Seu caso singular não é exemplo de eficiência de Estado
Não? Vamos analisar: minha carteira foi roubada, a polícia recuperou e me devolveu... parece bem eficiente para mim, pelo menos neste caso.
Se você estivesse armado, as chances de ser roubado seriam mínimas — e se fosse, ainda teria como revidar em caso de você saber quem o roubou/presenciar o ato.
Eu nem vi o ladrão, se estivesse armado seria mesma coisa. E mesmo armado, arriscar minha vida e das pessoas ao redor por causa de documentos e alguns trocados? Não, obrigado.
Vou deixar lá em baixo um link que cita alguns exemplos desses.
Seu link leva a um texto que, confesso, não tive paciência nem tempo para ler todo, mas que é nada mais do que a teoria do que o cara ACHA que seria a segurança privada. Ele parte de exageros como esse:
Considere a área de Times Square, na cidade de Nova York. Trata-se de uma área notoriamente dominada pela criminalidade, onde a proteção policial oferecida pelas autoridades é mínima. Cada cidadão nova-iorquino de fato sabe que ele praticamente vive e anda pelas ruas — e não apenas na região de Times Square — em um estado de completa "anarquia", dependendo unicamente da serenidade e da boa vontade de seus concidadãos
E chega a conclusões cor de rosa:
Os comerciantes saberiam perfeitamente bem que se a criminalidade na sua região fosse desenfreada, se os furtos e os assaltos a mão armada fossem constantes, seus clientes iriam inevitavelmente desaparecer e iriam passar a freqüentar as áreas vizinhas, suas concorrentes. Assim, seria do interesse econômico dessa associação comercial ofertar uma proteção policial eficiente e abundante, de forma que os clientes se sentissem atraídos — ao invés de repelidos — por essa região. A iniciativa privada, afinal, está sempre tentando atrair e manter seus clientes. Assim sendo, qual seria a vantagem de ser servido por lojas de visual atraente, iluminação agradável e serviço cortês se os clientes podem ser assaltados ao andarem pela região?
Além do mais, a associação comercial seria induzida — por causa do seu desejo de lucrar e de evitar prejuízos — a fornecer não apenas uma proteção policial suficiente, mas também uma proteção cortês e aprazível. Uma polícia estatal não só não tem qualquer incentivo para ser eficiente ou para se preocupar com os desejos dos seus "clientes", como também está constantemente tentada a exercer seu poder de força de maneira brutal e coerciva. A "brutalidade policial" é uma característica bem conhecida do sistema policial estatal, e a única oposição prática a ela são algumas queixas remotas de alguns cidadãos molestados. Agora, se a polícia privada da associação comercial acaso caísse na tentação de brutalizar os clientes dos comerciantes, esses clientes rapidamente desapareceriam e iriam para outro lugar. Assim, a associação dos comerciantes teria de garantir que a sua polícia fosse cortês e eficiente.
Ele só esqueceu de dizer que os comerciantes também incentivariam todas as pessoas a ficar de mãos dada e cantar "We are the World" ao pôr do sol
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O liberarianismo cada vez mais me parece com o socialismo. Na teoria é lindo, mas na prática...
Anyway, baseio essa minha opinião no fato do meio privado sempre trazer um serviço melhor que o público. Não vou repetir aqui o discurso libertário de concorrência (que sempre é bom pro mercado). Mas o básico é: o Estado tendo monopólio de algum serviço = sem concorrência = menor eficiência nos serviços prestados. Empresa privada tendo monopólio numa sociedade de livre mercado = preferência do consumidor = serviços eficientes, já que sempre surgirão novas pequenas empresas pra competir.
Concordo com você que a iniciativa privada é mais eficiente que o Estado em quase tudo, mas não vejo como poderia funcionar na segurança pública, para citar um exemplo, a não ser no mundo rosa dos libertários onde todos são bonzinhos e o deus Mercado olha por nós.
Você não tá nem um pouco preocupado com o Estado abusando dos cidadãos diariamente.
Claro que estou, detesto pagar imposto e receber pouco em troca.
Por que eu me preocuparia com alguém que é morto
Empatia? Ser alguém da sua família? E não entendi a relação entre não se preocupar com a suposta exploração pelo Estado com não se preocupar com a morte de alguém.
E esse seu discursinho de que as pessoas vão sair matando umas as outras só por possuírem armas de fogo é falho. Estatísticas, já até mostradas aqui, mostram o contrário. Ademais, se alguém realmente quer fazer isso, ela tem outros meios além das armas para fazê-lo. Com o Estado dificultando o acesso às armas, só acaba prejudicando a vítima que não vai ter um meio de defesa eficaz.
Os gráficos mostrados aqui, como o Pae Dodo demonstrou, na verdade mostram uma clara correlação entre armas e homicídios. Nem estou dizendo que sou contra o camarada ter arma em casa, mas acreditar que uma população como a brasileira mais armada será mais pacífica é muita forçação de barra.
Eu estou, pois o bandido ameaçaria a minha segurança TAMBÉM. As pessoas não são monstros que vão aceitar alguém cometendo homicídio na frente delas e ignorar o acontecido. Pelo menos a maioria não é.
Claro, no mundo mágico todos estão super dispostos a arriscar suas vidas pelo bem comum.
Concordo, que mal faz liberar? Proibir nunca é a solução. Vai querer proibir o que mais? As bebidas alcoólicas? Que genial! (nope)
Não me entenda mal, por mim deveriam liberar geral as drogas e bebidas. Não sou contra ninguém beber, eu mesmo bebo, sou contra alguém beber, dirigir e passar por cima de mim. Só isso. Não quero que as bebidas sejam proibidas, só quero que os motoristas não possam dirigir bêbados. Ou atropelar outro cidadão também é um direito inalienável do ser humano?
Esses estadólatras...
Desculpe se passei essa impressão, não tenho grande apreço pelo Estado. Principalmente o brasileiro, que é notoriamente ineficiente, corrupto, caro e mal gerido. Concordo que o Estado deve se ater ao que é essencialmente uma função de Estado, e no meu entender a área mais óbvia onde o Estado deve atuar é na segurança pública.