Acho que na maior parte do tempo os problemas devem decorrer de professores mal preparados, sem vocação, e mal pagos mesmo, sem serem afetados por qualquer ideologia significativa, exceto talvez "jeitinho brasileiro".
É capaz de os mais raros, ideologicamente engajados, serem até melhores professores, apesar de também cultivar abobrinhas e groselhas sempre que tiverem oportunidade, por sorte não sendo isso 100% do currículo.
Além de desprezo quase total a medidas e organizações disciplinares também contribuírem para mínima aplicação dos alunos, além de má educação, falta de valores, em casa.
E por fim, o ensino sendo "de graça", e não um dinheiro pessoalmente investido, que se vê escorrer pelo ralo, deve tender a despertar menor cobrança por resultados, seja dos filhos ou da escola. Mesmo quando há, a opção de "boicote" é menos acessível, e não surte o mesmo efeito (que já não é necessariamente grande, as escolas privadas não estão muito melhor, parece).
Eu sou cético quanto às ambições buarquianas para reformas no ensino, acho que seria de se pensar desde a pré-escola se ter coisas como as crianças fazendo a limpeza da escola e etc, mudando os valores e comportamento desde cedo, mas por aqui isso talvez seja considerado abuso infantil.
Como amenização desse cenário, talvez o declínio de resultados também tenha a ver com ampliação de vagas, que ainda é preferível a uma media de desempenho melhor, mas com menos alunos inferiores puxando para baixo a média de uma """elite""" (que pode permanecer com o mesmo desempenho ou ser ainda superior).