Autor Tópico: Olavo de Carvalho Sobre "Mais Democracia"  (Lida 14768 vezes)

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Offline Feliperj

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Re:Olavo de Carvalho Sobre "Mais Democracia"
« Resposta #125 Online: 17 de Setembro de 2014, 23:22:22 »
Não sou um Marxista, acredito que a dita Democracia Liberal e o Estado Democrático de Direito já são um fim em si próprio e não uma mera Ditadura da Burguesia, apesar de todas as críticas que se possa fazer em relação ao poder econômico e sua capacidade de distorção do sistema.  Penso que o capitalismo por si só não atende uma série das ditas questões sociais e se impõe medidas além do Mercado para atendê-las.

Bom, pensamos igual, então! Porém, eu sou totalmente anti marxista (qqer "linhagem" )

Citar
Não, alguns tem como ideologia base o COmunismo, outros o Socialismo Democrático, outros até a Social Democracia Ajunção ao Foro de São Paulo no caso do PT tem a ver com distribuição de forças internas da legenda e seu delicado equilíbrio interno 

Repare que estou falando dos partidos do FORO. E todos eles são marxistas, é só olhar o que escrevem e defendem nos seus sites. Não tem nenhum partido brasileiro que seja social-democrata no foro, até pq, o Foro não é social democrata (e o comunismo era o objetivo final do marxismo). Isto, não é opinião, é fato, pois está registrado nas atas.

Também estão nas atas a implantação do socialismo bolivariano, onde a tal da democracia direta é uma meta que aparece desde a 1a. ata do foro (como foi implementada, ou tentado, nos outros paises onde o foro tomou o poder) e o apoio incondicional dos partidos do FORO,  às FARC, MIR e outros movimentos "democraticos" da AL.

Te pergunto, como o PT pode jurar apoio incondicional às FARC e impedir que as mesmas façam suas atividades criminosas em nossas fronteiras?

Sim, mas o próprio PT não é um partido Marxista na sua concepção, apesar de vários militantes primevos o serem e vários dos atuais, não é classicamente um partido de intelectuais no papel de vanguarda revolucionária  Nem o PT auto-intitula marxista, pois vários personagens internos não o são, mas sim um representante de Esquerda (justamente para caber mais gente no mesmo balaio).

Como pode um partido que enxerga a historia como luta de classes (e estimula isso) e usa o marxismo cultural em nossa sociedade, não ser marxista? Além dos fatos acima, é só ler as declarações que estão no proprio site do PT, que fica clara seu vies esquerdista revolucionario.

Como discurso ou praxis?

Os dois! O problema é que o momento ainda não permite a praxis. Isso eles aprenderam direitinho, com Gramsci e EF.

POis é, esse é o problema dos conspiracionistas, eu sou contra alguma coisa mas é óbvio que sou a favor, me digo contra mas no fundo isso não faz diferença porquê 1)eu não sou contra verdadeiramente 2) sou contra verdadeiramente mas sou usado como massa de manobra 3)A psicohistoria de Seldon os metodos Gramcistas são historicamente infalíveis

Não, o que estou falando é da estratégia conjunta da esquerda, que fica evidenciada no FORO de SP! Ou seja, que existem divergencias entre partidos de esquerda, sim. Mas além do alinhamento ideológico basico, existe o alinhamento estratégico. Isto é fato, não é teoria da conspiração.

A não passagem pela Ditadura do Proletariado como forma intermediária para o Socialismo, uma democracia com forte componente da dita Democracia Diretaeo florescimento dos Movimentos Sociais Organizados levando progressivamente e lentamente a uma sociedade proto-socialista.
Citar

O grande problema é que o socialismo e o comunismo (controle dos meios de produção, ausência da iniciativa privada, do mercado) já são comprovadamente falho, tanto teoricamente (ambos), pela questão do preço (Ludwig Von Mises), quanto na pratica (socialismo), pelas experiencias que tivemos, o que evidencia que Mises estava certo.

Felipe, partidos de esquerda naturalmente querem o mesmo objetivo, uma sociedade de esquerda  :)  Assim como os partidos de direita querem um modelo de sociedade de direita  :)
Qual é o ponto?

O ponto é : vc quer viver em uma Venezuela? Em uma Bolívia ou em uma Cuba?

Esquerda não é igual em todos os lugares. A nossa e a da AL nem de longe são parecidas com as esquerdas dos paises nordicos (que, alias, estão entre os melhores indicadores de liberdade economica, alguns a frente dos EUA, indicador que mostra o quão regulado é o mercado, e também estão entre os melhores em um indicador de facilidade de se fazer negocios.

É esse tipo de sistema que acredito! Apesar de já não ter a ilusão de que são perfeitos, pois antes, realmente pensava que eram perfeitos e que poderiam ser implementado em qqer pais.

Abs
Felipe
« Última modificação: 17 de Setembro de 2014, 23:26:24 por Feliperj »

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Olavo de Carvalho Sobre "Mais Democracia"
« Resposta #126 Online: 18 de Setembro de 2014, 19:15:53 »
Queria lembrar onde li e qual é a citação exata, algo nas linhas de que "o problema com os extremistas crackpots não é tanto o que eles defendem, mas como isso pode tirar a atenção dos problemas de verdade".

Offline Jack Carver

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Re:Olavo de Carvalho Sobre "Mais Democracia"
« Resposta #127 Online: 27 de Março de 2016, 18:40:26 »
OLC sobre mais e mais liberdade... ou da série CONSERVADORES X LIBERTÁRIOS.

<a href="https://www.youtube.com/v/zGvE_1BRa74" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/zGvE_1BRa74</a>
<a href="https://www.youtube.com/v/uNsM-lCzh6Y" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/uNsM-lCzh6Y</a>

"Inconcebível, inconcebível!"  :lol:
O Brasil é um país de sabotadores profissionais.

“Dêem-me controle sobre o dinheiro de uma nação e não me importa quem faz as suas leis. - Mayer Amschel Rothschild

Offline Lorentz

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Re:Olavo de Carvalho Sobre "Mais Democracia"
« Resposta #128 Online: 27 de Março de 2016, 19:40:42 »
<a href="https://www.youtube.com/v/zGvE_1BRa74" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/zGvE_1BRa74</a>

Esse cara tá falando que para os anarco-capitalistas tudo se resume a mercado. Que o anarco-capitalismo não trata das questões sobre espiritualidade e ética. Então ele quer um Estado com um ministério da espiritualidade e da ética? Que mala!
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth

Offline Agnoscetico

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Re:Olavo de Carvalho Sobre "Mais Democracia"
« Resposta #129 Online: 28 de Março de 2016, 21:47:51 »
<a href="https://www.youtube.com/v/zGvE_1BRa74" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/zGvE_1BRa74</a>

Esse cara tá falando que para os anarco-capitalistas tudo se resume a mercado. Que o anarco-capitalismo não trata das questões sobre espiritualidade e ética. Então ele quer um Estado com um ministério da espiritualidade e da ética? Que mala!

Esse ai é um tal chamado de Maro filosofo.
Olha com quem ele costuma trocar ideia (a versao careca e desbarbada dele):

<a href="https://www.youtube.com/v/mnaG0SUJ4T4" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/mnaG0SUJ4T4</a>



 



Offline Lorentz

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Re:Olavo de Carvalho Sobre "Mais Democracia"
« Resposta #130 Online: 28 de Março de 2016, 23:21:28 »
Eu acho esse cara do Cassando o Verbo muito bom, pra falar a verdade. Mas só vi um vídeo dele.
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Offline Agnoscetico

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Re:Olavo de Carvalho Sobre "Mais Democracia"
« Resposta #131 Online: 14 de Maio de 2016, 15:41:24 »
Eu acho esse cara do Cassando o Verbo muito bom, pra falar a verdade. Mas só vi um vídeo dele.

Entao precisa ver mais, talvez mude de ideia. Ele tem horas que parece um Olavo mais educado (ou pelo menos tenta passar imagem de bonzinho)

_________________

Agora voltando falar sobre Olavo, aqui ta perolas que ele disse. nao sei se voces ja viram esse video:

<a href="https://www.youtube.com/v/U0mXFAWw6KE" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/U0mXFAWw6KE</a>






Offline JJ

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Re:Olavo de Carvalho Sobre "Mais Democracia"
« Resposta #132 Online: 30 de Outubro de 2018, 11:13:47 »
Pessoal,

Em função das criticas ao Olavo e aos seus leitores, tinha proposto, em um outro topico, debatermos seus textos. Porém, os seus delatores trouxeram os textos e videos onde já se tem um consenso de que ele comete equivocos (posicionamento sobre ciencia), para justificar que tudo o que ele escreve é ruim e não deve ser considerado. Sou um defensor que, na área politica-ideologica ele é o principal filosofo brasileiro.




No que diz respeito a filosofia política, ele tem, sim,  muito conhecimento. 


Offline JJ

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Re:Olavo de Carvalho Sobre "Mais Democracia"
« Resposta #133 Online: 30 de Outubro de 2018, 11:15:07 »
Olavo de Carvalho, o 'parteiro' da nova direita que diz ter dado à luz flores e lacraias


João Fellet
Enviado especial da BBC Brasil a Petersburg (EUA)
15 dezembro 2016



Direito de imagemJOÃO FELLET
Image caption


Olavo de Carvalho tornou-se 'porta de entrada' para novos conservadores no Brasil e se diz responsável manifestações de rua recentes
Quando se mudou há alguns meses para que sua casa fosse reformada, o escritor e filósofo Olavo de Carvalho fez questão de levar toda a sua coleção de armas para a residência temporária, no sul do Estado da Virgínia (EUA).


Sobre a cama onde dorme, afixou uma espingarda Remington calibre 12. No cômodo vizinho, ao lado de uma caixa com brinquedos, espalhou mais de 30 rifles de caça. Em frente à mesa onde trabalha, pendurou pistolas e revólveres.


É dali que Carvalho faz as transmissões diárias de seu curso de filosofia, escreve para cerca de 500 mil seguidores nas redes sociais e trava os embates que o tornaram uma das figuras mais conhecidas e controversas da corrente que vem sendo chamada de nova direita brasileira - grupo ao qual, paradoxalmente, diz não pertencer.


"Eu quis que uma direita existisse, o que não quer dizer que eu pertença a ela. Fui o parteiro dela, mas o parteiro não nasce com o bebê", afirma. "Estou contra o comunismo e quero que o Brasil tenha uma democracia representativa efetiva", diz.


Nascido em Campinas (SP) há 69 anos, professor de filosofia sem jamais ter concluído um curso universitário e adepto da teoria de que a "a entidade chamada Inquisição é uma invenção ficcional de protestantes", Carvalho acumula desafetos com a mesma intensidade com que é defendido por seus admiradores.


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O filósofo recebeu a BBC Brasil na casa modesta de dois andares onde está morando num bairro arborizado de Petersburg, cidade histórica com 30 mil habitantes. Crítico feroz do PT, ele reagiu à queda de Dilma Rousseff com ceticismo. No Facebook, escreveu que o impeachment não passou de uma "manobra para a salvação da classe política".


Elogia Michel Temer ao mesmo tempo em que diz considerar seu governo ilegítimo. "Sem dúvida, é melhor que a Dilma - pelo menos sabe falar português, é um homem de uma certa cultura - e não se pode negar que na área econômica está fazendo aguma coisa que tem de fazer mesmo."


Mas diz que, vice na chapa de Dilma, o presidente "não tem rabo preso, ele é um rabo preso", e que a dupla se reelegeu num pleito com "transparência nenhuma". "O governo é 100% ilegítimo. Não estou dizendo que há ou houve fraude eleitoral, o sistema que montaram já era uma fraude."


Estrutura de poder


Expulso o PT do governo, Carvalho diz que a direita brasileira começa a se organizar nas ruas. Perguntado a que se deve a transformação, responde em francês: "C'est moi" (Sou eu).


Segundo o escritor, foram seus livros que encorajaram outros conservadores a sair do armário. Mas ele diz que o país ainda não tem uma "representação institucional da direita", como jornais diários, universidades ou partidos que defendam o liberalismo econômico e valores tradicionais.


"Você tem de um lado 20 partidos de esquerda e do outro um ou outro cara que se diz de direita, mas nem sabe direito o que é isso", afirma, entre goles de café e cigarro entre os dedos.


Segundo Carvalho, a esquerda dominou a imprensa e as universidades brasileiras há várias décadas em estratégia que seguia o suposto ideário do marxista italiano Antonio Gramsci (1891-1937). O objetivo, diz ele, era criar uma "atmosfera mental" em que a população se tornasse socialista sem perceber.



"No fim, conquistaram tudo: os partidos políticos um por um, eliminaram todas as opções possíveis através de denúncias de corrupção, queimaram milhares de reputações, ficaram sozinhos no meio do campo e conquistaram a cereja do bolo, a Presidência da República", diz.


O filósofo afirma que "atualmente é obrigatório estar na direita", mas que não mantém "compromisso com nenhuma política em particular".


Para ele, mais importante que tirar o PT do poder é "quebrar o sistema" e implantar no Brasil uma "democracia plebiscitária", em que o governo submeta suas propostas a referendos constantes. O filósofo diz que o modelo foi aplicado na França por Charles de Gaulle, nos anos 1960.


Direito de imagemJOÃO FELLET
Image caption
Filósofo mora atualmente em Petersburg, cidade com 30 mil habitantes vizinha a Richmond, no Estado de Virgínia
Racha na direita
As opiniões de Carvalho sobre o impeachment agravaram um racha entre o escritor e outras vozes influentes da direita com quem ele manteve boas relações no passado, como o colunista da revista Veja Reinaldo Azevedo e o economista Rodrigo Constantino.


Para Azevedo, ao defender uma democracia plebiscitária, Carvalho propõe a mesma agenda que o PT gostaria de implantar no Brasil. Alguns analistas compararam o modelo ao que foi adotado por Hugo Chávez na Venezuela.


Em artigo em que chama o filósofo de "mascate da paranoia" e de "Aiatolavo" (em referência ao aiatolá, líder religioso dos muçulmanos xiitas no Irã), Azevedo diz que Carvalho "se alimenta do insucesso dos que lutam contra a esquerda".


Para Carvalho, Azevedo e outros desafetos almejam ser representantes da direita e têm ciúmes de seu pioneirismo. "O pessoal comunista nunca mentiu a meu respeito tanto quanto essa turma da direita emergente", diz.


"Eu não quero ser representante de direita nenhuma, só fiz meu serviço que era abrir o espaço para eles poderem falar. Naturalmente, quando você destampa, aparecem junto com as flores as cobras, aranhas, lagartos, lacraia, toda a porcaria vem junto."


Carvalho também critica o Movimento Brasil Livre (MBL), que após militar pela queda de Dilma teve alguns de seus membros se lançando na política institucional. De acordo com o site do MBL, nove de seus integrantes se elegeram por cinco partidos diferentes (um deputado federal e oito vereadores).


Segundo o escritor, a direita deveria se concentrar em ocupar espaços não no Estado, mas "na igreja, nas escolas, nas sociedades de amigos do bairro, no clube: é ali que está o poder".


"Os comunistas sempre souberam disso. O pessoal da direita chegou agora, leu três artigos do Olavo de Carvalho, já acha que sabe tudo e quer ser senador, presidente da República. Um bando de palhaços, evidentemente."


O MBL não respondeu ao pedido da BBC Brasil para comentar a fala do filósofo. O Instituto Liberal e o Vem pra Rua, outras organizações influentes entre conservadores, tampouco quiseram se pronunciar sobre Carvalho e sua obra.


'Pai espiritual'


Para o filósofo Pablo Ortellado, professor de políticas públicas da USP, o escritor é uma espécie de "pai espiritual da nova direita" brasileira. "Num momento em que ninguém se reivindicava como direita, ele foi um cavaleiro solitário, e essa pregação no deserto rendeu grandes frutos", afirma.


Mas ele diz que Carvalho perdeu influência por ter "brigado com todo mundo" e não ter participado da construção dos grupos que hoje ditam os rumos do movimento.


Para a cientista política Camila Rocha, que estuda a história de think tanks (centros de pesquisa e debates) conservadores no Brasil, Carvalho "foi e ainda é a porta de entrada para boa parte da militância da direita" brasileira e soube usar a internet para se projetar.


Além de um site em que divulga entrevistas e artigos, ele fundou o portal "Mídia Sem Máscara" e já teve um podcast. Hoje mantém contas no Facebook, no Twitter e no YouTube (a filha Leilah Carvalho o ajuda nos vídeos, e Roxane Andrade de Souza, sua terceira esposa, lhe dá o "apoio logístico"). Em várias transmissões, interage com o músico Lobão, a quem já elogiou não pelas canções, mas pelos atributos como escritor.


"De todos os autores que vêm aparecendo no mercado editorial, o Lobão é de longe o que escreve melhor", disse no Facebook.


Em seu último livro, Em busca do rigor e da misericórdia, Lobão dedica um capítulo ao filósofo e comenta a "improbabilidade do encontro entre um roqueiro tido como doidão e Olavo de Carvalho dar certo".


"Porém, para minha agradável surpresa, desde nossa primeira conversa percebi que falava com alguém doce, afetuoso, atencioso, engraçadíssimo e, como já sabia, absolutamente brilhante."


Quando um vídeo do filósofo saiu do ar em abril, Lobão protestou no Twitter: "A AULA DO OLAVO DE CARVALHO SOFREU UM ATAQUE DEVASTADOR E SAI DO AR! ESPALHEM! CENSURA DO PT".


Revolução Comunista


Um dos pilares do discurso político de Carvalho trata do papel do Foro de São Paulo, conferência criada em 1990 pelo PT para debater os rumos da esquerda latino-americana após o fim da União Soviética.


Entre vários outros movimentos de esquerda, o foro abriga os partidos que hoje governam os membros da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba), entre os quais Cuba, Equador, Bolívia, Nicarágua e Venezuela. Segundo o filósofo, o foro deu ao PT o "comando estratégico da revolução comunista na América Latina".


Para Carlos Melo, professor de ciência política do Insper, em São Paulo, a ideia de que o foro articula a esquerda latino-americana é um "mito criado para tentar aglutinar o lado oposto". Ele diz que derrotas recentes da esquerda em vários países da região mostram que o foro não é tão poderoso assim.


"Houve uma onda da esquerda na América Latina e agora, ao que tudo indica, haverá uma onda conservadora. São processos naturais, a história funciona dentro de ciclos."


O discurso que identifica o PT com o comunismo, porém, se espalhou. Em abril de 2015, num protesto contra Dilma na avenida Paulista, uma pesquisa de Pablo Ortellado e da socióloga Esther Solano revelou que 64,1% dos presentes concordavam com a afirmação de que o "PT quer implantar um regime comunista no Brasil", e 55,9% respaldaram a frase "O Foro de São Paulo quer criar uma ditadura bolivariana" no país.


Naquele dia e em outros protestos, manifestantes portavam cartazes com a expressão "Olavo tem razão", difundida por fãs do escritor nas redes sociais.


Direito de imagemMATHEUS BAZZO/DIVULGAÇÃO
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Carvalho é tema de documentário que acompanha sua rotina, mas filme foi recusado em festivais
Esoterismo islâmico e astrologia
Nos anos 1980, antes de se projetar no debate político brasileiro, Carvalho flertou com a Escola Tradicionalista, corrente de pensadores e estudiosos da religião preocupados com o que consideravam um declínio das formas tradicionais de conhecimento do Ocidente.


"Ao longo da minha vida, fui me abrindo a tudo quanto é influência que pudesse de algum modo me ajudar a compreender as coisas", afirma.


Naquela época, ele aderiu à tariqa (ordem mística muçulmana) liderada pelo alemão Frithjof Schuon (1907-1998), um dos expoentes do movimento e que aceitava em seu grupo adeptos de diferentes religiões.


Carvalho deixou a tariqa tempos depois, mas diz que a experiência foi "absolutamente indispensável" para sua formação. Hoje, lamenta a expansão do islã na Europa e nos Estados Unidos.


Em outro desvio na carreira, no fim dos anos 1970, trabalhou como astrólogo em São Paulo. Do signo de Touro, diz que a astrologia "é um tremendo problema científico que nunca foi tratado seriamente".


"Algo na astrologia tem algum fundamento - algo, não sei exatamente o quê", diz. No fim, chegou à conclusão "de que o problema era grande demais para mim".


Hoje Carvalho se reaproximou da Igreja Católica, onde diz ter sido criado. Assiste à missa, reza o Pai Nosso antes das refeições e diz praticar a caridade. "Não me lembro ao longo da minha vida de alguém ter pedido minha ajuda e eu ter recusado."


As opiniões do filósofo sobre o papel da Igreja Católica na Inquisição lhe renderam críticas entre evangélicos. Carvalho escreveu no Twitter em 2013 que "a entidade chamada Inquisição é uma invenção ficcional de protestantes".

"Até mesmo na imagem popular das fogueiras da Inquisição a falsidade domina. Todo mundo acredita que os condenados 'morriam queimados', entre dores horríveis. As fogueiras eram altas, mais de cinco metros de altura, para que isso jamais acontecesse."


De acordo com ele, os hereges - "menos de dez por ano em duas dúzias de países" - morriam sufocados antes que as chamas os atingissem. Criticado nas redes sociais pela afirmação, indicou uma "bibliografia mínima" sobre o assunto.


Dois anos depois, xingou Lutero e Calvino, principais líderes da Reforma Protestante. "A Igreja Católica superlotou-se de filhos da puta ao longo dos séculos, mas a protestante já nasceu fundada por dois."

Amizade com José Dirceu


Os mergulhos no esoterismo e na astrologia afastaram Carvalho do jornalismo, onde começou a carreira. Um ano após o golpe militar de 1964, ele escreveu para o jornal do centro acadêmico da Faculdade de Direito da USP, que se opunha à ditadura.


Em retribuição pelo trabalho, diz que foi convidado a dividir um apartamento com Rui Falcão, então aluno de direito e hoje presidente nacional do PT. Ele conta que os dois sempre recebiam visitas do ex-ministro José Dirceu, que cursava direito na PUC-SP. "Éramos muito, muito amigos na época."


Entre 1966 e 1968, militou no Partido Comunista. "Durante todo o tempo da ditadura, estive contra ela - quando não estava militando, estava ajudando a esquerda, escondendo foragido do governo, escondendo arma. Fiz o diabo", recorda.


Com o tempo, afastou-se da esquerda e passou a achar que os militares que tomaram o poder em 1964 fizeram um trabalho "genial" ao barrar o que, segundo ele, seria "a maior revolução comunista da história das Américas".


Quando Dirceu foi preso em 2013, Carvalho diz que já não mantinham laços. "Mas uma coisa eu sabia: ele não ia entregar ninguém, porque não é um homem de geleia como esses aí, é um homem de ferro", afirma.


Nos últimos anos, em nova reviravolta, voltou a criticar as Forças Armadas, agora acusando-as de omissão por não intervir para impedir outra revolução comunista, tramada no Foro de São Paulo. Hoje diz à BBC Brasil que não é "nem a favor nem contra uma intervenção militar".


"Sem um longo 'trabalho de base'", afirmou em novembro no Facebook, "nem as Forças Armadas em peso podem levar este país a dias melhores sem o risco de um retorno cruel à desordem e à roubalheira".


Retorno ao jornalismo


Em 2005, dois meses após se mudar para os EUA e perder a coluna que tinha no jornal O Globo, o escritor passou a dar cursos de filosofia pela internet. Desde então, diz que 12 mil pessoas passaram por suas aulas.


O filósofo cita entre os alunos que têm se destacado o colunista da Veja Felipe Moura Brasil, que organizou do último livro de Carvalho, O mínimo que você precisa para não ser um idiota, coletânea de artigos publicada pela Record em 2013.


Carlos Andreazza, editor de não-ficção da Record, diz que o livro se aproxima dos 320 mil exemplares. Segundo ele, Carvalho "está entre os pouquíssimos autores brasileiros que poderiam viver de direitos autorias". Andreazza diz que o filósofo se revelou "um dos autores mais cavalheiros, cordiais, agradáveis e generosos da minha carreira de editor".


Amigos do escritor dizem que Carvalho não deixa que os embates virtuais contaminem sua vida pessoal. Segundo o cineasta Josias Teófilo, o filósofo está sempre bem humorado e leva um "estilo de vida completamente original", sem ter hora para dormir ou acordar.


"Um dia a filha dele disse: 'Vamos ter que botar rotina nessa casa, quando der meia noite todo mundo vai para a cama'. Nesse mesmo dia ele ficou contando histórias até as quatro da manhã."


Teófilo, que se mudou para Petersburg e está morando a poucas quadras de Carvalho, diz ter arrecadado R$ 300 mil por meio de doações para gravar o documentário Jardim das Aflições (mesmo título de um livro do filósofo), em que entrevista o escritor e acompanha sua rotina. Ele afirma que o documentário foi recusado pelos principais festivais brasileiros e que estuda meios de lançá-lo em 2017.


Direito de imagemJOÃO FELLET
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Escritor chegou a militar no Partido Comunista na época da Ditadura militar, e já se envolveu com esoterismo muçulmano e astrologia
Desdém pela academia
Carvalho passou a ensinar filosofia sem jamais ter se formado academicamente nesse campo - nem em qualquer outro. Conta que aprendeu sobre o tema por conta própria ao longo de vários anos, longe das "ideologias" que cerceiam o ensino universitário.


O desdém de Carvalho pela filosofia da academia é recíproco. Para o filósofo e professor da PUC-MG Danillo Bragança, ele "quer ocupar dois espaços carentes no Brasil: o de pensador de direita e o de filósofo de multidão".


Coordenador do curso de filosofia da PUC-PR, Geovani Moretto diz que conheceu Carvalho quando era estudante e se admirou com sua capacidade de "debater a filosofia a partir de questões cotidianas, da política e da economia". Hoje Moretto diz que ele "virou aquilo que tanto criticava: um dogmático".


Um dos raros defensores de Carvalho na academia é o jurista Ives Gandra Martins. Outros admiradores ilustres são o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) e o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), que já o citaram em discursos no Congresso.


No Facebook, ao menos dez grupos agregam "olavetes", termo com que o próprio Carvalho se refere aos seguidores. Há ainda páginas que satirizam o escritor e seus fãs. No site Desciclopédia, os "olavetes" são descritos como "zumbis do mestre Olavo" e comparados aos "bolsominions", como são apelidados provocativamente os admiradores do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ).


Muitas das críticas que Carvalho recebe nas redes sociais tratam da maneira com que ele se refere a movimentos de negros, de mulheres e de minorias sexuais. Em seu último livro, ele exalta artistas negros brasileiros que "entendiam que suas remotas origens africanas tinham sido neutralizadas pela absorção na cultura ocidental" e que não ficavam "choramingando coletivamente as saudades de culturas tribais extintas".


Em outro episódio, foi criticado ao defender que o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) fizesse um exame "para verificar se sua saliva não transmite o vírus da Aids", após o parlamentar tentar cuspir em Bolsonaro na votação do impeachment.


Em resposta, a Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids sugeriu que o escritor fosse examinado "para verificar se sua saliva não transmite o vírus da ignorância e do preconceito".


Amigos e família


Carvalho afirma que um dos motivos para se mudar para a Virgínia foi a hospitalidade de seus habitantes. "Os rednecks são o melhor povo do mundo", ele diz, referindo-se aos americanos brancos de zonas rurais, numerosos na vizinhança de sua casa em Richmond. Em Petersburg, onde está temporariamente, negros são 80% da população.


Outro motivo para a mudança foi o cenário no Brasil após a chegada do PT à Presidência. "Pensei: 'Isto aqui está tão louco, tão louco, que se eu continuar aqui vou ficar louco também."


Carvalho recebe visitas frequentes dos filhos e dos netos - que calcula em "uns 15 ou mais" - e vive rodeado de alunos e amigos brasileiros, entre as quais a escritora Stella Caymmi, o crítico literário Rodrigo Gurgel e o jornalista Edson Camargo.


Quando não está nas redes sociais, vê filmes, relê livros e ouve música. Entre seus artistas preferidos cita Heitor Villa-Lobos, Luiz Gonzaga e o americano Waylon Jennings, cantor de música country. Não gosta de samba ("uma criação do governo Getúlio Vargas, que decidiu fazer da cultura carioca um emblema da cultura brasileira") nem de jazz ("coisa de intelectual").


No tempo livre, gosta ainda de testar as armas da coleção. Ele diz manter apenas uma arma para defesa pessoal (a espingarda que guarda sobre a cama) e se interessar principalmente por equipamentos de caça.


Seu xodó é um rifle austríaco Steyr Mannlicher, ideal para abater ursos. Ele conta que, alguns anos atrás, viajou com o filho Pedro para o Estado de Maine, onde a caça de ursos é autorizada para controlar a espécie. "Fiquei uma semana encarapitado na árvore debaixo de chuva, no frio, e o filho da puta do urso não apareceu", lembra.


O filho teve mais sucesso: o urso abatido virou um tapete e hoje adorna a sala da casa. Quando uma foto em que Carvalho e o filho posam atrás do animal morto circulou pela internet, muitos protestaram. "Eles acham lindo você comer uma vaca morta com uma martelada na cabeça ou choque elétrico numa fila de onde não pode escapar, mas você correr o risco de ir lá e matar, isso não pode", rebate.


Ressuscitar a alta cultura


Ao decidir dar seus cursos virtuais, Carvalho diz que também buscava reagir à "morte da alta cultura brasileira" e formar uma nova elite intelectual no país.


"Acredito que sou o único sujeito que está fazendo a ponte entre a última grande geração de escritores brasileiros - que eram Herberto Sales, Josué Montello, Lêdo Ivo - e a geração seguinte", diz.


"Se dos meus 12 mil alunos aparecerem cem capacitados para produzir bons livros, bons espetáculos de teatro, renovamos a cultura brasileira, está feito o serviço."


Carvalho afirma que sua avó foi profética ao batizá-lo de Olavo, que, segundo ele, quer dizer "sobrevivente" em norueguês. "Morreu todo mundo e sobrou eu."



https://www.bbc.com/portuguese/brasil-38282897


« Última modificação: 30 de Outubro de 2018, 19:13:38 por JJ »


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Re:Olavo de Carvalho Sobre "Mais Democracia"
« Resposta #135 Online: 30 de Outubro de 2018, 19:51:19 »


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Re:Olavo de Carvalho Sobre "Mais Democracia"
« Resposta #136 Online: 21 de Novembro de 2018, 14:09:14 »

Caetano Veloso denuncia guru político de Bolsonaro após ele sugerir que opositores do candidato devem não apenas ser derrotados, mas totalmente destruídos enquanto grupos, organizações e até indivíduos após a eleição


Conselheiro de Bolsonaro Olavo de Carvalho destruição de opositores eleição

 
Olavo de Carvalho sugere em texto que, caso Bolsonaro se eleja, imediatamente à sua posse seus opositores sejam não apenas derrotados mas totalmente destruídos enquanto grupos, organizações e até indivíduos.


Ele diz que os que consideram Jair Bolsonaro uma ameaça à democracia não estão lutando para vencer uma eleição e sim “pela sobrevivência política, social e até física“. Isso é anúncio de autoritarismo matador.


Bolsonaro já disse que a ditadura matou pouco, já apareceu usando tripé de câmera como fuzil a metralhar petistas, já louvou o torturador e assassino coronel Brilhante Ustra. Quando atacado a faca por um maníaco, todos os outros concorrentes à presidência condenaram veementemente o atentado e seu autor; quando um eleitor seu matou um artista baiano que declarara voto no PT, Bolsonaro disse que não tinha nada a ver com isso.


Esse texto de Olavo anuncia uma escalada de ações violentas e conclama seus seguidores a perpetrá-las tão logo Bolsonaro chegue (se ele chegar) ao Alvorada.


É evidente que todo cidadão brasileiro que mereça esse nome –seja ele Fernando Henrique Cardoso, Roberto Carlos, Roberto Schwartz, Suzana Vieira, Chico Buarque, Luiz Tenório de Oliveira Lima, Letícia Sabatela, Fernando Haddad, Zezé de Camargo, Miriam Leitão ou ACM Neto– deve agir contra a possibilidade de eleição de Bolsonaro. A não ser que este desautorize publicamente o texto de Olavo. Único modo, aliás, de dar credibilidade a suas tentativas de amenizar o sentido de seus antigos brados.


Olavo, o sub-Heidegger do nosso sub-Hitler (ou sub-Spengler do nosso sub-Goebels), diz que petistas, artistas, mídia, professores, jornalistas e intelectuais apelam a recursos ilícitos e imorais para obter vitória. No entanto, acabo de ler um texto em letras grandes, produzido pelos correligionários do capitão, que diz: “o PT quebra imagens, esfrega o crucifixo nos órgãos genitais, urinam (sic) na Bíblia e agora quer apoio católico“.


Deve ser a milionésima fake news expedida pela campanha bolsonarista. Olavo é figura histórica da anti-esquerda. Catequizou gerações de jovens brasileiros a um anticomunismo delirante e ressentido.




Faz décadas uma jovem conhecida minha tinha se convertido ao islamismo através dos ensinamentos de Olavo, seu carismático professor. A força dos parágrafos de Frithjof Schuon, autor que li fascinado, devem ter chegado com beleza aos ouvidos da moça, através das explanações brilhantes de Olavo. Mas desconfio de que o que o animava não era a beleza do Islã, sua tradição, sua riqueza espiritual. O que o entusiasmava eram as teocracias tardias que o desfiguram.


Olavo hoje posa nos EUA segurando arma pesada. Quão útil será sua cruzada para a indústria armamentista? É-se inocente útil mesmo quando se torna paranoicamente suspicaz. Para ele, o que há na aventura da modernidade é necessariamente o mal.


Intelectual erudito e mente insana, nem sabe que eu só sei de um caso de artista que masturbava-se com um crucifixo (ele o declarou em entrevista na TV) –e era justamente um que hoje aparece ao seu lado.


Eu nunca fui petista. Nunca fui comunista. Odeio ter ouvido de Dirceu que o caso não é de ganhar eleição mas de tomar o poder. Meu pai me ensinou a ser anti-stalinista e, vendo a discrepância entre a vida real dos trabalhadores e os planos das “vanguardas” políticas, aprendi a ser anti-leninista (diante das filas para ver a múmia de Lenin em Moscou, reafirmou-se meu desprezo: detesto o mais ínfimo resquício de culto à personalidade que ronda Lula). Mas farei o que me for possível para vencer o crescimento da desigualdade e, acima de tudo, defenderei os direitos da pessoa humana.


Considero o texto de Olavo incitação à violência. Convoco meus concidadãos a repudiá-lo. Ou vamos fingir que o candidato dele já venceu a eleição e, por isso, pode mandar matar quem não votou nele?


Respeitarei como presidente quem quer que se eleja. Mas exijo dele que exiba compromisso com os direitos da pessoa humana e, como os outros cidadãos, rejeite o que foi sugerido por Olavo de Carvalho.


https://www.pragmatismopolitico.com.br/2018/10/conselheiro-de-bolsonaro-destruicao.html


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Re:Olavo de Carvalho Sobre "Mais Democracia"
« Resposta #137 Online: 21 de Novembro de 2018, 14:15:58 »
Artigo escrito para o Diário do Comércio em 11 de Junho de 2015 por Olavo de Carvalho


Volto a explicar, agora ponto por ponto, a catástrofe estratégica monstruosa com que o PT destruiu a si mesmo e à nação.


1. No incipiente capitalismo brasileiro, as grandes empresas são quase sempre sócias do Estado, o único cliente que pode remunerá-las à altura dos serviços que prestam.


2. Por isso elas acabam se incorporando ao “estamento burocrático” de que falava Raymundo Faoro: o círculo dos “donos do poder”, que fazem da burocracia estatal o instrumento dócil dos seus interesses grupais, em vez da máquina administrativa impessoal e científica que ela é nas democracias normais.


3. Nesse sentido, o sistema econômico brasileiro não é capitalista nem socialista, mas sim patrimonialista, como destacaram, além do próprio Faoro, vários estudiosos de orientação liberal, entre os quais Ricardo Velez Rodriguez, Antonio Paim e o embaixador J. O. de Meira Penna.


4. Nos anos 70 do século passado os intelectuais de esquerda que sonhavam em formar um grande partido de massas tomaram conhecimento do livro de Raymundo Faoro, Os Donos do Poder. Formação do Patronato Político Brasileiro, então lançado em aumentadíssima segunda edição, e entenderam que o curso normal da revolução brasileira não deveria ser propriamente anticapitalista, mas antipatrimonialista: o ponto focal do combate já não seria propriamente “o capitalismo”, e sim – com nomes variados — o “estamento burocrático”.


5. A definição do alvo era corretíssima, mas, ao mesmo tempo, o partido, como aliás toda a esquerda nacional, estava intoxicado de gramscismo e ansioso por tomar o poder por meio dos métodos do fundador do Partido Comunista Italiano, que preconizavam a infiltração generalizada e a “ocupação de espaços” destinadas a criar a “hegemonia”, isto é o controle do imaginário popular, da cultura, de modo a fazer do partido “o poder onipresente e invisível de um imperativo categórico, de um mandamento divino”.


6. A aplicação do esquema gramscista obteve mais sucesso no Brasil do que em qualquer outro país do mundo. Por volta dos anos 80, o modo comunopetista de pensar já havia se tornado tão habitual e quase natural entre as classes falantes no país, que os liberais e conservadores, inimigos potenciais dessa corrente, abdicaram de todo discurso próprio e, para se fazer entender, tinham de falar na linguagem do adversário, reforçando-lhe a hegemonia ideológica, mesmo quando obtinham sobre ele alguma modesta vitória eleitoral em troca. Entre os anos 90 e a década seguinte, toda política “de direita” havia desaparecido do cenário público, deixando o campo livre para a concorrência exclusiva entre frações da esquerda, separadas pela disputa de cargos apenas, sem nenhuma divergência séria no terreno ideológico ou mesmo estratégico.


7. O sucesso da operação produziu sem grandes dificuldades a vitória eleitoral de Lula numa eleição presidencial na qual, como ele próprio reconheceu, todos os candidatos eram de esquerda, o que canalizava os votos quase espontaneamente na direção daquele que personificasse o esquerdismo da maneira mais consagrada e mais típica.


8. Com Lula na Presidência, intensificou-se formidavelmente a “ocupação de espaços”, fortalecendo a hegemonia ao ponto de levar ao completo aparelhamento da máquina estatal pelo comando comunopetista, que ao mesmo tempo precisava da ajuda das grandes empresas para cumprir o compromisso assumido no Foro de São Paulo, coordenação estratégica da política comunista no continente, no sentido de amparar e salvar do naufrágio os regimes e movimentos comunistas moribundos espalhados por toda parte.


9. Inevitavelmente, assim, o próprio partido governante se transformou no “estamento burocrático” que ele havia jurado destruir. E, imbuído da fé cega nos altos propósitos que alegava, atribuiu-se em nome deles o direito de trapacear e roubar em escala incomparavelmente maior que a de todos os seus antecessores, sem admitir acima de si nenhuma autoridade moral à qual devesse prestar satisfações. O próprio sr. Lula expressou esse sentimento com candura admirável, afirmando-se o mais insuperavelmente honesto dos brasileiros, ao qual ninguém teria o direito de julgar – e isso no momento em que seu partido, abalado por uma tremenda sucessão de escândalos, já era conhecido no país todo como o partido-ladrão por excelência.


10. Assim, não apenas o PT fortaleceu o patrimonialismo, como frisou o cientista político Ricardo Velez Rodriguez, mas se transformou ele próprio na encarnação mais pura e aparentemente mais indestrutível do poder patrimonialista, soldando numa liga indissolúvel a ilimitada pretensão esquerdista ao monopólio da autoridade moral, os anseios do movimento comunista continental, os interesses de grandes grupos industriais e bancários, o aparato cultural amestrado (mídia, show business, universidades) e, last not least, o instinto de sobrevivência da classe política praticamente inteira.


11. Tal foi o resultado da síntese macabra que denominei faoro-gramscismo — a tentativa de realizar por meio da estratégia de Antonio Gramsci a revolução antipatrimonialista preconizada por Raymundo Faoro: na medida em que, ao mesmo tempo, instigava o ódio popular ao “estamento burocrático” e, por meio da “ocupação de espaços”, se transfigurava ele próprio no inimigo odiado, personificando-o com traços repugnantes aumentados até o nível do absurdo e do inimaginável, o PT acabou por atrair contra si próprio, em escala ampliada, a hostilidade justa e compreensível da população aos “donos do poder”, aos príncipes coroados do Estado cleptocrático.


“NÓS ENCONTRAMOS O INIMIGO E ELE SOMOS NÓS”, DIZ O PERSONAGEM POGO, CRIADO POR WALT KELLY(1913-1973)


12. Ao longo do processo, a “ocupação de espaços” reduziu o sistema de ensino e o conjunto das instituições de cultura a instrumentos para a formação da militância e a repressão ao livre debate de ideias, destruindo implacavelmente a alta cultura no país e, na mesma medida, estupidificando a opinião pública para desarmar sua capacidade crítica. Ao mesmo tempo, no desejo de agradar a vários “movimentos de minorias” enxertados no Brasil por organismos internacionais, o governo petista fez tudo o que podia para desmantelar o sistema dos valores mais caros à maioria da população, contribuindo para espalhar a confusão moral, a anomia e a criminalidade, esta última particularmente favorecida por legislações que não se inspiravam propriamente em Antonio Gramsci, mas numa fonte mais remota do pensamento esquerdista, a apologia do Lumpenproletariat como classe revolucionária, muito em voga nos anos 60 do século XX.


O Brasil que o PT criou é feio, miserável, repugnante, tormentoso e absolutamente insustentável. Cumprida a sua missão histórica de encarnar, personificar e amplificar o mal que denunciava, o único partido da História que fomentou uma revolução contra si mesmo tem a obrigação de ser coerente e desaparecer do cenário o mais breve possível.


Por isso a mensagem que o povo lhe envia nas ruas, nos panelaços, nas vaias e nas sondagens de opinião é hoje a mesma que, em circunstâncias muito menos deprimentes e muito menos alarmantes, surpreendeu o desastrado e atônito presidente João Goulart em 1964:

– Basta! Fora!


Also published on Medium.



https://jornaldoempreendedor.com.br/destaques/politica-e-economia/basta-fora-por-olavo-de-carvalho/


« Última modificação: 21 de Novembro de 2018, 14:42:09 por JJ »

Offline JJ

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Re:Olavo de Carvalho Sobre "Mais Democracia"
« Resposta #138 Online: 23 de Novembro de 2018, 17:07:44 »



“O olavismo passou de piada a doutrina oficial do governo”


Brasil  23.11.18 12:47


Bernardo Mello Franco, colunista de O Globo, não gostou da escolha de Ricardo Vélez Rodríguez para ministro da Educação.

Leia um trecho da sua coluna:


“O lobby evangélico bateu na trave (ao apoiar Guilherme Schelb). À noite, Bolsonaro anunciou a nomeação de Ricardo Vélez Rodríguez. Apresentou-o como ‘filósofo autor de mais de 30 obras, atualmente professor emérito da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército’. Esqueceu de apontar o pai da indicação: o ideólogo e polemista Olavo de Carvalho.

O guru ultraconservador já havia emplacado o trumpista Ernesto Araújo nas Relações Exteriores. Agora apadrinha o ministro da Educação, que repete suas teses reacionárias com a vantagem de não usar palavrões. O olavismo passou de piada a doutrina oficial de governo. Parece ser a hora de adaptar um lema de outros tempos: ‘Chega de intermediários, Olavo para presidente!’.”


https://www.oantagonista.com/brasil/o-olavismo-passou-de-piada-doutrina-oficial-governo/


Offline JJ

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Re:Olavo de Carvalho Sobre "Mais Democracia"
« Resposta #139 Online: 23 de Novembro de 2018, 17:10:36 »


Quem diria, há alguns anos atrás, quando este tópico foi criado, que o Olavo seria o mentor intelectual do Presidente da República e da família dele ! ?



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Offline -Huxley-

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Re:Olavo de Carvalho Sobre "Mais Democracia"
« Resposta #140 Online: 23 de Novembro de 2018, 17:23:32 »
A alegação é um exagero. O próprio Olavo confessou, em entrevista a O Globo, que só se encontrou com Jair três vezes e com Eduardo cinco vezes. E a influência de Olavo em Jair não deve ser muito grande. Na economia, Olavo é parecido com Mises, mas Jair não quer privatizar a Petrobras, a Eletrobrás e os principais bancos estatais. Olavo defende democracia direta como pilar para reformar nosso sistema político, mas Bolsonaro aparentemente não dá importância significativa a esse assunto. É mais provável que Paulo Guedes seja sua principal influência intelectual direitista, já que o contato entre eles é maior.

Offline Sergiomgbr

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Re:Olavo de Carvalho Sobre "Mais Democracia"
« Resposta #141 Online: 23 de Novembro de 2018, 17:32:25 »
O Bolsonaro é muito mais inteligente e com intelecto muito superior ao do OC(O Orvalho de Cavalo), Não tem como creditar ao OC tamanho protagonismo, no máximo o OC é um mote do Boslonaro, quem insiste nessa tecla de OC mentor de um cara como o Bolsonaro é patético.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline JJ

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Re:Olavo de Carvalho Sobre "Mais Democracia"
« Resposta #142 Online: 23 de Novembro de 2018, 17:42:54 »


O  Bolsonaro mais inteligente ?   Poderia mostrar textos e/ou livros do Bolso que sejam indícios de  tal alegação ?


Ou você está chegando nessa brilhante conclusão  só porque o Bolsonaro  tem algum estudo formal em escola do exército ?


« Última modificação: 23 de Novembro de 2018, 17:56:37 por JJ »

Offline Sergiomgbr

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Re:Olavo de Carvalho Sobre "Mais Democracia"
« Resposta #143 Online: 23 de Novembro de 2018, 18:06:42 »


O  Bolsonaro mais inteligente ?   Poderia mostrar textos e/ou livros do Bolso que sejam indícios de  tal alegação ?
Ah, não! Mas você quer uma falácia de argumento de autoridade...

Ou você está chegando nessa brilhante conclusão  só porque o Bolsonaro  tem algum estudo formal em escola do exército ?
Tá, só pra começar responde ai, o Bolsonaro fuma?
« Última modificação: 23 de Novembro de 2018, 18:09:32 por Sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Gigaview

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Re:Olavo de Carvalho Sobre "Mais Democracia"
« Resposta #144 Online: 23 de Novembro de 2018, 19:47:14 »


O  Bolsonaro mais inteligente ?   Poderia mostrar textos e/ou livros do Bolso que sejam indícios de  tal alegação ?


Ou você está chegando nessa brilhante conclusão  só porque o Bolsonaro  tem algum estudo formal em escola do exército ?




A Academia Militar das Agulhas Negras é uma escola excelente e sempre teve um exame de admissão difícil e disputado.

O OC escreveu uma porção de livros, alguns sobre Astrologia, mas não tem curso superior. Portanto saber escrever não é um bom critério para atestar inteligência.
« Última modificação: 23 de Novembro de 2018, 19:51:29 por Gigaview »
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Gigaview

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Re:Olavo de Carvalho Sobre "Mais Democracia"
« Resposta #145 Online: 25 de Novembro de 2018, 18:26:45 »
Um olhar diferente sobre Olavo de Carvalho. Interessante. Agora não sei mais quando o Olavo está falando sério.

Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Gigaview

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Re:Olavo de Carvalho Sobre "Mais Democracia"
« Resposta #146 Online: 25 de Novembro de 2018, 18:44:16 »
A biografia é para chorar de rir. O episódio da barca egípcia é surreal. :histeria: Vale a pena ver tudo até o fim.


Que cara doido....nunca poderia imaginar.
« Última modificação: 25 de Novembro de 2018, 20:07:39 por Gigaview »
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Freyia

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Re:Olavo de Carvalho Sobre "Mais Democracia"
« Resposta #147 Online: 02 de Dezembro de 2018, 09:46:25 »
A alegação é um exagero. O próprio Olavo confessou, em entrevista a O Globo, que só se encontrou com Jair três vezes e com Eduardo cinco vezes. E a influência de Olavo em Jair não deve ser muito grande. Na economia, Olavo é parecido com Mises, mas Jair não quer privatizar a Petrobras, a Eletrobrás e os principais bancos estatais. Olavo defende democracia direta como pilar para reformar nosso sistema político, mas Bolsonaro aparentemente não dá importância significativa a esse assunto. É mais provável que Paulo Guedes seja sua principal influência intelectual direitista, já que o contato entre eles é maior.

Não influencia nada, só tem o poder de indicar ministros, inclusive da educação, que é claramente a favor do projeto "escola com partido único e perseguição de professores"...

https://www.huffpostbrasil.com/2018/11/23/olavo-de-carvalho-o-guru-dos-bolsonaro-que-emplacou-2-ministros_a_23598216/

Offline Sergiomgbr

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Re:Olavo de Carvalho Sobre "Mais Democracia"
« Resposta #148 Online: 02 de Dezembro de 2018, 10:03:27 »
Mas a quem interessa afinal  a ideia  Olavo de um Carvalho um intelectualoide de terceira, mentor do Bolsonaro? Isso já está com cara de esquerdismo. Pelo menos as fontes que fazem essa conexão tem sido de viés esquerdista. Intrigante. Ou melhor, como diria o dr. Spock, fascinante!
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Freyia

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Re:Olavo de Carvalho Sobre "Mais Democracia"
« Resposta #149 Online: 02 de Dezembro de 2018, 10:10:27 »
Mas a quem interessa afinal  a ideia  Olavo de um Carvalho um intelectualoide de terceira, mentor do Bolsonaro? Isso já está com cara de esquerdismo. Pelo menos as fontes que fazem essa conexão tem sido de viés esquerdista. Intrigante. Ou melhor, como diria o dr. Spock, fascinante!

Globo é esquerdista? O próprio ministro da educação é esquerdista?

"Nascido em Bogotá (Colômbia), Rodríguez escreveu em um blog no último 7 de novembro que havia sido indicado para o Ministério da Educação pelo filósofo Olavo de Carvalho.

"Amigos, escrevo como docente que, através das vozes de algumas pessoas ligadas à educação e à cultura (dentre as quais se destaca o professor e amigo Olavo de Carvalho), fui indicado para a possível escolha, pelo Senhor Presidente eleito Jair Bolsonaro, como ministro da Educação", publicou.


https://g1.globo.com/politica/noticia/2018/11/22/bolsonaro-anuncia-ricardo-velez-rodriguez-como-ministro-da-educacao.ghtml

 

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