Enquete

A Filosofia é útil em algum nível?

Sim, a filosofia é útil em muitos níveis
25 (80.6%)
Não, a filosofia é completamente inútil e desnecessária
6 (19.4%)

Votos Totais: 31

Autor Tópico: [Enquete] A utilidade da Filosofia  (Lida 5178 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Offline Sergiomgbr

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 11.712
  • Sexo: Masculino
  • uê?!
Re:[Enquete] A utilidade da Filosofia
« Resposta #50 Online: 07 de Junho de 2014, 20:18:31 »
Defina 'útil'.


Útil é o que dá prazer ou que afasta o desprazer .  Se algo dá prazer ou afasta o desprazer, então é útil.  Observando que esta obtenção de prazer ou o afastamento do desprazer pode ser imediato ou futuro, e direto ou indireto .


.
Discordo! Pela etimologia dessa palavra sua implicação seria a de um adjetivo, aplicável a todo e qualquer meio que possibilite a obtenção de um fim, este por sua vez, não seria necessariamente o alcance do prazer.
De fato, para um suicida por exemplo, uma ponte seria útil para um salto rumo a morte, alcançando o objetivo de por fim a sua vida, e nem por isso tal ação (o salto rumo a morte) e/ou objeto que lhe permitiria tal ação (a ponte) lhe proporcionariam prazer.
Há pessoas que tem prazer na dor, como no sadomasoquismo, assim como os que obtem prazer com várias outras parafilias nem sempre relacionadas com prazer. Afirmar que suicídio não proporciona prazer é arbitrário. Mas ainda que um suicídio por um lado não proporcionasse prazer, afastaria um desprazer, pelo que consta da definição apresentada pelo JJ.
Masoquismo é diferente de suicídio, o masoquismo como você mesmo deve saber é um tipo de parafilia, onde o prazer sexual esta concentrado na ideia e no fato de sofrimento ou humilhação a que o próprio indivíduo se submete.

Já o suicídio não é uma busca por prazer, mas uma ação de por fim a própria vida, por motivos diversos geralmente associados ao cessar de algum tipo de sofrimento que se tornou insuportável para o individuo em questão.

São coisas totalmente diferentes, uma baseada no prazer através do sofrimento (masoquismo), e a outra no cessar do sofrimento, (onde por isso não tem nada haver com busca por prazer). Mas posso concordar com a ideia da aniquilação do desprazer.
Vamos lá então.

A sua afirmação,

" para um suicida por exemplo, uma ponte seria útil para um salto rumo a morte, alcançando o objetivo de por fim a sua vida, e nem por isso tal ação (o salto rumo a morte) e/ou objeto que lhe permitiria tal ação (a ponte) lhe proporcionariam prazer."

é arbitrária. A perspectiva de um alívio para uma determinada situação, não só alívio como resultante de uma ação, também é uma instância de prazer.
Imagino que uma pessoa morta não sinta prazer, como pode este ser o resultado de um suicídio então? Simplesmente não o pode.

A extinção do sofrimento e do desprazer neste contexto de suicídio não se explica com a obtenção de alguma forma de prazer, pois este alivio se dá pelo fim da vida, que ao se extinguir extingui também qualquer forma de sensação. não é por tanto um alivio capaz de produzir prazer, mas uma extinção de qualquer sensação, seja de desprazer ou de prazer.

Abraços!
Então eu não posso ter prazer ao morrer lentamente, depois de ter cortado os pulsos, dentro de uma banheira quente, pensando em algo agradável? Ou ao pular de um penhasco, e fazer de conta que sou o superman? Que tal morrer docemente com uma dose letal de heroína? Comofaz?
« Última modificação: 07 de Junho de 2014, 20:20:41 por sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Skeptikós

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.125
  • Sexo: Masculino
  • Séxtos Empeirikós
Re:[Enquete] A utilidade da Filosofia
« Resposta #51 Online: 07 de Junho de 2014, 20:55:09 »
Imagino que uma pessoa morta não sinta prazer, como pode este ser o resultado de um suicídio então? Simplesmente não o pode.

A extinção do sofrimento e do desprazer neste contexto de suicídio não se explica com a obtenção de alguma forma de prazer, pois este alivio se dá pelo fim da vida, que ao se extinguir extingui também qualquer forma de sensação. não é por tanto um alivio capaz de produzir prazer, mas uma extinção de qualquer sensação, seja de desprazer ou de prazer.

Abraços!
Então eu não posso ter prazer ao morrer lentamente, depois de ter cortado os pulsos, dentro de uma banheira quente, pensando em algo agradável?
Se o que estar a lhe proporcionar o prazer for seus pensamentos em algo agradável, não seria a morte que estaria a lhe proporcionar prazer, mas simplesmente os seus próprios pensamentos.

Ou ao pular de um penhasco, e fazer de conta que sou o superman?
Se a sua fantasia de se imaginar sendo o superman for a fonte de seu prazer, novamentre não é o ato de se suicidar a fonte do prazer, mas simplesmente a sua fantasia de ser o superman.

Que tal morrer docemente com uma dose letal de heroína? Comofaz?
Neste caso é a heroína a fonte do prazer, e não o suicídio em si.

Em ambos os exemplos acima, apesar do suicídio estar envolvido, não é ele a fonte do prazer.
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Sergiomgbr

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 11.712
  • Sexo: Masculino
  • uê?!
Re:[Enquete] A utilidade da Filosofia
« Resposta #52 Online: 07 de Junho de 2014, 21:15:20 »
Imagino que uma pessoa morta não sinta prazer, como pode este ser o resultado de um suicídio então? Simplesmente não o pode.

A extinção do sofrimento e do desprazer neste contexto de suicídio não se explica com a obtenção de alguma forma de prazer, pois este alivio se dá pelo fim da vida, que ao se extinguir extingui também qualquer forma de sensação. não é por tanto um alivio capaz de produzir prazer, mas uma extinção de qualquer sensação, seja de desprazer ou de prazer.

Abraços!
Então eu não posso ter prazer ao morrer lentamente, depois de ter cortado os pulsos, dentro de uma banheira quente, pensando em algo agradável?
Se o que estar a lhe proporcionar o prazer for seus pensamentos em algo agradável, não seria a morte que estaria a lhe proporcionar prazer, mas simplesmente os seus próprios pensamentos.

Ou ao pular de um penhasco, e fazer de conta que sou o superman?
Se a sua fantasia de se imaginar sendo o superman for a fonte de seu prazer, novamentre não é o ato de se suicidar a fonte do prazer, mas simplesmente a sua fantasia de ser o superman.

Que tal morrer docemente com uma dose letal de heroína? Comofaz?
Neste caso é a heroína a fonte do prazer, e não o suicídio em si.

Em ambos os exemplos acima, apesar do suicídio estar envolvido, não é ele a fonte do prazer.
Em todos os casos, é a decisão e o subsequente ato do suicídio a fonte de prazer, já o modo como isso é feito é o requinte em que ocorre o prazer.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Skeptikós

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.125
  • Sexo: Masculino
  • Séxtos Empeirikós
Re:[Enquete] A utilidade da Filosofia
« Resposta #53 Online: 08 de Junho de 2014, 16:01:48 »
Imagino que uma pessoa morta não sinta prazer, como pode este ser o resultado de um suicídio então? Simplesmente não o pode.

A extinção do sofrimento e do desprazer neste contexto de suicídio não se explica com a obtenção de alguma forma de prazer, pois este alivio se dá pelo fim da vida, que ao se extinguir extingui também qualquer forma de sensação. não é por tanto um alivio capaz de produzir prazer, mas uma extinção de qualquer sensação, seja de desprazer ou de prazer.

Abraços!
Então eu não posso ter prazer ao morrer lentamente, depois de ter cortado os pulsos, dentro de uma banheira quente, pensando em algo agradável?
Se o que estar a lhe proporcionar o prazer for seus pensamentos em algo agradável, não seria a morte que estaria a lhe proporcionar prazer, mas simplesmente os seus próprios pensamentos.

Ou ao pular de um penhasco, e fazer de conta que sou o superman?
Se a sua fantasia de se imaginar sendo o superman for a fonte de seu prazer, novamentre não é o ato de se suicidar a fonte do prazer, mas simplesmente a sua fantasia de ser o superman.

Que tal morrer docemente com uma dose letal de heroína? Comofaz?
Neste caso é a heroína a fonte do prazer, e não o suicídio em si.

Em ambos os exemplos acima, apesar do suicídio estar envolvido, não é ele a fonte do prazer.
Em todos os casos, é a decisão e o subsequente ato do suicídio a fonte de prazer, já o modo como isso é feito é o requinte em que ocorre o prazer.
Nos exemplos acima não é nem a decisão nem o ato de suicídio a fonte do prazer em si. Como demonstrado, no caso da heroína é a substância e o efeito que ela provoca no cérebro, no caso do homem que desejava ser o Superman, era a sua fantasia, e no caso da banheira eram os pensamentos agradáveis, diferentemente do masoquismo, onde a fonte do prazer era de fato o próprio sofrimento em si, no caso dos suicídios por você exemplificados, o suicídio em si não foi em nenhum dos exemplos, a fonte original do prazer.
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Sergiomgbr

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 11.712
  • Sexo: Masculino
  • uê?!
Re:[Enquete] A utilidade da Filosofia
« Resposta #54 Online: 08 de Junho de 2014, 17:54:24 »
Imagino que uma pessoa morta não sinta prazer, como pode este ser o resultado de um suicídio então? Simplesmente não o pode.

A extinção do sofrimento e do desprazer neste contexto de suicídio não se explica com a obtenção de alguma forma de prazer, pois este alivio se dá pelo fim da vida, que ao se extinguir extingui também qualquer forma de sensação. não é por tanto um alivio capaz de produzir prazer, mas uma extinção de qualquer sensação, seja de desprazer ou de prazer.

Abraços!
Então eu não posso ter prazer ao morrer lentamente, depois de ter cortado os pulsos, dentro de uma banheira quente, pensando em algo agradável?
Se o que estar a lhe proporcionar o prazer for seus pensamentos em algo agradável, não seria a morte que estaria a lhe proporcionar prazer, mas simplesmente os seus próprios pensamentos.

Ou ao pular de um penhasco, e fazer de conta que sou o superman?
Se a sua fantasia de se imaginar sendo o superman for a fonte de seu prazer, novamentre não é o ato de se suicidar a fonte do prazer, mas simplesmente a sua fantasia de ser o superman.

Que tal morrer docemente com uma dose letal de heroína? Comofaz?
Neste caso é a heroína a fonte do prazer, e não o suicídio em si.

Em ambos os exemplos acima, apesar do suicídio estar envolvido, não é ele a fonte do prazer.
Em todos os casos, é a decisão e o subsequente ato do suicídio a fonte de prazer, já o modo como isso é feito é o requinte em que ocorre o prazer.
Nos exemplos acima não é nem a decisão nem o ato de suicídio a fonte do prazer em si. Como demonstrado, no caso da heroína é a substância e o efeito que ela provoca no cérebro, no caso do homem que desejava ser o Superman, era a sua fantasia, e no caso da banheira eram os pensamentos agradáveis, diferentemente do masoquismo, onde a fonte do prazer era de fato o próprio sofrimento em si, no caso dos suicídios por você exemplificados, o suicídio em si não foi em nenhum dos exemplos, a fonte original do prazer.
Você continua sendo arbitrário.  Seriedade, beleza,  facilidade, cordialidade, sensatez, prazer, são juízos de valor. Se você questiona juízos de valor, você está sendo arbitrário.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Pregador

  • Conselheiros
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.056
  • Sexo: Masculino
  • "Veritas vos Liberabit".
Re:[Enquete] A utilidade da Filosofia
« Resposta #55 Online: 09 de Junho de 2014, 10:02:18 »
Cara, dizer que a filosofia antiga é pouco pertinente para a realidade e explicar o ser humano é uma grande ofensa. Obras como de Platão (A República) e de Aristóteles (A Política e Ética a Nicômaco) são verdadeiras obras-primas. Se os seres humanos as compreendessem bem, o mundo seria bem melhor. E nem venha com argumentos como Aristóteles defendia a escravidão para anular toda a sua a obra, há muito de bom nestas obras e outras que somente são compreendidas pelo contexto da época.

Depende do que você quer explicar, foi o que eu disse (ainda que bêbado e mal). Inclusive tem muita coisa que eu admiro na filosofia e considero pertinente, mas pra dizer que é aplicável, depende.

Talvez eu tenha me explicado mal, mas foi por isso que eu disse: depende do que você pretende.

A moral, por exemplo...

Sim... eu te perdoo em razão da bebedeira então  :lol:

E sem querer ser chato, tem duas falácias na sua replicação inicial. 1) Verdadeiras obras-primas? Também acho, mas isso pouco importa quando eu digo que nem sempre filosofia é condizente com a realidade que muitas vezes elas se propõem a explicar. 2) Se as pessoas a compreendessem bem, como seria o caso de todo ensinamento moral, lógico que é de se esperar que as coisas fossem melhores. Mas isso vale pra qualquer ensinamento moral.

Em outras palavras: ser bonito não importa! :)

Certo, elas não são apenas bonitas, elas tem uma argumentação muito forte e suscitam o debate de uma maneira muito producente. Por exemplo, a definição de justiça de Aristóteles é considerada válida até hoje. Ela influenciou e ainda influência obras sobre a justiça por dois milênios. Da mesma forma a definição de cidadania e a formação educacional do homem. A Democracia também nasceu e se desenvolveu em grande parte destas obras filosóficas da época clássica. Algumas obras cômicas e satíricas, como de Aristófanes, sobre a revolução das mulheres que fazem greve de sexo para obrigarem os homens gregos a celebrarem a paz e quando tomam o controle da cidade e administram tão bem quanto os homens são obras de grande amplitude e naquela época fazia suscitar as discussões sobre diferenças de gênero e o papel da mulher na sociedade. Lembrando que somente no século XX as mulheres passaram a votar de fato.
"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

Offline Skeptikós

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.125
  • Sexo: Masculino
  • Séxtos Empeirikós
Re:[Enquete] A utilidade da Filosofia
« Resposta #56 Online: 09 de Junho de 2014, 12:31:53 »
Imagino que uma pessoa morta não sinta prazer, como pode este ser o resultado de um suicídio então? Simplesmente não o pode.

A extinção do sofrimento e do desprazer neste contexto de suicídio não se explica com a obtenção de alguma forma de prazer, pois este alivio se dá pelo fim da vida, que ao se extinguir extingui também qualquer forma de sensação. não é por tanto um alivio capaz de produzir prazer, mas uma extinção de qualquer sensação, seja de desprazer ou de prazer.

Abraços!
Então eu não posso ter prazer ao morrer lentamente, depois de ter cortado os pulsos, dentro de uma banheira quente, pensando em algo agradável?
Se o que estar a lhe proporcionar o prazer for seus pensamentos em algo agradável, não seria a morte que estaria a lhe proporcionar prazer, mas simplesmente os seus próprios pensamentos.

Ou ao pular de um penhasco, e fazer de conta que sou o superman?
Se a sua fantasia de se imaginar sendo o superman for a fonte de seu prazer, novamentre não é o ato de se suicidar a fonte do prazer, mas simplesmente a sua fantasia de ser o superman.

Que tal morrer docemente com uma dose letal de heroína? Comofaz?
Neste caso é a heroína a fonte do prazer, e não o suicídio em si.

Em ambos os exemplos acima, apesar do suicídio estar envolvido, não é ele a fonte do prazer.
Em todos os casos, é a decisão e o subsequente ato do suicídio a fonte de prazer, já o modo como isso é feito é o requinte em que ocorre o prazer.
Nos exemplos acima não é nem a decisão nem o ato de suicídio a fonte do prazer em si. Como demonstrado, no caso da heroína é a substância e o efeito que ela provoca no cérebro, no caso do homem que desejava ser o Superman, era a sua fantasia, e no caso da banheira eram os pensamentos agradáveis, diferentemente do masoquismo, onde a fonte do prazer era de fato o próprio sofrimento em si, no caso dos suicídios por você exemplificados, o suicídio em si não foi em nenhum dos exemplos, a fonte original do prazer.
Você continua sendo arbitrário.  Seriedade, beleza,  facilidade, cordialidade, sensatez, prazer, são juízos de valor. Se você questiona juízos de valor, você está sendo arbitrário.
Não estou sendo arbitrário e nem questionando juízos de valor. É impossível sentir prazer com a morte, pois prazer é antes de tudo uma sensação, por mais pessoal e subjetiva que seja a opinião em relação a esta sensação. A morte encerra a vida, assim como também as suas sensações, logo, com base nessas premissas, a morte não pode proporcionar prazer. Nos casos acima ficam evidentes que o prazer esta diretamente associado a eventos/objetivos separados do suicídio em si. Negar isso argumentando que prazer é um juízo de valor é o mesmo que dizer nada.

Obs: "Alguns argumentam que a objetividade verdadeira é impossível, e que mesmo as mais rigorosas análises racionais fundamentam-se no conjunto dos valores aceitos no curso da análise. Consequentemente, todas as conclusões são necessariamente juízos de valor (e logo, talvez suspeitas). De fato, por todas as conclusões numa única categoria nada faz para distinguir entre elas e é, portanto, um descritor inútil exceto como um dispositivo retórico pensado para desacreditar uma posição." [Cf. Wikipédia, Juízo de valor, Juízos de valor e seus contextos]

Abraços!
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Sergiomgbr

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 11.712
  • Sexo: Masculino
  • uê?!
Re:[Enquete] A utilidade da Filosofia
« Resposta #57 Online: 09 de Junho de 2014, 14:00:15 »
Imagino que uma pessoa morta não sinta prazer, como pode este ser o resultado de um suicídio então? Simplesmente não o pode.

A extinção do sofrimento e do desprazer neste contexto de suicídio não se explica com a obtenção de alguma forma de prazer, pois este alivio se dá pelo fim da vida, que ao se extinguir extingui também qualquer forma de sensação. não é por tanto um alivio capaz de produzir prazer, mas uma extinção de qualquer sensação, seja de desprazer ou de prazer.

Abraços!
Então eu não posso ter prazer ao morrer lentamente, depois de ter cortado os pulsos, dentro de uma banheira quente, pensando em algo agradável?
Se o que estar a lhe proporcionar o prazer for seus pensamentos em algo agradável, não seria a morte que estaria a lhe proporcionar prazer, mas simplesmente os seus próprios pensamentos.

Ou ao pular de um penhasco, e fazer de conta que sou o superman?
Se a sua fantasia de se imaginar sendo o superman for a fonte de seu prazer, novamentre não é o ato de se suicidar a fonte do prazer, mas simplesmente a sua fantasia de ser o superman.

Que tal morrer docemente com uma dose letal de heroína? Comofaz?
Neste caso é a heroína a fonte do prazer, e não o suicídio em si.

Em ambos os exemplos acima, apesar do suicídio estar envolvido, não é ele a fonte do prazer.
Em todos os casos, é a decisão e o subsequente ato do suicídio a fonte de prazer, já o modo como isso é feito é o requinte em que ocorre o prazer.
Nos exemplos acima não é nem a decisão nem o ato de suicídio a fonte do prazer em si. Como demonstrado, no caso da heroína é a substância e o efeito que ela provoca no cérebro, no caso do homem que desejava ser o Superman, era a sua fantasia, e no caso da banheira eram os pensamentos agradáveis, diferentemente do masoquismo, onde a fonte do prazer era de fato o próprio sofrimento em si, no caso dos suicídios por você exemplificados, o suicídio em si não foi em nenhum dos exemplos, a fonte original do prazer.
Você continua sendo arbitrário.  Seriedade, beleza,  facilidade, cordialidade, sensatez, prazer, são juízos de valor. Se você questiona juízos de valor, você está sendo arbitrário.
Não estou sendo arbitrário e nem questionando juízos de valor. É impossível sentir prazer com a morte, pois prazer é antes de tudo uma sensação, por mais pessoal e subjetiva que seja a opinião em relação a esta sensação. A morte encerra a vida, assim como também as suas sensações, logo, com base nessas premissas, a morte não pode proporcionar prazer. Nos casos acima ficam evidentes que o prazer esta diretamente associado a eventos/objetivos separados do suicídio em si. Negar isso argumentando que prazer é um juízo de valor é o mesmo que dizer nada.

Ainda que ninguém possa afirmar que um morto não tenha prazer, não é um morto que tem prazer ou não em um suicídio, e sim um vivo. Um vivo teria como obter prazer de um suicídio,(ainda que uma sensação de prazer pudesse ser obtida apenas a posteriori, e nunca a priori) pois o ato de se suicidar não é o ato de morrer, e sim, o ato de se matar, e o ato de se matar tem uma duração, ou fruição, de prazer ou não, que pode ser (quase)instantânea, ou não.
Obs: "Alguns argumentam que a objetividade verdadeira é impossível, e que mesmo as mais rigorosas análises racionais fundamentam-se no conjunto dos valores aceitos no curso da análise. Consequentemente, todas as conclusões são necessariamente juízos de valor (e logo, talvez suspeitas). De fato, por todas as conclusões numa única categoria nada faz para distinguir entre elas e é, portanto, um descritor inútil exceto como um dispositivo retórico pensado para desacreditar uma posição." [Cf. Wikipédia, Juízo de valor, Juízos de valor e seus contextos]

Abraços!
O que não quer dizer absolutamente nada, pois a objetividade é circunstancial, dentro dos limites de uma proposta específica, ou então seria subjetivismo. Um computador opera objetivamente dentro de sua proposta booleana, de encontrar resultados sim ou não, 0 ou 1.



« Última modificação: 09 de Junho de 2014, 14:03:02 por sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Gaúcho

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.288
  • Sexo: Masculino
  • República Rio-Grandense
Re:[Enquete] A utilidade da Filosofia
« Resposta #58 Online: 09 de Junho de 2014, 14:34:35 »
Talvez não completamente inútil, mas tão pouco é algo muito útil.
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Johnny Cash

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.936
Re:[Enquete] A utilidade da Filosofia
« Resposta #59 Online: 09 de Junho de 2014, 15:27:47 »
Nos últimos 10 anos, o que produzimos de impactante através do emprego da filosofia? Obviamente descartando a possibilidade de tudo ser filosofia.

O que os filósofos produziram de impactante nos últimos 10 anos? Por evidência absolutamente anedótica, eu só vejo filósofos dando aula de história da filosofia.

Offline Sergiomgbr

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 11.712
  • Sexo: Masculino
  • uê?!
Re:[Enquete] A utilidade da Filosofia
« Resposta #60 Online: 09 de Junho de 2014, 16:29:48 »
Imagino que uma pessoa morta não sinta prazer, como pode este ser o resultado de um suicídio então? Simplesmente não o pode.

A extinção do sofrimento e do desprazer neste contexto de suicídio não se explica com a obtenção de alguma forma de prazer, pois este alivio se dá pelo fim da vida, que ao se extinguir extingui também qualquer forma de sensação. não é por tanto um alivio capaz de produzir prazer, mas uma extinção de qualquer sensação, seja de desprazer ou de prazer.

Abraços!
Então eu não posso ter prazer ao morrer lentamente, depois de ter cortado os pulsos, dentro de uma banheira quente, pensando em algo agradável?
Se o que estar a lhe proporcionar o prazer for seus pensamentos em algo agradável, não seria a morte que estaria a lhe proporcionar prazer, mas simplesmente os seus próprios pensamentos.

Ou ao pular de um penhasco, e fazer de conta que sou o superman?
Se a sua fantasia de se imaginar sendo o superman for a fonte de seu prazer, novamentre não é o ato de se suicidar a fonte do prazer, mas simplesmente a sua fantasia de ser o superman.

Que tal morrer docemente com uma dose letal de heroína? Comofaz?
Neste caso é a heroína a fonte do prazer, e não o suicídio em si.

Em ambos os exemplos acima, apesar do suicídio estar envolvido, não é ele a fonte do prazer.
Em todos os casos, é a decisão e o subsequente ato do suicídio a fonte de prazer, já o modo como isso é feito é o requinte em que ocorre o prazer.
Nos exemplos acima não é nem a decisão nem o ato de suicídio a fonte do prazer em si. Como demonstrado, no caso da heroína é a substância e o efeito que ela provoca no cérebro, no caso do homem que desejava ser o Superman, era a sua fantasia, e no caso da banheira eram os pensamentos agradáveis, diferentemente do masoquismo, onde a fonte do prazer era de fato o próprio sofrimento em si, no caso dos suicídios por você exemplificados, o suicídio em si não foi em nenhum dos exemplos, a fonte original do prazer.
Você continua sendo arbitrário.  Seriedade, beleza,  facilidade, cordialidade, sensatez, prazer, são juízos de valor. Se você questiona juízos de valor, você está sendo arbitrário.
Não estou sendo arbitrário e nem questionando juízos de valor. É impossível sentir prazer com a morte, pois prazer é antes de tudo uma sensação, por mais pessoal e subjetiva que seja a opinião em relação a esta sensação..


Prazer é uma sensação, mas a sua opinião acerca da existência ou não da ocorrência desse prazer em um suicídio por outrem é um juízo de valor, e por extensão, uma afirmação arbitrária.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Skeptikós

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.125
  • Sexo: Masculino
  • Séxtos Empeirikós
Re:[Enquete] A utilidade da Filosofia
« Resposta #61 Online: 09 de Junho de 2014, 17:11:09 »
Imagino que uma pessoa morta não sinta prazer, como pode este ser o resultado de um suicídio então? Simplesmente não o pode.

A extinção do sofrimento e do desprazer neste contexto de suicídio não se explica com a obtenção de alguma forma de prazer, pois este alivio se dá pelo fim da vida, que ao se extinguir extingui também qualquer forma de sensação. não é por tanto um alivio capaz de produzir prazer, mas uma extinção de qualquer sensação, seja de desprazer ou de prazer.

Abraços!
Então eu não posso ter prazer ao morrer lentamente, depois de ter cortado os pulsos, dentro de uma banheira quente, pensando em algo agradável?
Se o que estar a lhe proporcionar o prazer for seus pensamentos em algo agradável, não seria a morte que estaria a lhe proporcionar prazer, mas simplesmente os seus próprios pensamentos.

Ou ao pular de um penhasco, e fazer de conta que sou o superman?
Se a sua fantasia de se imaginar sendo o superman for a fonte de seu prazer, novamentre não é o ato de se suicidar a fonte do prazer, mas simplesmente a sua fantasia de ser o superman.

Que tal morrer docemente com uma dose letal de heroína? Comofaz?
Neste caso é a heroína a fonte do prazer, e não o suicídio em si.

Em ambos os exemplos acima, apesar do suicídio estar envolvido, não é ele a fonte do prazer.
Em todos os casos, é a decisão e o subsequente ato do suicídio a fonte de prazer, já o modo como isso é feito é o requinte em que ocorre o prazer.
Nos exemplos acima não é nem a decisão nem o ato de suicídio a fonte do prazer em si. Como demonstrado, no caso da heroína é a substância e o efeito que ela provoca no cérebro, no caso do homem que desejava ser o Superman, era a sua fantasia, e no caso da banheira eram os pensamentos agradáveis, diferentemente do masoquismo, onde a fonte do prazer era de fato o próprio sofrimento em si, no caso dos suicídios por você exemplificados, o suicídio em si não foi em nenhum dos exemplos, a fonte original do prazer.
Você continua sendo arbitrário.  Seriedade, beleza,  facilidade, cordialidade, sensatez, prazer, são juízos de valor. Se você questiona juízos de valor, você está sendo arbitrário.
Não estou sendo arbitrário e nem questionando juízos de valor. É impossível sentir prazer com a morte, pois prazer é antes de tudo uma sensação, por mais pessoal e subjetiva que seja a opinião em relação a esta sensação..


Prazer é uma sensação, mas a sua opinião acerca da existência ou não da ocorrência desse prazer em um suicídio por outrem é um juízo de valor, e por extensão, uma afirmação arbitrária.
Então o mesmo posso dizer sobre você, visto que foi tu que trouxe para o debate a ideia de que o suicídio pode produzir prazer para outrem, sendo esta, por extensão a seu argumento acima, uma afirmação arbitrária sua.  :ok:
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Osler

  • Nível 25
  • *
  • Mensagens: 1.115
Re:[Enquete] A utilidade da Filosofia
« Resposta #62 Online: 09 de Junho de 2014, 17:32:26 »
Por conta de discussões como a acima, sobre "prazer no suicídio", que grande parte das pessoas acha que filosofia não serve para nada  :hihi:
“Como as massas são inconstantes, presas de desejos rebeldes, apaixonadas e sem temor pelas conseqüências, é preciso incutir-lhes medo para que se mantenham em ordem. Por isso, os antigos fizeram muito bem ao inventar os deuses e a crença no castigo depois da morte”. – Políbio

Offline Skeptikós

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.125
  • Sexo: Masculino
  • Séxtos Empeirikós
Re:[Enquete] A utilidade da Filosofia
« Resposta #63 Online: 09 de Junho de 2014, 17:43:23 »
Nos últimos 10 anos, o que produzimos de impactante através do emprego da filosofia? Obviamente descartando a possibilidade de tudo ser filosofia.

O que os filósofos produziram de impactante nos últimos 10 anos? Por evidência absolutamente anedótica, eu só vejo filósofos dando aula de história da filosofia.
A utilidade da filosofia não pode ser reduzida somente ao que foi produzido na última década, mas ao legado deixado por ela no todo de sua história1, que até hoje repercute em nossa vida atual. Seja na política, na religião, na ciência, muito do que é discutido e aplicado é uma herança direta da filosofia, ou mesmo filosofia em si.

Mas se você deseja algo de útil e impactante para a vida das pessoas, e que vem sendo sendo discutido e produzido nos últimos dez anos em filosofia, filosofia politica contemporânea é uma boa área para você procurar exemplos2 disso.



1 Cf. A. C. Ewing, O que é Filosofia e por que vale a pena estudá-la, Utilização da Filosofia
2 Cf. Bolsa Família e a tripla perspectiva sobre justiça social como redistribuição
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Skeptikós

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.125
  • Sexo: Masculino
  • Séxtos Empeirikós
Re:[Enquete] A utilidade da Filosofia
« Resposta #64 Online: 09 de Junho de 2014, 17:48:32 »
Por conta de discussões como a acima, sobre "prazer no suicídio", que grande parte das pessoas acha que filosofia não serve para nada  :hihi:
A grande parte das pessoas acham que filosofia não serve para nada pelo fato de a reduzirem apenas a questões como a de cima. O que é um erro evidente, visto que a filosofia é abrangente o suficiente para abarcar desde os temas mais triviais, como se é possível ou não obter prazer com um ato de suicídio, aos mais importantes, como a política e a moral por exemplo. Um criminoso acusado de homicídio doloso deve ser condenado a morte ou não? Isso é um exemplo de uma questão filosófica de suma importância.

Abraços!
« Última modificação: 09 de Junho de 2014, 17:51:12 por Skeptikós »
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Sergiomgbr

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 11.712
  • Sexo: Masculino
  • uê?!
Re:[Enquete] A utilidade da Filosofia
« Resposta #65 Online: 09 de Junho de 2014, 18:41:09 »
Imagino que uma pessoa morta não sinta prazer, como pode este ser o resultado de um suicídio então? Simplesmente não o pode.

A extinção do sofrimento e do desprazer neste contexto de suicídio não se explica com a obtenção de alguma forma de prazer, pois este alivio se dá pelo fim da vida, que ao se extinguir extingui também qualquer forma de sensação. não é por tanto um alivio capaz de produzir prazer, mas uma extinção de qualquer sensação, seja de desprazer ou de prazer.

Abraços!
Então eu não posso ter prazer ao morrer lentamente, depois de ter cortado os pulsos, dentro de uma banheira quente, pensando em algo agradável?
Se o que estar a lhe proporcionar o prazer for seus pensamentos em algo agradável, não seria a morte que estaria a lhe proporcionar prazer, mas simplesmente os seus próprios pensamentos.

Ou ao pular de um penhasco, e fazer de conta que sou o superman?
Se a sua fantasia de se imaginar sendo o superman for a fonte de seu prazer, novamentre não é o ato de se suicidar a fonte do prazer, mas simplesmente a sua fantasia de ser o superman.

Que tal morrer docemente com uma dose letal de heroína? Comofaz?
Neste caso é a heroína a fonte do prazer, e não o suicídio em si.

Em ambos os exemplos acima, apesar do suicídio estar envolvido, não é ele a fonte do prazer.
Em todos os casos, é a decisão e o subsequente ato do suicídio a fonte de prazer, já o modo como isso é feito é o requinte em que ocorre o prazer.
Nos exemplos acima não é nem a decisão nem o ato de suicídio a fonte do prazer em si. Como demonstrado, no caso da heroína é a substância e o efeito que ela provoca no cérebro, no caso do homem que desejava ser o Superman, era a sua fantasia, e no caso da banheira eram os pensamentos agradáveis, diferentemente do masoquismo, onde a fonte do prazer era de fato o próprio sofrimento em si, no caso dos suicídios por você exemplificados, o suicídio em si não foi em nenhum dos exemplos, a fonte original do prazer.
Você continua sendo arbitrário.  Seriedade, beleza,  facilidade, cordialidade, sensatez, prazer, são juízos de valor. Se você questiona juízos de valor, você está sendo arbitrário.
Não estou sendo arbitrário e nem questionando juízos de valor. É impossível sentir prazer com a morte, pois prazer é antes de tudo uma sensação, por mais pessoal e subjetiva que seja a opinião em relação a esta sensação..


Prazer é uma sensação, mas a sua opinião acerca da existência ou não da ocorrência desse prazer em um suicídio por outrem é um juízo de valor, e por extensão, uma afirmação arbitrária.
Então o mesmo posso dizer sobre você, visto que foi tu que trouxe para o debate a ideia de que o suicídio pode produzir prazer para outrem, sendo esta, por extensão a seu argumento acima, uma afirmação arbitrária sua.  :ok:
Se eu te mostro uma caixa fechada e você me diz que não pode ter um objeto dentro dela, isso é uma afirmação  arbitrária, mas se você disser que é possível que dentro dela haja um objeto ou não, isso é uma afirmação válida numa discussão objetiva.

Defender a existência ou não de prazer, como resposta a um estímulo a outrem e uma afirmação arbitrária. Já propor como  premissa a possibilidade de que possa existir ou não prazer, como resposta a qualquer estímulo, é, por definição pré validar a existência do conceito prazer. É um argumento válido objetivamente, afirmar poder existir ou não prazer em um contexto onde prazer é uma inferência possível. Como você mesmo disse, prazer é uma sensação!
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Johnny Cash

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.936
Re:[Enquete] A utilidade da Filosofia
« Resposta #66 Online: 09 de Junho de 2014, 19:14:22 »
Nos últimos 10 anos, o que produzimos de impactante através do emprego da filosofia? Obviamente descartando a possibilidade de tudo ser filosofia.

O que os filósofos produziram de impactante nos últimos 10 anos? Por evidência absolutamente anedótica, eu só vejo filósofos dando aula de história da filosofia.
A utilidade da filosofia não pode ser reduzida somente ao que foi produzido na última década, mas ao legado deixado por ela no todo de sua história1, que até hoje repercute em nossa vida atual. Seja na política, na religião, na ciência, muito do que é discutido e aplicado é uma herança direta da filosofia, ou mesmo filosofia em si.

Ah, mas é óbvio! Não propus que se reduza qualquer coisa.

A questão se faz importante pq um objeto não é sua história.

Veja, aquele datilógrafo clássico, que passava o dia empurrando aquela pecinha da máquina de escrever e fumando no departamento, já teve presença fundamental na sociedade e ainda hoje se deve muito à sua extinta existência. Mas, infelizmente,a figura romântica do datilógrafo bem como do seu instrumento fiel, a máquina de escrever, já foram úteis (de verdade/pragmaticamente), hoje não mais.

Tenho receio de que o mesmo tenha acontecido com a Filosofia, quando não a encaramos como sendo tudo, ou toda forma de pensar ou discutir. Me parece que hoje é gasto esforço estudando e descrevendo a história da filosofia, talvez através de ferramentas para a história, sociologia e etc., mas pouco se percebe da aplicação direta do filosofar formal (se é que existe).

Mas se você deseja algo de útil e impactante para a vida das pessoas, e que vem sendo sendo discutido e produzido nos últimos dez anos em filosofia, filosofia politica contemporânea é uma boa área para você procurar exemplos2 disso.



1 Cf. A. C. Ewing, O que é Filosofia e por que vale a pena estudá-la, Utilização da Filosofia
2 Cf. Bolsa Família e a tripla perspectiva sobre justiça social como redistribuição

Me desculpe, mas ainda não vi o que os filósofos super recentes fizeram que marcou, enquanto "produção filosófica impactante", de valor inquestionável. Talvez seja pq não se sente o valor dessas produções assim de imediato, como se sente o de uma ponte ou d eum braço eletrônico, e se leve mais tempo para maturidade, me desculpe a ignorância.

Offline Skeptikós

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.125
  • Sexo: Masculino
  • Séxtos Empeirikós
Re:[Enquete] A utilidade da Filosofia
« Resposta #67 Online: 09 de Junho de 2014, 19:29:17 »
Imagino que uma pessoa morta não sinta prazer, como pode este ser o resultado de um suicídio então? Simplesmente não o pode.

A extinção do sofrimento e do desprazer neste contexto de suicídio não se explica com a obtenção de alguma forma de prazer, pois este alivio se dá pelo fim da vida, que ao se extinguir extingui também qualquer forma de sensação. não é por tanto um alivio capaz de produzir prazer, mas uma extinção de qualquer sensação, seja de desprazer ou de prazer.

Abraços!
Então eu não posso ter prazer ao morrer lentamente, depois de ter cortado os pulsos, dentro de uma banheira quente, pensando em algo agradável?
Se o que estar a lhe proporcionar o prazer for seus pensamentos em algo agradável, não seria a morte que estaria a lhe proporcionar prazer, mas simplesmente os seus próprios pensamentos.

Ou ao pular de um penhasco, e fazer de conta que sou o superman?
Se a sua fantasia de se imaginar sendo o superman for a fonte de seu prazer, novamentre não é o ato de se suicidar a fonte do prazer, mas simplesmente a sua fantasia de ser o superman.

Que tal morrer docemente com uma dose letal de heroína? Comofaz?
Neste caso é a heroína a fonte do prazer, e não o suicídio em si.

Em ambos os exemplos acima, apesar do suicídio estar envolvido, não é ele a fonte do prazer.
Em todos os casos, é a decisão e o subsequente ato do suicídio a fonte de prazer, já o modo como isso é feito é o requinte em que ocorre o prazer.
Nos exemplos acima não é nem a decisão nem o ato de suicídio a fonte do prazer em si. Como demonstrado, no caso da heroína é a substância e o efeito que ela provoca no cérebro, no caso do homem que desejava ser o Superman, era a sua fantasia, e no caso da banheira eram os pensamentos agradáveis, diferentemente do masoquismo, onde a fonte do prazer era de fato o próprio sofrimento em si, no caso dos suicídios por você exemplificados, o suicídio em si não foi em nenhum dos exemplos, a fonte original do prazer.
Você continua sendo arbitrário.  Seriedade, beleza,  facilidade, cordialidade, sensatez, prazer, são juízos de valor. Se você questiona juízos de valor, você está sendo arbitrário.
Não estou sendo arbitrário e nem questionando juízos de valor. É impossível sentir prazer com a morte, pois prazer é antes de tudo uma sensação, por mais pessoal e subjetiva que seja a opinião em relação a esta sensação..


Prazer é uma sensação, mas a sua opinião acerca da existência ou não da ocorrência desse prazer em um suicídio por outrem é um juízo de valor, e por extensão, uma afirmação arbitrária.
Então o mesmo posso dizer sobre você, visto que foi tu que trouxe para o debate a ideia de que o suicídio pode produzir prazer para outrem, sendo esta, por extensão a seu argumento acima, uma afirmação arbitrária sua.  :ok:
Se eu te mostro uma caixa fechada e você me diz que não pode ter um objeto dentro dela, isso é uma afirmação  arbitrária, mas se você disser que é possível que dentro dela haja um objeto ou não, isso é uma afirmação válida numa discussão objetiva.

Defender a existência ou não de prazer, como resposta a um estímulo a outrem e uma afirmação arbitrária. Já propor como  premissa a possibilidade de que possa existir ou não prazer, como resposta a qualquer estímulo, é, por definição pré validar a existência do conceito prazer. É um argumento válido objetivamente, afirmar poder existir ou não prazer em um contexto onde prazer é uma inferência possível. Como você mesmo disse, prazer é uma sensação!
Ok, você afirmou ser possível sentir prazer com o suicídio e deu exemplos de pessoas se suicidando, onde segundo você elas experimentavam prazer com o suicídio. Agora, se suas afirmações são válidas como suposições possíveis de acontecerem, as minhas também o são, quando defendi que a fonte de prazer nos exemplos dado por você não provinham do suicídio em si, mas dos estados (pensamentos agradáveis e imaginações fantasiosas) e substâncias (heroína) envolvidas enquanto a pessoa praticava o suicídio, assim como você apresentei suposições possíveis.

Agora a peteca esta do teu lado da quadra, cabe a você rebate-la de volta com uma jogada válida.

 :ok:
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Skeptikós

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.125
  • Sexo: Masculino
  • Séxtos Empeirikós
Re:[Enquete] A utilidade da Filosofia
« Resposta #68 Online: 09 de Junho de 2014, 19:46:07 »
Nos últimos 10 anos, o que produzimos de impactante através do emprego da filosofia? Obviamente descartando a possibilidade de tudo ser filosofia.

O que os filósofos produziram de impactante nos últimos 10 anos? Por evidência absolutamente anedótica, eu só vejo filósofos dando aula de história da filosofia.
A utilidade da filosofia não pode ser reduzida somente ao que foi produzido na última década, mas ao legado deixado por ela no todo de sua história1, que até hoje repercute em nossa vida atual. Seja na política, na religião, na ciência, muito do que é discutido e aplicado é uma herança direta da filosofia, ou mesmo filosofia em si.

Ah, mas é óbvio! Não propus que se reduza qualquer coisa.

A questão se faz importante pq um objeto não é sua história.

Veja, aquele datilógrafo clássico, que passava o dia empurrando aquela pecinha da máquina de escrever e fumando no departamento, já teve presença fundamental na sociedade e ainda hoje se deve muito à sua extinta existência. Mas, infelizmente,a figura romântica do datilógrafo bem como do seu instrumento fiel, a máquina de escrever, já foram úteis (de verdade/pragmaticamente), hoje não mais.

Tenho receio de que o mesmo tenha acontecido com a Filosofia, quando não a encaramos como sendo tudo, ou toda forma de pensar ou discutir. Me parece que hoje é gasto esforço estudando e descrevendo a história da filosofia, talvez através de ferramentas para a história, sociologia e etc., mas pouco se percebe da aplicação direta do filosofar formal (se é que existe).
Bom, a democracia é uma proposta de governo filosófica-política antiga, mas ainda é usada nos dias de hoje, logo ela não perdeu a sua utilidade prática nos dias atuais, apesar de ser uma ideia extremamente antiga. Ou seja, não é porque algo é antigo que ele necessariamente tenha perdido sua utilidade prática nos dias atuais.

Mas se você deseja algo de útil e impactante para a vida das pessoas, e que vem sendo sendo discutido e produzido nos últimos dez anos em filosofia, filosofia politica contemporânea é uma boa área para você procurar exemplos2 disso.



1 Cf. A. C. Ewing, O que é Filosofia e por que vale a pena estudá-la, Utilização da Filosofia
2 Cf. Bolsa Família e a tripla perspectiva sobre justiça social como redistribuição

Me desculpe, mas ainda não vi o que os filósofos super recentes fizeram que marcou, enquanto "produção filosófica impactante", de valor inquestionável. Talvez seja pq não se sente o valor dessas produções assim de imediato, como se sente o de uma ponte ou d eum braço eletrônico, e se leve mais tempo para maturidade, me desculpe a ignorância.
O liberalismo igualitário proposto pelo filósofo político John Rawls  em suas obras do final do século passado são o principal modelo de funcionamento dos sistema políticos-sociais da maioria dos governos atuais. O seu modelo ainda repercute nos trabalhos mais recentes que vem sendo realizados na área de filosofia política conteporânea. Talvez tal modelo político tenha feito tanto sucesso devido a suas inúmeras contribuições sociais.

Como você mesmo disse, em outras palavras; desde o momento onde uma teoria política é proposta, até sua implantação e os resultados visíveis, leva-se tempo. Mas hoje já podemos falar que as teorias propostas por Rawls no final do século passado influenciaram de forma extremamente impactante a forma como as pessoas levam suas vidas hoje.

Abraços!
« Última modificação: 09 de Junho de 2014, 19:49:16 por Skeptikós »
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Johnny Cash

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.936
Re:[Enquete] A utilidade da Filosofia
« Resposta #69 Online: 09 de Junho de 2014, 20:19:56 »
Nos últimos 10 anos, o que produzimos de impactante através do emprego da filosofia? Obviamente descartando a possibilidade de tudo ser filosofia.

O que os filósofos produziram de impactante nos últimos 10 anos? Por evidência absolutamente anedótica, eu só vejo filósofos dando aula de história da filosofia.
A utilidade da filosofia não pode ser reduzida somente ao que foi produzido na última década, mas ao legado deixado por ela no todo de sua história1, que até hoje repercute em nossa vida atual. Seja na política, na religião, na ciência, muito do que é discutido e aplicado é uma herança direta da filosofia, ou mesmo filosofia em si.

Ah, mas é óbvio! Não propus que se reduza qualquer coisa.

A questão se faz importante pq um objeto não é sua história.

Veja, aquele datilógrafo clássico, que passava o dia empurrando aquela pecinha da máquina de escrever e fumando no departamento, já teve presença fundamental na sociedade e ainda hoje se deve muito à sua extinta existência. Mas, infelizmente,a figura romântica do datilógrafo bem como do seu instrumento fiel, a máquina de escrever, já foram úteis (de verdade/pragmaticamente), hoje não mais.

Tenho receio de que o mesmo tenha acontecido com a Filosofia, quando não a encaramos como sendo tudo, ou toda forma de pensar ou discutir. Me parece que hoje é gasto esforço estudando e descrevendo a história da filosofia, talvez através de ferramentas para a história, sociologia e etc., mas pouco se percebe da aplicação direta do filosofar formal (se é que existe).
Bom, a democracia é uma proposta de governo filosófica-política antiga, mas ainda é usada nos dias de hoje, logo ela não perdeu a sua utilidade prática nos dias atuais, apesar de ser uma ideia extremamente antiga. Ou seja, não é porque algo é antigo que ele necessariamente tenha perdido sua utilidade prática nos dias atuais.


Concordo absolutamente, não é pq algo é antigo que tenha perdido sua utilidade prática.

Mas tem coisa que passa a ser substancialmente menos útil e temos mil exemplos disso. Me parece que o mesmo acontece com a “filosofia formal”, e repito, se é que existe. Pq se estamos chamando o desenvolvimento de qualquer coisa, o debate de qualquer tema, ou qualquer raciocínio de filosofia, tudo q eu disse anteriormente aqui tem q ser deletado e esse tópico nem sentido faz, pq seria o mesmo que dar opção das pessoas dizerem que: “Tudo ou Qualquer atividade é completamente inútil”, o que não faz sentido mesmo entre os pombos mais peitudos que circulam por aqui.

Mas se você deseja algo de útil e impactante para a vida das pessoas, e que vem sendo sendo discutido e produzido nos últimos dez anos em filosofia, filosofia politica contemporânea é uma boa área para você procurar exemplos2 disso.



1 Cf. A. C. Ewing, O que é Filosofia e por que vale a pena estudá-la, Utilização da Filosofia
2 Cf. Bolsa Família e a tripla perspectiva sobre justiça social como redistribuição

Me desculpe, mas ainda não vi o que os filósofos super recentes fizeram que marcou, enquanto "produção filosófica impactante", de valor inquestionável. Talvez seja pq não se sente o valor dessas produções assim de imediato, como se sente o de uma ponte ou d eum braço eletrônico, e se leve mais tempo para maturidade, me desculpe a ignorância.
O liberalismo igualitário proposto pelo filósofo político John Rawls  em suas obras do final do século passado são o principal modelo de funcionamento dos sistema políticos-sociais da maioria dos governos atuais. O seu modelo ainda repercute nos trabalhos mais recentes que vem sendo realizados na área de filosofia política conteporânea. Talvez tal modelo político tenha feito tanto sucesso devido a suas inúmeras contribuições sociais.
Bom... Bem pinçado!

De toda forma, me parece que a filosofia, enquanto atividade mesmo, hoje quase que só se inicia e termina em si mesmo. Tendo pouco a extrapolar para o dia de semana.

Gostei da pluralidade de links.  :ok: Enquanto eu estou filosofando aqui, com um monte de coisa que só me parece. Não é justo isso.

Offline Skeptikós

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.125
  • Sexo: Masculino
  • Séxtos Empeirikós
Re:[Enquete] A utilidade da Filosofia
« Resposta #70 Online: 09 de Junho de 2014, 21:16:53 »
Nos últimos 10 anos, o que produzimos de impactante através do emprego da filosofia? Obviamente descartando a possibilidade de tudo ser filosofia.

O que os filósofos produziram de impactante nos últimos 10 anos? Por evidência absolutamente anedótica, eu só vejo filósofos dando aula de história da filosofia.
A utilidade da filosofia não pode ser reduzida somente ao que foi produzido na última década, mas ao legado deixado por ela no todo de sua história1, que até hoje repercute em nossa vida atual. Seja na política, na religião, na ciência, muito do que é discutido e aplicado é uma herança direta da filosofia, ou mesmo filosofia em si.

Ah, mas é óbvio! Não propus que se reduza qualquer coisa.

A questão se faz importante pq um objeto não é sua história.

Veja, aquele datilógrafo clássico, que passava o dia empurrando aquela pecinha da máquina de escrever e fumando no departamento, já teve presença fundamental na sociedade e ainda hoje se deve muito à sua extinta existência. Mas, infelizmente,a figura romântica do datilógrafo bem como do seu instrumento fiel, a máquina de escrever, já foram úteis (de verdade/pragmaticamente), hoje não mais.

Tenho receio de que o mesmo tenha acontecido com a Filosofia, quando não a encaramos como sendo tudo, ou toda forma de pensar ou discutir. Me parece que hoje é gasto esforço estudando e descrevendo a história da filosofia, talvez através de ferramentas para a história, sociologia e etc., mas pouco se percebe da aplicação direta do filosofar formal (se é que existe).
Bom, a democracia é uma proposta de governo filosófica-política antiga, mas ainda é usada nos dias de hoje, logo ela não perdeu a sua utilidade prática nos dias atuais, apesar de ser uma ideia extremamente antiga. Ou seja, não é porque algo é antigo que ele necessariamente tenha perdido sua utilidade prática nos dias atuais.


Concordo absolutamente, não é pq algo é antigo que tenha perdido sua utilidade prática.

Mas tem coisa que passa a ser substancialmente menos útil e temos mil exemplos disso. Me parece que o mesmo acontece com a “filosofia formal”, e repito, se é que existe. Pq se estamos chamando o desenvolvimento de qualquer coisa, o debate de qualquer tema, ou qualquer raciocínio de filosofia, tudo q eu disse anteriormente aqui tem q ser deletado e esse tópico nem sentido faz, pq seria o mesmo que dar opção das pessoas dizerem que: “Tudo ou Qualquer atividade é completamente inútil”, o que não faz sentido mesmo entre os pombos mais peitudos que circulam por aqui.
De fato algumas coisas antes consideradas úteis para por exemplo explicarem a realidade, como a Teoria Atomística de Demócrito (ca. 460 a. C. – 370 a. C.), filósofo Grego pré-socrático, que dizia que existiam partículas indivisíveis, eternas e fundamentais, que unidas e arranjadas de determinada maneira, constituíam todas as formas e coisas da natureza. O fato dessas partículas fundamentais não poderem serem divididas em unidades ainda menores, justificam o nome de átomo, pelo fato da palavra significar indivisível. Isto porque se os átomos também fossem passíveis de desintegração e pudessem ser divididos em unidades ainda menores, a natureza acabaria por se diluir totalmente. Demócrito dizia ainda que os átomos eram unidades firmes e sólidas. E todos eles não podiam ser iguais, pois se todos os átomos fossem iguais não haveria explicação para o fato de eles se combinarem para formar por exemplo rochas ou mesmo seres.

A teoria era extremamente útil para explicar a realidade e a natureza naquela época, mas hoje, depois de avançado o conhecimento, formas mais sofisticadas e coerentes foram desenvolvidas. No entanto é impossível negar a influencia de Demócrito no desenvolvimento e na conceituação atual de átomo (isso por si só já demonstra utilidade em sua teoria). Neste caso a teoria também é útil para contextualizar a evolução histórica do conceito (o que também demonstra utilidade no campo da História).

Mas de fato conhecer a teoria atomista de Demócrito hoje em dia, e ela própria em si, não apresentam muita aplicabilidade e utilidade/vantagem prática e observável para lidar com os problemas diários e comuns atuais que se não para aqueles que trabalham com e/ou que se interessam por história.

Diferente da democracia, que continua a exercer forte influência na vida das pessoas atuais, com inúmeras vantagens práticas de caráter indiscutível para a maioria das pessoas, até mesmo aquelas que não se interessam por política.

Mas se você deseja algo de útil e impactante para a vida das pessoas, e que vem sendo sendo discutido e produzido nos últimos dez anos em filosofia, filosofia politica contemporânea é uma boa área para você procurar exemplos2 disso.



1 Cf. A. C. Ewing, O que é Filosofia e por que vale a pena estudá-la, Utilização da Filosofia
2 Cf. Bolsa Família e a tripla perspectiva sobre justiça social como redistribuição

Me desculpe, mas ainda não vi o que os filósofos super recentes fizeram que marcou, enquanto "produção filosófica impactante", de valor inquestionável. Talvez seja pq não se sente o valor dessas produções assim de imediato, como se sente o de uma ponte ou d eum braço eletrônico, e se leve mais tempo para maturidade, me desculpe a ignorância.
O liberalismo igualitário proposto pelo filósofo político John Rawls  em suas obras do final do século passado são o principal modelo de funcionamento dos sistema políticos-sociais da maioria dos governos atuais. O seu modelo ainda repercute nos trabalhos mais recentes que vem sendo realizados na área de filosofia política conteporânea. Talvez tal modelo político tenha feito tanto sucesso devido a suas inúmeras contribuições sociais.
Bom... Bem pinçado!

De toda forma, me parece que a filosofia, enquanto atividade mesmo, hoje quase que só se inicia e termina em si mesmo. Tendo pouco a extrapolar para o dia de semana.
Sim, a filosofia de hoje, para a maioria das pessoas de forma geral, e mesmo especificamente para a maioria dos profissionais da área da filosofia, praticamente se limita apenas ao ambiente acadêmico, como no trabalho maioritário dos filósofos atuais como simplesmente interpretes dos grandes filósofos do passado. Como professores de cursos de escola e universidade, apresentando a disciplina de uma forma rígida, com o objetivo que a informação seja decorada, sem estimular muito o debate. Os alunos (de maneira forçada, e geralmente os poucos que tem contato com filosofia de forma mais clara hoje em dia) apenas repetem os textos decorados em resposta as questões levantadas pelo professor nos exercícios. Ou seja, praticamente não existe mais a inclusão de todos, o debate, a reflexão ou a criatividade no estudo e no entender da filosofia.

Mas mesmo que a maioria das pessoas não se interessem ou não sejam trazidas para a filosofia, mesmo que o debate filosófico em busca do melhor saber e das melhores soluções para os problemas sociais que todos enfrentam seja estimulado, mesmo que a maioria dos profissionais da filosofia atualmente não contribuam com criações próprias e reflexões aprofundadas sobre temas atuais e importantes. Uma pequena parte de filósofos veem fazendo isso1, e isso já é suficiente para manter o espirito da filosofia vivo.

Gostei da pluralidade de links.  :ok: Enquanto eu estou filosofando aqui, com um monte de coisa que só me parece. Não é justo isso.
Hehe, desta vez eu especifiquei o assunto principal que eu desejava passar e que estava nos links, desta forma o raciocínio não precisa ser quebrado enquanto você tenta encontrar a passagem do link relativa ao tema em questão. o link fica apenas como uma referência para um maior aprofundamento no assunto, se assim for de seu desejo. 

Abraços!


Notas:
1 O Michael Sandel, filósofo político americano e professor de Harvard é um exemplo destes profissionais da área da filosofia que ainda contribuem de forma ativa e impactante para a sociedade de forma geral. A sua influência nos Estados Unidos e no mundo de forma geral pode ser percebida na popularidade que seus cursos e palestras (muitos deles onlines e ao vivo com participantes de várias partes do mundo) sobre filosofia política, moral e ética conseguem entre estudantes universitários, e grupos sociais de forma geral. Sua estratégia nestes cursos é estimular o debate e reflexão dos participantes, o que é um ingrediente importante para fazer as pessoas pensarem por conta própria e serem mais criativa em relação a filosofia. Um exemplo deste modelo é o curso Justice - Qual a coisa certa a a fazer?, para alunos de Harvard, e que pode ser encontrado online e com legendas traduzidas para o português no youtube. A maioria das questões abordadas por ele são extremamente práticas e úteis por estarem relacionadas a decisões que temos que tomar todos os dias, ou em muitos momentos de nossas vidas, e que trazem consequências que interferem drasticamente no curso de nossas vidas.
« Última modificação: 09 de Junho de 2014, 21:22:13 por Skeptikós »
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Sergiomgbr

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 11.712
  • Sexo: Masculino
  • uê?!
Re:[Enquete] A utilidade da Filosofia
« Resposta #71 Online: 09 de Junho de 2014, 21:50:05 »

Imagino que uma pessoa morta não sinta prazer, como pode este ser o resultado de um suicídio então? Simplesmente não o pode.

A extinção do sofrimento e do desprazer neste contexto de suicídio não se explica com a obtenção de alguma forma de prazer, pois este alivio se dá pelo fim da vida, que ao se extinguir extingui também qualquer forma de sensação. não é por tanto um alivio capaz de produzir prazer, mas uma extinção de qualquer sensação, seja de desprazer ou de prazer.

Abraços!
Então eu não posso ter prazer ao morrer lentamente, depois de ter cortado os pulsos, dentro de uma banheira quente, pensando em algo agradável?
Se o que estar a lhe proporcionar o prazer for seus pensamentos em algo agradável, não seria a morte que estaria a lhe proporcionar prazer, mas simplesmente os seus próprios pensamentos.

Ou ao pular de um penhasco, e fazer de conta que sou o superman?
Se a sua fantasia de se imaginar sendo o superman for a fonte de seu prazer, novamentre não é o ato de se suicidar a fonte do prazer, mas simplesmente a sua fantasia de ser o superman.

Que tal morrer docemente com uma dose letal de heroína? Comofaz?
Neste caso é a heroína a fonte do prazer, e não o suicídio em si.

Em ambos os exemplos acima, apesar do suicídio estar envolvido, não é ele a fonte do prazer.
Em todos os casos, é a decisão e o subsequente ato do suicídio a fonte de prazer, já o modo como isso é feito é o requinte em que ocorre o prazer.
Nos exemplos acima não é nem a decisão nem o ato de suicídio a fonte do prazer em si. Como demonstrado, no caso da heroína é a substância e o efeito que ela provoca no cérebro, no caso do homem que desejava ser o Superman, era a sua fantasia, e no caso da banheira eram os pensamentos agradáveis, diferentemente do masoquismo, onde a fonte do prazer era de fato o próprio sofrimento em si, no caso dos suicídios por você exemplificados, o suicídio em si não foi em nenhum dos exemplos, a fonte original do prazer.
Você continua sendo arbitrário.  Seriedade, beleza,  facilidade, cordialidade, sensatez, prazer, são juízos de valor. Se você questiona juízos de valor, você está sendo arbitrário.
Não estou sendo arbitrário e nem questionando juízos de valor. É impossível sentir prazer com a morte, pois prazer é antes de tudo uma sensação, por mais pessoal e subjetiva que seja a opinião em relação a esta sensação..


Prazer é uma sensação, mas a sua opinião acerca da existência ou não da ocorrência desse prazer em um suicídio por outrem é um juízo de valor, e por extensão, uma afirmação arbitrária.
Então o mesmo posso dizer sobre você, visto que foi tu que trouxe para o debate a ideia de que o suicídio pode produzir prazer para outrem, sendo esta, por extensão a seu argumento acima, uma afirmação arbitrária sua.  :ok:
Se eu te mostro uma caixa fechada e você me diz que não pode ter um objeto dentro dela, isso é uma afirmação  arbitrária, mas se você disser que é possível que dentro dela haja um objeto ou não, isso é uma afirmação válida numa discussão objetiva.

Defender a existência ou não de prazer, como resposta a um estímulo a outrem e uma afirmação arbitrária. Já propor como  premissa a possibilidade de que possa existir ou não prazer, como resposta a qualquer estímulo, é, por definição pré validar a existência do conceito prazer. É um argumento válido objetivamente, afirmar poder existir ou não prazer em um contexto onde prazer é uma inferência possível. Como você mesmo disse, prazer é uma sensação!
Ok, você afirmou ser possível sentir prazer com o suicídio e deu exemplos de pessoas se suicidando, onde segundo você elas experimentavam prazer com o suicídio.
U lá láaaaaaaaaa, mas nem sequer isto eu disse! Quando você argumentou,

A extinção do sofrimento e do desprazer neste contexto de suicídio não se explica com a obtenção de alguma forma de prazer, pois este alivio se dá pelo fim da vida, que ao se extinguir extingui também qualquer forma de sensação. não é por tanto um alivio capaz de produzir prazer, mas uma extinção de qualquer sensação, seja de desprazer ou de prazer.

Eu então te fiz uma pergunta, e não uma afirmação,

Então eu não posso ter prazer ao morrer lentamente, depois de ter cortado os pulsos, dentro de uma banheira quente, pensando em algo agradável? Ou ao pular de um penhasco, e fazer de conta que sou o superman? Que tal morrer docemente com uma dose letal de heroína? Comofaz?

E você, em vez de responder objetivamente com um sim ou um não que fosse, ao invés disso, decidiu questionar se o modo como a prática de um suicídio ocorre é válida como fonte de prazer ou não, quando isso estritamente não estava sendo questionado em sí, ou seja, eu posso ou não posso ter prazer ao morrer lentamente numa banheira de água quente depois de ter cortado os pulsos, e ainda por cima tendo pensamentos agradáveis? Eu posso ou não posso ter prazer morrendo, ainda mais, docemente sob efeito de uma droga, como a Heroína? Ou, eu posso ou não posso ter prazer ao morrer, por exemplo, me jogando de um precipício, e ainda por cima, fazendo de conta que sou o Superman? É claro que todas as perguntas questionam fulcralmente, apenas se eu posso ou não ter prazer ao/em morrer.

Se eu não tivesse prazer ao morrer, eu só teria pavor de morrer com os pulsos sangrando, ou pulando de um penhasco, ou sob o efeito de modificadores psíquicos poderosos possíveis potencializadores do próprio pavor de morrer, como no caso da Heroína. Portanto, as formas escolhidas de como morrer só podem proporcionar requintes as próprias formas de morrer, sendo possíveis requintes de prazer ao morrer e possíveis requintes de pavor, ao não querer morrer.


 Agora, se suas afirmações são válidas como suposições possíveis de acontecerem, as minhas também o são, quando defendi que a fonte de prazer nos exemplos dado por você não provinham do suicídio em si, mas dos estados (pensamentos agradáveis e imaginações fantasiosas) e substâncias (heroína) envolvidas enquanto a pessoa praticava o suicídio, assim como você apresentei suposições possíveis.

Não apresentou.


Agora a peteca esta do teu lado da quadra, cabe a você rebate-la de volta com uma jogada válida.

 :ok:
Peteca é divertido.. Aliás, jogar peteca e triturar todo tipo de rochas, desde as pequenas e macias, até as mais enormes e improváveis rochas duras, são dois grandes esportes nacionais para nós mineiros.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Skeptikós

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.125
  • Sexo: Masculino
  • Séxtos Empeirikós
Re:[Enquete] A utilidade da Filosofia
« Resposta #72 Online: 09 de Junho de 2014, 22:22:34 »

Imagino que uma pessoa morta não sinta prazer, como pode este ser o resultado de um suicídio então? Simplesmente não o pode.

A extinção do sofrimento e do desprazer neste contexto de suicídio não se explica com a obtenção de alguma forma de prazer, pois este alivio se dá pelo fim da vida, que ao se extinguir extingui também qualquer forma de sensação. não é por tanto um alivio capaz de produzir prazer, mas uma extinção de qualquer sensação, seja de desprazer ou de prazer.

Abraços!
Então eu não posso ter prazer ao morrer lentamente, depois de ter cortado os pulsos, dentro de uma banheira quente, pensando em algo agradável?
Se o que estar a lhe proporcionar o prazer for seus pensamentos em algo agradável, não seria a morte que estaria a lhe proporcionar prazer, mas simplesmente os seus próprios pensamentos.

Ou ao pular de um penhasco, e fazer de conta que sou o superman?
Se a sua fantasia de se imaginar sendo o superman for a fonte de seu prazer, novamentre não é o ato de se suicidar a fonte do prazer, mas simplesmente a sua fantasia de ser o superman.

Que tal morrer docemente com uma dose letal de heroína? Comofaz?
Neste caso é a heroína a fonte do prazer, e não o suicídio em si.

Em ambos os exemplos acima, apesar do suicídio estar envolvido, não é ele a fonte do prazer.
Em todos os casos, é a decisão e o subsequente ato do suicídio a fonte de prazer, já o modo como isso é feito é o requinte em que ocorre o prazer.
Nos exemplos acima não é nem a decisão nem o ato de suicídio a fonte do prazer em si. Como demonstrado, no caso da heroína é a substância e o efeito que ela provoca no cérebro, no caso do homem que desejava ser o Superman, era a sua fantasia, e no caso da banheira eram os pensamentos agradáveis, diferentemente do masoquismo, onde a fonte do prazer era de fato o próprio sofrimento em si, no caso dos suicídios por você exemplificados, o suicídio em si não foi em nenhum dos exemplos, a fonte original do prazer.
Você continua sendo arbitrário.  Seriedade, beleza,  facilidade, cordialidade, sensatez, prazer, são juízos de valor. Se você questiona juízos de valor, você está sendo arbitrário.
Não estou sendo arbitrário e nem questionando juízos de valor. É impossível sentir prazer com a morte, pois prazer é antes de tudo uma sensação, por mais pessoal e subjetiva que seja a opinião em relação a esta sensação..


Prazer é uma sensação, mas a sua opinião acerca da existência ou não da ocorrência desse prazer em um suicídio por outrem é um juízo de valor, e por extensão, uma afirmação arbitrária.
Então o mesmo posso dizer sobre você, visto que foi tu que trouxe para o debate a ideia de que o suicídio pode produzir prazer para outrem, sendo esta, por extensão a seu argumento acima, uma afirmação arbitrária sua.  :ok:
Se eu te mostro uma caixa fechada e você me diz que não pode ter um objeto dentro dela, isso é uma afirmação  arbitrária, mas se você disser que é possível que dentro dela haja um objeto ou não, isso é uma afirmação válida numa discussão objetiva.

Defender a existência ou não de prazer, como resposta a um estímulo a outrem e uma afirmação arbitrária. Já propor como  premissa a possibilidade de que possa existir ou não prazer, como resposta a qualquer estímulo, é, por definição pré validar a existência do conceito prazer. É um argumento válido objetivamente, afirmar poder existir ou não prazer em um contexto onde prazer é uma inferência possível. Como você mesmo disse, prazer é uma sensação!
Ok, você afirmou ser possível sentir prazer com o suicídio e deu exemplos de pessoas se suicidando, onde segundo você elas experimentavam prazer com o suicídio.
U lá láaaaaaaaaa, mas nem sequer isto eu disse! Quando você argumentou,

A extinção do sofrimento e do desprazer neste contexto de suicídio não se explica com a obtenção de alguma forma de prazer, pois este alivio se dá pelo fim da vida, que ao se extinguir extingui também qualquer forma de sensação. não é por tanto um alivio capaz de produzir prazer, mas uma extinção de qualquer sensação, seja de desprazer ou de prazer.

Eu então te fiz uma pergunta, e não uma afirmação,

Então eu não posso ter prazer ao morrer lentamente, depois de ter cortado os pulsos, dentro de uma banheira quente, pensando em algo agradável? Ou ao pular de um penhasco, e fazer de conta que sou o superman? Que tal morrer docemente com uma dose letal de heroína? Comofaz?

E você, em vez de responder objetivamente com um sim ou um não que fosse, ao invés disso, decidiu questionar se o modo como a prática de um suicídio ocorre é válida como fonte de prazer ou não, quando isso estritamente não estava sendo questionado em sí, ou seja, eu posso ou não posso ter prazer ao morrer lentamente numa banheira de água quente depois de ter cortado os pulsos, e ainda por cima tendo pensamentos agradáveis? Eu posso ou não posso ter prazer morrendo, ainda mais, docemente sob efeito de uma droga, como a Heroína? Ou, eu posso ou não posso ter prazer ao morrer, por exemplo, me jogando de um precipício, e ainda por cima, fazendo de conta que sou o Superman? É claro que todas as perguntas questionam fulcralmente, apenas se eu posso ou não ter prazer ao/em morrer.
Ta ficando bonito esta cascata de citações não esta?  :lol:

Devo concordar com você, lhe interpretei mal, você não disse categoricamente que era possível ter prazer com as formas de suicídios por você exemplificadas, você apenas fez perguntas retóricas (como me pareceu).

A intenção sua me pareceu a de apresentar exemplos onde era possível sentir prazer num ato de suicídio, e utilizou de perguntas retóricas para alcançar este objetivo.

Mas isso não importa. Eu respondi que sim, uma pessoa pode sentir prazer ao se suicidar com uma dose grande de heroína, ou pulando de um penhasco enquanto finge ser o Superman, no entanto eu disse que a fonte de prazer em ambos os exemplos não provinha da ação de suicidar-se em sí, mas sim dos estados (imaginário de fantasias no caso do exemplo do Superman) e efeitos provocados pela substância (no caso da heroína) presentes em ambos exemplos.

Você disse que esta era uma afirmação arbitrária. Que uma suposição seria aceitável, mas uma afirmação categórica desta é de fato uma afirmação arbitrária.

Então eu mudei meu discurso, entenda as minhas respostas acima como suposições de possibilidades bastante prováveis, e tudo estava resolvido.



Se eu não tivesse prazer ao morrer, eu só teria pavor de morrer com os pulsos sangrando, ou pulando de um penhasco, ou sob o efeito de modificadores psíquicos poderosos possíveis potencializadores do próprio pavor de morrer, como no caso da Heroína. Portanto, as formas escolhidas de como morrer só podem proporcionar requintes as próprias formas de morrer, sendo possíveis requintes de prazer ao morrer e possíveis requintes de pavor, ao não querer morrer.
O que não interfere a minha suposição de que o prazer em ambos os casos não  provem do ato de suicídio em si, mas de estados e substâncias presentes na experiência. Diferentemente do masoquismo, no qual o prazer vem do próprio sofrimento ao qual o individuo se submete. Exemplo este, se não me engano, também levantado por você, e que neste caso eu até concordei.




 Agora, se suas afirmações são válidas como suposições possíveis de acontecerem, as minhas também o são, quando defendi que a fonte de prazer nos exemplos dado por você não provinham do suicídio em si, mas dos estados (pensamentos agradáveis e imaginações fantasiosas) e substâncias (heroína) envolvidas enquanto a pessoa praticava o suicídio, assim como você apresentei suposições possíveis.

Não apresentou.
Apresentei sim, eu disse que o prazer nos exemplos por você levantados poderia estar a ser eliciado não pelo suicídio em sí, mas pelos estados e substâncias presentes na experiência.

Se um homem tem um ataque cardíaco fatal no momento em que ele atinge o ápice do prazer sexual enquanto transa com uma mulher, não é a morte nem o ataque cardíaco os responsáveis pelo prazer sexual que ele vinha experimentando, e sim o sexo e a mulher em si os responsáveis por tal prazer.

O mesmo principio exposto acima pode se aplicar  aos exemplos de suicídio por você apresentados. Me parece ser mais plausível, não o suicídio em si, mas os estados mentais (de pensamentos e imaginação fantasiosa) e substâncias químicas (a heroína) os responsáveis pelo prazer obtido em ambos os casos de suicídios por você apresentado.




Agora a peteca esta do teu lado da quadra, cabe a você rebate-la de volta com uma jogada válida.

 :ok:
Peteca é divertido.. Aliás, jogar peteca e triturar todo tipo de rochas, desde as pequenas e macias, até as mais enormes e improváveis rochas duras, são dois grandes esportes nacionais para nós mineiros.
Verdade, mas sobre as rochas não me ficou claro, você se refere a atividade de mineração, muito comum em nosso Estado, ou esta sendo irônico (troçando) de alguma maneira?  :hihi:

Abraços!
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Sergiomgbr

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 11.712
  • Sexo: Masculino
  • uê?!
Re:[Enquete] A utilidade da Filosofia
« Resposta #73 Online: 09 de Junho de 2014, 23:51:24 »



 Agora, se suas afirmações são válidas como suposições possíveis de acontecerem, as minhas também o são, quando defendi que a fonte de prazer nos exemplos dado por você não provinham do suicídio em si, mas dos estados (pensamentos agradáveis e imaginações fantasiosas) e substâncias (heroína) envolvidas enquanto a pessoa praticava o suicídio, assim como você apresentei suposições possíveis.

Não apresentou.
Apresentei sim, eu disse que o prazer nos exemplos por você levantados poderia estar a ser eliciado não pelo suicídio em sí, mas pelos estados e substâncias presentes na experiência.

Exatamente isso o que você fez, mas o fez fruto do equívoco em redarguir como incorretos os meus argumentos de que é possível ter prazer em um suicídio, considerando que não seriam prazeres do suicídio e sim dos atos em sí relacionados com o suicídio, porém eu apresentei os tais argumentos, eu os redigí, ainda que não os relacionando como obrigatórios para a obtenção do prazer no suicídio em sí. Ficou implicitamente claro que são prazeres em sí, porém, apenas prazeres acessórios na condição de, repito, requintes, da questão fulcral de haver prazer possível num suicídio.


« Última modificação: 09 de Junho de 2014, 23:55:33 por sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Sergiomgbr

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 11.712
  • Sexo: Masculino
  • uê?!
Re:[Enquete] A utilidade da Filosofia
« Resposta #74 Online: 10 de Junho de 2014, 00:01:02 »

Peteca é divertido.. Aliás, jogar peteca e triturar todo tipo de rochas, desde as pequenas e macias, até as mais enormes e improváveis rochas duras, são dois grandes esportes nacionais para nós mineiros.
Verdade, mas sobre as rochas não me ficou claro, você se refere a atividade de mineração, muito comum em nosso Estado, ou esta sendo irônico (troçando) de alguma maneira?  :hihi:

Abraços!
De modo algum, apenas quis dizer que em Minas Gerais se aprecia muito um joguinho de peteca, apesar do mineiro sugestivamente pelo gentílico remeter à idéia apenas de minerador...
Até onde eu sei eu não sei.

 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!