Autor Tópico: III Guerra Mundial:o que poderia causá-la ?  (Lida 6635 vezes)

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Offline JJ

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Re:III Guerra Mundial:o que poderia causá-la ?
« Resposta #25 Online: 06 de Setembro de 2016, 15:14:28 »

A que ponto chegamos: O JJ citando fonte do PT para atacar o seu desafeto, o EUA.



Não é desafeto de jeito nenhum.  As vezes escrevo de forma  genérica  fazendo referência ao país, mas o correto  seria separar  o país  (e o seu povo)  da parcela de uma elite  dirigente  belicista.

Offline JJ

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Re:III Guerra Mundial:o que poderia causá-la ?
« Resposta #26 Online: 06 de Setembro de 2016, 15:16:19 »
Diz ai algum território anexado por algum país da expansionista OTAN. A Russia já anexou...


Uma expansão de poder não envolve necessariamente a retomada de um território  que já pertenceu antes a  nação.   


Offline Johnny Cash

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Re:III Guerra Mundial:o que poderia causá-la ?
« Resposta #27 Online: 07 de Setembro de 2016, 07:58:45 »
Dos últimos 15 posts que consigo ver aqui, 10 são do JJ. O cara é uma máquina quando entra nessas.

Offline DDV

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Re:III Guerra Mundial:o que poderia causá-la ?
« Resposta #28 Online: 07 de Setembro de 2016, 10:50:31 »
JJ é um russófilo. Daqueles que choram quando assiste Dr. Jivago.


Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline DDV

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Re:III Guerra Mundial:o que poderia causá-la ?
« Resposta #29 Online: 07 de Setembro de 2016, 10:54:16 »
Uma guerra mundial só ocorreria se alguma potência militar fizesse uma expansão ou intervenção militar que violasse a ordem geopolítica atual, chocando-se frontalmente com os interesses de outras potências, e não estivesse disposta a ceder com o diálogo ou sanções.

Na verdade, a guerra só ocorreria se a potência agressora PERSISTIR em sua política expansiva. É provável que as primeiras invasões ou intervenções não gerem uma guerra.

É por aí mesmo.

Qual foi mesmo o país que, recentemente, ampliou o seu território às expensas da soberania de outro país?

Pista: Ele é governado pelo FDPutin.


Só pegaram de volta o presente dado anteriormente.





 :histeria: :histeria: :histeria:


Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

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Skorpios

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Re:III Guerra Mundial:o que poderia causá-la ?
« Resposta #30 Online: 07 de Setembro de 2016, 14:13:49 »
JJ é um russófilo. Daqueles que choram quando assiste Dr. Jivago.

Bom filme. Como não passaria na "cidade" onde eu morava, o fretamos um ônibus e a minha turma do ginásio foi a uma cidade vizinha assistir. Isso foi no final dos anos 60...

Offline JJ

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Re:III Guerra Mundial:o que poderia causá-la ?
« Resposta #31 Online: 07 de Setembro de 2016, 19:46:45 »
Uma guerra mundial só ocorreria se alguma potência militar fizesse uma expansão ou intervenção militar que violasse a ordem geopolítica atual, chocando-se frontalmente com os interesses de outras potências, e não estivesse disposta a ceder com o diálogo ou sanções.

Na verdade, a guerra só ocorreria se a potência agressora PERSISTIR em sua política expansiva. É provável que as primeiras invasões ou intervenções não gerem uma guerra.

É por aí mesmo.

Qual foi mesmo o país que, recentemente, ampliou o seu território às expensas da soberania de outro país?

Pista: Ele é governado pelo FDPutin.


Só pegaram de volta o presente dado anteriormente.





 :histeria: :histeria: :histeria:





Nossa !  Que engraçadinho né ?


Talvez você ache isso engraçadinho também:


"A Ucrânia – antes parte da União Soviética – tornou-se um parque temático da CIA. Ao orquestrar um golpe em Kiev, Washington passou a controlar efetivamente um regime que é vizinho da Rússia, e hostil a ela: um regime, podre integrados por nazistas, literalmente. Parlamentares de destaque da Ucrânia são descendentes políticos dos notórios grupos fascistas OUN e UPA. Eles enaltecem Hitler abertamente e clamam pela perseguição e expulsão da minoria de língua russa. Isso raramente é notícia no Ocidente; e quando aparece vem com sentido invertido, para esconder a verdade."




Offline JJ

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Re:III Guerra Mundial:o que poderia causá-la ?
« Resposta #32 Online: 07 de Setembro de 2016, 19:50:13 »
Reintegrar-se à Rússia é uma reação ao golpe de ucranianos aliados à Alemanha nazista, afirma historiador


Reprodução/Carta Maior

Segundo Luiz Alberto Moniz Bandeira, não houve propriamente anexação da Criméia à Rússia, mas, de fato e de direito, uma reincorporação da República Autônoma, aprovada por 96,77% dos votantes

1/04/2014

Por Marco Aurélio Weissheimer

Da Carta Maior


"A crise na Ucrânia evidencia e confirma a análise da política internacional, consubstanciada em no meu livro A Segunda Guerra Fria - Geopolítica e dimensões estratégicas dos Estados Unidos (Das rebeliões na Eurásia às África do Norte e ao Oriente Médio). A Rússia não vai tolerar que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) estenda sua máquina de guerra às fronteiras da Rússia, nem que posicione um escudo antimísseis nos territórios da Polônia e da República Tcheca".


A avaliação é do cientista político e historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira, em entrevista à Carta Maior. A presença da OTAN na Ucrânia, comparou o historiador, representa, para a Rússia, a mesma ameaça que os mísseis em Cuba representavam para os EUA em 1962.


Carta Maior: Qual a sua avaliação sobre os fatos que se sucederam ao plebiscito na Crimeia que decidiu pela anexação dessa região à Rússia?


Moniz Bandeira: Não houve propriamente anexação, mas, de fato e de direito, uma reincorporação da República Autônoma da Crimeia à Rússia, aprovada por 96,77% dos 83,10% dos votantes, uma participação massiva, no referendum convocado pelo Parlamento regional. Essa península permaneceu virtualmente sob a soberania da Rússia, desde o Tratado de Küçük Kaynarca, firmado com o Império Otomano, em 1774, durante do reinado da imperatriz Catarina II, a Grande (1729 –1796). Como lembrou o presidente Vladimir Putin foram os bolcheviques que, após a revolução de 1917, cederam, sem consideração étnica, territórios russos que formam atualmente o sudeste da Ucrânia, para a qual, em 1954, Nikita Khrushiov, secretário-geral do Partido Comunista da URSS, transferiu, por iniciativa pessoal, a Crimeia, juntamente com Sevastópol.


A iniciativa de reintegrar-se à Federação Russa constituiu uma reação ao golpe perpetrado pelas storm-troopers, grupos treinados, armados e organizados, militarmente, na Lituânia e na Polônia, com fardas da antiga divisão SS Galitzia (Waffen-Grenadier-Division der SS/galizische SS-Division Nr. 1), formada pelos ucranianos que se aliaram às forças da Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial. Foram essas milícias do Setor de Direita(Pravyi Sektor) e do Svoboda do (Partido Liberdade), que, em fevereiro, conquistaram o poder em Kiev.
 

O politólogo húngaro-americano, George Friedman, presidente da Stratfor, companhia especializada em global intelligence, embora escrevesse que “não sabe o que ocorreu em Kiev”, referindo-se hipocritamente ao putsch contra o presidente Viktor Yanukovych, reconheceu que “houve certamente muitas organizações financiadas com dinheiro americano e europeu que estavam comprometidas com a reforma do governo” (Geopolitical Weekly - March 18, 2014).


Foram essas ONGs que promoveram as demonstrações - com dois senadores americanos à frente - John McCain (Partido Republicano) e Christopher Murphy (Partido Democrata) – e possibilitaram a captura do poder pelos neonazistas do Setor de Direita e do Svodoba,  discípulos ideológicos de Stepan Andrijowytsch Bandera (1909-1959), anti-semita e anti-russo, aliado de Hitler na Segunda Guerra Mundial. O banqueiro Arseniy “Yats” Yatsenyuk, candidato de Victória Nulands (famosa pela frase “Fuck the EU”), autoproclamou-se primeiro-ministro  e colocou os neonazistas em postos chaves do governo.
 

O almirante Ihor Yosypovych Tenyukh, ministro interino de Defesa da Ucrânia é alto dirigente do Svoboda; Dmytro Yarosh, fundador do Setor de Direito, outro partido neonazista, é o vice-presidente do Conselho de Defesa e Segurança Nacional. O poder em Kiev está, de fato, nas mãos de Oleh Yaroslavovych Tyahnybok, o líder neonazista do Svoboda, inimigo declarado do que chama de “máfia judaico-russa”. Com esse governo ilegal, sem legitimidade, oriundo de putsch, foi que a União Europeia firmou no dia 21 de março um tratado de livre comércio.


Carta Maior: Qual sua avaliação sobre o atual estágio da crise na Ucrânia?


Moniz Bandeira: Um conhecido meu, que vive em Kiev, relatou, por e-mail, que esses grupos neonazistas, que deram o golpe de Estado, a pretexto de integração com a União Europeia, gritando “democracia” e “liberdade”, continuam a aterrorizar os russos e os e os ucranianos de língua materna russa, bem como os fiéis da Igreja Ortodoxa Russa. Se o governo de Viktor Yanukovych era ruim, corrupto – disse ele - os neonazistas que assumiram o poder são muito piores. São lumpens armados, bandidos, terroristas, e a situação em Kiev continua muito perigosa.
 

A cidade está fervilhando, com milhares da gangs nazistas, de diferentes movimentos locais, absolutamente ensandecidos e estúpidos. E o banditismo e o terror, que atormentam Kiev, atingem quase todas as regiões da Ucrânia. Nas cidades do leste, principalmente em Donetsk e Lugansk, onde predominam os russos e pró-Rússia, os conflitos com as gangs neonazistas não cessam porque a maior parte da população não aceita e não reconhece o governo instalado em Kiev. A Crimeia é a única região onde a situação é boa, calma, não há banditismo nem terrorismo, porque está sob o controle das tropas da Federação Russa.


Carta Maior: Quais as consequências para a Ucrânia e o Ocidente (Estados Unidos e União Europeia) da reincorporação da Crimeia pela Rússia?


Moniz Bandeira: As consequências são várias e complexas e daí a histeria dos Estados Unidos e da União Europeia. A Crimeia é uma das maiores regiões no Mar Negro para a exploração da gás e petróleo. A produção de gás aumentou, em 2013, cerca de 40%, com a abertura dos campos de Odessa e Stormovoe na Bacia do Mar Negro. A extração atingiu o nível de 1,5 bcm por ano. Um dos maiores depósitos de óleo e gás está na área do estreito de Kerch, que liga o Mar Negro ao Mar de Azov. O governo da Crimeia logo anunciou a nacionalização dos gasodutos e campos operados pelas companhias estatais da Ucrânia - ChornomorNaftogaz e Ukrtransgaz – incluindo o subsolo, no litoral do Mar Negro,  e as grandes companhias petrolíferas - Royal Dutch Shell Plc (RDSA), Exxon Mobil Corp. (XOM) Shell e Chevron Corp, Eni Span. (ENI) haviam firmado contratos com o governo de Kiev para a prospecção e exploração de petróleo e gás, nessa região.


Ao reintegrar a Crimeia à Rússia, o presidente Vladimir Putin deu notável golpe nas pretensões dos Estados Unidos e da União Europeia. Bloqueou o acesso físico de Kiev às virtuais fontes de energia no Mar Negro e assustou as empresas petrolíferas que lá estavam dispostas a investir. Um consórcio, que incluía a Exxon e Royal Dutch Shell Plc (RDSA) planejava investir US$735 perfurar dois campos - Skifska e Foroska - a 80km no sudoeste do litoral da Crimeia. Mas sem a Crimeia, Kiev não mais tem jurisdição sobre seu litoral, e também sobre o Mar de Azov, e a Ucrânia perde importante área submarina, cuja produção de petróleo poderia alcançar o montante de 70 milhões de cru por ano, o que a tornaria menos dependente da Rússia em termos de energia. 


A Ucrânia consome anualmente cerca 55 bilhões de metros cúbicos (bcm) de gás, dos quais 50 por cento importa da Rússia. E a estimativa é a de que as reservas de gás, na bacia do Mar Negro, possam conter de 4 trilhões a 13 trilhões de metros cúbicos. Com um investimento de US$ 8 bilhões a US$9 bilhões, a produção poderia alcançar um nível de 9,7 milhões de metros cúbicos por ano por volta de 2030. O controle dessa riqueza, que os Estados Unidos pretendiam ganhar através da adesão da Ucrânia à União Europeia, passou, juntamente com a Crimeia, para a Rússia.
 

As companhias petrolíferas terão certamente de fazer novas negociações e aí com as autoridades de Simferopol e de Moscou. A Gazprom já solicitou permissão às autoridades da Crimeia para explorar as reservas do litoral. E a Ucrânia, com uma economia improdutiva, terá outros grandes prejuízos. Necessita de US$ 25 bilhões, em 2014, para cobrir o enorme déficit da conta corrente e pagar aos credores estrangeira. Somente com Rússia, o débito é de US$16 bilhões, conforme informou ao presidente Putin, o primeiro-ministro Dmitry Medvedev, em reunião do Conselho de Segurança da Rússia.  E a dívida com a Gazprom pelo fornecimento de gás alcançou o valor de US$1,8 bilhão em fevereiro de 2014.
 

Porém, suas reservas monetárias somam apenas US$12 bilhões. A perspectiva é de instabilidade social e volatilidade política, sobretudo quando o governo de Kiev aplicar as medidas de austeridades impostas pelo FMI, Estados Unidos e União Europeia para conceder algum bailout.


Carta Maior: Quais foram os fatores determinantes para o golpe que derrubou o presidente Viktor Yanukovych? Qual foi o peso do recuo na assinatura do acordo de livre comércio com a União Europeia?


Moniz Bandeira: Os fatores foram vários e as ONGs, financiadas por entidades dos Estados Unidos e da União Europeia, e os partidos neonazistas, aproveitaram as péssimas condições domésticas para fomentar as demonstrações na praça Maidan. Porém, um dos principais fatores, foi o fato de que, em 21 de abril de 2010, o presidente Viktor Yanukovych, após ser eleito presidente da Ucrânia contra Yulia Tymoshenko, anunciou um novo acordo, firmado, em Kharkov, com o então presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, estendendo o arrendamento da base naval de Sevastópol, no Mar Negro. O acordo, que devia expirar em 2017, foi prorrogado por mais 25 anos, até 2042, com a possibilidade de ser estendido por mais cinco anos.


Em compensação, a Rússia investiria no desenvolvimento econômico e social de Sevastópol, além de reduzir em 30%, abaixo da cotação do mercado, o preço do gás natural fornecido à Ucrânia, estimado em US$40 bilhões.  O acordo de Kharkov previa, como no tempo da União Soviética, a realização de projetos conjuntos, em setores estratégicos, tais como, inter alia, energia nuclear e aviação, e permitiria a Ucrânia retomar um ritmo sustentável de crescimento.  E, outrossim, o acordo evitava que a Ucrânia aderisse à OTAN, cuja carta impedia que qualquer dos seus membros instalasse bases no seu território, até o fim do arrendamento pela Rússia. A crise, desde então, estava a fermentar, até que a proposta do acordo para a associação da Ucrânia à União Europeia e tratado de livre comércio, por diversos motivos, voltou à agenda em 2013. Esta seria, provavelmente, uma forma de anular o acordo de Kharkov, firmado em 2010.


O presidente Vladimir Putin sempre se manifestou disposto a não tolerar que a OTAN estendesse sua máquina de guerra às fronteiras da Rússia, ameaçando-lhe a posição estratégica, nem o estacionamento do escudo antimísseis nos territórios da Polônia e da República Tcheca.


Ao perceber o objetivo dos Estados Unidos e das demais potências ocidentais, a ameaça implícita nas suas iniciativas militares, visando a assumir o controle do Mediterrâneo e eliminar a influência da Rússia e da China no Oriente Médio e no Magreb, bem como isolar politicamente o Irã, ele restaurou a frota russa, no Atlântico, e expandiu a frota no Mediterrâneo, que passou a contar, a partir de 2012, com onze vasos de guerra – Aleksandr Shabalin, Almirante Nevelskoy, Peresve, Novocherkassk, Minsk, Nikolay Fylchenkov, ademais de um grande  navio anti-submarino -  Almirante Panteleyev – um navio de escolta - Neustrashimy’ -  um navio de patrulha – Smetlivy – e um cruzador  anti mísseis – Moskva.


A ampliação do porto de Tartus, na Síria, como base naval para sua frota no Mar Negro, já havia começado. E o que os Estados Unidos e os países da Europa certamente pretendiam era instalar em Damasco um governo que acabasse com essa base naval, interligada com a base naval de Sevastópol, no Mar Negro, impedindo o acesso da Rússia às águas quentes do Mediterrâneo. Daí que o presidente Vladimir Putin, com grande habilidade, conseguiu impedir que o presidente Barack Obama cometesse a insensata aventura de bombardear a Síria e forneceu ao governo de Bashar al-Assad os modernos e eficientes sistemas antimísseis - SS-N-26, para a defesa da costa, e o SA-21 (S-300 PMU2) para defesa aérea – a fim de enfrentar qualquer intervenção estrangeira.


A crise, que voltou a eclodir na Ucrânia, está interligada, de um modo ou de outro, com a situação na Síria, onde o presidente Bashar al-Assad está retomando o controle de todo o país. Inserem-se no mesmo contexto da guerra fria, que recomeçou, após um interregno, uma vez que a política de Washington não se desviou, em nenhum momento, da diretriz traçada pelo general Colin Powell no sentido de impedir a União Europeia de tornar-se uma potência militar, fora da OTAN, e a remilitarização do Japão e da Rússia, e desencorajar qualquer desafio à sua preponderância ou tentativa de reverter a ordem econômica e política internacionalmente estabelecida. (The Military Strategy of the United States – 1991-1992).


Carta Maior: O que o Brasil tem a ver com essa crise? Qual deve ser, na sua opinião, a posição da política eterna brasileira neste caso?


Moniz Bandeira: O Brasil não deve envolver-se na crise da Ucrânia. Seus interesses nacionais e estratégicos não são os mesmos dos Estados Unidos nem da União Europeia. O Brasil tem negócios com a Ucrânia, o projeto da empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS), firmado em 21 de outubro de 2003. Trata-se de um acordo de cooperação a longo prazo entre os dois países, para entrar no mercado internacional de lançamentos espaciais. O município de Alcântara, no Maranhão, apenas 2° ao sul da Linha do Equador – onde é maior a velocidade de rotação da Terra – permite um impulso natural para o voo do foguete e possibilita a realização de lançamentos para qualquer direção a partir de um único ponto.


A Ucrânia iria fornecer a tecnologia e os equipamentos, que antes fabricava para a União Soviética, nas indústrias situadas no leste, particularmente em Donetsk e Lugansk. Esse projeto, embora sofresse atraso devido aos problemas financeiros da Ucrânia, que não pôde integralizar o capital, havida sido ultimamente retomado.
 

Os Estados Unidos, porém, sempre foram contra e, se controlam o governo de Kiev, podem inviabilizá-lo. Por outro, o Brasil não pode reconhecer uma governo ilegal, sem legitimidade, e manifestar-se contra a Rússia, que não cometeu nenhuma agressão contra a Ucrânia. A Criméia já era uma República Autônoma, dentro da Ucrânia, e seu Parlamento decidiu, legalmente, convocar um referendum e a maioria esmagadora votou pela reunificação com a Rússia, que não a invadiu. Suas tropas já estavam dentro em Sevastópol, na Crimeia, uma República Autônoma, de conformidade com o acordo de Kharkov.


Carta Maior: O presidente Putin ganhou mais uma disputa do presidente Obama, como ocorreu no caso da Síria? A política externa da Rússia está melhor preparada neste momento?


Moniz Bandeira: Sim. O presidente Vladimir Putin é o maior estadista da atualidade. Ganhou mais um lance no xadrez da política internacional. A Rússia tem uma larga experiência e é mais pragmática. A diplomacia nos Estados Unidos é conduzida, porém, por amadores, embriagados pela ideologia do “excepcionalismo” da América, como “the indispensable nation”. E, embora haja nos Estados Unidos notável elite acadêmica e intelectual, com profundo e claro conhecimento dos outros países, a América profunda ignora o resto do mundo. E é essa América profunda, que elege a maioria do Congresso e, portanto, influi também na política exterior, mais e mais militarizada, com base na crença da invencibilidade do seu poderio militar, conquanto, como reconheceu o próprio ex-presidente Bill Clinton, os Estados Unidos não tenham vencido nenhuma guerra desde 1945.


O fato de que o presidente Barack Obama se afoitou e logo reconheceu o governo instalado em Kiev pelos neonazistas e recebeu na Casa Branca o autoproclamado primeiro-ministro da Ucrânia, o banqueiro Arseniy “Yats” Yatsenyuk, evidenciou sua incapacidade como chefe de governo e de Estado. Esse governo não é legal, não tem legitimidade e, qualquer que seja a evolução da crise, o status quo na Ucrânia inevitavelmente se manterá. A situação na Ucrânia é extremamente volátil. E o que é doloroso é ver que a União Europeia se deixa subordinar pelos Estados Unidos, avassalada por meio da OTAN, convertida em gendarme global, cujos comandantes dão opiniões, fazem ameaças e ditam diretrizes políticas, como se fossem chefes de Estados. As sanções contra a Rússia são inócuas. Não reverterão à Crimeia à Ucrânia. Trata-se de um fato consumado.  E, se as sanções forem realmente efetivadas, afetarão, sobretudo, as economias da França e da Alemanha, onde se prevê que a suspensão das encomendas militares da Rússia levará mais de 350.000 trabalhadores ao desemprego.


Carta Maior: Parece haver um lobby se constituinte na imprensa brasileira e ocidental contra a posição da Rússia. Como o senhor vê o comportamento da mídia neste caso?


Moniz Bandeira: Um grande amigo meu escreveu-me que “é muito preocupante notar que a imprensa e TV ocidentais escamoteiam completamente a situação na Ucrânia, que já me fora relatada por outros residentes em Kiev. Esses meios de comunicação, que temos parecem os da Alemanha nazista ou a dos países comunistas! Vivemos como no filme "Farenheit 452"...” Esse filme, dirigido e lançado em 1966, por François Truffaut, constituiu uma adaptação da novela de Ray Bradbury, mostrando o futuro da sociedade americana, onde os livros seriam proibidos e destruídos por autocombustão do papel.


No governo do presidente George W. Bush (2001-2009), Donald Rumsfeld, como secretário de Defesa, criou sigilosamente dentro do Pentágono, o Office of Strategic Influence (OSI), com a tarefa de consistiu em manipular a opinião pública, com falsas informações, e promover psychological operations (PSYOP), o mesmo objetivo do Ministério da Informação Popular e Propaganda do Reich nazista, dirigido por Joseph Goebbels, autor da lição de que “uma mentira deve ser somente muitas vezes repetida e então ela se torna crível” (Eine Lüge muss nur oft genug wiederholt werden. Dann wird sie geglaubt). O MI6 — Secret Intelligence Service (SIS) — do Reino Unido possui igualmente uma para Information Operations (I/Ops) encarregada de planejar as operações de guerra psicológica, como antes faziam a Special Political Action (SPA) e o Information Research Department (IRD). Esses órgão têm como função, inter alia, plantar, na imprensa, falsas estórias, rumores e desinformação, por meio de off-the-record briefing e double-sourcing, i.e., confirmadas por outro agente contratado para essa função. A remuneração era paga a editores, via umoffshore bank em acessível paraíso fiscal. Todo esse processo eu demonstro, documentadamente, em meu livro A Segunda Guerra Fria - Geopolítica e Dimensão Estratégica dos Estados Unidos (Das rebeliões na Eurásia à África do Norte e ao Oriente Médio).


Carta Maior: Na sua avaliação, há o risco de uma escalada militar nesta crise?


Moniz Bandeira: Em uma confrontação militar entre a Rússia e os Estados Unidos há sempre o risco de uma escalação da guerra convencional para o uso de armas nucleares.  Daí que um confronto militar entre os Estados e a Rússia afigura-me absolutamente impossível, ademais de que, ao que tudo indica, o eleitorado americano não esteja a favor de qualquer envolvimento na Ucrânia. O povo alemão também. De qualquer forma, a instalação de base militar da OTAN na Ucrânia a Rússia não aceitará. A ameaça à segurança da Rússia equivale, na percepção do presidente Vladimir Putin, à mesma que o estabelecimento de plataformas de mísseis em Cuba representava para os Estados Unidos, em 1962. 


A Rússia não é nenhuma potência emergente. É uma antiga potência, que derrotou as forças de Napoleão e de Hitler. Herdou, como sucessora jurídica, vasto arsenal estratégico e não-estratégico (tático) de armas nucleares da extinta União Soviética, mais ou menos cerca de 1.800 ogivas nucleares estratégicas operacionais, reservas de 2.700, contra 1.950 operacionais e 2.500 de reserva dos Estados Unidos. Possui atualmente 558 plataformas estratégicas, com capacidade para carregar 2.500 ogivas nucleares, e disparar novos mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs) – seis variantes, entre os quais R-36M2, UR-100NUTTH, Topol-M e Yars. Também dispõe de novos submarinos nucleares estratégicos, com mísseis balísticos (SSBN), o projeto 667BDR Kalmar, baseados na frota do Pacífico, em Rybachiy, e seis projetos 667BDRM Delfin, integrando a frota do Nordeste na baía de Yagelnaya.


O poderio nuclear da Rússia é mais ou menos igual ao dos Estados Unidos. A União Soviética não foi militarmente derrotada. O que esbarrondou foi um regime socialista estatal, autárquico, dentro de uma economia mundial de mercado. E não creio na possibilidade de showdown militar da OTAN com a Rússia, nem mesmo com forças convencionais. Cerca de 60% do abastecimento de gás da União Europeia passa pela Ucrânia e seria, necessariamente, destruído. É provável, entretanto, que ocorram conflitos militares locais.


As províncias do leste da Ucrânias, sobretudo, Donetsk e Lugansk tendem fortemente a realizar plebiscito para reintegrar-se à Rússia com a qual tem estreitos laços não apenas étnicos, mas econômicos. E Moscou pode intervir se o governo de Kiev, que não conta com o apoio de toda a população, e seus partidários intensificarem a repressão contra a os que se manifestam pró-Rússia no leste ou em outras regiões da Ucrânia. De modo geral, a perspectiva não é tranquila em toda a região. É imprevisível.


http://antigo.brasildefato.com.br/node/27989


« Última modificação: 07 de Setembro de 2016, 20:08:14 por JJ »

Offline Buckaroo Banzai

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Re:III Guerra Mundial:o que poderia causá-la ?
« Resposta #33 Online: 07 de Setembro de 2016, 20:31:28 »
Citar
http://www.bbc.com/news/world-europe-37303247

US says Russian jet flew 10ft from plane over Black Sea
1 hour ago

The Pentagon says a Russian fighter plane flew within about 10ft (3m) of one of its reconnaissance aircraft operating over the Black Sea.
US officials described the intercept by the SU-27 jet on Wednesday as "dangerous and unprofessional".

..

https://en.wikipedia.org/wiki/Korean_Air_Lines_Flight_902

https://en.wikipedia.org/wiki/Korean_Air_Lines_Flight_007

https://en.wikipedia.org/wiki/Malaysia_Airlines_Flight_17

Offline Lorentz

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Re:III Guerra Mundial:o que poderia causá-la ?
« Resposta #34 Online: 07 de Setembro de 2016, 20:36:21 »
Alguém se lembra do antigo usuário chamado ukrainian? Acho que é o JJ !!!!!!!!  :susto:

Pelo menos largou dessa vida de comunista de internet.  :hihi:
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth


Offline DDV

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Re:III Guerra Mundial:o que poderia causá-la ?
« Resposta #36 Online: 08 de Setembro de 2016, 01:56:24 »
Alguém se lembra do antigo usuário chamado ukrainian? Acho que é o JJ !!!!!!!!  :susto:

Pelo menos largou dessa vida de comunista de internet.  :hihi:

Não é o Ukrainian, senão estaria defendendo a Ucrânia.  :hihi:
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Offline DDV

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Re:III Guerra Mundial:o que poderia causá-la ?
« Resposta #37 Online: 08 de Setembro de 2016, 01:59:38 »
JJ é um russófilo. Daqueles que choram quando assiste Dr. Jivago.

Bom filme. Como não passaria na "cidade" onde eu morava, o fretamos um ônibus e a minha turma do ginásio foi a uma cidade vizinha assistir. Isso foi no final dos anos 60...

Em um dos locais onde trabalho tem um cara na casa dos 50 anos que é aficcionado por esse filme. Disse que já assistiu mais de 200 vezes, coleciona tudo sobre ele, sabe toda a história da produção. Ele disse que quando assistiu pela primeira vez, danou-se a chorar no cinema de forma  que nem ele sabe explicar o porquê, e alegou como possibilidade ter sido um russo em vidas passadas.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:III Guerra Mundial:o que poderia causá-la ?
« Resposta #38 Online: 09 de Setembro de 2016, 12:35:51 »
Alguém se lembra do antigo usuário chamado ukrainian? Acho que é o JJ !!!!!!!!  :susto:

Pelo menos largou dessa vida de comunista de internet.  :hihi:

Não é o Ukrainian, senão estaria defendendo a Ucrânia.  :hihi:

Não conheço nenhuma fonte séria que documente fielmente o tal "genocídio ucraniano" e os outros que você postou. Possue alguma para mostrar?

Offline Gaúcho

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Re:III Guerra Mundial:o que poderia causá-la ?
« Resposta #39 Online: 09 de Setembro de 2016, 15:20:24 »
Bom, a best Coréia realizou mais um teste nuclear hoje...
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Pasteur

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Re:III Guerra Mundial:o que poderia causá-la ?
« Resposta #40 Online: 09 de Setembro de 2016, 18:35:19 »
Bom, a best Coréia realizou mais um teste nuclear hoje...

Não que eu esteja tranquilo com um maluco desses ter a bomba atômica,  muito pelo contrário,  mas se tentar alguma coisa a Coréia do Norte desaparece do mapa.

Offline EuSouOqueSou

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Re:III Guerra Mundial:o que poderia causá-la ?
« Resposta #41 Online: 09 de Setembro de 2016, 22:49:59 »
Bom, a best Coréia realizou mais um teste nuclear hoje...

Não que eu esteja tranquilo com um maluco desses ter a bomba atômica,  muito pelo contrário,  mas se tentar alguma coisa a Coréia do Norte desaparece do mapa.

O problema é que os EUA e cia estão fazendo pressão no país errado (Coreia do Norte). De nada adiantam sanções a C.N. quando 90% do comércio dela é feito com a China. E o mundo não tem condições de fazer pressão na China, já ela é praticamente o atual motor da economia mundial.

"China still has more leverage than any other country, simply because North Korea conducts 90 percent of its trade with China, much of it through the city of Dandong on the Chinese side of the Yalu River."

Quanto a China, ela tem razoes pra manter a CN do jeito que está. A C.N. serve como um buffer para impedir que a Coreia do Sul tome controle e assim permitir que os US instalem bases mais proximas a China. E a desculpa é que estão fornecendo ajuda humanitária a CN.

"China has made it clear that it will not tolerate a regime collapse in North Korea, and any humanitarian crisis or power vacuum that might ensue. It wants to keep North Korea as a buffer and avoid the possibility that South Korea could someday control the entire peninsula, potentially allowing U.S. forces all the way up to the Yalu River. Another concern is that a crisis could prompt a flood of refugees. So Beijing continues to provide oil and other commodities to Pyongyang in the name of humanitarian assistance."

Felizmente, até a China ta ficando de saco cheio com o Ping-pong junior:

http://www.npr.org/sections/parallels/2016/09/09/493266057/why-china-wants-to-squeeze-north-korea-a-little-but-not-too-much
Qualquer sistema de pensamento pode ser racional, pois basta que as suas conclusões não contrariem as suas premissas.

Mas isto não significa que este sistema de pensamento tenha correspondência com a realidade objetiva, sendo este o motivo pelo qual o conhecimento científico ser reconhecido como a única forma do homem estudar, explicar e compreender a Natureza.

Offline Pasteur

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Re:III Guerra Mundial:o que poderia causá-la ?
« Resposta #42 Online: 10 de Setembro de 2016, 00:10:18 »
Bom, a best Coréia realizou mais um teste nuclear hoje...

Não que eu esteja tranquilo com um maluco desses ter a bomba atômica,  muito pelo contrário,  mas se tentar alguma coisa a Coréia do Norte desaparece do mapa.

O problema é que os EUA e cia estão fazendo pressão no país errado (Coreia do Norte). De nada adiantam sanções a C.N. quando 90% do comércio dela é feito com a China. E o mundo não tem condições de fazer pressão na China, já ela é praticamente o atual motor da economia mundial.

"China still has more leverage than any other country, simply because North Korea conducts 90 percent of its trade with China, much of it through the city of Dandong on the Chinese side of the Yalu River."

Quanto a China, ela tem razoes pra manter a CN do jeito que está. A C.N. serve como um buffer para impedir que a Coreia do Sul tome controle e assim permitir que os US instalem bases mais proximas a China. E a desculpa é que estão fornecendo ajuda humanitária a CN.

"China has made it clear that it will not tolerate a regime collapse in North Korea, and any humanitarian crisis or power vacuum that might ensue. It wants to keep North Korea as a buffer and avoid the possibility that South Korea could someday control the entire peninsula, potentially allowing U.S. forces all the way up to the Yalu River. Another concern is that a crisis could prompt a flood of refugees. So Beijing continues to provide oil and other commodities to Pyongyang in the name of humanitarian assistance."

Felizmente, até a China ta ficando de saco cheio com o Ping-pong junior:

http://www.npr.org/sections/parallels/2016/09/09/493266057/why-china-wants-to-squeeze-north-korea-a-little-but-not-too-much

Enquanto isso a população norte coreana passa fome, semelhante a de alguns países africanos...

Offline EuSouOqueSou

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Re:III Guerra Mundial:o que poderia causá-la ?
« Resposta #43 Online: 10 de Setembro de 2016, 00:14:49 »
Vc acha que o governo chines se importa com isso? Eles nao tem complacencia nem com o proprio povo imagina com os outros.
Qualquer sistema de pensamento pode ser racional, pois basta que as suas conclusões não contrariem as suas premissas.

Mas isto não significa que este sistema de pensamento tenha correspondência com a realidade objetiva, sendo este o motivo pelo qual o conhecimento científico ser reconhecido como a única forma do homem estudar, explicar e compreender a Natureza.

Offline JJ

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Re:III Guerra Mundial:o que poderia causá-la ?
« Resposta #44 Online: 08 de Outubro de 2016, 08:13:38 »
Alguém se lembra do antigo usuário chamado ukrainian? Acho que é o JJ !!!!!!!!  :susto:

Pelo menos largou dessa vida de comunista de internet.  :hihi:

Não é o Ukrainian, senão estaria defendendo a Ucrânia.  :hihi:



A Ucrânia é uma coisa, o bando de neonazistas que chegaram ao poder é outra.



Offline Gauss

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Re:III Guerra Mundial:o que poderia causá-la ?
« Resposta #45 Online: 08 de Outubro de 2016, 12:50:27 »
Alguém se lembra do antigo usuário chamado ukrainian? Acho que é o JJ !!!!!!!!  :susto:

Pelo menos largou dessa vida de comunista de internet.  :hihi:

Não é o Ukrainian, senão estaria defendendo a Ucrânia.  :hihi:
A Ucrânia é uma coisa, o bando de neonazistas que chegaram ao poder é outra.

Neonazistas... Você sabia que o Primeiro-Ministro da Ucrânia é judeu, certo?
https://en.wikipedia.org/wiki/Volodymyr_Groysman

E que o  partido/bloco dele tem tendências liberais (sendo mais conservador moderado do que liberal) e é pró-UE, certo?
https://en.wikipedia.org/wiki/Petro_Poroshenko_Bloc_"Solidarity"

Para o Pravda e para a imprensa suja eles devem ser neonazistas, fascistas, neoliberais...
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline JJ

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Re:III Guerra Mundial:o que poderia causá-la ?
« Resposta #46 Online: 08 de Outubro de 2016, 15:21:11 »
15/02/2014 00:00


Moniz Bandeira aponta aliança entre ONGs ocidentais e neonazistas na Ucrânia


Os Estados Unidos e a União Europeia estão dispostos a se aliar não importa com quem desde que isso enfraqueça a Rússia, diz o historiador.

Marco Aurélio Weissheimer
Arquivo

Os protestos de rua que vem sacudindo a Ucrânia nas últimas semanas são resultado, em grande medida, de uma articulação bizarra entre ongs e fundações norte-americanas e europeias e o partido neonazista Svoboda, liderado por Oleg Tiagnibog. Os Estados Unidos e a União Europeia estão dispostos a se aliar não importa com quem desde que isso enfraqueça a Rússia e permita a instalação de tropas da OTAN na Ucrânia. Esse é o pano de fundo desses protestos. A avaliação é do cientista político e historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira, autor, entre outras obras, de A Segunda Guerra Fria – Geopolítica e Dimensão Estratégica dos Estados Unidos (Editora Civilização Brasileira), onde examina o papel dos Estados Unidos na eclosão e o desenvolvimento de recentes rebeliões na Eurásia, na África do Norte e no Oriente Médio.
 

 
Para Moniz Bandeira, os recentes acontecimentos que convulsionaram vários países no Oriente Médio, na Eurásia e norte da África devem ser entendidos no contexto da estratégia de “full spectrum dominance” (dominação de espectro total) que os EUA continuam implementando contra a presença da Rússia e da China naquelas regiões. Em entrevista à Carta Maior, Moniz Bandeira analisa a situação da Ucrânia e identifica os grupos que, segundo ele, estão apoiando e promovendo as manifestações:


"ONGs, tais como Open Society Foundations [OSF], Vidrodzhenya (Reviver), Freedom House, Poland-America-Ukraine Cooperation Initiative e outras, finaciadas pelos Estados Unidos, através da USAID, National Endowment for Democracy e CIA, bem como fundações alemãs. Foram elas que promoveram a denominada Revolução Laranja, que derrubou o governo de Leonid Kuchma (1994-2005)".


"Os chamados ativistas, que instigam e lideram as demonstrações pro-Ocidente, pertencem, em larga medida, a comandos do Svoboda e de outras tendências neo-nazis, levados de Lviv (Lwow, Lemberg) para Kiev e manifestam claramente tendências xenófobas, racistas, anti-semitas e contra a Rússia".


A União Brasileira de Escritores e a Academia de Letras de Minas Gerais indicaram o nome de Moniz Bandeira para o prêmio Nobel de Literatura em 2014, cuja escolha será feita em outubro pela Academia Sueca.


Qual a sua avaliação sobre os recentes protestos que vem sacudindo a Ucrânia?


Moniz Bandeira -  A Ucrânia nunca teve unidade étnica e daí a fragilidade do Estado nacional que lá se formou. Até o século XII, chamada Rus' Kievana  ou Kyïvska Rus, era uma confederação de tribos eslavas orientais, virtualmente oa maior potência da Europa, ao abranger a atual Bielo Rússia e parte da Rússia.
 

Desintegrou-se, porém, e esteve envolvida em constantes guerras entre russos, poloneses, cossacos e lituanos. Em 1795, a antiga Rus's Kievna, ao oeste do rio Dnieper, que desemboca no Mar Negro, foi repartida. A Rússia anexou a maior parte da região, todo o Kanato da Criméia, e o  Império Austro-Húngaro, sob a dinastia de Habsburg, dominou a outra, incluindo a Galitzia (Halychyna), na Europa Central, até 1918.


Durante a guerra civil na Rússia, após a Revolução Bolchevique (1917), lá combateram diversas facções. Após o Exército Vermelho derrotar as forças contra-revoluicionárias do general Antón Denikin e os anarquistas comandados por Nestor Makhno, a República Soviética da Ucrânia constituiu-se como Estado nacional e, em 1922, somou-se às Repúblicas Soviéticas da Rússia, Bielorrusia e Transcaucasia, na formação da União Soviética. Após o Pacto Molotv- Ribbentrop, ela reincorporou ao seu território a Galitzia e Volhnia, que integravam a Polônia, bem como recebeu da Romênia a Bessarábia, o nordeste de Bukovina e a região de Hertza. A opressão do regime stalinista, entre outros fatores históricos, gerou, no entanto, forte e profundo sentimento anti-soviético e, conseqüentemente, anti-russo. Uma parte da população não só saudou as tropas nazistas, como libertadoras, quando invadiram a Ucrânia em 22 de junho de 1942, como lutou ao seu lado. Porém, a maioria incorporou-se ao Exército soviético e a brutalidade nazista reforçou ainda mais a resistência.


Em 1945, libertada, a República Soviética da Ucrânia foi um dos países fundadores da ONU, mas Stalin não conseguiu colocá-la, como membro permanente, no Conselho de Segurança. A Grã-Bretanha opô-se. Não queria que a União Soviética com mais um voto, com direito a veto, no Conselho de Segurança. E daí que os dois países não aceitaram que o presidente Franklin D. Roosevelt, conforme prometera ao presidente Getúlio incluisse também o Brasil, porque estava então estreitamente vinculado aos Estados Unidos. 


Quais são as causas e os principais protagonistas dos atuais protestos?


Moniz Bandeira - As causas das demonstrações são, sobretudo, geopolíticas e estratégicas. O que está em jogo não é, na realidade, a adesão da Ucrânia à União Européia. Não é questão de livre circulação de pessoas e de mercadorias. A União Européia muito pouco pode oferecer à Ucrânia, exceto, mediante o levantamento das barreiras alfandegárias, a importação maciça de produtos do Ocidente, a imposição de normas europeias aos produtos que ela fabrica e pode exportar para a mesma União Européia, o que lhe vai dificultar ainda mais as transações comerciais. A Ucrânia só tem a perder. O FMI vei impor medidas de contenção, dificultando ainda mais o desenvolvimento do país. Muitas indústrias fecharão ou serão assenhoreadas pelas multinacionais européias e os pequenos agricultores, arruinados pela agro-indústria.
 

 
Porém, o que os Estados Unidos pretendem, através da incorporação da Ucrânia à União Europeia é, sobretudo, possibilitar que as forças da OTAN sejam estacionadas na fronteira da Rússia. Conforme o economista Paul Craig Roberts, ex-secretário assistente do Tesouro no governo de Ronald Reagan (1981-1969), salientou, a respeito dos comentários de Viktoria Nuland, secretária de Estado Assistente de John Kerry, "a Ucrânia ou a parte ocidental do país está cheia de ONGs mantidas por Washington cujo objetivo é entregar a Ucrânia às garras da União Europeia, para que os bancos da União Europeia e dos Estados Unidos possam saquear o país como saquearam, por exemplo, a Latvia; e enfraquecer, simultaneamente, a Rússia, roubando-lhe uma parte tradicional e convertendo-a em área reservada para bases militares de Estados Unidos-OTAN".
 

Com efeito, por trás das ininterruptas demonstrações, das quais dois senadores americanos -John McCain (Partido Republicano) e Christopher Murphy (Partido Democrata) abertamente participaram -  estão certas ONGs, tais como Open Society Foundations [OSF], Vidrodzhenya (Reviver), Freedom House, Poland-America-Ukraine Cooperation Initiative e outras, finaciadas pelos Estados Unidos, através da USAID, National Endowment for Democracy e CIA, bem como fundações alemãs. Foram elas que promoveram a  denominada Revolução Laranja, que derrubou o governo de Leonid Kuchma (1994-2005).

Essas e outras organizações não governamentais foram criadas como fachada para promover a política de mudança de regime sem golpe de Estado. Esse novo método de subversão, que os Estados Unidos desenvolveram, demonstro, com vasta documentação, em meu livro A Segunda Guerra Fria - Das rebeliões na Eurásia à África do Norte e ao Oriente Médio, lançado em 2013.


E como está a situação hoje da Ucrânia? Para onde caminha o país?


Moniz Bandeira -  A Ucrânia está em uma situação econômica e social extremamente difícil. O desemprego, segundo o governo, é da ordem de 8% e parcela significativa da população - de 25%, conforme as estatísticas oficiais -, vive abaixo da linha de pobreza. O índice de desnutrição é estimado entre 2 e 3 % até 16%. O salário médio é de US$332,00, um dos mais baixos da Europa. As áreas rurais, no Ocidente, são mais pobres. E a Ucrânia está na iminência de praticar o default. Os jovens ucranianos, porém, imaginam que a União Européia pode melhorar seu standard de vida e aumentar prosperidade do país. Os ucranianos – em primeiro lugar a juventude – têm o sonho da UE, a liberdade de viajar, as ilusões de conforto, bons salários, prosperidade, etc. Sonhos com os quais os governos ocidentais contam para derrubar o governo de Vikton Yanukovych.


Qual a importância geopolítica da Ucrânia hoje no cenário europeu e internacional?


Moniz Bandeira -  Zbigniew Brzezinski, ex-assessor de Segurança Nacional do presidente Jimmy Carter, escreveu certa vez que, no novo tabuleiro do xadrez mundial, “a Ucrânia podia estar na Europa sem a  Rússia, porém a Rússia não podia estar na Europa sem a Ucrânia".  A equação, contudo, é muito mais complexa. A Ucrânia, chamada, tradicionalmente, de "pequena Rússia", não pode se desprender da Rússia, da qual muito depende, sobretuido para seu abastecimento de gás. E sua adesão à União Européia, permitindo o avanço da OTAN até a fronteiras da Rússia, tenderia evidentemente a romper todo o equilíbrio geopolítico da Eurásia, uma vasta região terrestre e fluvial, até o Oriente Médio, devido abranger os importantes estreitos de Bósforo e Dardanelos, que possibilitam as comunicações do Mar Negro e de importantes zonas energéticas (gás e petróleo) com o Mar Mediterrâneo, cujo controle e completo domínio os Estados Unidos buscam com a derrubada do governo de Basshar al-Assad, na Síria.


A questão da Ucrânia insere-se, assim, no mesmo contexto da guerra na Síria. A Rússia ainda mantém importante base naval na Síria, em Tartus, bem como conserva forças no porto de Latakia. E, não obstante o colapso da União Soviética, continuou a configurar, na percepção dos Estados Unidos, como seu maior rival. Ao Ocidente -  Estados Unidos e União Européia -  não interessa, portanto, a criação da União Econômica Eurasiana, cujo tratado o presidente da Rússia, Vladimir Putin, o grande estadista da atualidade, está a negociar com as antigas repúblicas que antes integraram a extinta União Soviética, tais como  Quirguistão, Armênia, Bielorrússia, Cazaquistão e Ucrânia, exceto os países bálticos. Os Estados e a União Européia entendem que a Rússia voltaria, assim, a conquistar dimensão estratégica e geopolítica na mesma proporção da extinta União Soviética. O que está em jogo não é questão ideológica. É geoestratégica.


Como disse, Washington nunca deixou de perceber a Rússia como seu principal adversário, mesmo após a dissolução da União Soviética (1991). Em 1991, o general Colin Powell, então chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, no governo de George H. W. Bush (1989-1993), recomendou que os Estados Unidos impedissem que a União Europeia se tornasse uma potência militar, fora da OTAN, a remilitarização do Japão e da Rússia, bem como desencorajasse qualquer desafio à sua preponderância ou tentativa de reverter a ordem econômica e política internacionalmente estabelecida. Também Dick Cheney, então como secretário de Defesa, divulgou, em 1992, um documento no qual estabeleceu que a primeira missão política e militar dos Estados Unidos consistia em impedir o surgimento de algum poder rival na Europa, na Ásia e na extinta União Soviética.

Qual é a atual correlação de forças interna na Ucrânia no que diz respeito aos protestos?


Moniz Bandeira - O eixo da crise não está propriamente na correlação de forças domésticas, i. e., dentro da Ucrânia. Grande parte da população não apoia os que fazem demonstrações em Kiev. E o país, quer queiram ou não os manifestantes, está na órbita de gravitação da Rússia. Por outro lado, o Mar Negro é controlado, desde o reinado de Catarina, a Grande (1762 e 1796), pela frota russa, baseada na península da Crimeia, com a base naval em Sebastopol e mais um porto em Odessa. A Rússia jamais pode aceitar a incorporação da Ucrânia à OTAN, mesmo que a associação com a União Européia não implique aliança política-estratégica. O presidente Vladimir Putin, diplomaticamente, já fez a advertência de que está muito preocupado com a dívida do gás que a Rússia fornece a Ucrânia não paga. E se cortar o fornecimento o governo, que os Estados Unidos querem impor, não se sustenta. Cai. 


Viktor Yushchenko, quando foi levado à presidência da Ucrânia, era a favor do Ocidente, porém, tal como seu antecessor Leonid Kuchma, que solicitara a adesão da Ucrânia à OTAN, na reunião de Raykjavia (13 de maio,2002), teve de rever sua posição, diante da realidade geopolítica. Cairia, decerto, se consumasse a adesão à OTAN.  A União Europeia, outrossim, depende mais da Rússia que a Rússia da União Européia. E essa foi uma das razões pela quais se recusou a alinhar-se com os Estados Unidos para aplicar sanções contra o governo de Viktor Yushchenko.


Acabei de receber de um conhecido em Kiev essa mensagem, que bem confirma  e demonstra o quanto a mídia manipula as informações sobre os acontecimentos na Ucrânia:


“Sim, efetivamente aqui está muito quente na rua (a temperatura chegou a 35 graus negativos na semana passada). Eu fui ver as barricadas ontem à noite, na primeira linha diante dos integrantes da polícia militar. É bastante impressionante. Os opositores na rua que ocupam aquela área estão armados, muito bem organizados militarmente em companhias, fazem patrulhas em grupos de combate de dez pessoas, com capacetes e armas. Eu cruzei com dois sujeitos com uniformes da divisão SS Galicia (que lutou com os alemães contra os soviéticos em 1943-1945. Acho muito engraçado ver os políticos europeus fazendo grandes declarações sobre o “Maidan” e a democracia quando praticamente todos esses tipos que enfrentam a polícia nas ruas são fascistas. É uma grande hipocrisia. Os euro-atlânticos estão prontos a se aliar com não importa quem (como os islamistas na Síria) desde que isso contribua para enfraquecer a Rússia”.


Qual a estrutura política de fato da oposição ucraniana?


Moniz Bandeira - Na 50ª Conferência de Segurança de Munique, o secretário de Estado, John Kerry, disse que as demonstrações contra Yushchenko, em Kiev, tinham como objetivo implantar a democracia. Que democracia? Viktor Yushchenko fora democraticamente eleito em 2010.  O nacionalismo ressurgente na Ucrânia e alimentado pelo Ocidente é, na realidade, um neo-nazismo. O partido que o fomenta é o  Svoboda, cujo chefe é Oleg Tiagnibog, com maior influência no leste da Galitzia, antes pertencente à Polônia e onde muitos habitantes colaboraram com as tropas da Wehmarcht  e formaram a 14. Waffen-Grenadier-Division der SS, sobretudo na Galitzia oriental, reduto da extrema-direita. Os chamados ativistas, que instigam e lideram as demonstrações pro-Ocidente, pertencem, em larga medida, a comandos do Svoboda e de outras tendências neo-nazis, levados de Lviv (Lwow, Lemberg) para Kiev e manifestam claramente tendências xenófobas, racistas, anti-semitas e contra a Rússia.


Os manifestantes que estão nas ruas têm o apoio da maioria da população?


Moniz Bandeira - Creio que não. O Partido das Regiões, liderado pelo presidente Viktor Yanukovich representa, provavelmente, a grande parte da população, sobretudo no oriente e no sul, bem como conta com forte apoio oeste, i. e., na Ucrânia sub-carpática. Seu suporte, portante, é grande, tanto que triunfou nas eleições em 2010. E o projeto do presidente Vladimir Putin fortalece ainda mais os vínculos da parte oriental da Ucrânia, mais industrializada, com a Rússia, mediante a cooperação industrial,  modernização e integração de tecnologias, como antes se realizava com a União Soviética, nas áreas da aeronáutica, produção de satélites, armamento, construção naval e outras. Na parte ocidental o idioma que predomina é o ucraniano
 

Que lhe pareceu a expressão de desprezo pela União Européia (“Fuck the EU” ), dita pela secretária de Estado Assistente, Viktoria  Nuland, na conversa com o enviado especial dos Estados Unidos à Ucrânia, embaixador Geoffrey Pyatt?


Moniz Bandeira - Não me surpreendeu.  Viktoria Nuland apenas expressou o que sempre pensaram e pensam as autoridades de Washington com respeito não apenas à União Européia, mas também ao resto do mundo. A manifestação do extremo egoismo é nacional, a que o embaixador do Brasil, Domício da Gama, notara e escreveu ao Itamaraty, por volta de 1912.  O vazamento dessa conversa, por telefone, de Viktoria Nuland com o embaixador Geoffrey Pyatt, sobre quem Washington deve escolher para assumir a presidência da Ucrânia, não vai provavelmente modificar a intenção de Washington com respeito à Ucrânia. A posição de Washington não é muito forte. Victória Nuland, irritada, demonstrou-o ao exclamar “Fuck the EU” diante da hesitação da Europa de arriscar sua existência em benefício da hegemonia dos Estados Unidos e não alinhar-se ao projeto de sanções contra o governo  de Viktor Yanukovich.


A União Europeia e os Estados Unidos têm condições de enfrentar a Rússia para resgatar a Ucrânia do colapso financeiro?


Moniz Bandeira - Quase nenhuma. O povo na Alemanha, o país com mais recursos e sobre o qual recai a maior responsabilidade pelo resgate, não aguenta mais amparar financeiramente os diversos países, membros da União, a fim de que não quebrem. Continuam todos altamente endividados e praticamente não aparecem maiores sinais de recuperação econômica. A quase estagnação é um fato. E o problema da dívida pública dos Estados Unidos, a depender sempre de que o Congresso aumente o seu limite, não permite, decerto, ao governo do presidente Barack Obama atender à situação catastrófica da Ucrânia. Entretanto, a economia da Rússia, desde o ano 2000, cresceu em média 7%, tornou-se a sétima economia mundial segundo o método da paridade do poder de compra e ainda ajudou a União Europeia com a construção de oleodutos e gasodutos subterrâneos, que passam através da Ucrânia e outros países aos quais fornece grande parte da energia. Cerca de 60% do gás que a Alemanha consome provém da Rússia. E o presidente Vladimir Putin já forneceu ao governo de Viktor Yanukovich um bailout de US$17 bilhões, ademais de reduzir por algum tempo o preço do gás que fornece ao país. Mas se cobrar a dívida, a Ucrânia quebra.


Há quem veja uma conexão entre as mobilizações de rua que vêm ocorrendo em vários países nos últimos anos? O senhor vê tal conexão?


Moniz Bandeira - Diversos e complexos fatores, tais como a crise financeira mundial, iniciada em 2007/2008, a estagnação econômica, desemprego dos jovens, desencanto com os governos, bem como outros fatores domésticos e o fenômeno do contágio e mimetismo, concorreram para que agentes externos pudessem fomentar as demonstrações ocorridas em diversos países, sobretudo na Eurásia e no Oriente Médio. Como demonstro, documentadamente, em meu livro A Segunda Guerra Fria, logo após os atentados contra as torres gêmeas do World Trade Center, em 11 de setembro de 2001, o presidente George W. Bush (2001-2009), ao mesmo tempo em que deflagrou a War on Terror, a guerra sem fim, estabeleceu a  “freedom agenda” e autorizou o Departamento de Estado a criar a Middle East Partnership Initiative (MEPI)  com o propósito de treinar ativistas político, com base no  From Dictatorship to Democracy, do professor Gene Sharp, usado na Sérvia, na Ucrânia, na Geórgia e em outros países.


O objetivo era treinar e encorajar dissidentes e "reformistas democráticos!, sob os “regimes repressivos” no Irã, na Síria, na Coreia do Norte e na Venezuela, entre muitos outros, a solapar a estabilidade e a força econômica, política e militar de um Estado sem recorrer ao uso da insurreição armada ou de golpe militar, mas provocando violentas medidas, a serem denunciadas como emprego de força brutal, abuso dos direitos humanos etc. e provocar o descrédito do governo.  A estratégia do professor Gene Sharp consiste na luta não violenta, porém complexa, travada por vários meios, como protestos, greves, não cooperação, deslealdade, boicotes, marchas, desfiles de automóveis, procissões etc., em meio à guerra psicológica, social, econômica e política, visando à subversão da ordem. Ela serviu para promover as chamadas “revoluções coloridas”, na Eurásia, e a "primavera árabe", na África do Norte e Oriente Médio. E ONGs, finaciadas pela Now Endowment for Democracia (NED), USAID  e CIA e outras instituições públicas e privadas, foram e são nada menos que a mão invisível de Washington.


Daí a secretária de Estado Assistente, Victoria Nuland, ter declarado na conversa com o embaixador Geoffrey Pyatt que, nas duas últimas décadas, os Estados Unidos gastaram US$ 5 bilhões para a "democratização" da Ucrânia, i. e., para subverter os regimes, cortar seus laços históricos com a Rússia e integrá-lo na sua esfera de influência, via União Européia. Victoria Nuland é esposa de Robert Kagan, líder dos neoconservadores (neo-cons) do ex-presidente George W. Bush, cujo papel como "universal soldier", o presidente Barack Obama passou a desempenhar.


http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Internacional/-Moniz-Bandeira-aponta-alianca-entre-ONGs-ocidentais-e-neonazistas-na-Ucrania/6/30265




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« Resposta #47 Online: 08 de Outubro de 2016, 15:25:42 »

Yanukovich sustenta que “um grupo de neonazistas” governa Kiev

O presidente ucraniano deposto insiste em que continua sendo o chefe de Estado legítimo da Ucrânia


RODRIGO FERNÁNDEZ

Moscou 11 MAR 2014 - 10:25   BRT

Um manifestante pró-Ucrânia foi ferido em um posto de controle na Crimeia. REUTERS-LIVE!
O presidente ucraniano deposto, Victor Yanukovich, fez uma declaração pública na cidade russa de Rostov do Don na que reitera que continua sendo o chefe de Estado legítimo da Ucrânia. Ao mesmo tempo, acusa as atuais autoridades de Kiev, às que qualifica de bandidos, de querer desencadear uma guerra civil.


RELATÓRIO PARA PUTIN

O ministro de Exteriores russo, Serguei Lavrov, informou no domingo ao presidente Vladimir Putin que o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, adiava a visita que em princípio deveria ter sido realizada nesta segunda-feira à Rússia, aparentemente após a rejeição às proposições sobre a Ucrânia que transmitiu por escrito a Moscou.


Essas propostas não são aceitáveis para o Kremlin porque partem do pressuposto que há um conflito entre Rússia e Ucrânia, coisa que a primeira nega, e porque de fato consideram legítimos os acontecimentos que levaram as novas autoridades ao poder em Kiev, enquanto para Moscou o que ocorreu ali foi um golpe de Estado.


Em seu relatório para Putin, Lavrov assegurou que seu ministério tem contrapropostas para uma solução diplomática da crise que, afirmou,  correspondem ao direito internacional e tem em conta "os interesses de todos os ucranianos, sem exceção". No entanto, não divulgaram os detalhes da suposta fórmula mágica de Lavrov.


"Desejo lembrar que continuo sendo não só o único presidente legítimo da Ucrânia, como também seu comandante supremo. Não renunciei às minhas faculdades e não fui destituído de acordo com o procedimento estabelecido na Constituição", assegurou Yanukovich na sala Ametista, a mesma onde em 28 de fevereiro deu sua primeira e até o momento única coletiva de imprensa desde que saiu da Rússia. Desta vez, Yanukovich limitou-se a ler sua declaração e abandonou o recinto sem responder perguntas.


Yanukovich reforçou que as eleições convocadas "pela panelinha que tomou o poder como resultado de um golpe de Estado" são "ilegítimas", "não correspondem à Constituição da Ucrânia" e, em sua opinião, "decorrerão sob o controle total das forças extremistas".


Anunciou mesmo assim que pensa voltar ao seu país "assim que as circunstâncias permitirem", o que prognostica, com otimismo, "não terá que esperar muito".


Para Yanukovich, o poder na Ucrânia foi tomado por "uma banda de ultranacionalistas e neonazistas, que já têm como objetivo o cadeirão presidencial". As atuais autoridades de Kiev "querem colocar o exército baixo os estandartes de [Stepan] Bandera" (líder do exército pró-nazista da Ucrânia durante a Segunda Guerra Mundial) e pretendem aceitar os extremistas nas Forças Armadas, e "dar as armas a eles", acusou, e dirigindo-se ao Ocidente questionou: "Será que estão cegos, perderam a memória ou já esqueceram o que é o fascismo?"


Enquanto isso, em Moscou, Serguei Mirónov, ex-presidente do Senado e atual líder do grupo parlamentar do partido Rússia Justa na Duma Estatal, anunciou que a lei que permitirá aceitar a Crimea como parte da Federação Russa será debatida no dia 21 de março, isto é, quando já se tenham os resultados do referendo que se celebrará no dia 16 na península. Também se espera que proximamente seja apresentada em sessão plenária a lei que simplifica a obtenção da cidadania russa.


http://brasil.elpais.com/brasil/2014/03/11/internacional/1394537176_483330.html


Offline Gauss

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Re:III Guerra Mundial:o que poderia causá-la ?
« Resposta #48 Online: 08 de Outubro de 2016, 16:02:30 »
El País, boa fonte.
Mas Yanukovich, o proto-ditador criminoso tirado do poder e exilado na Rússia disse isso? É o mesmo que a Dilma dizer que os que tiraram ela do poder são golpistas fascistas misóginos.




Carta Maior... Falei que para a imprensa suja os pró-ocidente UE são neonazistas.


Para ver o nível dessa "imprensa", somente na página principal do site deles se encontra os seguintes artigos.

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Vamos livrar o Brasil do golpismo: Temer faz propaganda enganosa
O governo golpista vende austeridade, mas já usou recursos autorizados pelo Congresso para fazer generosos ajustes salariais ao topo do funcionalismo.
http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Vamos-livrar-o-Brasil-do-golpismo-Temer-faz-propaganda-enganosa/4/36969

Uma "aula" de economia:
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Economistas rejeitam ultimato e propõem alternativa à PEC 241
Diagnósticos equivocados e argumentos falaciosos buscam na verdade subordinar a sociedade, definitiva e permanente, à supremacia da lógica rentista.
http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Economia/Economistas-rejeitam-ultimato-e-propoem-alternativa-a-PEC-241-/7/36968


Olha essa, é demais:
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Brasil: a dimensão geopolítica do golpe
EUA incomodaram-se com ascensão da Ásia e América do Sul. Sua reação é indispensável para compreender reviravolta no Brasil.
http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Brasil-a-dimensao-geopolitica-do-golpe/4/36964

 :histeria:


Mimimimi ataque a fonte.


http://spotniks.com/tudo-que-voce-precisa-saber-sobre-como-o-governo-sustenta-blogs-na-internet/

http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/12/1563487-sites-alinhados-ao-governo-tambem-foram-beneficiados.shtml

http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2013/07/03/governo-beneficia-sites-progressistas-na-distribuicao-de-verbas.htm
« Última modificação: 08 de Outubro de 2016, 16:05:32 por Gauss »
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline JJ

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Re:III Guerra Mundial:o que poderia causá-la ?
« Resposta #49 Online: 08 de Outubro de 2016, 16:24:49 »
É uma falácia de ataque a fonte sim, e/ou   ad hominem,  pois  com relação ao texto do El País você  atacou  explicitamente a pessoa,  e com relação  ao texto da Carta Capital  implicitamente você  está  atacando o Moniz Bandeira.


Você não está analisando  os argumentos e as proposições dos textos.   Você está preferindo a via mais fácil   (mas falaciosa)  que é  atacar os autores.

« Última modificação: 08 de Outubro de 2016, 16:44:10 por JJ »

 

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