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Ok, obrigado pelas respostas.
(1) Fica constatado que se estabelece o livre acesso sem garantia de que a produção e disponibilização de bens e recursos seja superior, significando obrigatoriamente que não há qualquer segurança para afirmar que haverá abundância além de wishful-thinking.
(2) A história e a lógica industrial nos ensinam o contrário: acesso livre baseado em critérios daquele que irá acessar a uma fonte limitada de recurso implicará em esgotamento desse recurso.
(3) Além de que, nesses regimes, não é possível verificar que se é eficiente em aplicar recursos para a produção de bens que atendam as demandas(que muitas vezes nem se conhece), o que também implica em esgotamento.
(1) Não é bem assim. Ao menos não era na aplicação da idéia de livre acesso na Alemanha Oriental.
Sendo uma economia planejada com controle central, havia
sim um complexo sistema em vigor para corresponder demanda e oferta. Claro que haviam diversas limitações e algumas demandas eram supridas menos rapidamente que outras. (Exemplo: Para adquirir um pão, você se dirigia ao distribuidor, talvez encara-se uma fila, mas voltaria com um pão pra casa no mesmo dia. Para se adquirir um carro, você precisava preencher um requerimento, era encaixado numa lista organizada por nível de prioridade (e.g. Solteiros tinham menos prioridade que um casal com filhos pequenos) e podia esperar até 2 anos até receber o veículo).
Você poderia argumentar que o sistema não era eficiente, mas daí a afirmar que alemães estavam trabalhando em cima de
wishful-thinking...
(2) É importante que seja feita a distinção entre (a) demanda que não é correspondida devido à produção insuficiente e (b) demanda não correspondida devido ao esgotamento dos recursos para produção. Por isso que o acesso à produtos e serviço essenciais era livre, porém regulado.
O termo abundância pressupõe grandes quantidades e disponibilidade imediata. Porém, na prática do socialismo, ele é associado à produção da quantidade necessária para garantir a obtenção/uso em tempo hábil.
(3) Na prática isso variava. Assim como no capitalismo, diferentes economias socialistas possuiam diferentes graus de eficiência. Eu diria, por exemplo, que comparar Cuba à Alemanha Oriental seria o equivalente a comparar a Grécia com a França. São dois país bem diferentes no que diz respeito à disponibilidade de recursos e no uso destes para o desenvolvimento socio-econômico.