Pois é, ta ai um exemplo que não me deixa mentir.
Apenas lembrando que se apressar em rotular não é algo prudente - Veja a minha primeira mensagem, Sextus Empiricus: "Seus defensores dirão que servem a propósitos distintos...".
Todos nós rotulamos, inclusive
Sextus Empiricus, quando por exemplo, separou os filósofos em três categorias; os acadêmicos; os céticos e os dogmáticos.
E é curioso ver essa oposição à ideia de engenharia social, quando me lembro que em diversos posts seus você advoga pela educação moral em larga escala realizada no ambiente escolar para construção de uma sociedade pacífica e obediente às regras de convívio social. No que isso é distinto dela? 
É distinto no quesito de minha proposta não ser uma proposta impositiva, como o é o caso das ações afirmativas (cotas).
E não que eu realmente me oponha a tal prática (engenharia social), eu prefiro nos moldes usados por Karl Popper, que enfatizava a "piecemeal social engineering" (que é basicamente a realização de mudanças locais e setoriais, verificáveis e passíveis de reversão) do que "utopian social engineering" (refazer toda estrutura social à imagem e semelhança de um regime, sem check'n'balances e cuja reversão é impossível sem ampla mudança institucional/de regime) - embora não me simpatize com a prática de cotas raciais, elas me parece encaixar bem na abordagem popperiana de solução de problemas sociais (lembrando o que eu também já coloquei antes: "essa discriminação positiva será eliminada quando a condição que justifica ela for solucionada ou amenizada (obviamente, assumindo que a prática pró-cotas seja coerente com seu discurso que a justifique - isso nem sempre ocorre e eu diria que nenhum político racional retiraria cotas já instituídas - o backslash político contra ele seria grande))."
Eu acho muito bonito os objetivos e razões de ser das ações afirmativas, bem como as cotas raciais, o meu problema com elas é que eu não mais acredito na sua eficácia. Ao meu ver, elas não só não resolvem os problemas que prometem resolver, como os intensificam, sem contar os novos problemas que são gerados, e não são levados em consideração.
Segundo Thomas Sowell, as ações afirmativas não alcançaram seus objetivos sócio-econômicos prometidos. Cotistas possuem baixo desempenho acadêmico, e na maioria das vezes não conseguem se formarem. Ao contrário de diminuir o antagonismo entre grupos raciais, bem como a discriminação racial por ele gerado, as cotas intensificaram-nos ainda mais. As pessoas não alcançaram ascensão social e econômica em razão das cotas.
Outro problema é a razão de ser das universidades, gerar e passar conhecimento, ali não é lugar para engenharia social, no sentido de resolver problemas sociais com intervencionismo impositivo do estado, com experimentos sociais e econômicos. A universidade deve, com base em sua razão de ser, receber os melhores e mais capazes, e não os escolhidos pelo Estado, através de um critério social e econômico que nada tem a ver com a razão de ser das universidades.
São muitos os problemas trazidos pelas cotas raciais ou mesmo sócio-econômicas. Eu antes era a favor, e ainda até acho bonito a sua missão, mas reconheço a sua ineficiência e até mesmo seu caráter prejudicial, e por isso não mais sou a favor das cotas.
Abraços!