Já no direitismo, o negócio é puramente "abstrato", tratar do "bem do povo" de forma indireta, mas sem citar que é pro "bem do povo". É arrumar a economia para que os negócios prosperem e todos possam ter um emprego. Não tem o apelo assistencial do esquerdismo. E o que deixa ainda mais com cara de elite é pedir para diminuir o estado, justamente a instituição que o esquerdismo diz que tem que resolver os problemas.
Nos EUA conseguiram fazer um apelo populista no discurso engolido pelos tea partiers.
Interessante seria algo mais honesto do que isso, e ao mesmo tempo menos fanático/dogmático que os libertários. Eu sempre achei meio esquisito que nunca tentaram fazer da idéia de renda mínima (de Friedman) uma bandeira populista. Na verdade, isso é mais conhecido (quase exclusivamente conhecido) no Brasil pelo Suplicy, do PT! Eu nem "concordo" exatamente com isso, acho provavelmente inviável por muitos dos mesmos motivos de outras políticas assistencialistas, mas acho que um direitismo econômico só vai vingar no país se tiver algum apelo para o povo, o que provavelmente só tem chances de ocorrer se não for o de um estado que "lava as mãos" para o bem-estar social, mas que tivesse no mínimo algo como uma renda mínima/BF, junto ao discurso/exemplos de benefícios populares/sociais de aumentos na liberdade econômica, ao mesmo tempo fazendo ressalvas sempre necessárias (até concessões) para evitar o terrorismo, no gênero do que se viu nessa campanha. Coisas como "vamos voltar à era da revolução industrial, quando os empregados eram quase escravos, quando mulheres foram trancadas para morrer queimadas. É isso que você quer, perder seus DIREITOS, pelos quais tantos morreram para que você tivesse? Diga NÃO à neo-escravidão, vote contra o neoliberalismo".
Mas acho que, ironicamente, a visão liberal/libertária mais "popular" no Brasil é também a mais radical e utópica. Eles devem ter vídeos de coisas como "bossa-nova da mão invisível".