cheguei aonde quero discorrer, que é a tal inteligência alienígena, título do tópico. Essa breve introdução foi somente para nos localizar no quão grande são as coisas todas presentes no universo e, assim consciente, ter uma visão mais cuidadosa com a enormidade de tudo. Para não correr o risco de ver como um cidadão da Idade Média que enxerga o Sol dando voltas e pensa que a Terra é o centro e é plana (afinal, os sentidos apontam para essa conclusão).
As coisas são muito grandes. As medidas são, muitas vezes, inimagináveis. As grandezas das unidades de medida se perdem de vista e nem a imaginação consegue alcançar adequadamente.
Um pouco de visão matemática pode ajudar um tantinho, quando se manipula valores teóricos como Infinito, Limite e outras entidades abstratas. Mesmo assim, joguemos imaginação nessa fogueira, porque o fogo consome tudo.
Pois bem, tenho algumas roseiras no meu jardim.
Vamos entrar agora na tal inteligência alienígena.
Vez por outra acontece de me distrair e ter um dedo furado por um dos muitos espinhos bastante pontiagudos da planta. E sempre me vem um pensamento recorrente: como é que essa roseira sabe que espinho fura? Tudo bem se fosse um animal, um predador, que sabe que a furtividade ajuda a emboscar uma presa. Tudo bem que seja um outro animal, abaixo na cadeia alimentar, que sabe que se camuflar na paisagem vai deixá-lo a salvo de predadores. Cada um com seu pequeno cérebro, e a gigantesca ajuda da evolução trabalhando ao longo de eras, desenvolvendo e aplicando corretamente suas estratégias de preservação da vida.
Mas uma planta???
Onde fica o cérebro dessa planta que vai, ao longo dos muitos milênios de evolução, planejar uma estratégia de defesa, chegando à brilhante e certeira conclusão de que um espinho, de fato, fura e serve de elemento de defesa?
Antes da planta, outra coisa que também me deixava intrigado era o veneno dos animais peçonhentos. Como é que a cobra sabe que seu veneno é agressivo para outros animais? Como é que ela tem alcance, na sua milenar evolução, claro, de saber produzir uma secreção composta de moléculas, elementos químicos de tal forma combinados a provocar a morte ou imobilidade a outro animal que a ameace ou a um que ela queira e precise comer? Nesse caso, ela estaria recebendo informações do metabolismo de um "outro" organismo, completamente alheio ao universo dela, um outro animal, o qual ela nunca "estudou" para saber suas vulnerabilidades, nunca esteve na sua bancada para ser dissecado e analisado.
A palavra-chave aqui é "saber". Como é que a evolução se deu de tal forma a que animais e plantas existentes na Terra possuam uma tal "inteligência universal" de forma a saberem, obterem informações, estarem por dentro do funcionamento de outras coisas alheias a eles.
Cabe aqui um pequeno esclarecimento: esses questionamentos que faço acima não possuem nenhum vetor que possa levar a questões sobrenaturais, Iluminatis, segredos para iniciados ou algo sensacionalista ou paranormal. Nada disso. São questões e dúvidas sinceras, decorrentes de pensamentos simples ao me confrontar com eventos do dia-a-dia. E que vieram a propósito para o assunto deste tópico: inteligência alienígena.
Não cheguei a ver os vídeos, mas pretendo fazê-lo assim que puder.
Tentei entender os argumentos de Tiago sobre a Navalha de Occam cortando as rebarbas de estratégias de inteligência, reduzidas a um escopo já conhecido e limitado. Tem alguma defesa esse tipo de pensar. Mas, particularmente, eu me inclino muito mais para o que eu já expus na introdução que é a enorme riqueza do universo em que vivemos, revelando sempre uma miríade de outros sub-universos para cada lado que nós lancemos algum olhar interessado e questionador.
A inteligência de seres de outros planetas, sejam eles animais, vegetais ou outra forma de vida, é algo que só poderemos imaginar e debater, enquanto não tivermos real acesso a ela. O que é uma pena, porque desconfio que estamos ainda muito longe de algum contato. Somente vida, não, porque tenho esperanças de ler sobre notícias de descoberta de vida em outro planeta ainda antes de morrer. Creio que teremos notícias assim dentro dos próximos 20 anos, com quase toda certeza. Porém, vida inteligente, essa aí, a cereja desse gigantesco bolo, o diamante precioso, a joia rara da coroa, essa pode demorar bem mais para mostrar a cara. E, infelizmente, eu não estarei mais caminhando sobre a Terra, para tomar conhecimento de como ela, de fato, é.