Acho que as universidades públicas são sim boas escolas de corrupção e fontes muitos úteis para exemplos pilantragem mas acho que neste tópico (acho que nem li o texto inicial, dei umas olhadas aleatórias nos argumentos e exemplos citados) estão focando nos alvos errados.
Sou estudante de Biologia e realmente viajo de graça com certa frequencia, mas as viagens nem são tão inúteis nem tão espendiosas nem tão frequentes nem tão "só pela putaria" quanto o Diego sugere (geralmente ficamos em campings [embora já tenha acontecido de ficarmos em hotel 5 estrelas], geralmente as aulas são duras durante toda a viagem tomando todo o período de umas 7 da manhã até umas 11 da noite só com intervalo para lanchar/almoçar [embora uma única vez a viagem tenha servido mesmo só como desculpa pra passear de barco por Angra dos Reis e ficar fazendo churrasco numa casa de veraneio] e o aprendizado em geral é muito relevante.
Um detalhe é que eu estudo na única universidade do Rio em que há viagens constantes ainda na graduação, nas demais públicas daqui as aulas práticas são dadas nos próprios campi, na Floresta da Tijuca... não sei por que raios a UFRJ é a única mesmo entre as federais que tem verba pra levar aluno em bando pra Ubatuba, Búzios, Pantanal, o caralho a quatro...
Não acho indispensável, mas não é exatamente um disperdício absurdo ao meu ver. É claro que as viagens são grandes apelos para as disciplinas (agora mesmo eu deixei de me inscrever numa disciplina que tinha me interessado mas que achei que ia ficar pesado demais no meu semestre, pouco depois de acabar o periodo de inscrição uma colega me contou o detalhe de que a disciplina, nova no currículo, teria uma viagem de 5 fucking dias para a Serra dos Órgãos, affff

) mas não são vistas ou tratadas como apenas passeios.
Idem ao CsF: tenho um monte de conhecidos estudando fora e é óbvio que eles curtem "a experiência" mas a maioria dos que conseguem vagas são os nerds, a galera que realmente gosta de estudar e da mesma forma que as viagens da Bio, o apelo do "uollll, passar dois anos morando em Berlim e comendo (ou não) um monte de puta alemã" não anula exatamente os benefícios mais propriamentee acadêmicos do programa (que, novamente, não me parece tão dispendioso assim).
Quando eu li o título do tópico pensei que iam enfocar nas verbas de CA gastas em chopadas e nos benefícios que estes grupos recebem dentro da organização acadêmica apenas para serem um bando de maconheiros revolucionários, no acartelamento ideológico dos movimentos estudantís e dos cursos de humanas, nos funcionários administraativos fantasmas (aparecem e desaparecem tão rápido que eu frequentemente fico na dúvida se os vi ou foi só uma assombração) que parecem ter todos carga horária de 2 horas por dia (a cada 3 dias), nos bandejões de comida de graça (digo, 2 reais para o aluno e 10 para o Estado) pagos para um bando de jovens de classe média alta, nas mil e uma maneiras de burlar as regras de sistema de cotas e para concessão de bolsas...