Simples. Caixa 2. O importante é que a contribuição seja transparente para que todos possam ver quem doa para quem, assim as pessoas acabam por boicotar ou reivindicar algo das empresas em questão. Proibir o legal é jogar tudo pro ilegal.
E mesmo se não hovesse caixa dois, como o dinheiro seria dividido? Se for proporcional à bancada só vai perpetuar os partidos de hoje. Se for um valor fixo, só um incentivo para partidos de aluguel. Você tira a liberdade de movimentos espontâneos surgirem para contestar a ordem atual.
É a mesma coisa que legalizar a corrupção e pedir transparência sob a alegação que que a corrupção sempre vai acontecer. Caixa 2 não pode ser uma desculpa, óbvio que ela vai continuar acontecendo, assim como é óbvio que não haverá transparência. Caixa 2 existe nos dois sistemas, mas no financiamento público é mais fácil de detectar, sabendo de antemão qual o montante que cada partido vai tem qualquer gasto a mais pode ser detectado e punido.
O problema de partidos de aluguel é bem menor do que a compra de partidos por empresas, estamos vendo agora no Brasil como isso acontece, empreiteiras doadoras de campanha deitando e rolando em dinheiro público. Os EUA viraram uma plutocracia com os ricos ditando o rumo do país.
O problema de proíbir doação de empresas é a complexidade. Uma empresa poderia utilizar laranjas, ou sindicatos, ou ongs, contratando parentes e familares, etc, tudo isso além do chamado caixa dois. Isso só faz com que aumente a complexidade de qualquer cidadão que queira fiscalizar o que acontece.
Eu acho que esse é um problema cultural do Brasil, temos a idéia que basta fazer as leis, o governo/judiciário aplicar, e a coisa resolve-se. Isso é um grande erro, a maior arma contra a corrupção é um
cidadão bem-informado. E para tal, um sistema simples e
aberto, onde tudo é feito às claras, é um passo importante.
Inclusive, na minha opinião, o problema de financiamento de campanha nos EUA não é a ausência de limite (que só caiu recentemente, à propósito), mas sim os Super PACs, que ocultam a origem do doador. Se abrirem isso aqui, muitas empresas pararão de doar só por pressão pública, além das claramente ideológicas como Chick-fil-a ou os Kock Brothers, que já são assumidos há muito tempo.